Discurso durante a 218ª Sessão Especial, no Senado Federal

Lançamento oficial do primeiro Pacto Global pela Cidadania da Infância.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL.:
  • Lançamento oficial do primeiro Pacto Global pela Cidadania da Infância.
Aparteantes
Paulo Duque.
Publicação
Publicação no DSF de 21/11/2008 - Página 46810
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • ELOGIO, INICIATIVA, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), SAUDAÇÃO, LANÇAMENTO, PACTO, CIDADANIA, INFANCIA, SIMULTANEIDADE, PROMOÇÃO, SENADO, SEMANA, VALORIZAÇÃO, CRIANÇA, CULTURA, PAZ.
  • IMPORTANCIA, PREPARAÇÃO, CRIANÇA, CONSCIENTIZAÇÃO, VALOR, EXERCICIO, CIDADANIA, OFERTA, POSSIBILIDADE, DESENVOLVIMENTO, INVESTIMENTO, FUTURO, PAIS, EXPECTATIVA, MOBILIZAÇÃO, SOCIEDADE.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mão Santa, já vou começar a abreviar pela saudação às autoridades que compõem a Mesa: em nome do Presidente, das crianças que compõem a Mesa, das crianças presentes e das crianças de todo o Brasil, cumprimento todos.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nada se insere mais apropriadamente nesta semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz, promovida pelo Senado Federal pela primeira vez este ano, do que o lançamento desse Pacto Global pela Cidadania da Infância.

De fato, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faz parte da valorização da infância e da promoção de uma cultura da paz, que vem atrelada a essa valorização, a preocupação em preparar nossas crianças para o pleno exercício da cidadania - o que significa considerar nossas crianças não apenas como sujeitos ou portadores de direitos, que desde sempre são, mas, sobretudo, já lançando, a partir delas, uma mirada para o futuro, lembrar que serão, também, atores políticos, cidadãos no sentido ativo, não apenas portadores, mas atores de direitos e deveres.

Preparar nossas crianças para desempenhar plenamente o papel de cidadãos é, sem dúvida nenhuma, não só algo que devemos a cada uma delas, no sentido de que devemos nos preocupar em garantir os meios necessários para o pleno desenvolvimento de suas faculdades e potencialidades, mas também algo que devemos à sociedade como um todo.

Essa preparação para a plena cidadania é um ingrediente necessário, indispensável, para o cultivo de uma cultura de paz. Por isso, considero altamente louvável a iniciativa da Organização pela Preservação Ambiental, no âmbito da Conferência Criança Brasil no Milênio, de propor este 1º Pacto Global pela Cidadania da Infância, reunindo diversos atores em torno do compromisso de “contribuir para a construção e manutenção de um mundo melhor com as crianças - e não para as crianças” - , garantindo tratar as crianças como cidadãos e cidadãs que merecem atenção e respeito prioritários.

Fornecer as possibilidades e os meios para as crianças estabelecerem uma ordem de referência coletiva própria e não apenas se adaptarem ao “mundo construído pelos adultos” e fornecer as possibilidades e os meios para que as crianças possam desenvolver suas capacidades e habilidades para identificar, defender e transmitir sua identidade e cultura nas relações com outras crianças e com adultos.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quando investimos em nossas crianças, estamos investindo em nosso futuro. O futuro de nosso País depende das crianças de hoje.

Se quisermos uma cidadania mais ativa, mais capaz de influir nos destinos da Nação, mais apta ao exercício cotidiano da política, mais consciente e exigente, temos de dar aos nossos futuros cidadãos as condições para concretizarem essa aspiração.

Se quisermos ver florescer entre nós, cada vez mais, uma cultura da paz, é desde hoje que devemos plantar as sementes que frutificarão no futuro.

Os valores fundamentais que orientam a cidadania democrática - os valores da igualdade, da liberdade, da tolerância, do respeito mútuo, da eqüidade - têm de ser aprendidos e desenvolvidos. Temos de saber como traduzi-los em nossas práticas sociais e políticas cotidianas e temos de saber quando não o estamos fazendo.

Ganhar plena consciência disso não é simples. Cuidar para que nossas crianças ganhem essa consciência, portanto, é uma condição incontornável para a consolidação, entre nós, de uma verdadeira cultura democrática. E essa consolidação, tenho certeza, Sr. Presidente, trará consigo o estabelecimento das bases de uma verdadeira cultura da paz, uma cultura na qual os conflitos se resolvem não de maneira violenta, mas de forma conciliadora e pacífica.

Parabéns à Organização por essa bela iniciativa. Desejo que esse pacto agora proposto efetivamente mobilize nossa sociedade para que, no futuro, possamos colher os bons frutos que nossas crianças, então adultas, saberão com certeza produzir, tendo tido as oportunidades necessárias.

Sr. Presidente, procurei ser o mais rápido possível. Encerro aqui a minha fala, dizendo que já participei de várias solenidades este ano, solenidades de homenagem, solenidades especiais, sessões especiais, mas, sem dúvida, com todo o respeito às demais, esta está sendo a mais importante deste ano.

Já vi, aqui, sessões especiais com flores, com muitas flores, com este plenário todo enfeitado, mas, sem dúvida, esta está sendo a sessão mais bonita de toda a história do Senado Federal.

Concedo, com muito prazer, um aparte breve ao nobre Senador do Rio de Janeiro, Senador Paulo Duque.

O Sr. Paulo Duque (PMDB - RJ) - Senador Valdir Raupp...

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Nas sessões especiais, normalmente, apenas os microfones das tribunas ficam ligados, mas V. Exª pode usar a tribuna.

O Sr. Paulo Duque (PMDB - RJ) - Solicitei o aparte devido à exigüidade do tempo.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - A tribuna está à disposição do Senador Paulo Duque.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - Se V. Exª quiser usar a tribuna, já estou encerrando.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Não, refiro-me à tribuna da direita.

O Sr. Paulo Duque (PMDB - RJ) - Só quero fazer um aparte ao meu Líder.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Sim, mas é preciso que V. Exª venha à tribuna, porque os microfones estão desligados. Nas sessões especiais, em que o público que está sentado nas cadeiras não pode participar, o som não fica ligado, mas a outra tribuna está à disposição do excelente Senador Paulo Duque, que representa o Estado do Rio de Janeiro.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - Nobre Senador Paulo Duque, venha à tribuna fazer a sua fala rapidamente.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - E Shakespeare disse: “Junte a experiência dos mais velhos [no caso, ele] e a ousadia dos mais novos [no caso, o Senador Valdir Raupp] e teremos a sabedoria”.

O Sr. Paulo Duque (PMDB - RJ) - Meu aparte durará apenas um minuto, Senador Mão Santa. Senador Valdir Raupp, ouvindo o seu discurso e olhando bem para essas crianças, lembrei-me de um verso de um poeta imortal do meu Estado, da minha cidade: Casimiro de Abreu. Ele disse, em um de seus magníficos poemas: “Oh! Que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais”. Só queria inserir esses versos de Casimiro de Abreu, do século passado, para essas nossas queridas crianças que aqui vieram, que nos ouvem, e que talvez não tenham a dimensão desta sessão. Muito obrigado.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - É verdade, nobre Senador Paulo Duque. Qual a pessoa, homem ou mulher, acima dos 70 anos, que não daria tudo, tudo o que tem na vida, para voltar a ser criança? Esses versos reforçam ainda mais a idéia de que precisamos valorizar as crianças do nosso País.

Muito obrigado, Presidente. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/11/2008 - Página 46810