Discurso durante a 200ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração pela demonstração de maturidade democrática do povo brasileiro, no último pleito municipal. Considerações sobre o desempenho do PMDB no último pleito eleitoral, em comparação às eleições de 2000. Homenagem pelo transcurso, hoje, do Dia do Funcionário Público. (como Líder)

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. HOMENAGEM.:
  • Comemoração pela demonstração de maturidade democrática do povo brasileiro, no último pleito municipal. Considerações sobre o desempenho do PMDB no último pleito eleitoral, em comparação às eleições de 2000. Homenagem pelo transcurso, hoje, do Dia do Funcionário Público. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 29/10/2008 - Página 41927
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. HOMENAGEM.
Indexação
  • ELOGIO, DEMOCRACIA, ELEIÇÃO MUNICIPAL, BRASIL, IMPORTANCIA, DEBATE, PROBLEMA, MUNICIPIO, INFLUENCIA, RESULTADO, CORRELAÇÃO, PODER, AMBITO ESTADUAL, AMBITO NACIONAL, APRESENTAÇÃO, DADOS, CRESCIMENTO, PARTICIPAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB), PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC DO B), PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ESPECIFICAÇÃO, VITORIA, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, ORADOR, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ESTADO DA BAHIA (BA), ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), ESTADO DE GOIAS (GO), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS).
  • COMENTARIO, DIVERGENCIA, INTERPRETAÇÃO, RESULTADO, ELEIÇÕES, IMPRENSA, AMBITO INTERNACIONAL, AMBITO NACIONAL.
  • DEFESA, ANTERIORIDADE, PREPARAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), CANDIDATO, ELEIÇÃO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, CONCLAMAÇÃO, ESCOLHA, NOME, BUSCA, CONSTRUÇÃO, LIDERANÇA, AMBITO NACIONAL.
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, FUNCIONARIO PUBLICO, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, PAIS.

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O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estamos felizes com o retorno do Senador Colombo a esta Casa.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o povo brasileiro acaba de dar mais uma demonstração de maturidade democrática. Um dos maiores eleitorados do mundo, cerca de 129 milhões de eleitores, foi às urnas escolher os Vereadores e Prefeitos que dirigirão as nossas cidades nos próximos quatro anos. Tudo na normalidade, sem incidentes de violência, ainda que com alguns episódios de denúncias de ilegalidade que vão sendo devidamente resolvidos na Justiça, sem o predomínio da lei do mais forte.

Nas eleições municipais, até por sua natureza, têm relevo os assuntos locais. Trata-se do nível da política e da Administração Pública mais próximo dos cidadãos, aquele que lida com o dia-a-dia mais percebido por todos, como as questões de saúde e de educação, as questões de políticas públicas. No entanto, por não viverem os Municípios isolados e por se realizarem as eleições municipais no meio dos mandatos dos ocupantes de cargos eletivos estaduais e federais, elas não deixam de conter uma certa parcela de juízo as administrações desses dois níveis. Elas são um termômetro sensível da satisfação ou da insatisfação popular.

Além disso, os resultados das eleições municipais causam sempre alguma rearrumação à correlação das forças políticas em disputa pelo poder. E é por isso que, tanto os governadores e secretários, quanto os ministros e o próprio Presidente da República tendem a participar com algum protagonismo dessas campanhas, sobretudo nas capitais de Estado, inclusive por seu valor simbólico.

No quadro geral dos prefeitos eleitos, as eleições municipais deste mês mostraram a continuidade do crescimento do Partido dos Trabalhadores, que passou de 411 prefeitos eleitos em 2004 para 559 este ano. É também expressivo o crescimento de partidos como o PSB, de 176 prefeitos para 315 e - caso notável - o PCdoB, de um para 40 prefeitos.

Nosso partido, o PMDB, apresentou, nesse quadro geral, uma recuperação bastante significativa, passando de 1.059 prefeitos eleitos em 2004 para 1.203 este ano, aproximando-se dos resultados de 1996 e 2000 e revendo uma tendência de queda lenta que se anunciava.

Mas foi nas capitais de Estado, onde aliás se concentra a maior fração dos eleitores brasileiros, que o PMDB, Senador Mão Santa, conquistou uma vitória irrefutável, tendo se tornado o partido com o maior número de prefeitos nessas metrópoles. Destaco Porto Alegre, com a reeleição do ex-Senador José Fogaça; Rio de Janeiro, com a eleição do Eduardo Paes; Salvador, com a reeleição de João Henrique; Florianópolis, com a reeleição de Dário Berger; e já tinham sido eleitos em Goiânia o ex-Senador e Governador Iris Resende; e também na capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande.

Sr. Presidente, essa é uma eleição em que ganhou a sociedade brasileira, ganhou a democracia. O PMDB passou de três Prefeitos de capital, eleitos em 2004, para seis, eleitos este ano. O outro grande partido a ter tido sua quota de Prefeitos de capital aumentada e também para o dobro é o PTB, igualmente integrante da base do Governo, que passou de um para dois Prefeitos.

Mas para não deixar de falar dos demais partidos, Sr. Presidente, tiveram vitórias também o Democratas, que ganhou a principal capital do País, São Paulo. Da mesma forma, o PSDB, do Líder Arthur Virgílio, que teve o Prefeito com maior percentual de votos de capitais, que é o Beto Richa, na capital do Paraná, Curitiba. Como eu já havia falado, todos ganharam e quem ganhou mais, com certeza, foi a democracia brasileira, que deu prova de maturidade. Nossa democracia está amadurecendo a cada dia.

Naturalmente, a análise dos resultados dá margem a um sem-número de interpretações divergentes, a depender do viés político ideológico de quem os analisa. Em sua maior parte, a imprensa estrangeira, tendo em vista principalmente a cidade de São Paulo e, em geral, no segundo turno das capitais, considerou os resultados como não muito favorável ao Governo. Assim se manifestaram, por exemplo, o argentino Clarín, o boliviano Los Tiempos, o britânico The Guardian, o espanhol El País e o norte-americano New York Times, para citar exemplos recolhidos hoje na Folha Online. Já o francês Le Monde, levando em consideração números mais amplos, publicou matéria intitulada “A centro-esquerda reforçou suas posições nas cidades brasileiras”, destacando, também, a popularidade de que goza o Presidente da República, o Presidente Lula.

Do mesmo modo, é possível ver, na imprensa brasileira, análises de todo tipo, a partir dos mais divergentes pontos de vista. Porém, se há um consenso, é em torno do fortalecimento do PMDB, nosso Partido, na aliança de apoio ao Governo e no papel relevante que deverá, a partir dessa expressão agora conquistada, exercer na eleição presidencial de 2010.

Srªs e Srs. Senadores, eu tenho falado que o PMDB tem errado. O PMDB é, sem dúvida, o maior partido do Brasil; demonstrou isso nessas eleições, tanto no primeiro turno quanto no segundo turno. Mas em que o PMDB tem errado? Por não ter preparado com tempo um candidato a Presidente da República. Toda vez, quando se aproxima uma eleição presidencial, o PMDB aparece com dois, três, quatro candidatos a Presidente da República. Isso não pode mais acontecer. Nós precisamos escolher um nome. Eu não vou aqui arriscar a citar um nome, mas nós precisamos nos reunir e escolher, definir um nome e investir nesse nome. Investir com propaganda partidária, projetar esse nome em âmbito nacional.

O Brasil é um país de dimensões continentais. Não adianta pegar um Governador que seja do Paraná, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro ou de qualquer Estado da Federação e achar que esse candidato, esse político, já pode ter projeção nacional, e já se pode lançá-lo a uma candidatura a Presidente da República. Nós precisamos, de fato, projetar um nome; escolher e projetar, no mínimo com dois anos de antecedência, para chegar às vésperas de uma eleição com condições de disputar a Presidência da República. Esse tem sido, talvez, o erro do PMDB.

Eleições livres e periódicas constituem o ritual, por excelência, do regime de soberania do povo. O resultado é sempre positivo para a democracia: demonstra a consciência, a opinião e a vontade do povo, apontando as diretrizes que devem orientar os que, como nós, Parlamentares e administradores, nos dedicamos à política por inteiro. É praticamente um sacerdócio o que a grande maioria dos Parlamentares faz pela dedicação com que exercem a política.

Antes de encerrar, Sr. Presidente, não poderia deixar de registrar a passagem, nesta data, do Dia do Servidor Público, que foi praticamente comemorada no dia de ontem, mas que é hoje o Dia do Servidor Público. São profissionais valorosos e imprescindíveis ao bom funcionamento dos serviços que o Estado Brasileiro presta ao cidadão, à sociedade brasileira.

A todos vocês, servidores, o meu especial agradecimento pelos esforços que empreendem em prol de um Brasil mais justo, solidário e próspero.

Era o que eu tinha, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/10/2008 - Página 41927