Discurso durante a 200ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários à matéria publicada no jornal A Crítica, da cidade de Manaus/AM, apresentando inverdades sobre S.Exa.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO AMAZONAS (AM), GOVERNO ESTADUAL. IMPRENSA.:
  • Comentários à matéria publicada no jornal A Crítica, da cidade de Manaus/AM, apresentando inverdades sobre S.Exa.
Publicação
Publicação no DSF de 29/10/2008 - Página 41928
Assunto
Outros > ESTADO DO AMAZONAS (AM), GOVERNO ESTADUAL. IMPRENSA.
Indexação
  • DETALHAMENTO, GRAVIDADE, CORRUPÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO AMAZONAS (AM), ENCONTRO, ORADOR, MULHER, CONJUGE, SOCIO, EDUARDO BRAGA, GOVERNADOR, APRESENTAÇÃO, DOCUMENTAÇÃO, PROVA, CRIME, QUADRILHA, APREENSÃO, RISCOS, MORTE, AUTOR, DENUNCIA, SOLICITAÇÃO, INCLUSÃO, PROGRAMA, PROTEÇÃO, TESTEMUNHA, INFORMAÇÃO, ENCAMINHAMENTO, DOCUMENTO, PROCURADOR, MINISTERIO PUBLICO ESTADUAL.
  • REPUDIO, INEXATIDÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, A CRITICA, ESTADO DO AMAZONAS (AM), REFERENCIA, DENUNCIA, CIDADÃO, CORRUPÇÃO, QUADRILHA, GOVERNADOR, INJUSTIÇA, ACUSAÇÃO, ORADOR, CHANTAGEM, TENTATIVA, FAVORECIMENTO, ELEIÇÕES.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


           O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fui surpreendido hoje - amanhã pretendo fazer um balanço do quadro eleitoral no País, com um capítulo para o meu Estado - com matéria que pretendia apresentar gravidade, publicada no jornal A Crítica, da cidade de Manaus, no Estado do Amazonas. E fui surpreendido pelo simples fato de que a matéria falava muito de mim, e não tiveram o cuidado jornalístico, o cuidado ético, de me ouvir.

           Ontem, disseram-me: “Arthur, vai sair uma matéria assim, assim, assado!”. Eu disse: “Não vai, porque A Crítica é um jornal sério! Isso não vai acontecer.”

           Mas vou aos fatos, para que isso fique registrado nos Anais da Casa e para que a verdade seja posta e reposta de maneira muito nítida. O Amazonas é governado por uma quadrilha, e essa quadrilha tem um chefe, que é o Governador do Estado, o Sr. Eduardo Braga. A corrupção não só se apropria de dinheiro público; ameaçada, ela mata, ela coage, ela coopta, ela suborna, ela ameaça.

           Eu fui procurado por um advogado da minha cidade, chamado Antonio Dionísio Carvalho Paixão, que me diz ter algo muito grave, que era um DVD em que a esposa de um preposto, de um sócio escuso, corrupto - ele como corrupto e o Governador do Amazonas -, Sr. Rosinei Barros, conhecido naquelas rodas do baixo mundo administrativo do Estado como Nei, estaria disposta a fazer essas denúncias de público. Ele tinha gravado tudo num DVD. Eu disse: “Isso é de muita seriedade.” Uns dois dias se passaram sem que ela o autorizasse a me levar à presença dela. E como no DVD ela denunciava que o Governador do Estado costumava, em viagens que fazia pelo exterior, nas suas farras com o dinheiro público, ameaçar de morte um dos proprietários e vice-presidente do jornal Diário do Amazonas, o Sr. Cirilo Anunciação, eu disse ao advogado que eu levaria o Cirilo para ver e ouvir o tal DVD. E fomos. Chegando lá, eu fiquei estarrecido com o que ela disse, em parte, e sobretudo com o que ela mostrou, com os documentos comprobatórios: o funcionamento de uma quadrilha no Estado do Amazonas: tráfico de influência, notas frias no tráfico de combustíveis, combustíveis superfaturados, agiotagem, pagamento a parlamentares, declaração dela documentada de dinheiro endereçado ao Governador, corrupção envolvendo - aí eu fiquei absolutamente revoltado, Senador Tião Viana, porque eu detesto a corrupção e detesto os corruptos, mas os corruptos que conheço geralmente o são para proteger os seus. Ela mostra lá uma sociedade de que participa a filha do Governador, para lavar dinheiro na relação com esse tal Sr. Nei Barros, enfim.

           Mas não são palavras, Senador Geraldo Mesquita; são documentos comprobatórios das palavras proferidas pela senhora denunciante, esposa do Sr. Nei Barros, a Srª Renata Moreira Barros.

           Eu poderia ter feito um grande alarde político com isso. Resolvi não fazê-lo. Chamei-a, disse-lhe que ela não deveria requerer pensão exorbitante do seu marido, porque pensão alta de dinheiro que ela denuncia como corrupto a faria cúmplice da corrupção. Disse a ela também que, em vez de ir à imprensa fazer estardalhaço, o que poderia ser confundido com fato eleitoral, eu iria tomar duas providências: procurar alguém que eu julgava amigo no Governo do Estado, o Vice-Governador Omar Aziz, que haveria de chamar o Governador às falas e responsabilizá-lo, porque a minha preocupação era salvaguardar as vidas que estavam e estão em perigo, a meu ver, da Srª Renata Barros, por mais que ela possa até não acreditar nisso hoje, de sua irmã Fernanda Moreira Zerbinatti, e da filha dela, Maria Fernanda, de três anos de idade.

           Eu disse: “Omar, eu não quero que isso aí vire notícia de jornal. Eu gostaria que vocês dessem proteção à vida dessa moça. Eu abro mão do estardalhaço político.” O Vice-Governador ficou de tomar providência e ou não teve força ou não teve boa intenção, mas o fato é que o Governador, aconselhado por marqueteiros, resolveu, feito o espertinho da vez, antecipar uma entrevista coletiva, dizendo que havia um DVD, misturando com uma denúncia apócrifa de um desatinado que ataca tudo e todos em Manaus para parecer que nada era sério, esquecendo-se dos documentos que ali estavam. Eu havia dito ao Vice-Governador que eu iria levar os documentos, como o fiz, ao Procurador-Geral da República, Dr. Antonio Fernando de Souza.

           Muito bem, o Vice-Governador e o Governador disseram que não foram vítimas de chantagem nenhuma. Seria um absurdo imaginar que alguém pudesse pensar que eu fosse capaz de fazer chantagem. Teria de descer muito para chantagear o Sr. Eduardo Braga. Eu quero ladrão na cadeia! Não quero chantagear ladrão. Quero ladrão na cadeia. É para onde ele irá nos próximos dezoito meses. Não tem liberdade assegurada por mais que dezoito meses, porque, para mim, é o tempo necessário para o Ministério Público Federal averiguar a vida dele, com base nos documentos que lá estão,.

           Muito bem. Como o Governador tomou a atitude de divulgar a notícia, eu divulguei o vídeo, reagindo. Mas ele fez o escândalo, não eu! Ele procurou um faturamento político, não eu! Ele procurou se fazer de vítima, não eu!

           O castigo político veio a cavalo: mesmo com toda a fortuna que gastou, candidato dele ficou fora do segundo turno, e o Governador ficou proibido de pisar o palanque do candidato Amazonino Mendes, sob pena de tirar votos do candidato Amazonino Mendes. Enquanto eu disputei a eleição com o candidato Serafim Corrêa, perdi com 43% dos votos, mas de cabeça erguida, com quase metade de Manaus ao nosso lado. É muito bonito, muito bom participar da festa democrática até o final.

           A Srª Renata foi à Polícia Federal comigo pedir segurança para sua vida, da vida da irmã e para a vida da filha. Ela não pediu segurança contra mim nem contra o advogado Paixão nem contra o jornalista Cirilo; pediu garantia de vida contra Eduardo Braga, contra Nei Barros, contra a quadrilha, assim como ela fez queixa dessa quadrilha ao próprio Procurador-Geral da República, Antonio Fernando Souza. Muito surpreso, eu soube que ela teria... Bom, fui a uma Vara de Família acompanhando essa senhora. Vi a coação quase física que o cidadão Nei Barros tentou fazer contra ela e reagi, Senador Tião Viana, de maneira quase física também, para impedir que ele coagisse a sua esposa, que eu pensava que era ex-esposa àquela altura. A Polícia Federal viu quem coagiu quem àquela altura. A Polícia Federal não deixou de protegê-la. Até hoje está vigiando os passos dela. Não pode entrar na casa, não sabe o que se passa lá dentro. Mas Polícia Federal não acreditou nesse engodo e está vigiando os passos dela.

           O Procurador chefe do Ministério Público no Amazonas, Dr. Edmilson Barreiros, um jovem de bem e atento, está obviamente estarrecido com o que se passa. Chegou uma leva de documentos comprovando a corrupção diretamente às mãos do Dr. Antonio Fernando,que depois passou para o competente Dr. Francisco, Subprocurador-Geral nacional, a incumbência. E o advogado, antes que lhe cassassem a procuração, entregou os documentos que tinha ainda em mão nas mãos do Subprocurador-Chefe do Ministério Público do Amazonas, Dr. Edmilson Barreiros.

           Nunca mais ouvi uma só palavra da Srª Renata. Soube que ela andou num canto ou noutro de Manaus, Senador Jefferson Praia, junto com seu marido. O que ela dizia era que seu marido não cuidava dela, que jamais saía com ela - e, de repente, tentava aparentar aquela normalidade. Vejo pessoas que acreditaram nela e quiseram prestigiá-la e protegê-la e estão hoje agastados com seu comportamento. Eu me recuso a tratá-la mal, eu me recuso a vê-la como vilã nesse processo. Em ré, juridicamente, ela certamente se transformará, porque voltou para o redil dos que praticam corrupção no Amazonas - corrupção que ela própria denunciou não com palavras, mas com documentos fartos, que estão nas mãos do Dr. Antonio Fernando Souza, Procurador-Geral da República. Mas como vilã, não. Não acredito. Para mim, ela corre perigo de vida. Uma autoridade de segurança pública que trabalha no meu Estado me disse: “Essa moça é um arquivo vivo. Ela pode morrer daqui a um ano, um ano e meio.” E disse mais: “A técnica dessa gente é quebrar a credibilidade dela.” Ela diz uma coisa na Vara de Família e depois diz outra. Ganhou uma pensão de R$100 mil do marido, porque o marido declarou na Vara de Família que ganhava R$500 mil.

Quem é que pode ganhar R$500 mil por mês, tirando Romário, Ronaldinho Fenômeno? Só um ladrão, que ganha R$500 mil por mês fazendo negociatas às custas do futuro e dos sonhos do povo do Amazonas, sócio de outro ladrão, que é o Governador do Estado do Amazonas, Sr. Carlos Eduardo de Souza Braga. Nenhum deles joga futebol. Eles jogam muito com o dinheiro do povo, em negociatas escabrosas, que já estão sendo analisadas pelo Ministério Público. Mas, muito bem. Eu me surpreendi com a tal reconciliação, porque ela retirou a ação, dizendo que ia se separar sim. Foi à Polícia Federal, deu um depoimento. Nesse depoimento, é extremamente elogiosa a mim. Eu sou grato a ela, por entender que ela tinha alguma liberdade ainda, naquele momento, e nesse momento ela foi extremamente elogiosa a mim, dizendo que sentiu em mim um porto seguro. Aí o Governador monta uma fraude, naquilo que ele chama de “minha polícia” - em vez de falar “polícia do Amazonas”, ele fala “a minha polícia”, como se o Amazonas pertencesse a ele, como se a polícia pertencesse a ele. E lá sai um outro depoimento, uma coisa que ela denuncia.

O advogado Dionísio Paixão, que a hospedou na casa da senhora mãe dele, ela diz que ela estava presa na casa da mãe do Dionísio Paixão, em cárcere privado. Algo... O Dionísio fica revoltado? Fica revoltado. E eu digo: Não fique, Dionísio, essa moça não está fazendo isso em sã consciência. Ou ela está muito enganada e não sabe o perigo que corre, ou essa moça está sendo forçada, não sei por que chantagem, a fazer o que está fazendo. Eu não abro mão de pensar nisso. Conversei com ela, convivi com ela um pouco, me pareceu uma pessoa equilibrada, muito angustiada. Tem um CD, tem um áudio do seu marido ameaçando de morte a filha. Como é que alguém pode, em sã consciência, querer voltar a viver com um homem desses? Mas não sei quais as razões subalternas que estão por aí atrás. Mas não sei quais as razões subalternas que estão por aí atrás. Espantei-me quando A Crítica publica, sem me ouvir, algo terrível, como se eu estivesse me aproveitando politicamente disso, como se o advogado fosse alguém que tivesse prendido a moça em cárcere privado e como se a moça tivesse no jornalista Cirilo Anunciação alguém que tivesse, inclusive, proposto ao atual Prefeito, o Prefeito eleito, Amazonino Mendes, que pagasse 2,5 milhões de reais por uma fita que já tínhamos. Então como é que alguém ia pagar por uma fita que já estava em nosso poder?

Eu não perderia mais tempo com o jornal A Crítica. Apenas devo dizer do tratamento dado pela TV: gravaram-me minutos e minutos, depois sai um pouquinho do que disse. Numa rádio, o Secretário de Comunicação Social do Governador disse que o Governador venceu várias demandas políticas contra mim, há um juiz que vai para as barras do Conselho Nacional de Justiça, que é quase um ex-juiz a meu ver, até pelas provas que temos contra ele, e que finge, Senador Geraldo Mesquita, Senador Mão Santa, que pode me processar, sem poder, até porque temos imunidade penal e cível. Então, ele finge para dar ao Governador a oportunidade de este ter a desculpa de dizer que está processando quem o chama de corrupto, e ele não se defende das acusações sistemáticas de corrupção que faço contra ele. Ele sabe que os processos não são cabíveis, que não vão dar em nada, mas ele finge que está me processando, e o juiz participa dessa farsa.

Então, já disse o beleguim da Comunicação Social que várias demandas haviam sido vencidas pelo Governador, dando a entender que o jornal Diário do Amazonas e eu próprio havíamos sido desmoralizados pela ação da Justiça. Enfim, o processo que vai dar em alguma coisa é esse que começa no Ministério Público e que prova grossa roubalheira, sórdida roubalheira nesse esquema de combustíveis que é só um fiozinho da meada desse polvo que tem vários tentáculos de corrupção, esse polvo da corrupção comandado pelo Sr. Eduardo Braga, no Amazonas.

Acabou a eleição, novamente ele comete um erro, antecipa-se e dá um passo desesperado. A verdade está comigo, a verdade é conhecida do Ministério Público Federal, a verdade é conhecida da Polícia Federal. A verdade está comigo, a verdade não está com eles. Então, mentem, mentem, mentem, e não sei se amanhã, ela própria, se sobreviver a isso, não vai contar a verdadeira verdade que tem no coração dela, que sabe o que é a opressão que ela sofreu e as ameaças que são constantes na vida dela.

Ela não está podendo ver a irmã, a Sr.ª Fernanda Zerbinatti. A verdade não está com eles, está comigo. Eu sustento essa luta há dois anos e vou mostrar que a verdade vai prevalecer. E se a denúncia de corrupção fosse só essa, já seria lamentável, mas não é. É um rosário, Senador João Pedro. V. Exª, que é Senador pelo Amazonas, sabe que jamais houve governo no Amazonas tão corrupto quanto esse liderado por esse “cleptogovernador” chamado Eduardo Braga. É um cleptomaníaco diferente. Esse não merece tratamento, esse merece prisão, merece as penas rigorosas da lei. Mas, muito bem. Eu vou simplesmente prosseguir.

Mantenho a expectativa na apuração rigorosa da documentação farta que, em três ocasiões, foi repassada ao Ministério Público - uma, pela Srª Renata Barros. Ela, que já a fizeram se contradizer tanto: dois depoimentos na Vara de Família, um depoimento na Polícia Federal e outro na “minha polícia”, a polícia que o Governador chama de “minha polícia”, como se a polícia fosse de Tonton Macoutes e ele fosse, Deputado Pauderney Avelino, o Baby Doc, ou o Papa Doc. E, por outro lado, tantas contradições fazem dela um arquivo vivo. Tantas contradições e tanta falta de credibilidade permitirão, amanhã, que alguém dessa quadrilha assassine essa moça, e vai ser dificílimo se provar a culpa dessa gente. E ela não está percebendo - se é que está em sã consciência presenciando esses fatos, se é que não está premida por alguma coação muito terrível - que ela está se tornando um potencial cadáver nas mãos dessas pessoas, que fazem tudo para manter um império de corrupção que lhes sustenta os lucros e até as imbecilidades fúteis de ficarem treinando abrir champanhe com sabre, porque viram em um filme, à beira de piscina, desperdiçando dinheiro do povo nessas futilidades.

Eu mantenho minha solidariedade humana à Srª Renata Barros. Mantenho! Mantenho! Diga ela o que disser, até porque o que ela disser agora não tem mais importância. Importância têm os documentos que ela apresentou ao Ministério Público Federal, importância têm os documentos que os advogados que eram dela, Dionísio Paixão e Ricardo Paixão, apresentaram...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Peço tempo a V. Exª para completar o discurso, Sr. Presidente.

Os advogados dela apresentaram em duas levas ao Procurador-Chefe do Ministério Público no Amazonas, Dr. Edmilson Barreiros - e peço a V. Exª vênia para concluir Sr. Presidente - isso tudo já estando ... O depoimento dela, Senador Mozarildo, está marcado para o dia 12 de novembro e ela deve - são 18 horas aqui e 16 horas lá - deve estar sendo intimada agora pela Polícia Federal, para depor perante o Ministério Público. Está indo o Subprocurador, Dr. Francisco Dias Teixeira, a Manaus para ouvi-la junto com o Dr. Edmilson Barreiros.

O absurdo e o provincianismo foi tanto, Senador Antonio Carlos Júnior, que, da ignorância provinciana mesmo, chegaram a dizer que eu manipulei o Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, que eu manipulei, que eu orientei o depoimento dela aqui na Procuradoria. Ela que estava livre. As provas, deputado Pauderney, as provas sim...Ela estava livre para fazer o que ela quisesse. Eu a deixei no hotel e fui para a minha casa e ela poderia ter ido para onde quisesse, para Manaus, para Argentina ou para qualquer lugar. Absolutamente livre.

Eu contei tudo isso ao Dr. Antonio Fernando de Souza e ao Dr. Edmilson Barreiros. Ambos estão - e o Dr. Francisco Dias Teixeira também está - num congresso de procuradores da República na Bahia, em Salvador. E contei isso longamente ao Dr. Antonio Fernando ainda há pouco. Contei longamente isso ao Dr. Edmilson Barreiros. Não localizei ainda, mas vou localizar daqui a pouco, o Dr. Francisco Dias Teixeira, para mostrar a que ponto chega o despreparo dessa gente, o desrespeito dessa gente, a falta de ética dessa gente, que pensa tolamente que vai poder desmentir a palavra de quem não mente - e eu não minto - e vai poder torcer uma verdade, como se estivéssemos aqui num jogo de palavras e não num jogo de documentação clara provando um grosso, e sórdido, e torpe, e nojento, e asqueroso esquema de corrupção na minha terra. Como se não estivesse em perigo a vida de uma senhora, ingênua senhora, ou coagida senhora, sobre cuja vida procurei zelar sempre.

Ela, sua irmã e sua filha correm perigo, sim, porque quem rouba, e mente, quem manipula é capaz de matar, e, tecnicamente, ela virou um cadáver em potencial. Tecnicamente virou, porque, tecnicamente ela é alguém que perdeu a credibilidade, ela é alguém que diz tudo de todo mundo, ela é alguém que em cada lugar dá dois ou três depoimentos diferentes, ela é alguém que, se não perceber que sua única saída agora é solicitar, quando o doutor... Quero concluir agora, Sr. Presidente. Ela tem que solicitar, a meu ver, se ela tiver equilíbrio e força...É a hora da liberdade dela - não sei nem se ela está me ouvindo, Deputado Pauderney e Senador Jefferson Praia, ou se está enclausurada. Se estiver me ouvindo, eu gostaria de recomendar à Srª Renata Moreira Barros, que, quando estiver na presença do Subprocurador-Geral da República, ela peça para ser incluída no regime de proteção a testemunhas, porque essa é a forma mais segura de salvar a sua vida. Fora disso, sua vida não valerá nada, na medida em que ela está sendo manipulada por quadrilheiros que não gostam de ter arquivos vivos, gostam de ter arquivos apagados.

Sr. Presidente, eu voltarei à tribuna amanhã. E voltarei depois de amanhã. Voltarei à tribuna um milhão de vezes, Sr. Presidente, porque não é esqueminha de chegar Secretário de Comunicação em jornal que vai me intimidar. Isso não me intimida. Aliás, eu já escrevi tanto tempo nesse jornal que já deviam saber que eu não sou de me intimidar com coisa alguma.

Mas eu vou dizer as minhas verdades até o final. E mais: a verdade está comigo! Como a verdade está comigo; então, quem vai calar a boca, literalmente, é quem está mentindo. E quem está mentindo, seja em que setor e em que trincheira se esconda, quem está mentindo será desmoralizado pelos fatos. E eu volto a dizer - minha preocupação maior se divide em dois itens: 1º - Enfrentar e esfacelar a quadrilha, chefiada pelo Ladrão, Governador do Amazonas, Carlos Eduardo de Sousa Braga; 2º - Preservar a vida da Srª Renata Barros, que hoje é um títere nas mãos dele, de sua irmã Fernanda Zerbinatti e de sua filha Maria Fernanda, porque essas vidas estão, mais do que nunca, em perigo! Eu peço reforço à segurança dessas pessoas, porque elas não sabem... Fernanda sabe! Maria Fernanda, com três anos, não sabe. Renata, não sei se consegue perceber. Eu percebo! Eu sei quem é essa gente e do que é capaz. E a melhor forma de se defender dessa gente é dizer o que essa gente é e enfrentar as coisas como as coisas devem ser enfrentadas e enfrentar de maneira altaneira. Ela deve se transformar em testemunha protegida, porque eu não acredito que ela esteja, em sã consciência, acreditando que esse é o melhor caminho para ela. Esse caminho a torna ré, esse caminho a prejudica, esse caminho a desmoraliza, esse caminho lhe retira a credibilidade, esse caminho faz com que, amanhã, se ela aparecer morta, vá parecer um assalto, vá parecer um acidente - que uma carreta bateu em seu carro - vai parecer qualquer coisa! E não adiante ela dizer que deixou dez cópias em cofres de amigos dizendo que eles são responsáveis, porque ninguém vai acreditar. Qualquer um vai ficar em dúvida, menos este orador que sabe quem enfrenta e sabe do que é capaz essa gente que este orador aqui enfrenta.

Por ora, Sr. Presidente, era o que tinha a dizer.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/10/2008 - Página 41928