Discurso durante a 228ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Realização de reunião amanhã do PMDB, com o fim de deliberar sobre a candidatura ou não do partido à presidência do Senado Federal.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO.:
  • Realização de reunião amanhã do PMDB, com o fim de deliberar sobre a candidatura ou não do partido à presidência do Senado Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 03/12/2008 - Página 49037
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • ANUNCIO, REALIZAÇÃO, REUNIÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), DETERMINAÇÃO, POSIÇÃO, ELEIÇÕES, PRESIDENCIA, SENADO, CRITICA, DEMORA, DELIBERAÇÃO, AUMENTO, EXPECTATIVA, RESULTADO, DEBATE.
  • DEFESA, IMPORTANCIA, EXISTENCIA, CANDIDATO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), PRESIDENCIA, SENADO, REPRESENTAÇÃO POLITICA, MAIORIA, CONGRESSO NACIONAL.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Garibaldi, Srªs e Srs. Senadores, fiz questão absoluta de usar o meu tempo de inscrição como segundo orador inscrito, nesta noite, porque gostaria de avivar o registro de que amanhã o PMDB realiza um ato que para mim será da maior relevância.

O PMDB amanhã realiza duas reuniões: uma, à noite, terá a natureza e o caráter festivo; e a outra, Senador Casagrande, às 15 horas, na tarde de amanhã. Confesso que me bati pela realização dessa reunião, porque acho que ela será de extrema importância.

O PMDB amanhã, conforme deliberamos em reunião realizada na semana passada, na presença de um número significativo de Senadores da bancada, resolveu marcar essa reunião para a tarde de amanhã, para, enfim, deliberar sobre um assunto, como disse o Senador Renato Casagrande, que adentrou nesta Casa e que faz parte já do nosso debate. Ou seja, amanhã o PMDB decide se terá ou não candidato à Presidência do Senado Federal. O propósito, o objetivo dessa reunião é exatamente esse.

Como disse, eu me empenhei para a realização dessa reunião, porque acho que esse é um assunto que não pode ser tratado pelos corredores; que não pode ser tratado, a não ser pelo conjunto dos Senadores do PMDB, em linha reta.

“Linha reta”, Senador Flávio Arns, é a expressão que usa um companheiro nosso, que assiste aos jogos do Botafogo. Aqui em Brasília, há um bar ali na Asa Norte, chamado Só Drink’s. Quando estou em Brasília, vou lá, assisto ao jogo no meio da semana e, nos raros fins de semana que passo aqui, também vou lá e assisto aos jogos, junto com o meu filho, que é botafoguense doente. E temos lá um companheiro. O jogo em andamento, o Botafogo naquela firula, naquele jogo de passe para lá, passe para cá, Senador Garibaldi, e o Neguinho - nós o chamamos carinhosamente de Neguinho - levanta-se e decreta: “Linha reta”.

Ele é muito querido. E me inspirei no Neguinho. Quando nosso time resolve seguir a orientação do Neguinho, as coisas acontecem de forma positiva, mas, quando fica naquela “fuleragem”, como dizem os conterrâneos lá do Ceará do Senador Inácio Arruda, a coisa não vai bem. E, na política, como sou neófito, eu me inspirei no Neguinho, para entender que precisamos tomar uma decisão. O PMDB precisa tomar essa decisão. 

Eu confesso, Senador Garibaldi, que, na minha cabeça, o meu entendimento é o seguinte: o Presidente Lula, o Presidente da República, conquistou o direito de ser o mandatário da Nação; isso o Presidente da República conquistou nas urnas. Da mesma forma, Senador Garibaldi, o PMDB conquistou nas urnas o direito de ter maioria na Câmara e no Senado. E diz a tradição neste Congresso Nacional que a maior bancada numa Casa e noutra tem a prerrogativa de indicar o candidato a Presidente da Casa. Então, são duas coisas que precisamos levar em consideração: a tradição e o resultado das urnas.

Ninguém nega ao Presidente da República, por exemplo, o direito de ser, é claro, o Presidente da República, porque ele conquistou isso nas urnas, assim como o PMDB conquistou o direito de ter maioria nas duas Casas. Para mim esse é um raciocínio em linha reta, cristalino. Agora, é um direito também do PMDB abrir mão disso, Senador Renato Casagrande; em nome de algum consenso na Casa ou seja lá o que for, também abrir mão disso. O que acho inadmissível é que o PMDB postergue, leve esse assunto até a exaustão, porque há no PMDB companheiros que têm a maior expectativa com relação a isso, a essa decisão a ser tomada. O PMDB terá candidato próprio ou não? Na minha terra, por exemplo, eu sou cobrado. Nós temos a candidatura do Senador Tião Viana, que é um parlamentar do meu Estado. Na minha terra, eu sou cobrado: em quem o Senador Geraldo Mesquita vai votar?

Eu não tenho o menor receio de dizer aqui, Senador Casagrande, de boca cheia, como se diz, na hipótese de o PMDB decidir amanhã - e amanhã não se está cobrando que o PMDB lance candidato; amanhã se cobra que o PMDB delibere se terá ou não candidato. Não se cogitam nomes por enquanto. Nomes o PMDB tem vários, tem muitos. Eu diria que tem vinte. Qualquer um deles teria a estatura para sentar ali na cadeira onde está sentado o Senador Garibaldi. Mas é necessário que a gente delibere.

O processo foi aberto. O processo está em curso e, na minha cabeça, linear, de linha reta, eu acho que não há outros elementos a serem buscados e que o PMDB tem condições, sim, de sentar amanhã e deliberar sobre essa questão, que para mim não é tormentosa.

Não sei que outro elemento a mais deveríamos agregar para tomar essa decisão. Decisão tomada amanhã, o PMDB terá candidato. No momento oportuno, lá na frente, numa seleção natural dentro do partido, esse candidato sairá.

Outra decisão: o PMDB não terá candidato. Os companheiros ficam liberados. Eu fico liberado. Todos ficaremos liberados, superaremos essa tensão. Eu acho que será bom para a Casa, será bom para o PMDB. E eu aqui, com toda a honestidade, digo: me bato pela tese de que o PMDB deva ter candidato, pelos argumentos que já expus aqui. Agora, disciplinadamente, me submeterei à decisão que o PMDB tomar.

Espero que amanhã a nossa reunião seja decisiva. Confesso que não agüento mais. Eu só não admito uma decisão amanhã: que o PMDB decida que não decidirá nada, por enquanto, porque aí - vão me perdoar os meus queridos companheiros - essa não é uma decisão de um partido grande do Senado Federal que deveria estar claramente colocado nesta Casa, conduzindo esse processo, inclusive, junto com os demais partidos, para uma solução.

A decisão de não tomar decisão nenhuma não é decisão para mim. Nós devemos essa satisfação internamente ao Partido; devemos satisfação a esta Casa; devemos satisfação ao povo brasileiro. E essa decisão haverá de sair amanhã. E espero, faço votos, como eu disse, a única decisão que me deixaria completamente arrasado seria o PMDB decidir que não vai decidir, Senador Mão Santa. Aí seria o fim da picada, como se diz no português claro.

Portanto, amanhã, eu quero saber exatamente se o meu Partido terá candidato, e a escolha do nome se dará de forma natural até o processo eleitoral se iniciar, ou se o meu partido não terá candidato. E aí, sim, o PMDB, qualquer das duas decisões, deverá se compor com os demais partidos desta Casa no sentido de conduzir o processo de eleição da nossa nova Mesa, de forma a assegurar que tudo transcorra na maior normalidade, em nome do bom senso, em nome do consenso que deve viger e prevalecer nesta Casa.

Fiz questão de falar, Senador Garibaldi - e aqui agradeço a V. Exª -, porque acho que este é um fato político de extrema relevância. Eu, como membro do PMDB, confesso, venho angustiado este tempo todo, acompanhando as notícias de jornais, acompanhando a movimentação, acompanhando o não decidir, que, para mim, é um desastre, para mim é uma decisão catastrófica, isso porque ela não constrói, ela é negativa; ela não constrói.

Então, Senador Garibaldi, agradeço mais uma vez o fato de estar aqui nesta tribuna para anunciar que nosso Partido, amanhã, às 15 horas, se reunirá para tomar uma importante e grave decisão. E logo a seguir, quem sabe, estaremos, num segundo momento, num congraçamento de toda a bancada, aliviados, festejando uma decisão ou outra, porque tenho certeza de que este será o clima, o sentimento de todos nós. Era a comunicação que eu queria fazer, Senador Garibaldi, concitando todos os companheiros do PMDB.

Aqui tive hoje a garantia, partida do nosso Líder, Senador Raupp, de que essa reunião de fato se realizará. Houve um bochicho de que ela seria adiada, o que para mim seria muito ruim também. E amanhã, finalmente, a Casa, o País conhecerá uma decisão tomada pelo maior partido desta Casa, que é o PMDB do Senador Mão Santa.

Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/12/2008 - Página 49037