Discurso durante a 228ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração da quarta Semana do Senado Federal de Acessibilidade e Valorização da Pessoa com Deficiência.

Autor
Serys Slhessarenko (PT - Partido dos Trabalhadores/MT)
Nome completo: Serys Marly Slhessarenko
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL.:
  • Comemoração da quarta Semana do Senado Federal de Acessibilidade e Valorização da Pessoa com Deficiência.
Publicação
Publicação no DSF de 03/12/2008 - Página 48912
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PARTICIPANTE, COMEMORAÇÃO, SENADO, ELOGIO, INICIATIVA, CONJUGE, RENAN CALHEIROS, SENADOR, CRIAÇÃO, SEMANA, ACESSO, VALORIZAÇÃO.
  • COMENTARIO, EMPENHO, AUTORIDADE, INCENTIVO, INTEGRAÇÃO SOCIAL, POPULAÇÃO, BRASIL, DEFESA, NECESSIDADE, ADAPTAÇÃO, AREA, CULTURA, LAZER, MEIOS DE TRANSPORTE, ACESSO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA.
  • IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, ENTIDADE, INICIATIVA PRIVADA, UTILIDADE PUBLICA, ESPECIFICAÇÃO, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), LUTA, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, ELOGIO, INSTITUIÇÃO BENEFICENTE, DESENVOLVIMENTO, TRABALHO, INTEGRAÇÃO SOCIAL, BUSCA, QUALIFICAÇÃO, TRABALHADOR, EMPRESA, INTEGRAÇÃO, MÃO DE OBRA, PESSOA DEFICIENTE, MERCADO DE TRABALHO, GARANTIA, CIDADANIA.
  • REGISTRO, EMPENHO, ORADOR, TENTATIVA, REALIZAÇÃO, CONGRESSO, DEBATE, TURISMO, INCLUSÃO, UTILIZAÇÃO, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, CAPACIDADE PROFISSIONAL, SETOR, MELHORIA, ATENDIMENTO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, EXPECTATIVA, CRIAÇÃO, SECRETARIA, MUNICIPIOS, GARANTIA, DIREITOS, ACESSO.
  • ELOGIO, EMPENHO, FLAVIO ARNS, PRESIDENTE, COMISSÃO MISTA, PLANO, ORÇAMENTO, FISCALIZAÇÃO, VIABILIDADE, RECURSOS, SETOR PUBLICO, INVESTIMENTO, INICIATIVA PRIVADA, BUSCA, ACESSO, VALORIZAÇÃO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, senhores e senhoras que estão na Mesa, gostaria de elencar o nome da cada um, mas vou fazê-lo no nome de Maurício de Sousa, saudando a todos e todas que estão na Mesa, Mônica, Cebolinha, lindos que estão, enfim a todos e todas.

Antes de iniciar, quero lembrar que estamos aqui na IV Semana do Senado Federal de Acessibilidade e Valorização da Pessoa com Deficiência. Quem realmente iniciou esse projeto foi a Srª Verônica Calheiros. Portanto, quero prestar a minha homenagem a Verônica, que foi quem teve essa idéia brilhante.

Sr. Presidente, senhores e senhoras, Srªs e Srs. Senadores, não vou aqui, como Senadora, tecer aquele rosário de reclamações, tampouco destacar o quão especiais são cada um e cada uma dessas pessoas, que, com as limitações impostas pela vida, conseguiram superar e demonstrar que normal é ser feliz, é viver uma vida plena de realizações, seja com deficiência ou não.

Não preciso falar que nossos atletas paraolímpicos, que não ser por que usam esse prefixo “pára”, uma vez que precisam treinar e se esforçar tanto ou mais que os ditos atletas olímpicos. Ninguém pode falar que Terezinha Guilhermino, Ádria do Santos, Clodoaldo, André Brasil, Daniel Dias, Rosinha, Lucas Prado ou Jerusa Santos (estes dois do meu Estado de Mato Grosso) e muitos outros não são ídolos esportivos. São exemplos a ser seguidos por todos os jovens, por superação, esforço e compromisso com o esporte, independente de possuírem limitações físicas ou não.

Já está comprovada, senhoras e senhores, reafirmada e convalidada a capacidade dessas pessoas especiais, que nasceram ou adquiriram alguma espécie de obstáculo na vivência diária, o que não os impedem de viver, de estudar, de aproveitar o que de belo há nesta vida, que é viver.

Não é preciso valorizar quaisquer crianças, adolescentes ou adultos. Eles próprios já são de um valor imensurável. Não sou eu ou qualquer um dos senhores ou das senhoras que irá falar que eles precisam ter valor. Eles já os têm. O que precisamos é que aqueles que possuem o poder de decisão trabalhem de forma inclusiva, lembrando que a sociedade é composta por uma grande variedade de indivíduos e que todos são diferentes. Não somos uma massa homogênea, pelo contrário, somos heterogêneos e precisamos ter isso respeitado em nossa sociedade.

As diferenças devem ser privilegiadas e tornadas comuns, não normais, porque isso elas já as são. Não há anormalidade na diferença. A anormalidade, sim, é o desrespeito ao diferente e isso, sim, deve ser execrado e intolerado. O preconceito e o desrespeito aos direitos daqueles que se distinguem não pode ser aceito, nem mesmo tolerado.

É fundamental que escolas, parques, bibliotecas, museus, shoppings, ruas, cinemas, ônibus, metrôs, enfim, tudo deve ser adaptado, guiado pela acessibilidade, para que todas as pessoas possam realmente viver uma vida normal, no sentido de ter acesso a tudo o que todos os outros têm, sem dificuldades extras. Não é preciso impor mais barreiras além daquelas que já possuem.

Devo destacar a atuação de associações, institutos e entidades do terceiro setor que buscam a inclusão por meio da garantia de uma vida mais fácil, lutando pela acessibilidade, pela retirada dos obstáculos impostos por uma cultura segregacionista que afasta do convívio o que é diferente.

A atuação da AACD é fundamental para a garantia de uma vida saudável, dando qualidade a milhares de pessoas no Brasil. Para mim, é uma referência de ajuda ao próximo, que busca mudar o mundo, mesmo que seja um mundo de pessoas que, de outra forma, poderiam nem ter o direito de conhecer.

Quero aqui destacar um instituto que conheci nos últimos meses e cujo trabalho me tocou muito. É o Instituto Muito Especial, que desenvolve um trabalho primoroso de inclusão, buscando a capacitação de indivíduos e empresas, integrando a mão-de-obra especial ao mercado de trabalho, ação essencial para derrubar preconceitos e demonstrar que não há diferenças intransponíveis.

A inserção no mercado de trabalho é uma medida que garante cidadania, integração e, principalmente, estabelece para o indivíduo o sentimento de utilidade e independência por meio da capacidade de prover a si próprio e evidenciar que sua limitação é apenas uma dificuldade que pode ser facilmente transposta com a tão falada acessibilidade.

Estamos lutando para a realização de congressos voltados para o turismo de inclusão, por meio de emendas ao Orçamento na área de eventos. Assim será possível capacitar o setor turístico para a recepção de mais este cliente: as pessoas com deficiência.

Nada pode ser negado à pessoa com deficiência, e o Instituto Muito Especial provou isso, fazendo uma grande viagem pela América do Sul, comprovando que o turismo adaptado é possível e viável, só basta força de vontade do empresariado e do Governo.

Assim como neste discurso, muitos foram os “nãos”, precisamos mudar isso e passar a utilizar mais “sins”, quando tratamos de pessoa com deficiência. Sim, elas podem: trabalhar, estudar, passear, ter uma vida social ampla, acesso a tudo, viver a vida em sua plenitude. O sim deve ser a regra e não uma concessão. A acessibilidade não é um benefício, não é um olhar benevolente de políticos e empresários, mas um direito que deve ser observado e garantido.

Como já disse, ser diferente não é anormal. O normal é ser diferente. A anormalidade é o preconceito e a discriminação.

Espero que um dia todos os Municípios brasileiros tenham secretarias de acessibilidade, que garantam a aplicação dos conceitos de acessibilidade em toda a cidade, viabilizando o direito constitucional de ir e vir de todos os indivíduos.

E faço aqui uma referência especial ao meu companheiro Senador Flávio Arns. Como Senadora e membro da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, fui Relatora da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), e sei o quanto muitos lutaram, especialmente sob a liderança de Flávio Arns, a fim de que conseguíssemos emplacar alguma coisa, não é, meu Senador Flávio Arns? Não conseguimos tudo o que buscávamos. E depois de passar noites em claro, até às três da manhã, lutando e labutando para que determinadas emendas fossem conquistadas, não conseguimos tudo que buscávamos, mas conquistamos uma que foi importante - não é, Senador? -, que foi a viabilização de recursos públicos que não poderiam ser transferidos para entidades privadas, para atender a investimentos que busquem a acessibilidade e a valorização da pessoa com deficiência.

         Na LDO, nós marcamos ponto. Realmente, fizemos essa emenda prevalecer e conseguimos passá-la, sob a liderança do nosso Senador Flávio Arns. Trata-se do art. 34 da Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano de 2009. Havia outras emendas; infelizmente, não conseguimos aprovar todas aquelas que considerávamos necessárias, mas alguma coisa conseguimos fazer de muito concreto.

Acredito que a cada Senador, a cada Senadora, a cada Deputado, a cada Deputada, a cada um foi garantida uma parte, uma parcela, por menor que seja, no momento em que lhe foi dado oportunidade, como me foi dado, ao fazer a Lei de Diretrizes Orçamentárias do País para 2009, e nós conseguimos. E, realmente, esse foi um sucesso bastante grande.

Muito obrigada.

Um abraço carinhoso a todos e a todas. (Palmas.)

E quero anunciar que os personagens aqui presentes se chamam, na verdade, Luca e Dorinha. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/12/2008 - Página 48912