Discurso durante a 195ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Preocupação com a evolução dos acontecimentos no caso do seqüestro e morte da jovem Eloá, em São Paulo, e o confronto entre a Polícia Civil e Militar. Apresentação de requerimento de voto de pesar pelo falecimento do empresário Arthur Sendas.

Autor
Romeu Tuma (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA. HOMENAGEM.:
  • Preocupação com a evolução dos acontecimentos no caso do seqüestro e morte da jovem Eloá, em São Paulo, e o confronto entre a Polícia Civil e Militar. Apresentação de requerimento de voto de pesar pelo falecimento do empresário Arthur Sendas.
Publicação
Publicação no DSF de 22/10/2008 - Página 40952
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA. HOMENAGEM.
Indexação
  • COMENTARIO, GRAVIDADE, OCORRENCIA, POLICIA CIVIL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), MORTE, VITIMA, SEQUESTRO, FALTA, EXPERIENCIA, CORONEL, NEGOCIAÇÃO.
  • GRAVIDADE, CONFLITO, POLICIA CIVIL, POLICIA MILITAR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), OPINIÃO, ORADOR, NECESSIDADE, GOVERNO, ESPECIFICAÇÃO, POLICIAL, COMBATE, CRIME ORGANIZADO, GESTÃO, CRISE, CONHECIMENTO, LOCAL, TRABALHO, POSSIBILIDADE, TREINAMENTO, EXTERIOR.
  • HOMENAGEM POSTUMA, EMPRESARIO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, VIDA PUBLICA, DESENVOLVIMENTO, COMERCIO, VITIMA, HOMICIDIO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Senador Jarbas Vasconcelos e todos aqui presente, esta semana foi muito triste para São Paulo, esses últimos dez dias.

Sobre o problema do Lindemberg, o Senador está preparando um discurso e ficarei aqui atento, porque é uma situação bastante triste, preocupante e que traz a nós, que militamos tanto tempo na segurança, muita preocupação sobre a evolução dos acontecimentos, se os procedimentos foram certos ou errados. Não se pode primariamente criticar a Polícia permanentemente. Precisamos saber se tinham meios para usar, como andaram as negociações, porque o Gate de São Paulo também tem uma polícia especializada no exterior. Os negociadores são bons, Senador. Não quero atravessar o seu discurso porque sei que V. Exª o fez com cautela, mas nós que acompanhamos as negociações temos muita coisa a discutir pela evolução. Como a doutrina americana é para matar quem ameaça uma pessoa, passadas 12 horas ou 24 horas, manda matar, não tem conversa mole. No Brasil preferiram respeitar os direitos humanos de, Lindemberg. O coronel que chefiou a operação pensou: é um menino de 22 anos e tem direito a uma nova oportunidade. Ele achava que com as negociações chegaria ao final feliz. Só depois de ver as gravações, se percebeu que ele se achava o rei do sertão. Ele comandava as operações e todo mundo tinha medo.

Mas eu não vou entrar no mérito, pois prefiro ouvir V. Exª, que teve a cautela de fazer pesquisa e buscar informações.

Outro fato foi o confronto entre a Polícia Civil e a Polícia Militar de São Paulo, uma coisa que nunca poderia acontecer em Estado nenhum. Às vezes, eu me preocupo, Senador Mão Santa, com a criação da Guarda Nacional, que vai de um Estado para outro, e não tem realmente o conhecimento na cidade onde vai operar. O Governo tinha de investir em grupos especiais que dessem combate ao crime organizado e soubessem gerenciar momentos de crise como esse, porque existe uma série de fatores relacionados e hoje há uma experiência internacional muito grande. Criar uma polícia que treina o policial apenas para saber como atirar, como não atirar, e o coloca em uma rua onde ele nem sabe qual é a primeira esquina, ele terá dificuldade de executar seu trabalho. Invistam direto na polícia do Estado; combinem com o Governador; façam um acordo, e ele prepara essa polícia dentro dos padrões internacionais. Há a Escola Nacional de Polícia, que pode mandar policiais para os Estados Unidos, para a França, para a Inglaterra, que tem bons grupos de combate ao crime organizado e técnicas para o gerenciamento de crises. Então, para essas coisas a gente não pode deixar de buscar uma solução de futuro, não é, Senador Renan?

Mas o que me traz à tribuna é outra desgraça que aconteceu no Rio. Eu deixei sobre a mesa um voto de pesar pelo falecimento do Dr. Arthur Sendas, proprietário do grupo varejista Sendas, durante a madrugada dessa segunda-feira, no Hospital Samaritano, em Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de disparo por arma de fogo.

Eu conheci o Dr. Arthur Sendas há muitos anos. Para se ter uma idéia, todo final de ano, Senador Praia, ele manda um cartão de Natal com uma oração. Muito religioso, sempre gentil, sempre amigo, ele fez várias teorias do varejo, reequipou sua rede de supermercados. Vendeu uma parte para o Pão de Açúcar. Era uma pessoa de bem, correta, amável.

Infelizmente, tem um motorista que trabalha com ele há 30 anos. O filho desse motorista passou a trabalhar com seu neto, que viajou para o exterior; para trabalhar e estudar no exterior. Ele absorveu. Foi, provavelmente, ontem, discutir algum acerto de contas e acabou dando um tiro na cabeça do grande empresário, que faleceu quase de imediato no Hospital Samaritano.

Então, peço a V. Exª que envie à família e à empresa votos de pesar. Acho que já está sobre a mesa o voto de pesar pela morte desse ilustre empresário.


Modelo1 12/1/246:14



Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/10/2008 - Página 40952