O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR. Pela Liderança do PTB. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Senador Garibaldi Alves, hoje quero fazer um pronunciamento e, por coincidência, está ao lado de V. Exª o filho daquela pessoa a quem quero homenagear in memoriam. Quero falar aqui do médico, do ex-Deputado Federal Sylvio Lofêgo Botelho.

         Para mim, Senador Augusto, seu pai foi o meu grande professor de medicina, porque mesmo antes de assistir a minha primeira aula após passar no vestibular, ele me chamou para instrumentar uma cirurgia. Eu não tinha noção alguma de anatomia, de fisiologia ou de técnica cirúrgica, mas comecei ali a aprender os primeiros passos da cirurgia e, principalmente, aprendi o lado humano do médico Sylvio Botelho.

E durante os seis anos da medicina foi assim. Todas as minhas férias da faculdade que eu passava em Boa Vista, em meu Estado, aconteciam dentro do Hospital Nossa Senhora de Fátima, aprendendo medicina com Sylvio Lofêgo Botelho.

E ele foi também o meu professor de política. Ele foi Deputado Federal, era um homem íntegro, um pai de família exemplar que entrou para a política exatamente como eu, como o Senador Augusto Botelho, como o Senador Tião Viana. Como médicos, nós nos revoltamos com as injustiças sociais, com as dificuldades por que passam os mais pobres.

Por isso, resolvemos tratar de um doente maior, um doente social maior, que é o nosso Estado, que é o nosso País. Levamos para a vida pública os princípios humanísticos da medicina.

Quando hoje se completam trinta anos do falecimento de Sylvio Botelho, sei que a geração nova do meu Estado talvez nem tenha ouvido falar do Dr. Sylvio Botelho, mas, com certeza, aqueles que têm mais de 35 anos já ouviram falar e aqueles mais idosos foram seus clientes ou, de alguma forma, atendidos por suas mãos. No nascimento do meu primeiro filho, num parto cesariano, eu fui anestesista e auxiliar do cirurgião Sylvio Botelho.

Então, aprendi muito com ele na medicina e na política. Foi um homem que foi político durante três mandatos, morreu pobre, mas honesto, com o reconhecimento de toda a população do meu Estado.

Hoje, temos o prazer de conviver aqui com o seu filho, que relutou muito em entrar para a política. Quantas vezes eu dizia para o Augusto: “Vamos entrar, porque, se não entramos, deixamos o espaço aberto para os picaretas entrarem. Se os homens de bem não entram para a política, estão deixando as portas escancaradas para que os maus entrem, tomem conta dela e façam dela o mau uso que vemos por aí”.

Então, Sr. Presidente, tenho orgulho de registrar esta história do Dr. Sylvio Botelho. Quando falo que ele foi meu professor de política, em 1974, Roraima era um território federal e elegia apenas um Deputado, quando ele foi candidato a Deputado Federal e eu fui candidato a suplente de Deputado Federal. Exista essa figura, como a do suplente de Senador hoje. E perdemos a eleição por menos de 500 votos.

Naquela época, éramos todos da Arena. O candidato que venceu - um ex-Governador do território - o foi pela Arena I; e o Dr. Sylvio Botelho, pela Arena II. Não tivemos direito a um fiscal na eleição, porque a Arena I indicou todos os fiscais. Então não tivemos um fiscal sequer. E não tivemos direito a um fiscal na apuração, porque, naquela época, a apuração era nas cédulas, marcadas. Então, eu até desconfio se nós realmente perdemos aquela eleição. Mas o certo é que é importante registrar - e peço, Sr. Presidente, que fique registrada nos Anais desta Casa - a biografia do Dr. Sylvio Botelho, que foi médico, foi Deputado Federal, ocupou inúmeros cargos na vida pública do meu Estado como Secretário-Geral, que equivalia à figura do Vice-Governador, ocupou a Secretaria de Saúde e inúmeros outros cargos que aqui estão registrados. Teve uma atividade parlamentar intensa, recebeu inúmeras condecorações.

Eu, portanto, hoje, quero abraçar não só o Dr. Augusto Botelho, nosso colega Senador, mas também sua mãe, Dona Flora, que, espero, esteja nos ouvindo, seus filhos e a todos que conheceram pessoalmente, ou através da história, esse personagem ilustre da história roraimense.

Peço, portanto, Senador Augusto Botelho, que conste do meu pronunciamento a biografia resumida do seu pai, Dr. Sylvio Lofêgo Botelho.

Muito obrigado.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

Biografia de Sylvio Botelho.

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