Discurso durante a 196ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Relato sobre as atividades desenvolvidas por S.Exa., durante os 4 meses em que assumiu o mandato como suplente do Senador Raimundo Colombo.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Relato sobre as atividades desenvolvidas por S.Exa., durante os 4 meses em que assumiu o mandato como suplente do Senador Raimundo Colombo.
Aparteantes
Antonio Carlos Valadares, Geraldo Mesquita Júnior, Gilberto Goellner, Heráclito Fortes, Jarbas Vasconcelos, João Pedro, Marisa Serrano.
Publicação
Publicação no DSF de 23/10/2008 - Página 41034
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESENÇA, PLENARIO, AUTORIDADE PUBLICA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), DIVERSIDADE, PREFEITO, CANDIDATO ELEITO, MUNICIPIOS.
  • REGISTRO, DESPEDIDA, ORADOR, SUPLENTE, SENADO, MOTIVO, ENCERRAMENTO, PERIODO, LICENÇA, RAIMUNDO COLOMBO, SENADOR, AGRADECIMENTO, SOLIDARIEDADE, APOIO, CONGRESSISTA, ELOGIO, QUALIDADE, SERVIDOR, ASSISTENCIA, NATUREZA TECNICA, IMPORTANCIA, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, LEGISLATIVO, VIABILIDADE, DIVULGAÇÃO, POPULAÇÃO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
  • PRESTAÇÃO DE CONTAS, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR, DEFESA, INTERESSE, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), DEBATE, DIVERSIDADE, ASSUNTO, ECONOMIA, POLITICA ENERGETICA, Biodiesel, APOIO, PROJETO DE LEI, BENEFICIO, TRABALHADOR, EDUCAÇÃO, AGRICULTURA, PECUARIA.
  • AGRADECIMENTO, PRESIDENTE, SENADO, LIDER, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), APOIO, ORADOR.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Mais uma vez, Senador Mão Santa, quero agradecer-lhe por eu ter a honra de vir à tribuna no momento em que V. Exª preside a sessão.

            Antes de mais nada, Sr. Presidente, nobres Colegas, quero fazer o registro da presença de alguns representantes do meu Estado aqui na tribuna de honra: o Prefeito de Iraceminha, Valci; o Prefeito eleito também, Avelino; o Prefeito de Saudades, também comparece a Casa, eleito agora, Antônio Ulsenheimer; vejo também a comitiva com o Prefeito eleito e o atual de Flor do Sertão; enfim, essas personalidades encabeçadas pelo Prefeito Valci Dal Maso comparecem a esta Casa.

            Sr. Presidente, nobres Colegas, venho hoje a esta tribuna para manifestar a minha gratidão a todos os Colegas que me acolheram com grande apoio e lealdade nesses cento e vinte dias de trabalho nesta Casa.

            Por que faço essa introdução? O tempo passa. No último dia 2 de julho, por benevolência do Senador Raimundo Colombo, que se licenciou da Casa por quatro meses, de acordo com as regras do Regimento Interno, reassumi a função aqui no Senado. E o tempo passa! Os quatro meses estão chegando ao fim e nesta semana se encerra o meu prazo e a licença do Senador Colombo. Eu me despeço. Começo a me despedir desta Casa fazendo - eu diria - um resumo desses quatro meses, por assim dizer. É um resumo da minha breve estada aqui e de algumas atividades.

            Eu pude recordar, rever e matar as saudades de muitos colegas que aqui havia deixado, da vez passada; ou novos que encontrei. Para mim, tem sido uma honra. Por isso, alinhavamos aqui alguns dados que passo a declinar a V. Exª e aos Colegas.

            É gratificante dizer que termino mais uma etapa de minha trajetória pública entre novos e velhos amigos que honram esta instituição. Muitos que aqui estão foram eleitos nas duas últimas eleições e só agora tive o privilégio de conhecê-los pessoalmente e de restabelecer laços respeitosos de estima e de camaradagem. Esse é o maior motivo da forte emoção que sinto ao deixar este ambiente onde completei uma trajetória dentro do legislativo nacional.

            Eu tive a honra de ser Vereador lá no meu longínquo Município de Modelo, no Este Catarinense. Também fui Deputado Estadual, Deputado Federal e cheguei ao Senado, sempre eleito pelo voto direto - eu diria -, no bom combate eleitoral.

            Então, modéstia à parte, as funções que dão direito ao campo legislativo, no Brasil, eu tive a honra de exercer em sua plenitude, de vereador até esta Casa.

            Fui eleito Senador para o período de 1995 a 2003 e me lembro muito bem de que aqui cheguei com grande entusiasmo, em 1995. Sabia perfeitamente das novas responsabilidades que teria de assumir, da nova forma de atuação parlamentar que me esperava, da nova representatividade política em nível estadual e nacional e da necessidade de aprender o que poderia produzir no Senado Federal, em favor do meu País, da democracia e do meu Estado.

            Já era do meu conhecimento que o principal papel de um Senador é legislar, ou seja, propor leis, discutir e deliberar sobre a estrutura legislativa do País. Sabia igualmente que um dos seus mais importantes trabalhos diz respeito à discussão sobre o Orçamento-Geral da União e que poderíamos propor e compor Comissões Parlamentares de Inquérito, além de nos pronunciarmos sobre a conduta moral e política do Presidente e do Vice-Presidente da República, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, do Procurador-Geral da República e do Advogado-Geral da União, nos crimes de responsabilidade.

            De fato, eu sabia tudo isso porque estava escrito, mas me faltava - eu diria - aquela questão da prática, o traquejo, a experiência e a intimidade com as particularidades desta Casa, embora convivesse em Câmara de Vereadores, Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados, mas sempre esta Câmara Alta tem suas peculiaridades.

            Dessa forma, naquela ocasião, busquei participar dos trabalhos, assistir às sessões neste plenário e ouvir os debates nas comissões. Procurei, ao mesmo tempo, conhecer o desempenho dos mais experientes e daqueles que já eram personagens de primeira grandeza na vida política brasileira. Entre tantos, não poderia deixar de citar Artur da Távola, José Alencar, de quem eu me lembro bem, Jefferson Péres, o próprio Senador José Sarney, que foi Presidente da República, José Serra, que hoje é o Governador de São Paulo, Pedro Simon, velho conselheiro, sempre foi meu conselheiro, desde quando eu ainda era menino, e assim por diante.

            Eu já conhecia V. Exª, Mão Santa, quando Governador do Piauí. Mas, quando V. Exª veio para o Senado, a trajetória de V. Exª, em nível nacional, começou a crescer cada vez mais. E assim os demais Colegas. Digo isso porque não posso deixar de lembrar que foi um momento rico em minha vida pública.

            Nessa fase de adaptação, descobri, igualmente, que a Casa era moderna e competente. Dispunha de um excelente quadro de funcionários altamente qualificados e dedicados. Prova disso era o meu próprio gabinete, onde eu podia avaliar, todos os dias, o desempenho de todos os servidores que estavam sob o meu comando.

            O mesmo acontecia com os trabalhos parlamentares. A cada momento, fosse no plenário ou nas comissões, lá estavam os incansáveis funcionários para nos socorrer sobre alguma dúvida, sobre os detalhes do Regimento Interno, que é minuciosamente consultado a todo o momento, sobre a tramitação de determinada matéria, sobre o encaminhamento da reunião ou da sessão, enfim, sobre todo o complexo trabalho legislativo. Todo esse apoio contava, ainda, com a capacidade técnica teórica da Consultoria Legislativa, aliás, um dos órgãos mais expressivos e mais respeitados desta Casa e com o fantástico acervo da Biblioteca, que coloca à nossa disposição, em um piscar de olhos, os livros mais raros e mais comentados, os jornais mais importantes e os artigos mais citados. Meus elogios prosseguem com grande reconhecimento à Rádio Senado, à TV Senado e ao Jornal do Senado, que são os responsáveis pela divulgação diária de nossa atuação parlamentar.

            Hoje, mais do que nunca, um Senador fala para milhões de brasileiros ao mesmo tempo e tem a oportunidade de mostrar à sociedade e aos seus eleitores o que representa o seu mandato, a sua ação política e o que significa a instituição para o fortalecimento da democracia.

            Convém ressaltar que toda essa eficiência, pontualidade, competência e todo esse aparato tecnológico e de informação fazem do Senado Federal do Brasil uma das instituições políticas mais modernas do mundo.

            Nobres colegas, esses 120 dias que tive a honra de desfrutar, para mim, foram engrandecedores, dedicados a servir o meu País, o meu Estado e esta Casa, que merece grande respeito. Para poder cumprir minha missão, com muita gratidão, ocupei o Gabinete do eminente Senador Raimundo Colombo, para exercer o elevado cargo de Senador da República, que foi conquistado há dois anos na chapa encabeçada pelo Senador Colombo, eu a Niura, compondo como suplentes. Niura Sandra Demarchi dos Santos, da grande região do norte do Estado, mais precisamente da região do Vale do Itapocu, Jaraguá do Sul, uma grande mulher, que fez parte da nossa caminhada que o Senado Colombo tem encabeçado.

            De maneira generosa, o Senador Raimundo me possibilitou voltar ao Senado Federal, para defender os pleitos que julgo mais justos para o meu Estado.

            Foram 120 dias de prática permanente, de diálogo construtivo, de trabalho parlamentar gratificante e de generosidade por parte de todos os colegas Senadores e Senadoras.

            Recebi todo o apoio do nosso ilustre Presidente Senador Garibaldi Alves; do Líder do meu Partido, Senador Raupp; dos Senadores Eduardo Azeredo, Paulo Paim, Pedro Simon e Osmar Dias; e da Senadora Rosalba Ciarlini. Eu os cito em razão de emendas, de projetos, que, ao solicitar, aceitavam as proposituras dos projetos que tramitam nesta Casa, mas vários deles declinaram em seguida. Também recebi apoio da Bancada catarinense, a Senadora Ideli Salvatti e o nosso eminente colega e companheiro Senador Neuto de Conto; dos servidores da Casa; de todos os funcionários do gabinete; da Consultoria Legislativa e da Secretaria-Geral da Mesa, que realizam, todos os dias, um trabalho incansável para nos servir.

            Sr. Presidente e nobres colegas, esta hora de saída, de despedida, deve ser também a hora de um resumo das atividades. Acho que isso é um direito que a Casa exige de nossa parte.

            Portanto, gostaria de aproveitar a oportunidade para apresentar um breve histórico de minha atuação nesses quatro meses aqui na Casa.

            Durante esse período, pronunciei 18 discursos sobre questões ligadas ao meu Estado, sobre matérias legislativas de minha autoria que foram aprovadas ou que estão em tramitação e sobre temas nacionais candentes, como a crise atual do sistema financeiro internacional, a Rodada Doha, que foi um tema muito abordado - hoje, ainda se fala muito disso -, a importância da descoberta do petróleo na camada pré-sal e o programa do biodiesel.

            Aliás, sobre a questão das energias alternativas, vale lembrar o 26º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, realizado de 24 a 26 de agosto passado, na Cidade de Colônia, na Alemanha, em que tive a honra de participar como representante do Senado Federal. Nessa reunião, em todos os debates, o tema dominante foi a questão das energias alternativas. É questão no mundo inteiro. Hoje, é questão pontual.

            Considero igualmente importante citar pronunciamento que fiz, no dia 10 de setembro passado, sobre a aplicação dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Na minha opinião, os bancos de desenvolvimento não-federais deveriam ter o direito de aplicar recursos do FAT. Essa solicitação foi feita à Senadora Rosalba Ciarlini, do Rio Grande do Norte, Relatora dos Projetos nº 320, de 2003, da Senadora Slhessarenko, e nº 6, de 2005, do Senador Osmar Dias, que prevêem que as cooperativas de crédito tenham o direito de aplicar esses recursos, que são do FAT. Dessa forma, renovo meu pedido e meus agradecimentos à ilustre Senadora Rosalba, que é a Relatora e incluiu em seu relatório os bancos públicos de desenvolvimento não-federais - matéria que ainda será votado na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária.

            Será um grande evento, um grande feito se pudermos incluir esses bancos que não são federais por lei, mas exercem o mesmo papel. São bancos públicos de abrangência regional, que têm um papel extraordinário nessa função, como é o caso do BRDE, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul do Brasil.

            Outro momento marcante no meu retorno a esta Casa se deu no dia 27 de agosto, com a aprovação neste plenário do Substitutivo do Senador Eduardo Azeredo ao Projeto de Lei da Câmara dos Deputados nº 18, de 2002, que permite o uso dos recursos depositados no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para pagamento de parte do preço de aquisição de lote popular para uso residencial com área de até 250 m². É um pequeno lote para aquele que não tem a sua casinha, mas que, se for aprovado esse projeto, poderá usar recurso do FGTS para esse fim.

            E ainda mais: o ilustre Senador Azeredo incluiu parcialmente em seu Substitutivo o PLS nº 203, de 2000, de minha autoria, que autorizava o trabalhador a pagar mensalidades escolares dos ensinos médio e superior com recursos do FGTS.

            Como disse em pronunciamento recente sobre o assunto, ao apresentar tal projeto, que levou o título de “O Passaporte Universitário”, pensei no estudante com poucos recursos, na questão da profissionalização e na formação dos jovens, notadamente daqueles que não tinham condições de cursar a faculdade escolhida ou um curso profissionalizante de sua preferência. E aí, sim, ou é um parente, ou é o pai, ou é um padrinho ou alguém que possa destinar algo do seu Fundo de Garantia para que ele possa, então, continuar os seus estudos e terminar sua faculdade ou seu curso profissionalizante.

            Recentemente, Sr. Presidente, reapresentei outro projeto - aliás reapresentei, semana passada, esse projeto - que institui Contribuição Social para a Defesa Civil (CSDEC) e transforma o Fundo Especial para Calamidades (Funcap) em Fundo Nacional para Defesa Civil (Fundec).

            Em síntese, o grande objetivo dessa proposição é o de dotar a sociedade de um sistema eficiente de defesa civil, com pessoal altamente qualificado, com boa infra-estrutura e com recursos financeiros suficientes para a realização de um bom trabalho. Com a sua aprovação, milhares de brasileiros, sobretudo os mais carentes, aqueles que vivem em áreas de alto risco, seriam os maiores beneficiados. Por outro lado, com a reformulação desse Fundo Nacional de Defesa Civil, seus recursos deixariam de depender das dotações orçamentárias que estão sempre sujeitas a contingenciamentos.

            Essa é uma proposta que vai aliviar, sem dúvida alguma, questões de enchentes, catástrofes, calamidades que ocorrem todos os anos no Brasil. Sabemos que, todo ano, após o dia 25 de dezembro - Natal - e a virada do ano, as catástofres, as enchentes ocorrem sempre, e estamos cansados de ouvir isso. Toda vez os prefeitos levantam as suas calamidades e as levam aos governos estaduais, e toda vez também não há recursos para as defesas civis. Aí, vêm as propostas a Brasília, chegam aqui depois de meio ano, vão à Casa Civil; é editada medida provisória, vem para a Casa, vem para o Congresso Nacional e, quando isso vai ser votado, o posto de saúde já está caído; a escola, caída; a saúde, caída; aquele negócio não reconstruído depois de meio ano. Não é possível. Temos que ser mais previdentes no Brasil.

            Outra proposta legislativa, Sr. Presidente, nobres Colegas, que deixo em tramitação beneficia diretamente o setor agropecuário, restabelecendo exclusão, da base da cálculo da contribuição do empregador rural pessoa física, das receitas que especifica e, dessa forma, evita o efeito cascata sobre cadeia produtiva do setor.

            Esse é um exemplo do meu Estado, que produz mudas para reflorestamento. O meu projeto propõe a tributação no produto final industrializado e que não seja cobrado na compra de mudas; no material genético da ave, da suinocultura, no que adquire o pequeno produtor para produzir o leitão, o suíno. No abate é que vão incidir os impostos, para não haver a bitributação, que ocorreria caso os impostos fossem cobrados na compra do material genético pelo pequeno produtor. É a esse ponto que nos estamos referindo.

            Chamo atenção também, Sr. Presidente, para um projeto de minha autoria que dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em medicamentos de uso veterinário. Por que isso? Porque nós já temos os genéricos nos remédios para pessoas, nos recursos humanos; por que não na questão do agronegócio? Por que não estender o uso dos genéricos para os produtos veterinários, a fim de baratear os custos dos alimentos, principalmente de carnes? Há muita especulação em relação a isso.

            Então, essa é uma proposta que tramita nesta Casa, que considero de fundamental importância.

            No mais, gostaria, Sr. Presidente, nobres Colegas, de terminar este pronunciamento dizendo que voltei a esta Casa com a mesma motivação que tive...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Senador Casildo Maldaner, gostaria de lembrar que os Senadores querem participar deste momento de despedida. Três Senadores estão pedindo para aparteá-lo, mas V. Exª estava concentrado em seu pronunciamento. Os Senadores Geraldo Mesquita, Heráclito Fortes e Gilberto Goellner querem participar deste momento.

            O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Pois não, Sr. Presidente, com muita honra.

            Antes de concluir, com a benevolência de V. Exª, ouço, com muita honra, o Senador Gilberto Goellner.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Minha benevolência, amigo, não pode ser do tamanho da saudade que V. Exª vai deixar. Pode usar da palavra pelo tempo que achar conveniente.

            O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Novamente, conto com a bondade de V. Exª.

            Ouço, com muita alegria, esse Senador que é do sul e que muito bem contribuiu com Mato Grosso nos últimos tempos. Nós vamos sentir saudades.

            O Sr. Gilberto Goellner (DEM - MT) - Com muita surpresa, recebo hoje esta despedida. Mas eu gostaria de parabenizá-lo, Senador Casildo Maldaner, primeiro por V. Exª fazer parte de um grande grupo político composto pelo Senador Colombo e V. Exª na suplência, da mesma forma que, no Estado de Mato Grosso, também fiz parte do grupo do saudoso Senador Jonas Pinheiro, que nos deixou, com muitas saudades. Foi um prazer imenso conhecê-lo nesta Casa, uma surpresa muito grata. Primeiro, por saber da sua dedicação, seu trabalho municipalista, seu grande amor por esse Estado belíssimo que é Santa Catarina, independentemente de V. Exª ter nascido no Rio Grande do Sul, conterrâneos que somos, de cidades próximas. Tivemos vidas paralelas e hoje nós nos encontramos nesta Casa. Então, saúdo V. Exª dizendo da importância de sua passagem aqui pelo Senado, por sua inteira dedicação aos assuntos do seu Estado e do Brasil. O senhor nos deixa exemplos da sua integridade, do seu trabalho dedicado, permanente aqui no plenário, nas comissões, o trabalho que o senhor deixou nestes poucos quatro meses. Sabemos da importância também do Senador que chega, o Senador Colombo, que, da mesma forma, representa com orgulho Santa Catarina, mas esperamos reencontrar V. Exª. Não desista dos seus propósitos, dos seus ideais, da sua dedicação pelo Estado de Santa Catarina. Nosso muito obrigado. O Senado perde um grande companheiro. Obrigado e felicidades na sua nova missão no BRDE de Santa Catarina.

            O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Acolho com muita alegria o aparte do Senador Gilberto Goellner, que, aliás, substitui com muita dignidade também o velho amigo Jonas Pinheiro, com quem tivemos a honra de conviver aqui nesta Casa.

            Vim para cá em 1995 e aqui nos encontramos. Aliás, eu e o Jonas Pinheiro já éramos colegas na Câmara dos Deputados, em outros tempos, e V. Exª tem uma missão muito importante, principalmente agora, nos atuais tempos, com esta crise internacional de commodities, principalmente do agronegócio brasileiro, que tem, no PIB brasileiro, em torno de 40%. V. Exª - eu sei - não dorme quase, pensando no que representa isso para o Brasil, para os produtores especialmente, em todo o nosso território nacional. Acolho com muita alegria, Senador, o seu aparte.

            Senador Mesquita, lá do nosso grande Acre, lá do extremo, daquela região distante; quer dizer, distante talvez seja Santa Catarina, dependendo de onde nos encontremos.

           O Sr. Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - AC) - Senador, V. Exª acaba de dar um exemplo de homem público nesta Casa. Nós tivemos o privilégio de contar com sua presença aqui nesses últimos quatro meses. Infelizmente, o período eleitoral nos impediu de estarmos mais amiúde, porque V. Exª estava no seu Estado, cada um de nós estávamos em nossos Estados. Eu sou testemunha de que seu mandato, sua participação nesta Casa foi extremamente profícua. V. Exª se envolveu no debate, na discussão de temas relevantes nesta Casa e acaba de nos brindar - como eu disse há pouco - com o exemplo de homem público.

           O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Muito obrigado.

           O Sr. Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - AC) - V. Exª conclui o mandato que lhe foi outorgado em razão da licença de nosso companheiro Colombo e presta conta de suas ações. Isso é que eu acho de fundamental importância, Senador Maldaner, não é só o fato de V. Exª vir aqui e se despedir de seus pares, mas prestar contas do que V. Exª fez nesta Casa. Independentemente do tempo de mandato, da dimensão da responsabilidade que temos, é dever de cada um de nós, ao final do cumprimento de uma meta, de um mandato, de um período em que estivemos envolvidos com alguma missão, com alguma responsabilidade, prestarmos conta do que fizemos. E V. Exª aqui destacou, sabemos disso, apenas aqueles projetos, aquelas ações que mereceram sua maior atenção, além de outras. V. Exª certamente não tem o tempo necessário aqui para registrar com minudência a sua participação nesta Casa nesses últimos quatro meses, mas deixa aqui uma mensagem, um exemplo a ser seguido nesta Casa de tantos homens e mulheres ilustres. O exemplo é este: prestar contas do que fez não só a seus pares, a esta Casa, mas à população do seu Estado e do Brasil, porque V. Exª é um Senador do Brasil, além de representar com muita dignidade o seu Estado. Quero parabenizá-lo por isso e desejar que o seu retorno se faça com a maior urgência porque V. Exª dignificou esta Casa com a sua participação nesse período que lamentamos ter sido tão curto.

           O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Senador Mesquita Júnior, recebo com alegria e com muita honra, as suas palavras, até porque estou acompanhando os passos de V. Exª, apesar de, como disse, estarmos em período eleitoral. Mas deu para aquilatar a maneira como V. Exª coloca os temas que debate, com calma, com harmonia, com profundidade, com uma intelectualidade exuberante. Aprendi a conhecer a maneira como V. Exª se conduz nesta Casa.

           Ouço com muita honra o Senador Heráclito Fortes, colega também na Câmara dos Deputados nos bons idos. Santa Catarina conhece muito de perto suas idas ao nosso Estado.

           O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI) - Meu caro Senador Casildo Maldaner, o que é bom dura pouco.

           O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Obrigado.

           O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI) - V. Exª vai sair daqui com essa sensação e todos nós também. Eu mais ainda porque, com bem disse V. Exª, o conheci quando aqui chegamos na Câmara dos Deputados, fazendo parte da Executiva do PMDB, que era composta de feras; nós éramos talvez os noviços daquele período. Ulysses Guimarães, Miguel Arraes, Cid Sampaio, Pedro Simon, Renato Archer e por aí afora e nós estávamos ali cumprindo o nosso papel e tivemos o privilégio de, naquela época, acompanhar talvez a mais bela página da história deste País, que foi exatamente o caminho da redemocratização: das Diretas Já à eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. E V. Exª se despede, hoje, exatamente no dia em que se comemoram os 20 anos da Assembléia Constituinte em solenidade promovida pelo Governo Lula. V. Exª participou do período anterior, que construiu e que possibilitou que tivéssemos a Constituinte Cidadã, e já naquela época se destacava, tanto é que entrou na Executiva representando um grupo do qual fazia parte. V. Exª foi Senador, deixou aqui uma digital, uma marca, um estilo e, depois, voltou ao seu Estado. Agora, retorna em circunstâncias provisórias, mas V. Exª tem o perfil do Senador permanente pela história, pela luta e, acima de tudo, pela maneira como convive com os amigos, com os companheiros, com os colegas. Portanto, felicito V. Exª por ter, nesse período que aqui passou, deixado novamente a sua digital, não para mim, que já o conhecia, mas para os que vieram a conhecê-lo aqui, nesse convívio fraterno no Senado da República. Tenho certeza de que a relação de V. Exª com esta Casa é a de um bumerangue: vai e volta. Nós vamos esperá-lo.

           O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Recordo com alegria, Senador Heráclito Fortes, daqueles bons tempos. Eu lembro bem, e V. Exª recorda... Aliás, V. Exª é uma enciclopédia ambulante: sabe de tudo, não se esquece de nada, lembra das Diretas Já, em 1985, de Dante de Oliveira, enfim, dos grandes momentos da vida pública.

           Muito obrigado. V. Exª é muito conhecido em Santa Catarina pelas suas incursões.

           Com muita honra, concedo o aparte ao Senador João Pedro, do Amazonas, com quem tive também a alegria de conviver nesses meses aqui.

           O Sr. Antonio Carlos Valadares (Bloco/PSB - SE) - Senador Casildo, depois, eu gostaria de pedir um aparte a V. Exª.

           O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Pois não, Senador Valadares, em seguida eu lhe concederei o aparte.

           O Sr. João Pedro (Bloco/PT - AM) - Senador Maldaner, eu quero registrar, na hora em que V. Exª faz o balanço do período em que aqui esteve, que conheço V. Exª como homem público do Brasil presente no Congresso Nacional e tive a satisfação de conviver com V. Exª nesses últimos meses aqui e admirá-lo no dia-a-dia, nos apartes, no tratamento que dispensa aos colegas quando dos nossos encontros nos corredores, nas Comissões; enfim, V. Exª é um grande homem público, que tem uma visão nacional, representa seu Estado, mas trabalha com uma visão nacional e internacional. Tive o prazer de fazer alguns apartes a V. Exª, refletindo a conjuntura internacional. Meu desejo é o de que V. Exª continue sendo esse homem exemplar. V. Exª faz um balanço de quatro meses, poderia ser de quatro anos, de quarenta anos. Esses meses de convivência aqui no Senado foram suficientes para dizer que V. Exª é um grande homem público, é um grande parlamentar, é um grande Senador. Meu desejo é que V. Exª volte para cá para continuar contribuindo com pensamentos importantes, com reflexões importantes para a construção permanente desta grande Nação, que é o Brasil. Tive a satisfação de, numa conversa, ouvir V. Exª falar de pequenos Municípios do meu Estado por onde V. Exª passou na função de homem público. V. Exª passou por Maués, passou por Itacoatiara, passou por São Gabriel da Cachoeira. Veja que V. Exª é um parlamentar do Brasil. Parabéns pelo balanço e pela estada aqui. V. Exª sai do Senado, mas ao mesmo tempo fica nesta Casa, pelo seu exemplar comportamento. Muito obrigado

           O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Muito obrigado. Eu diria até Parintins.

           Ainda ontem o Senador Jefferson Praia homenageou Manaus pelo aniversário. Eu não estava presente - me contaram -, senão eu poderia ter citado parentes nossos que moram em Manaus e são lá de Santa Catarina. Em Manaus, há gente de todos os lugares.

           Cumprimento V. Exª que, como um jovem Senador, tem muito o que fazer pelo Amazonas. É jovem e tem um grande futuro pela frente, sem dúvida alguma. Não só o Amazonas mas também o Brasil inteiro têm em V. Exª muito por esperar, e, por ser moço, nós ainda haveremos de nos encontrar. Esperamos também que visite o nosso Estado, Santa Catarina, que irá recebê-lo de braços abertos.

           Com muita honra, antes de finalizar, ouço o ex-Governador Antonio Carlos Valadares, esse bravo Senador, de que fomos colegas na outra vez que aqui estivemos.

           O Sr. Antonio Carlos Valadares (Bloco/PSB - SE) - Senador Casildo Maldaner, o Senado Federal já registrou em outra oportunidade, quando de sua primeira passagem em caráter permanente por esta Casa, a atividade parlamentar intensa desenvolvida por V. Exª ao longo do seu mandato, representando esse grande Estado de Santa Catarina, que tem tantos representantes dignos nesta Casa. V. Exª, agora substituindo um seu colega Senador Colombo, mostra, mais uma vez, não só nessa tribuna como nas comissões, com participação em tempo integral, a sua competência, a sua desenvoltura, o seu amor ao Brasil e ao seu Estado. Eu não poderia deixar de fazer esse registro para reconhecer de público o valor do homem público que tem sido um exemplo, um padrão de eficiência, de trabalho, de honestidade, de ética, de decência. E como estamos precisando disso na vida pública! E V. Exª, na qualidade de suplente, demonstra que, apesar da solerte campanha que se faz muitas vezes contra o suplente, embora eleito indiretamente, demonstra por “a” mais “b” que o eleitorado é sábio, inteligente e conhecedor dos seus homens públicos. V. Exª assumiu em caráter interino por quatro meses e, nessa interinidade, demonstrou a todos nós, com o seu passado, seja como vice-Governador - V. Exª chegou a ser Governador também -, seja como Senador, com todos os méritos, que V. Exª chegou a esses postos porque teve o reconhecimento da sua gente, do seus eleitores, dos seus amigos, que têm verdadeira adoração por V. Exª. Eu sei de perto o quanto o povo de Santa Catarina o respeita e o venera pelas qualidades inerentes ao homem público que tem o respeito e o conceito qualificado do Senado Federal.

Portanto, meus parabéns por esses quatro meses de atuação parlamentar! V. Exª deixou nos Anais desta Casa bem registrado o seu trabalho. Daqui a dois anos novas eleições ocorrerão, e V. Exª poderá não só pleitear um cargo no Executivo, por muito merecimento, como no Legislativo; prefiro que V. Exª venha para perto de nós. Um abraço. Que Deus o ajude no seu Estado, na sua luta, no seu trabalho.

            O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Senador Antonio Carlos Valadares, muito obrigado. Não esqueço da época em que o confundia - isso há muitos anos - com o ator de uma novela, que era muito parecido com V. Exª. Não sei se era o mesmo, nunca lhe perguntei, mas me impressionou demais. Parecia um ator e televisão... 

            O Sr. Antonio Carlos Valadares (Bloco/PSB - SE) - Senador, eu agradeço, mas nunca participei de nenhuma novela, só da novela do dia-a-dia.

            O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Isso eu sei, a novela das lutas, dos embates, da defesa dos brasileiros, com perseverança, muitas vezes tento argumentar diferentemente, mas não tem jeito: o Valadares tem aquela linha, vai com calma e acaba, geralmente, prevalecendo a idéia dele.

            Muito obrigado, Senador Antonio Carlos Valadares.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Senador Casildo Maldaner, desculpe interromper, mas Deus escreve certo por linhas tortas. A grandeza de V. Exª é tão grande!

            Eu sei que Santa Catarina é grandiosa. O Brasil relembra Nereu Ramos, num dos momentos mais difíceis dessa história. Foi um Senador de Santa Catarina que garantiu a posse de Juscelino Kubitschek de Oliveira. Sem Juscelino Kubitschek de Oliveira nós não éramos nada. Nós não éramos orgulhosos de ser brasileiro.

            E a grandeza de V. Exª é tamanha que neste instante estou acompanhando. Dois ex-Ministros estão na nossa tribuna de honra, atentos, acompanhando o pronunciamento de despedida de V. Exª.

            Quis Deus estar aí Expedito Machado. Eu sou do Piauí e me formei no Ceará. Sei da grandeza de Expedito Machado na luta política e trabalhista. Nos momentos mais difíceis, quando os militares tomaram o poder, ele mostrou sua fidelidade a João Goulart. Ele, Ministro de Viação e Obras; depois, foi Constituinte. E é uma das páginas mais belas da história política do Estado do Ceará.

            E outro Ministro que me toca, porque fez da ciência médica a mais humana das ciências, é um benfeitor da humanidade e representa o Paraná é o nosso Boris da Silveira, que está também aí e foi Ministro da Saúde, com grandeza. E não está aí à toa. Ele é um dos artífices, um dos ícones, hoje, do ensino universitário a distância, da Eadcon, plantada lá em Palmas, no Tocantins, e que se irradia Brasil afora. Inclusive, no meu Piauí, há uma instituição muito forte. Então, além do carinho que V. Exª recebe dos companheiros, V. Exª tem dois ex-Ministros que estão atentos ao pronunciamento.

            O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Muito obrigado, Senador Mão Santa. Agradeço a presença dos ex-Ministros Expedito e Borges da Silveira. Quando S. Exª era Ministro da Saúde, eu era Vice-Governador. Eu recebi lá em Lages, quando lá desceu. E até vejo a presença do Laerte Ramos Vieira, que foi nosso Líder na Câmara dos Deputados, nas épocas duras. Laerte foi Líder nosso na Câmara dos Deputados. O filho de Laerte está presente, é lageano também. Borges da Silveira recebemos lá em Lages e levamos a São Joaquim, lugar mais frio e mais alto do Brasil.

            Com muita honra, Senadora Marisa, do nosso querido Mato Grosso do Sul, onde há muitos catarinenses, gaúchos, sulistas, que lá trabalham, sob o comando de V. Exª.

            A Srª Marisa Serrano (PSDB - MS) - Obrigada, Sr. Senador. Eu queria também falar em meu nome e, se permite o Senador Mário Couto, em nome dos companheiros do PSDB. Para nós, a sua vinda a esta Casa nos enriqueceu muito. Para nós, é sempre uma honra poder conviver com uma pessoa da estirpe e do caráter de V. Exª. Sei que o Senador Raimundo Colombo retorna, que é outro grande companheiro, mas eu queria dizer que V. Exª tem todas essas qualidades que a gente espera de um Senador e de um representante de um dos Estados mais bonitos deste País, um dos Estados mais desenvolvidos. Santa Catarina não tem só a riqueza da pesca, do minério, da agricultura. Sei o quanto devemos a Santa Catarina as frutas que se comem neste País. Não só a indústria ceramista, mas a indústria têxtil é tão importante para todos. Acredito muito que Santa Catarina, através dos seus portos, também auxilia todo o País. Possui uma área pequena, mas é um Estado enorme, não só na diversidade da sua riqueza, mas também na importância que tem para este País. Portanto, quero cumprimentar V. Exª e dizer que é sempre um prazer. V. Exª sabe que será sempre muito bem-vindo e que conta com grandes amigos que fez aqui, que estão sempre dispostos a caminhar nas mesmas lutas de V. Exª. Seja sempre bem-vindo e bom retorno a sua terra.

            O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Senadora Marisa Serrano, V. Exª declinou de algumas características catarinenses. E a maneira do catarinense é até uma das razões, embora há poucos meses aqui, por que tenho que prestar contas. O nosso pessoal é exigente. Os catarinenses querem saber, e aí você tem de prestar contas mesmo. É a natureza do catarinense, ele é exigente, no bom sentido. Tem que ter custo/benefício, e isso é natural, hoje faz parte disso. Mas recolho com muita alegria o seu aparte. Eu até diria, Senadora Marisa Serrano, depois das palavras de V. Exª, uma mulher representante e muito admirada por nós, catarinenses, até pelas ligações que tem o nosso Estado, nós, do sul, com a terra de V. Exª, o nosso Mato Grosso do Sul.

            Estou vendo aqui o meu mestre, o Senador Jarbas Vasconcelos, que foi nosso governador muitas vezes, nosso conselheiro, companheiro da Executiva, na época de Miguel Arraes, Chico Pinto, Pedro Simon, Ulysses Guimarães, sempre o nosso Presidente do Partido. Tive a honra de participar da Executiva Nacional, naqueles idos. E Jarbas sempre tem sido uma linha. Estou vendo que o Senador Jarbas está querendo dizer alguma coisa, então acho que nem vou ler mais o meu encerramento depois disso. Deixo que o Senador Jarbas faça esse encerramento, porque do Senado eu saio e volto ao BRDE, Senadora Marisa Serrano. O BRDE é um banco de desenvolvimento dos três Estados do sul. Eu saio do Senado e volto a ajudar na direção do BRDE, dos três Estados do sul e que, agora, com uma permissão do Banco Central, tem uma extensão no Mato Grosso do Sul, o que foi uma solicitação. O BRDE foi criado na época dos Governadores Brizola, Celso Ramos e Ney Braga, com 46 anos de existência. E nós temos uma missão de, dentro das peculiaridades dos seus Estados, das lutas em conjunto, desempenharmos um papel. Sei que o Senador Raimundo Colombo, quando voltar, na próxima semana, vai continuar os trabalhos que havia iniciado e dará seqüência àquilo que é o mais importante para todos nós, catarinenses e brasileiros.

            Com muita honra, Senador Jarbas Vasconcelos.

            O Sr. Jarbas Vasconcelos (PMDB - PE) - Senador Casildo, nós nos conhecemos há muitos anos. Conheci V. Exª no antigo MDB, no combate à ditadura, lutando pela redemocratização do País, pelo restabelecimento da liberdade, da democracia, dos direitos humanos, naquela época destruídos pelo regime de exceção. Depois conheci V. Exª já no Executivo: primeiro como Vice-Governador, tendo assumido posteriormente; depois, eleito já Governador, sempre com a mesma conduta, com a mesma dimensão, com o mesmo caráter e com as mesmas preocupações, que nunca ficaram restritas apenas a Santa Catarina; preocupações que foram sempre além das fronteiras do seu Estado. V. Exª sempre se destacou no nosso Partido, no MDB, e, posteriormente no seu sucedâneo, o atual PMDB, como um guerreiro, como uma pessoa que tem lado, uma pessoa que tem posições claras, posições assumidas, e que sempre pertenceu a uma secção do Partido muito aguerrida, ao lado de Luiz Henrique e de outros companheiros. Sua passagem aqui, embora breve, Senador Casildo, demonstrou mais uma vez essa sua preocupação. V. Exª nunca chegou aqui com um assunto menor, uma coisa pequena. Sempre chegou, primeiro, defendendo de forma intransigente o seu Estado e, depois, revelando a sua preocupação com os problemas que afligem o Brasil. De forma que foi uma passagem marcante - não poderia ser de outra forma -, face à sua sensibilidade e à sua preocupação para com as questões sociais e econômicas que o Brasil atravessa no atual momento. Quero dar-lhe o meu abraço e esse meu testemunho da sua seriedade. Poderia ser uma passagem discreta, mas V. Exª fez questão de, semanalmente, ocupar várias vezes esta tribuna de onde faz essa sua despedida, sempre com assuntos do maior interesse para o seu Estado e para todo o restante do Brasil. Portanto, receba a nossa solidariedade e a nossa admiração - seria dispensável dizer isso de público. Com toda a certeza, V. Exª voltará aqui mais vezes para dar sempre essa demonstração de eficiência, competência e sensibilidade. Um grande abraço para V. Exª.

            O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Muito obrigado, Senador Jarbas Vasconcelos. Encerro com as palavras de V. Exª, apenas fazendo um adendo. Vejo o Deputado Celso no plenário e registro, com muita honra, a presença dele que foi nosso colega na Câmara dos Deputados e Senador nesta Casa: o Senador Nelson Wedekin, catarinense, que deixou muita saudade para todos nós. Faço esse registro também com muita alegria.

            Muito obrigado, Sr. Presidente e nobres colegas.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/10/2008 - Página 41034