Discurso durante a 200ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Referência aos 50 anos da Ponte do Guaíba, em Porto Alegre, e preocupação com os problemas ocasionados pelo congestionamento do trânsito sobre a mesma. Homenagem pelo transcurso do Dia do Funcionário Público, em especial, os do DNIT. (como Líder)

Autor
Sérgio Zambiasi (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RS)
Nome completo: Sérgio Pedro Zambiasi
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. HOMENAGEM. MOVIMENTO TRABALHISTA.:
  • Referência aos 50 anos da Ponte do Guaíba, em Porto Alegre, e preocupação com os problemas ocasionados pelo congestionamento do trânsito sobre a mesma. Homenagem pelo transcurso do Dia do Funcionário Público, em especial, os do DNIT. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 29/10/2008 - Página 41524
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. HOMENAGEM. MOVIMENTO TRABALHISTA.
Indexação
  • REGISTRO, PROBLEMA, TRANSPORTE RODOVIARIO, MUNICIPIO, PORTO ALEGRE (RS), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), EXPECTATIVA, OBRAS, MELHORIA, TRANSITO, ESPECIFICAÇÃO, PONTE, RIO GUAIBA, PROXIMIDADE, DATA, CINQUENTENARIO, APRESENTAÇÃO, DADOS, TRAFEGO, NAVIO, PARALISAÇÃO, TRAFEGO RODOVIARIO.
  • COMENTARIO, OCORRENCIA, ABALROAMENTO, NAVIO, CAPITAL DE ESTADO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, EMERGENCIA, AUSENCIA, ALTERNATIVA, TRANSITO, DEFESA, URGENCIA, CONSTRUÇÃO, PONTE, IMPORTANCIA, PROJETO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), SAUDAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL, INICIATIVA, ESTUDO, VIABILIDADE.
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, FUNCIONARIO PUBLICO, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.
  • SOLIDARIEDADE, MOBILIZAÇÃO, SERVIDOR, DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DOS TRANSPORTES (DNIT), LUTA, MELHORIA, CONDIÇÕES DE TRABALHO, REGISTRO, GESTÃO, ORADOR, MINISTERIO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. SÉRGIO ZAMBIASI (PTB - RS. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente Geraldo Mesquita Júnior, e agora ao Presidente Paulo Paim, meu querido conterrâneo e amigo do nosso amado Rio Grande do Sul. E é sobre ele que falo, sobre um dos muitos gargalos que enfrentamos. Porto Alegre enfrenta alguns gargalos muito especiais de trânsito. Um deles é o da BR-116, em nossa amada Canoas, onde o Senador Paulo Paim reside. Estamos lutando por uma nova BR, a BR-448, a chamada Rodovia do Parque, que espero logo esteja em obras, para desafogar uma área da região metropolitana de Porto Alegre, fundamental para que o trânsito flua melhor e a qualidade de vida na região também, em conseqüência, melhore.

Mas vou citar, Senador Paulo Paim, um fato muito interessante. Dentro de trinta a quarenta dias, um dos símbolos de Porto Alegre e motivo de um desses gargalos estará completando 50 anos. É a nossa ponte do Guaíba, Senador Paulo Paim. Ela foi inaugurada em 1958, mais precisamente em dezembro, e é um dos grandes cartões-postais de Porto Alegre.

Essa ponte representou, à época, um avanço arquitetônico e tecnológico sem precedentes. Possui um vão móvel que permite a passagem de navios de grande porte com o seu içamento. Ela é içada por cabos de aço, e seu vão móvel pesa cerca de 400.000 quilos. É algo realmente fantástico da engenharia, especialmente para os anos 50, quando foi construída.

Foi a solução encontrada para unir o norte do Estado e a região metropolitana de Porto Alegre, a nossa metade sul, que clama por desenvolvimento.

Na década de 50, a capital gaúcha tinha cerca de 500 mil habitantes e atravessavam essa maravilha arquitetônica pouco mais de 400 veículos por dia. Hoje, passam, em média, sobre a ponte do Guaíba, 30 mil automóveis, caminhões, ônibus, táxis, ambulâncias, carroças, etc. Todos os dias, esse é o volume que a ponte suporta sobre o Guaíba.

E a previsão é de que, nos próximos dez anos, esse número chegue a 40 mil veículos por dia, na medida em que o porto de Rio Grande se desenvolva. Agora, com as plataformas, com o porto seco, com todos os investimentos que o Presidente Lula está fazendo em Rio Grande, numa referência de desenvolvimento para a nossa metade sul, naturalmente o trânsito para a região vai aumentar consideravelmente, de 30 mil veículos, pode saltar para 40 mil, em cinco ou, no mais tardar, dez anos. Tudo perfeitamente suportável para essa nossa velha e querida ponte, não fossem os vários içamentos diários para a passagem de navios oceânicos, que, entre outras coisas, abastecem o Estado com gás de cozinha ou que atendem às demandas do pólo petroquímico. Sempre que o vão móvel levanta, acontece um verdadeiro caos no trânsito, não apenas no local, mas que se estende a várias ruas e avenidas de Porto Alegre, inclusive na saída para a free way em direção a Canoas e ao litoral, à BR-101 e à BR-116.

Tais paralisações provocam prejuízos de toda ordem, conforme levantamento da Comissão de Economia da Assembléia Legislativa. As perdas para este ano de 2008 podem chegar a R$150 milhões. Para se ter uma idéia, a previsão orçamentária para a construção de uma nova ponte é de R$300 milhões.

Quer dizer, os prejuízos de dois anos cobrem o custo da construção de uma nova ponte. Todavia, Senador Paim, ainda mais dramáticos que os prejuízos econômicos, são os problemas provocados no cotidiano das pessoas. É gente chegando atrasada ao trabalho, perdendo vôos, provas na escola, entrevistas de emprego, consultas e exames médicos, gente doente correndo o risco de perder a vida, pois mais de seis mil ambulâncias passam por essa ponte todo ano.

O choque de uma embarcação, na madrugada de 30 de abril deste ano, destacado em reportagem da colunista Ana Amélia Lemos, do jornal Zero Hora, e o descolamento de placas da ponte móvel acenderam o sinal amarelo, chamando a atenção de todos para a gravidade do problema e as conseqüências desastrosas para a economia gaúcha, num eventual impedimento do trânsito sobre ou sob a ponte por alguns dias.

Vale lembrar que não existe qualquer estrutura hidroviária para uma situação de emergência. Não há barcos para passageiros nem barcas para cargas, tampouco logística adequada para oferecer a travessia a esses cerca de 30 mil veículos diários e dezenas de milhares de pessoas. Que Deus nos livre de tamanho caos. Para se ter uma idéia, os moradores de Eldorado do Sul, a primeira cidade após a ponte, que fica a apenas 14Km de Porto Alegre, ou de Guaíba, a segunda cidade, que fica a apenas 20Km de Porto Alegre, teriam de andar cerca de 280Km para uma viagem de ida e volta à capital do nosso Estado. O Rio Grande do Sul luta bravamente, para voltar a crescer a patamares condizentes com a dedicação de suas forças produtivas, compostas de gente empreendedora e cheia de amor pelo trabalho.

A singela contribuição que oferecemos em prol da construção da ponte alternativa para o Guaíba - a chamada segunda ponte do Guaíba - é no sentido de buscar o necessário consenso sobre a importância desse projeto para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e, especialmente, para a integração com a metade sul do nosso Rio Grande.

Projetada em 1953, durante o Governo de Getúlio Vargas, a construção da ponte do Guaíba foi incluída num arrojado programa de desenvolvimento 50 anos em 5, do mineiro Juscelino Kubitschek. E, por essas coisas do destino, Senador Paulo Paim, cinco décadas depois, a também mineira Dilma Rousseff, gaúcha de coração e comandante do Programa de Aceleração do Crescimento, PAC, da Presidência da República, está autorizando nesses dias os estudos de viabilidade técnica dessa nova ponte do Guaíba. Assim, a Ministra Dilma Rousseff inscreve seu nome e o do Presidente Lula em um dos mais importantes marcos de integração regional e de crescimento socioeconômico do Rio Grande do Sul.

Para complementar esta manifestação, quero associar-me à manifestação do Senador Paulo Paim, homenageando todos os servidores públicos pela passagem, hoje, do seu dia e, especialmente, Senador Paulo Paim, dedicar uma palavra de conforto aos servidores do DNIT, que iniciaram uma paralisação, há poucos dias, e tiveram de voltar ao trabalho por decisão do STJ em liminar concedida, mas que estão fazendo uma grande luta, para resgatar a auto-estima e o reconhecimento da importância da atividade. É estratégica a atividade dos servidores do DNIT para o Brasil.

Quando o antigo DNER foi transformado em DNIT, previa-se a contratação, por meio de concurso, de cinco mil pessoas. Hoje, oito anos depois, existem apenas 2,5 mil servidores, com salários absolutamente defasados; no último concurso, Senador Paulo Paim, passaram 900, e, desses, 300 ou 400 foram embora ou nem assumiram - fizeram outros concursos, buscando alternativas de vida com melhor qualidade.

Encaminhei esse assunto ao Ministro Paulo Bernardo, falei com o Ministro Nascimento, com o Diretor-Geral do DNIT Sr. Luiz Antônio Pagú. Estamos convictos de que essa paralisação, essa luta não está sendo em vão. Vamos encontrar no Governo a sensibilidade necessária para corrigir essa injustiça que os servidores sofreram por tantos anos. Tenho convicção de que o Presidente Lula, a Ministra Dilma, o Ministro Paulo Bernardo, O Ministro Alfredo Nascimento, dos Transportes, estão absolutamente solidários com esses servidores, assim como o Diretor Pagú. Vamos trabalhar, para encontrar uma solução adequada.

Eu dizia, há poucos dias, Senador César Borges: estamos aqui preocupados com queda de bolsa de valores, com o aumento do dólar, etc. e nos esquecemos de olhar para um segmento que, ao paralisar, ao se ver sem condições de trabalho, pode provocar prejuízos muito maiores do que essa crise econômica que o mundo está enfrentando, ao paralisar as obras que trazem desenvolvimento, emprego, inclusão social e, acima de tudo, riqueza para o Brasil.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/10/2008 - Página 41524