Fala da Presidência durante a 228ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao grande vulto da história potiguar, o Monsenhor Walfredo Gurgel. Solidariedade à causa dos aposentados e pensionistas.

Autor
Garibaldi Alves Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Garibaldi Alves Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM. PREVIDENCIA SOCIAL.:
  • Homenagem ao grande vulto da história potiguar, o Monsenhor Walfredo Gurgel. Solidariedade à causa dos aposentados e pensionistas.
Aparteantes
Mário Couto.
Publicação
Publicação no DSF de 03/12/2008 - Página 49085
Assunto
Outros > HOMENAGEM. PREVIDENCIA SOCIAL.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, PRONUNCIAMENTO, ROSALBA CIARLINI, SENADOR, HOMENAGEM, CENTENARIO, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, WALFREDO GURGEL, SACERDOTE, EX SENADOR, EX GOVERNADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), ELOGIO, ATUAÇÃO, VIDA PUBLICA, COMPROMISSO, AREA, SAUDE, EDUCAÇÃO, INFRAESTRUTURA, DESENVOLVIMENTO SOCIAL.
  • MANIFESTAÇÃO, SOLIDARIEDADE, LUTA, APOSENTADO, CRITICA, DESCUMPRIMENTO, PREVIDENCIA SOCIAL, COMPROMISSO, GARANTIA, DIREITOS, REGISTRO, REUNIÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), APRESENTAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), REFERENCIA, COBRANÇA, DIVIDA ATIVA, BRASIL, ABRANGENCIA, DEBITO PREVIDENCIARIO, QUESTIONAMENTO, CONDUTA, GOVERNO FEDERAL, ATUALIDADE, FACILITAÇÃO, PAGAMENTO, DEBITOS, DISCRIMINAÇÃO, BENEFICIO PREVIDENCIARIO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Os Senadores e Senadoras vão permitir que eu acrescente algumas palavras - inclusive peço a compreensão do Senador Papaléo Paes - às da Senadora Rosalba Ciarlini a respeito desse grande vulto da nossa história, sobretudo da história do Rio Grande do Norte, que foi o Monsenhor Walfredo Gurgel.

Eu diria aos Srs. Senadores e à Senadora Rosalba que acompanhei de perto a trajetória do Monsenhor Walfredo Gurgel a partir da sua eleição para o Governo do Rio Grande do Norte, em 1965. Aliás, quando o Monsenhor Walfredo Gurgel desembarcou em Caicó, sua terra natal, quem o entrevistou, quem fez com ele a primeira entrevista como Governador do Estado fui eu, na qualidade de jornalista meio amador. Entrevistei para a Tribuna do Norte o Monsenhor Walfredo Gurgel, que foi o sucessor do Governador Aloízio Alves.

Justiça seja feita. O Monsenhor Walfredo Gurgel foi um homem que governou, como disse a Senadora Rosalba, com a maior austeridade, com o espírito de economia que, às vezes, era mal compreendido por alguns, porque o Monsenhor Walfredo Gurgel era daqueles que saíam apagando as luzes, as lâmpadas do seu gabinete de trabalho.

Sacerdote que foi, naquele tempo, não houve problema para ele ser licenciado pela Igreja. Como sacerdote, ele disputou o Senado e o Governo do Estado e foi, como Senador e Governador, um homem público que deixou uma obra que ainda hoje é relembrada com saudade, como fez a Senadora Rosalba Ciarlini: governador que construiu o primeiro pronto-socorro do Estado, governador que construiu, como ela disse, vários estabelecimentos educacionais de grande porte.

E pensem os senhores de onde veio esse dinheiro. Esse dinheiro, naquele tempo, não veio do Governo Federal. O Governo Federal não tinha esse dinheiro disponível para fornecer aos Estados. O dinheiro vinha das economias feitas pelos cofres públicos ou para benefício dos cofres públicos pelo Monsenhor Walfredo Gurgel, como Governador do Rio Grande do Norte.

Portanto, no momento do seu centenário, ele, que foi Senador da República, representou aqui uma região que sempre deu Senadores da República ao Brasil, como o ex-Senador e também ex-Governador Dinarte Mariz, como José Augusto Bezerra de Medeiros, como José Bernardo e de tantos outros Senadores.

De modo que quero me associar à Senadora Rosalba, para dizer que ela traçou um perfil muito veraz, muito apropriado do Monsenhor Walfredo, do governo humano que ele realizou, do governo dinâmico que ele fez, com obras em infra-estrutura, como a ponte rodoferroviária de Igapó. Portanto, o Rio Grande do Norte está de olhos voltados para o passado para enxergar aquele homem, que veio do Vaticano, que foi diretor de estabelecimentos de ensino em Caicó, e que, depois, doou-se à política e tornou-se um exemplo para todos nós.

Por outro lado, quero também trazer a minha solidariedade à causa dos aposentados. Infelizmente, depois de várias tentativas - o Senador Paulo Paim está aí como testemunha, assim como o Senador Mário Couto -, no nosso gabinete, não chegamos a um acordo com o Ministro da Previdência Social, José Pimentel. Não culpo o Ministro. Não diria que o Ministro seja um homem insensível. Não posso dizer isso, estaria cometendo uma grande injustiça. Na verdade, a Previdência Social é que se vem inviabilizando no sentido de cumprir com seus grandes compromissos, porque o grande compromisso da Previdência Social é para com os seus segurados, é para com os aposentados.

Meus senhores, hoje mesmo o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, esteve em nosso gabinete. S.Exª trouxe para nossa apreciação uma medida provisória e três projetos de lei relativos à cobrança da dívida ativa da Nação. Hoje, temos uma dívida ativa no patamar de mais de R$1 trilhão, parte da qual diz respeito aos débitos previdenciários; débitos previdenciários que não foram cobrados a tempo, e que poderiam, hoje, estar saudando essas obrigações para com os aposentados. (Palmas.)

         Na verdade, agora o Governo oferece todas as facilidades para que sejam pagos esses débitos. O problema é que o Governo pode até oferecer facilidades para que sejam pagos os débitos previdenciários, mas o que se quer saber é quando o Governo vai oferecer condições para que seja paga a grande dívida para com os previdenciários, para com os aposentados.

(Manifestação das galerias.)

O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Então, eu diria aos senhores exatamente o que foi dito aqui por um Senador, se não me engano o Senador Raimundo Colombo. S. Exª não está aqui no momento, mas disse - eu fiquei muito impressionado pela coincidência -, que o seu pai tem 85 anos, pagou para ter uma aposentadoria de dez salários mínimos e hoje mal tem uma aposentadoria de dois salários mínimos.

Pois o meu pai, Mão Santa, que tem 85 anos, pagou também para ter uma aposentadoria de dez salários mínimos, e hoje mal recebe dois salários mínimos. Então, isso precisa ser corrigido, porque senão, como muitos já disseram aqui, talvez eu esteja apenas repetindo aqui o que disseram o Senador Paulo Paim, o Senador Pedro Simon, o Senador Papaléo, o Senador Mão Santa, o Senador Alvaro Dias e o Senador Mário Couto, se isso não for corrigido - a Senadora Rosalba sabe muito bem e tratou também desse tema -, vamos marchar para ter uma aposentadoria apenas de um salário mínimo. Todo mundo vai terminar sendo nivelado por baixo. Não é isso, Paulo Paim? V. Exª é doutor na matéria. Porque não há um doutor na matéria...

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Queria ter a honra de lhe apartear.

O SR. PRESIDENTE (Garilbaldi Alves Filho. PMDB - RN) - V. Exª tem todo o direito. Aliás, sou eu que estou abusando de uma prerrogativa, porque não posso falar assim da Presidência.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Nada disso. Para nós é uma honra ouvi-lo.

O SR. PRESIDENTE (Garilbaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Só quem faz isso, porque tem autoridade, é Mão Santa.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Para nós é uma honra ouvi-lo, Presidente. Se V. Exª me permitir?

O SR. PRESIDENTE (Garilbaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Pois não, Senador Mário Couto. 

O Sr. Mário Couto (PSDB - PA) - Presidente, primeiro quero agradecer V. Exª e parabenizá-lo pelo fato de estar aqui conosco até esta hora. Isto nos alegra, nos dá força e nos motiva. A sua opinião sobre o Ministro é de que ele é um homem sensível. Tenho opinião contrária. Respeito a sua. Quando fui à primeira reunião, Presidente, disseram para mim: “Olha, Mário Couto, o “cara” é boa gente, rapaz, era defensor dos aposentados! Ele vai facilitar, ela vai conversar bem com vocês”. Fui para lá, vi a carinha dele toda dengosa e disse: “Esse cara é o cara, vai resolver”. Mas ele nos enrolou, nos desprestigiou, nos chamou de moleques, palhaços, não deu nem sinal de vida na última reunião, mandou dizer que não ia mais, e disse que depois mandava um documento. Então, para mim, ele é insensível. Não tem nenhuma sensibilidade no coração. Olha, Presidente, o maior sonegador da Previdência é o Poder Público. Esse que é o grande problema, Presidente! Se o Ministro Mantega veio dizer que a Previdência é deficitária, o maior sonegador é o Poder Público. Este é um jornal do meu Estado - vou lê-lo daqui a pouco -, de hoje, dizendo que meio bilhão de reais os Prefeitos comeram da Previdência; meio bilhão só no Estado do Pará. Então, Sr. Presidente, é uma questão de má vontade política, repito, má vontade política. Vão ter que fazer, vão ter que ajeitar, porque nós, eu incluo V. Exª, tenho certeza disso, não vamos arredar pé dessa questão. Não vamos. Da vigília, nós vamos para a rua, nós vamos para as praças e nós vamos fazer com que o Governo abra seu coração e se sensibilize. Então eu quero, resumindo, parabenizar V. Exª. Eu, desde que estou aqui, há dois anos, nunca vi uma atitude dessa de hoje de um Presidente. Por isso, estou agradecendo a V. Exª, parabenizando-o V. Exª, sim, é um homem sensível. V. Exª sim, nas reuniões, colocou posições sensíveis, chamou para si, chamou para a Casa, chamou para o Poder, chamou para o Senado, chamou a responsabilidade para o Presidente e tentou, por várias vezes, sensibilizar o Ministro. V. Exª, sim, é um homem sensível e de coração. Ele não. Ele não. Ele é insensível, ele tem alimentos na geladeira, ele tem carro, ele ganha mais de R$15 mil por mês. Quinze mil? Isso é piada. Ganha mais de R$20 mil por mês, terá uma bela de uma aposentadoria no final da sua carreira e está jogando os aposentados no lixo, não quer nem saber. Mais uma vez, parabéns pela sua postura.

(Aplausos nas galerias.)

O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Agradeço ao Senador Mário Couto.

Quero terminar registrando a presença da Deputada Luciana Genro. Poderíamos encontrar uma maneira de ela falar. Eu não, mas garanto que Mão Santa resolve.

(Aplausos nas galerias.)

O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Mas quero terminar dizendo que, agora, vou anunciar o Senador Papaléo Paes. Depois, vai falar o Senador Paulo Paim, que está numa ansiedade grande para falar. Ele disse que tem uma audiência na TV Senado a esta hora. Não sei o ibope dele, quem está fornecendo essas informações. Mas acredito, Paulo Paim, que, claro, tanta mobilização deve ter sensibilizado. E é claro que sensibilizou. Eu gostaria de ressaltar o trabalho de todos, mas sobretudo o seu trabalho. V. Exª tem sido determinado, como determinados são todos os Senadores que estão voltados para essa causa. E agora, eu não tinha visto, chegou o Senador Flávio Arns, que deve ter se preparado para passar a noite toda.

(Aplausos nas galerias.)

O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Agradeço os elogios, como sempre muito generosos, desse amigo, Senador Mário Couto. Desejo que isso que estamos vendo aqui possa prosseguir, possa conseguir o êxito que todos nós almejamos.

Todos sabem que os projetos foram parar na Câmara. Foram aprovados aqui no Senado os três projetos de Paulo Paim e foram parar na Câmara.

Paulo Paim está ao lado de um ex-Deputado,...

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - João Paulo.

O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - ...João Paulo, que é um defensor dos trabalhadores, sempre foi.

Eu vou conceder a palavra ao Senador Papaléo Paes, que já está na tribuna. Isso é uma maneira de cassar a minha palavra. Isso é uma rebelião contra o Presidente da Casa.

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Pelo contrário, quero ficar mais próximo de V. Exª. Quero ouvir V. Exª falar mais próximo.

 O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Senador Papaléo Paes, a tribuna é sua, V. Exª pode ficar. Quanto à Presidência, V. Exªs vão me permitir... Já me ofereceram até um caldo, mas aqui não posso tomar nem caldo.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Eu que coloquei aí para os meus eleitores.

O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Veio da sua casa? Não, veio do pessoal daqui.

Está aqui a Drª Cláudia Lyra. Acho que vocês não deveriam pedir a ela que fique até as 6 horas, porque assim não contarei com ela amanhã. Mas ela tem sempre se mostrado, claro, muito dedicada.

         Passo, com toda a honra, a presidência ao Senador Romeu Tuma na certeza de que vão valer a pena essas vigílias, esse esforço, esse trabalho, esse sacrifício, essa canseira. Tudo isso valerá a pena, porque, como dizia Fernando Pessoa, “tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

Muito obrigado.


Modelo1 5/17/241:15



Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/12/2008 - Página 49085