O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Tião Viana, tão médico e tão Senador; Dr. José Yoshikazu Tariki, Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; Dr. Ognev Meireles Cosac, Presidente da Regional do Distrito Federal da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; Dr. Carlos Oscar Uebel, Primeiro Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; Dr. Liacyr Ribeiro, Presidente de Honra da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; e, puxando brasa para minha sardinha, saúdo, em nome dos cirurgiões plásticos do Piauí, o Dr. Pascoal Pinheiro, figura de destaque no meu Estado; Srªs e Srs. Senadores, quando apresentei, meses atrás, o requerimento que deu origem a esta Sessão Especial de homenagem à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), não imaginava que eu próprio estaria, nesta ocasião, me recuperando de um procedimento que fiz recentemente - não uma operação plástica, mas uma cirurgia, de qualquer modo, que, embora penosa, necessária.

Seja como for, Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srs. Cirurgiões, fiz questão de vir a esta tribuna para, em breves palavras, deixar registradas minhas congratulações à SBCP pela passagem de seus 60 anos de existência - 60 anos de trabalho sério, voltado para a excelência, trabalho que certamente contribuiu de forma decisiva para o reconhecimento internacional unânime que alcançou a nossa cirurgia plástica. Não é por acaso, aliás, que o patrono da cirurgia plástica no Brasil, Dr. Ivo Pitanguy, é também um dos brasileiros mais ilustres, mais conhecidos internacionalmente, atestando claramente essa excelência a que me referi. Também não é casual o fato de que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica é atualmente uma das maiores associações mundiais em sua especialidade.

Merece destaque o fato de que SBCP é mais do que uma associação profissional, é uma entidade científica, voltada para o objetivo de promover e aprimorar o estudo da cirurgia plástica no Brasil. Todo ano, são organizadas cinco jornadas científicas e um congresso nacional, o que dá oportunidade a que todos os mais de quatro mil associados possam trocar experiências e atualizar seus conhecimentos em contato com especialistas de todo o Brasil e do exterior.

Essa preocupação com a formação contínua e especializada faz com que o título de “especialista”, concedido pela SBCP, tenha um peso significativo, consistindo, efetivamente, em um reconhecimento inequívoco e inquestionável da excelência profissional daquele que é considerado apto a portá-lo.

         Hoje também se inicia o 45º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, que acontece aqui mesmo em Brasília - aliás, esta homenagem que hoje prestamos aos 60 anos da SBCP se inscreve também na programação desse evento. É com muita satisfação que recebemos e damos as boas-vindas a Brasília a todos os cirurgiões plásticos que vieram de todo o País e do exterior para este grande encontro, que, tenho certeza, mais uma vez honrará a tradição de excelência de nossos cirurgiões e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

         Quero terminar, Sr. Presidente, evocando aqui a peculiaridade do trabalho do cirurgião plástico, que, ao intervir cirurgicamente nos corpos, está agindo também - e muitas vezes com mais força e conseqüências - nas mentes. Ao lidar com a forma como aparecemos para nós mesmos e para os demais, é muitas vezes no nível simbólico, no nível das representações, mais até do que no nível físico, que está atuando o cirurgião plástico. Esse trabalho é único, unindo os aspectos técnicos e científicos da medicina cirúrgica com os elementos mais sutis da psicologia individual e social.

         Mais uma vez, expresso meus parabéns à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica pela passagem dos seus 60 anos e pelo excelente trabalho que sempre realizou, saudando a todos os cirurgiões plásticos brasileiros na pessoa do atual Presidente da SBCP, Dr. José Yoshikazu Tariki.

Mas, Sr. Presidente, gostaria, também, de deixar o registro para talvez as quatro vertentes que marcam a história da cirurgia plástica na nossa Nação. Refiro-me ao internacionalmente conhecido Dr. Ivo Pitanguy, que se destacou no Rio de Janeiro, ganhando, logo em seguida, o mundo - as primeiras referências do Dr. Ivo se deram quando ele, ainda muito jovem, acudiu aquelas aflitas crianças e jovens que foram vítimas de um incêndio num circo, na cidade de Niterói; o Dr. Antonio Estima, que desenvolveu a cirurgia plástica no Sul do País, mais precisamente no Rio Grande do Sul; o velho Perseu Lemos, do Recife. Tive oportunidade, quando estudante, de conviver com a figura extraordinária e lendária de Dr. Perseu. Lembro, ainda, o Dr. Paulo de Castro, em São Paulo. Estes são homens que formaram alunos, criaram escolas e que, ainda vivos, podem se dar ao luxo de ver que tudo aquilo que plantaram no Brasil está sendo colhido pelos seus sucessores, pelos seus discípulos, pelos seus alunos.

Portanto, faço esta referência, Sr. Presidente, pedindo desculpas se omiti alguém, mas não gostaria, de maneira nenhuma, de deixar de citar essas quatro referências que, distribuídas geograficamente nas diversas regiões do nosso País, podem mostrar a todos - eu, um leigo na matéria - o sentimento e a liderança que essas quatro figuras deixam marcados na Nação brasileira.

A todos, portanto, participantes do 45º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, que hoje se inicia, desejo todo sucesso, já antecipando que esse encontro será, com certeza, extremamente rico e proveitoso para todos.

         Muito obrigado. (Palmas.)

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