Discurso durante a 228ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo ao Presidente Lula em favor dos aposentados e pensionistas de nosso País.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PREVIDENCIA SOCIAL. EDUCAÇÃO.:
  • Apelo ao Presidente Lula em favor dos aposentados e pensionistas de nosso País.
Aparteantes
Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 03/12/2008 - Página 49114
Assunto
Outros > PREVIDENCIA SOCIAL. EDUCAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL, RETIRADA, DIREITO ADQUIRIDO, TRABALHADOR, DESRESPEITO, PRINCIPIO CONSTITUCIONAL, REPUDIO, REDUÇÃO, BENEFICIO PREVIDENCIARIO, APOSENTADO, MANUTENÇÃO, FATOR, NATUREZA PREVIDENCIARIA.
  • REGISTRO, RECEBIMENTO, ORADOR, CONCESSÃO HONORIFICA, COMPROMISSO, LUTA, DEFESA, FUNCIONARIO PUBLICO, APOSENTADO, PENSIONISTA.
  • DISCORDANCIA, EMPENHO, GOVERNO FEDERAL, LIBERAÇÃO, RECURSOS, SALVAMENTO, BANCOS, COMBATE, CRISE, SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL, DEFESA, NECESSIDADE, PAGAMENTO, DIVIDA, APOSENTADO, PENSIONISTA.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, EPOCA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), PRECARIEDADE, ENSINO PUBLICO, AUMENTO, INDICE, REPETIÇÃO, ANO LETIVO, REGISTRO, POSIÇÃO, BRASIL, PAIS, AUSENCIA, EDUCAÇÃO, CRIANÇA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Meus cumprimentos ao Senador José Nery, aos Parlamentares presentes, aos bravos senhores e senhoras presentes que representam os aposentados do nosso Brasil e aos que nos assistem pelo sistema de comunicação.

Cristovam? Cristovam já foi dormir.

Senador José Nery, aqui eu trago um diploma que muito me orgulha. Quando aqui chegamos, houve uma luta em defesa dos aposentados. O Governo do nosso Presidente Luiz Inácio - eu votei nele em 1994 -, mal-assessorado, fez uma reforma da Previdência. Foi uma lástima!

Tirou direitos adquiridos, conquistados, feriu a Constituição. Velhinhos que já tinham pago a vida toda, fez outros contratos taxando-os. Foi um desastre, mas um desastre mesmo, que me permitiu trombar e dizer “tô fora”, como Rui Barbosa disse na sua vida política.

Rui Barbosa era do Governo. Fez nascer a liberdade dos escravos, a República, foi Ministro da Fazenda. Quando ele viu que, na República, se queria fazer o militarismo, dois militares, ia para o terceiro, ele disse: “Tô fora”. Este é um bom ensinamento para o Congresso de hoje e para o nosso Partido, Geraldo Mesquita. Vieram lhe oferecer de novo, de volta, a chave do cofre, o Ministério da Fazenda. E ele nos ensinou: “Não troco a trouxa de minhas convicções por um ministério”. Hoje esses Deputados estão trocando por qualquer migalha, principalmente os do nosso Partido, do PMDB.

Vendo aquilo, a luta foi grande. E o Paim, atento, corajoso, para minimizar o sofrimento, a desgraceira que trouxeram aos velhinhos aposentados, inventou uma PEC paralela. De repente, todos nós nos unimos e votamos a PEC paralela que minimizou, mas tirou direitos adquiridos e os taxou até o túmulo, cujo contrato já tinham cumprido.

Agora foi instituído - não foi agora, mas o fato é que estão pagando, estão sofrendo agora - esse fator redutor previdenciário. Pega o mapa-múndi e não existe isso, ô Luiz Inácio, não existe. O nosso Presidente tem viajado tanto, é só indagar: não tem fator previdenciário.

Aí está a mazela, e-mails, e a nossa luta.

Agora, a nossa preocupação, Geraldo Mesquita, é que o nosso País está aí, está uma barbárie. Isso não é civilização, e não era assim. Era um País organizado, civilizado. Na minha infância nós cantávamos, o Bilac dizia: “Criança, não verás nenhum país como este”. Éramos felizes, o Governo era organizado.

Eu estou aqui, preparado e muito preparado para estar aqui. Formado médico por faculdade de governo. Que boa faculdade! Que bons professores! Que bons brinquedos! A gente até se alimentava lá, no Ceará. Depois, fui me especializar em Cirurgia no hospital do governo. Eu era pós-graduado, no Rio de Janeiro, e trabalhei no Hospital dos Servidores do Estado, do Ipase, e saí pelo mundo afora. Voltei para a minha cidade, fazendo operação, como Pelé fazia gol.

Então, a gente tinha estrutura. E tudo foi o governo que fez. O próprio Luiz Inácio - quanto a esse negócio de dizer que é retirante, que nada! - é um bem-aventurado e um homem muito feliz. Está certo que saiu da sua terra, como milhares, mas ele encontrou uma escola muito boa: o Senai. O Senai era escola padrão. Posso dizer isso por que, no Piauí, foi meu tio-avô que criou esse complexo da Federação da Indústria, do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), do Senai, do Sesc. Ainda hoje, Senador Geraldo, sei o nome do diretor na minha cidade: José Aranha Pinheiro. Ele era uma figura austera, culta. O Senai era uma escola fabulosa, completa. Então, nosso Presidente foi um felizardo. Era uma escola técnica profissionalizante. Se quisesse ter feito Direito, ele poderia ter feito à vontade. Está aí o Geraldo Mesquita, que foi de escola pública, e olha aí sua capacidade. Está igual nosso Rui Barbosa. Fiz escola pública. Então, este era um país organizado.

O nosso querido Luiz Inácio tem de entender: o homem é um homem e suas circunstâncias. Ninguém escolhe a época que vai governar, ninguém a escolhe. Não se pode fazer o que quer, não! Fui prefeitinho da minha cidade e digo isso com carinho. Havia um rolo, um rolo, o monstro da inflação. Era complicado. Então, esse negócio de estar aqui de plantão... Dei muito plantão como médico, nos prontos-socorros, nas maternidades e na minha prefeitura, porque, todo mês, Geraldo Mesquita, a inflação era de 80%. “Não vai dar pra pagar. Estou lascado. Não vai dar.” E ficava até de noite para dar o reajuste salarial a que eles tinham direito. E, no fim, eu lhes pagava - tanto que estou aqui -, porque o dinheiro circulava, aumentava o ICMS, e entrava mais dinheiro. Mas era aquele problema que eu tinha de acompanhar.

Quando governei o Estado do Piauí, quando entrei a governá-lo, Senador Geraldo Mesquita, havia sete meses de folha atrasada. E essa situação tinha sido deixada pelo Dr. Alberto, pois houve complicações, fecharam o banco. O outro era adversário dele, não pagou um mês. Levou para frente. Mas meu problema era aquele, era do meu partido. “Vamos elegê-lo.” O problema era aquele: sete folhas em atraso. É duro. E os funcionários queriam tudo de uma vez, mas parcelei em 24 meses. Foi um calvário, porque eles queriam tudo, mas, hoje, eles entendem, tanto que eles me elegeram Senador. Não os botei para fora, paguei a prestação como foi possível, e eles votaram em mim, tanto que estou aqui. Mas o problema era aquele.

Isso sempre foi assim. Desembarcou aqui Dom João VI. O problema dele era, vamos dizer, criar a burocracia administrativa, abrir os portos. E a criou. O Brasil passou a crescer. Aí ele deixou para o filho dele. O problema era fazer a independência, e ele fez. Aí veio o filho do primeiro, o segundo, e o problema era manter a unidade, e ela foi mantida. O País não se dividiu. A América espanhola era dividida. E veio a República e os militares. Houve corrupção, as oligarquias do café com leite. Aí o Getúlio lá veio! Era uma corrupção eleitoral extraordinária! Mas, antes de Getúlio entrar, não havia estradas. E ele dizia: “Governar é fazer estradas”. E foi o que fez. Getúlio, estadista, sofreu uma guerra para entrar, quiseram botá-lo para fora, e, no fim, houve a Segunda Guerra Mundial. Mas ele deu essa estrutura, essa Previdência, o salário mínimo, o direito dos trabalhadores, o Departamento de Assessoria do Serviço Público (Dasp). Wagner Estelita tem um livro sobre chefia e administração no serviço público. Foi o primeiro diretor do Dasp. Era organizado este País. Getúlio falava só no dia 1º de maio. Como Luiz Inácio fala! Getúlio só falava em 1º de maio: “Trabalhadores do Brasil...”. Aí, haja benefício e direitos para esses trabalhadores: previdência, instituto e tal. O mundo quedou os regimes totalitaristas. Ele foi à guerra. Eu nasci no meio da guerra, comandada por Winston Churchill, por Franklin Delano Roosevelt, pela Rússia, de Stalin. E Getúlio, então, não podia continuar, cedeu para a democracia.

Dutra deu exemplo de austeridade extraordinária. Dutra era austero. Geraldo Mesquita, basta dizer que ele, quando terminou o seu mandato, pediu ao genro para que o ajudasse em uma casa. Isso é muito oportuno para este Governo aprender. Volta Getúlio Vargas, e Dutra sai do Palácio no Rio de Janeiro e vai para sua nova casa. Quando ele salta, diz ao genro: “Não posso pagar”. Era um sobrado grande. Foi por cinco anos Presidente, foi general, foi até marechal. Aí o genro diz: “Calma, calma! O senhor me mandou resolver. É de um amigo seu, que a ofereceu, que a emprestou”. Não podia. Ele se recusou a habitar a casa.

Mas aí vence a política. Juscelino tinha de fazer isto: o Brasil só era Rio e São Paulo, e ele trouxe a Capital para cá e levou indústrias para o Sul, que era uma região só agrícola. Graças a ele, o Sul e o Sudeste foram industrializados e, hoje, temos carros, navios, aviões. Criou a Sudam e a Sudene, para diminuir essas desigualdades sociais. E gerou desenvolvimento e otimismo! Assim foi. Cada um tem sua missão.

Vieram os militares, que acharam que combateram a corrupção, o comunismo. Houve civis extraordinários, e um deles foi João Paulo dos Reis Velloso, do meu Piauí, que foi, por vinte anos, a luz e o farol, sem nenhuma indignidade, nenhuma imoralidade, nenhuma corrupção. É a grandeza de nossa gente!

Petrônio Portella, no dia em que os militares, que fizeram uma reforma no Judiciário, adentraram este Congresso e o fecharam, disse: “Este é o dia mais triste da minha vida”. Com essa frase moral, eles mandaram reabrir este Senado. Nós é que somos o povo. Veio então - e foi Petrônio o ícone - essa transição, de fazer renascer e convencer os militares a passar para a democracia, sem truculência. Veio a anistia e tudo: o Presidente Tancredo, que se imolou; Sarney, que teve a sua missão de fazer a transição pacífica. Luiz Inácio capitaneava as greves. Houve dez mil ou mais greves, e Sarney, em sua paciência, enfrentou todas elas. Romeu Tuma era o seu cireneu.

Mas, atentai bem! Todos eles pagaram a Previdência, desde quando ela foi criada por Getúlio. Teve, nós conhecemos e podemos dar.

         Li um livro sobre Sarney. Está escrito que a mãe dele, D. Kyola, que hoje é santa, chegou para ele e disse: “Meu filho, não deixe que persigam os velhinhos aposentados”.

         Que mãe! Que santa! Ela não disse: “Não persiga, porque sabia que ele era generoso, que havia recebido educação cristã, que ela havia dado. Ela disse: “Não deixe.”

         É isso o que quero dizer ao Luiz Inácio. Não é ele que está perseguindo, mas ele está deixando os aloprados... Ele mesmo disse, num momento de grandeza, de felicidade, de autenticidade, quando estourou a maior vergonha, o mensalão, para manter essas mudanças, essas traquinagens, ele mesmo disse: “Estou cercado de aloprados por todo lado”. Há quarenta carimbados. Foi ele, o Luiz Inácio, que disse, na sua grandeza, na sua, vamos dizer, pureza, porque ele mesmo denunciou. Acho que ele se esqueceu desse aloprado da Previdência, que está aí. Denunciou os outros.

         Por que isso? É simples, e aqui estou. Aqui diz - a nossa posição não mudou nada de quando entramos aqui, pelos aposentados:

Instituto Mosap - Movimento dos Servidores Aposentados e Pensionistas.

O Instituto Mosap confere ao Exmº Sr. Mão Santa o título de persona grata, em reconhecimento à sua luta na defesa dos servidores públicos, ativos, aposentados e pensionistas, com digno voto na reforma da Previdência, honrando o juramento em cumprimento ao Estado democrático de direito e aos princípios fundamentais da Constituição Federal.

Brasília, dezembro de 2003.

Wellington Guilherme Domingos Francesco - Presidente

José Pinheiro - Secretário

O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Senador Mão Santa, V. Exª me concede um aparte?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Então, com muito orgulho, continuamos a merecer. Honra-nos e nos estimulou nessa luta.

Um aparte ao nosso líder, Paulo Paim.

O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Primeiro, cumprimentá-lo pelo diploma. O diploma do Mosap, Movimento dos Servidores Aposentados e Pensionistas do serviço público do Brasil, é mais do que justo pela sua luta aqui, na época da reforma da Previdência, e, depois, pela aprovação da PEC Paralela. Parabéns a V. Exª! Eu queria, Senador Mão Santa, enquanto V. Exª fala, dizer que a Cobap me apresentou aqui, com muita precisão, que estiveram na vigília conosco, aqui, no Senado, hoje, companheiros que vieram do Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Permita-me, Senador Mão Santa. Como na outra sessão, em que o Senador Mesquita fez a leitura, quero só ler aqui, neste momento, em homenagem à sua fala, um e-mail que veio do Rio Grande do Sul:

Queridos Srs. Senadores, vou ser curto e grosso, como diz o gaúcho. Vocês estão dando as suas vidas por nós e nós damos a nossa vida por vocês. Isso é justiça. Nem que para isso precisemos derramar o nosso próprio sangue.

Que Deus abençoe a todos vocês!

Um outro e-mail, que veio da Bahia, diz o seguinte: 

Agradeço aos Senadores e Deputados presentes. Seria muito mais tranqüilo estarem em casa dormindo o sonho dos justos, pois quem entra numa luta nobre como esta só pode [merecer um sonho justo. Os outros, com certeza, não terão esse mesmo sonho e poderão cair da cama.]

São dois e-mails de uma série que estamos recebendo aqui. Meus parabéns a V. Exª!

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - O Senador Paulo Paim traz a manifestação de dois e-mails, que traduz o que eles pedem.

Ô, Geraldo Mesquita, atentai! Luiz Inácio, creia, o filho de Deus não tinha esse som, não tinha televisão, mas ele subiu as montanhas e bradou: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois eles serão saciados”.

É só isso que eles estão pedindo. Isso é injustiça.

Rui Barbosa está ali e ele disse: “Justiça tardia é injustiça manifesta”.

Teve um contrato, um pacto, um acordo, um compromisso, um tratado de direito: os aposentados trabalharam dezenas, e dezenas, e dezenas de anos, uma vida. Pagaram para receber. Em país em que não se respeitam os contratos, os pactos, a palavra, a sociedade se transforma numa barbárie.

Não podemos fugir da verdade e ir para a mentira. Quanto? Fomos nós. A Pátria somos nós. Esse contrato foi feito e existe. Nós estamos numa campanha que acho tão grandiosa quanto quando Nabuco bradava e gritava para libertar os escravos. Quando Rui Barbosa fez a lei, a Princesa Isabel sancionou, e jogaram flores aqui.

Luiz Inácio, o Paim - a história se repete - fez tudo, a lei... Essa Câmara, V. Exª conhece mais do que nós. Luiz Inácio, numa decepção grande que foi do passado, Vossa Excelência disse que havia “trezentos picaretas”. Vamos mostrar ao País que não tem. Chame-os, Luiz Inácio! Chame-os e diga: “votem, que eu vou sancionar, e vou receber flores como a Princesa Isabel”. Eu mesmo virei aplaudir. Nós sabemos reconhecer. Eu acho que pode ser aperfeiçoado. Nós nunca fomos contra. Era o Bolsa-Educação, do Cristovam Buarque, virou o Bolsa-Família. Eu acho que aquilo tem de ser orientado para o trabalho, mas que foi uma caridade, foi; que foi uma generosidade, foi. Quando lutamos juntos aqui, Luiz Inácio, Vossa Excelência fez algo bonito. Eu digo, eu sei, eu entendo. Se fosse eu, eu teria vergonha de estar aqui. Eu tenho esposa - que bela esposa! -, filhos - que belos filhos! -, netos. É isso que eu quero.

Então, o mais belo que Luiz Inácio fez... Olhem que eu era até como São Tomé. Eu sou franco, superou. Nós chegamos com o Paim, o Geraldo, o salário mínimo era US$70.00. E nós começamos a gritar, o Paim e a gente atrás, apoiando, como estamos aqui: US$100.00! Eu sou como São Tomé. Mas, realmente, conseguimos. Deus inspirou, o Luiz Inácio avançou e o Congresso dobrou o que pensávamos. Essa foi a mais bonita página do seu Governo.

Eu fui representar este País na OIT, com o Dornelles, o Carlos Luppi -ele é uma figura agradável, é carioca, alegre, toca samba -, e eu disse: “Termine o seu discurso nisso. Rui Barbosa disse que a primazia é do trabalho e do trabalhador. Ele vem antes, é ele que faz as riquezas, e está-se dando primazia só para os banqueiros. Essa é a verdade”.

Ê, quando explodiram lá, arrumaram um jeito de segurar os banqueiros. E os aposentados? Disse daqui: “Ah, não deu mais, paguei o Bird, o Banco Mundial. Eu, Luiz Inácio, disse daqui: “eu, se fosse Vossa Excelência, teria pago os velhinhos aposentados e deixado esses diabos de bancos para lá! Mandava esses bichos rolarem, esse Mantega rolar esses diabos, mas pagaria isso. Isso não pode, nós temos de saldar essa dívida. Isso está errado. Mas devemos aplaudir a distribuição da renda pelo trabalho que dignifica, que é de Deus.

Deus disse: “Comerás o pão com o suor do teu rosto”. O Apóstolo Paulo: “Quem não trabalha não merece ganhar para comer”. É uma mensagem para os governantes pelo trabalho. E esses que já trabalharam trinta anos, quarenta anos, cinqüenta anos, como é que vamos enganá-los? Não podemos!

Mas o que eu queria dizer é o seguinte: ô Geraldo Mesquita, eu cheguei aqui estudando e trabalhando, trabalhando e estudando, estudando e trabalhando.

Olha, o Rui que está ali, está ali, porque está ali, está direito. A pátria é a família amplificada. Atentai bem, família, família, família! O amor, Deus é amor, o amor é o cimento da família. Mas vamos ver, em família, a minha experiência. Sou muito feliz. Deus é muito bom para mim.

Geraldo Mesquita, eu acho. Eu acho, não, eu entendo, eu tenho certeza, Luiz Inácio. Pode não ter sido o caso dele, a experiência dele. Até sei, pela biografia dele, que não é, mas eu acho que é do Brasil. Eu entendo. Aí, Luiz Inácio, procure aprender e pensar.

Olha, ô bicho bom é avô e avó. Não sei dizer, mas, Mário Couto, você se lembra dos seus? Porque eu tive os meus. Rapaz, avô e avó é bicho bom. Hoje, sou avô. Olha, avô e avó. Ei, José Nery, você teve?

Vou dizer o seguinte: Ó Luiz Inácio, já li aquela Bíblia, minha mãe era da Terceira Ordem franciscana. A parte de que gostei mais - porque eu gosto de cara firme - é um tal de Coelet Ele disse:

Eu sou Coelet, o pregador. Ninguém entende mais do que [um cara macho, né?]. Ninguém tem mais sabedoria do que eu. [aí a gente já treme. Um cabra dizer isso, né?] Eu sou neto de Davi, filho de Salomão. Então eles me ensinaram tudo, botaram os preceptores. Eu tive mais gado do que estrelas no céu, mulheres mil [ele lá disse. Estou com uma e estou satisfeito com a Adalgisa].

Mas ele disse: “Ouro, prata e cal. Eu sou a vida. Tudo é vaidade, é querer pegar o vento com a mão. O bom mesmo é viver bem e fazer o bem.”

Vocês vão ver que isso é verdade, não numa festa, não numa boda, não no carnaval; quando fizerem o velório de um amigo seu. Luiz Inácio, tudo é vaidade. O bom mesmo é viver bem e fazer o bem. Faça esse bem!

O que ele aprendeu? E a confiança? “Sou neto de Davi”. Os meus avôs, que bacana! Minhas avós. Eu acho que são.

        Eu acho, Luiz Inácio, eu acho, não; eu entendo - não é o Mário Couto que bate, não - que estamos perdemos os avôs e as avós das nossas famílias. Estamos perdendo, Luiz Inácio - eu sei que ele não teve, mas não é, é a exceção; dê graças a Deus. Mas avô e avó são quem sustenta a família. Eu digo na minha. Os exemplos, os carinhos. Mas por quê? Porque eles ganhavam. Ora, Geraldo Mesquita, eu era menino e, em todo aniversário, eram cinqüenta mil réis. Acordava de manhã e meu avô chegava. A gente guardava, porque era dinheiro como o quê. Natal, a família! O avô e a avó davam exemplo de família, de respeito, de experiência, de coragem, de cristandade. Avô e avó. Eu não sei. Luiz Inácio, nós estamos perdendo. E vou dizer aqui e eu provo. Nós estamos disputando aqui, Mário Couto; você bate aqui e eu também.

Ó Cristovam, já foi para a Unesco? Foi? Atentai bem.

Cristovam fala em educação. Está aqui a revista. Ó Luiz Inácio, “é a escola que tem de ser reprovada”. Está uma porcaria mesmo. As escolas do Governo estão uma porcaria. Faculdade de Medicina são R$4 mil por mês agora, as privadas. As do Governo estão sucateadas. Atentai bem:

É a escola que tem de ser reprovada.

A repetência nas primeiras séries brasileiras é uma das mais altas do mundo. [Paim, estou é por dentro aqui. Não vou fugir do assunto, não. Vamos entrar pra valer. Preste atenção!] Até quando as crianças vão ser punidas pelo descaso com a educação? (...)

O Brasil figura na vergonhosa lista de 17 países com mais de 500 mil crianças fora da escola. Isso acontece porque elas repetem o ano e abandonam o estudo logo na 1ª série.

Mas vai, vai, pior do que a África...

Sou eu, não, Luiz Inácio. Está aqui. Agora, onde está meu raciocínio? Atentai bem! Ô reportagem bem feita. Eu vou fazer o marketing aqui: é de Ana Aranha. Mulher! Mulher verdadeira não mente.

Pior do que a África a nossa educação. Não vou cansá-los. Mas o que tem a ver com isto? Luiz Inácio, preste atenção. Eu estou para orientar mesmo. Só tem razão o Senado assim: nós temos de ser os pais da Pátria. Então, eu quero é ajudar.

Geraldo Mesquita, olhe aqui. Só metade passou de ano. Aí, fizeram uma pesquisa. Só metade! O lugar que tem mais pau é o Brasil. Mas não vamos falar vamos ao que interessa.

Atentai bem, pior do que a África! Na análise da reportagem bem feita - a revista, para vocês conferirem em casa, é a Época -, José Nery, olhe aqui o que interessa:

Enquanto a mudança não vem, a escola pública segue distante de sua função. Em pesquisa com 5 mil famílias, Irene, da PUC, perguntou aos pais com que pessoas e instituições podiam contar para a educação de seus filhos [cinco mil pesquisas no Brasil]. A primeira figura a aparecer foram os avós.

Acabou. Acabou. Os avós estão todos lisos, lascados. Tiraram o dinheiro deles, os aposentados. É verdade. Olhem aqui. Então, responda a pesquisa, Luiz Inácio. As próprias famílias respondem: na família, quem é que pode? Os avós. Era o vovô e a vovó. Coisa boa. Não falta nada. Hoje eu sou. Então, a primeira figura a aparecer foram os avós, que podiam mudar isso tudo. Mas os avós estão lascados, estão endividados, estão humilhados, estão sofridos, estão enganados. Deram calote neles. Eles tiveram compromissos e, com a dignidade que eles têm, as honras que eles têm, não estão assumindo os compromissos, os sonhos que fizeram por netos. Aí perde, perde o valor, credibilidade, o amor.

Então, dizem: “As primeiras figuras a aparecerem foram os avós, que sustentam os netos com a aposentadoria”.

Aí, Luiz Inácio, Luiz Inácio, nós podemos ensinar os seus aloprados! Faça como Cristo: “Afasta de mim esse cálice”; afasta esse Zé Pimenta daí. Quer um conselho, Luiz Inácio? Eu sou gente boa. Francisco, paz e bem. Tira esse Zé Pimenta e bota o Paulo Paim, e pronto. (Palmas.) Vamos fazer o teste. Ele não é do PT? Se o povo quer, para que contrariar o PT? Eu sou cirurgião, vou logo na operação, não tem essa não. Ali se tira o câncer, o Zé Pimenta, e se coloca o Paim. Ele não está com os números? Não está com vontade? Não é do Partido dos Trabalhadores? Não é gaúcho? Não merece a confiança? Não tem os aplausos? Não tem o Congresso? Tem um suplente. Pode até me levar para esse Partido, porque o Paim arrasta. Então, está aí, vamos experimentar!

Isso é uma farsa, isso é uma mentira. Previdência é bacana. Nós sabemos aritmética, Luiz Inácio. Vossa Excelência também sabe, porque o Senai ensinava aritmética do Trajano. Você sabe.

Eu fui relator de um projeto de Paulo Octávio, que é o homem que entende demais de dinheiro, porque tem muito. O Paulo Octávio - e eu fui o relator, aí é que houve o atrito - queria que eu fosse contra botar o dinheiro ali, e jamais falaria. Eu fui firme. Dei uma chance. O Mercadante veio, empatamos e trocaram o presidente da... Tiraram o Ramez Tebet para enterrar, mas tem. Além da Consultoria do Senado, ele tinha a própria. Tem aí. Jamais fale. Eles demonstraram aí, os oradores. É porque tiram o dinheiro, tiraram agora, tiram sempre.

Não podem fazer greve. Não estoura. E nunca eles pensavam que a gente ia ser como a Câmara. Eles não esperavam isso. É mais fácil estar do lado do Governo - a porta larga, as vantagens, os DAS, o “mensalão”. É mais fácil, mas é mais verdadeiro estar aqui, poder dormir com a satisfação do cumprimento da missão.

Então, a primeira figura a aparecer foram os avós, que sustentam os netos com a aposentadoria. Em segundo lugar vieram as respostas do tipo “conto com Deus”. Depois dos avós, só Deus - é o que o povo diz. Mas estão aí sofrendo com as famílias desestruturadas. E a terceira: “não conto com ninguém”. O povo não está mais acreditando em ninguém. Avós, Deus e ninguém, Paim.

Luiz Inácio, não seja ninguém. Seja povo, seja governo, seja a verdade. Isso é o que eu quero aconselhar.

A escola nem entrou na lista. As escolas estão tão desacreditadas que nem entraram nas respostas como uma instituição que pode ajudar. Essa é a verdade. A lista é tão pequena, e a parcela de pais... Quer dizer, nenhum pai citou a escola que, no nosso tempo, era o segundo lar.

Olha, Geraldo Mesquita, V. Exª é uma das inteligências mais privilegiadas e firmes. Abraham Lincoln disse: caridade para todos, malícia para nenhum e firmeza no direito. Albert Einstein, no livro Escritos da Maturidade, disse:

a escola é o instrumento mais importante, pelo qual se podem pinçar todos os conhecimentos da história da humanidade e oferecer às nossas crianças. E aqui está acabada.

Essas são as nossas palavras.

Mas vou dizer, aqui na política, como avô é importante. Meu avô era empresário; o outro, também. Mas, na política, vou citar fatos tão reais, como Coelet diz: meu avô, Davi, e meu pai, Salomão, me orientam.

Vejam: o Governador de Pernambuco, Eduardo Arraes, teve o avô que o orientou. Sem o avô, Miguel Arraes, ele não seria nada. Estão de acordo? Bem aqui nós temos esse Aécio Neves. Aparece aqui todo... mas de nada valeria a beleza dele se não fosse neto de Tancredo Neves. O ACM Neto, esse Deputado, o bravo, se não estivesse ele com o velhinho ali... Então os avós...

Luiz Inácio, pelo amor de Deus, não seja o destruidor dos avós. Eles estão em situação difícil. Eu tenho saudade... Sei que, por infelicidade, ele não tem, mas faça uma reflexão. Essa é a minha gratidão.

E e-mails aqui... Eu nem vou ler, porque tem uns brabos. Aí não quero ficar como... Tem uns brabos aqui contra o Luiz Inácio, porque os aposentados estão se enfezando, estão se irritando, estão se chateando, estão se indignando. Estão! E tem uns brabos aqui. Olha, mas tem aposentados de todo jeito, um até que termina assim: “A vergonha de um governo oriundo da classe trabalhadora que está levando os aposentados para a mendicância”. Esse aqui é o Carlos Alfredo Russo Silva, que trabalhou, é aposentado, mostra até os contracheques e tal: treze salários mínimos - treze -, ganha R$900. Estão aqui os contracheques; são dois.

Aqui tem um versinho que eu gostei. Foi lá do...

O pessoal do Rio Grande do Sul está todo aí, Paim.

Helenita Lucena é do Rio Grande do Norte:

Ao Senador Mão Santa, do Piauí, congratulo por aqui pelo seu pronunciamento maravilhoso. Que evento importante no Senado. O senhor deu o seu recado, defendendo os mais pobres de forma digna e nobre. Êta homem de coragem!

Avalie quando for do Paim!

Ainda outro, que diz: “(...) desafiadora defesa de quem falta o pão na mesa”. E ainda: “Não tem educação, saúde e vida de cidadão. Obrigado, querido Senador, por ser a nosso favor”.

Há uns que batem mesmo no Luiz Inácio, batem brabo.

Tem um aqui do Aeros. O Aeros tem outros aposentados. A gente tem que estudar isso.

Ó, Luiz Inácio, nós confiamos, nós acreditamos. Vossa Excelência é o nosso Presidente!

A Cristina Kirchner... Atentai bem! Mulher é bicho danado.

Você se lembra da Heloísa Helena? Cadê o José Nery? A Heloísa Helena, aquela que queriam queimar... Eu até disse aqui que homem se escreve com “h”, mulher, com dois “h”: Heloísa Helena. Ela esbravejava, mas a Cristina Kirchner vem aí. Tem essas privadas, tipo o Aeros. Fiz uma Aplub, lá do Rio Grande do Sul. Rapaz, já pedi ao Paim para mandar um moleque jogar umas pedras lá para quebrar. Eu fiz. Quer dizer, se a Previdência do Governo dá mal exemplo... Padre Antonio Vieira dizia: o exemplo arrasta. O exemplo arrasta. Fiz uma privada.

José Nery, chegou o caboclo, apresentou a Aplub, e eu fiz. Novinho, médico. Aí eu disse: não, esse negócio de morrer e deixar para viúva ficar com o dinheiro não dá. Nem ela morrer e eu ficar. Vou fazer um negócio aqui para depois eu pegar a Adalgisa e sair por aí, com 25 anos, não é. Rapaz, aí fiz. Olhe a sem-vergonhice que está este País! Eu que sou Senador, avalie os outros. Aí fiz 25 anos. Com 25 anos, fiz cinco salários mínimos. Vinte e cinco anos. Aplub, ô desgraça! É lá do Rio Grande do Sul. Paim, quando passar lá, manda jogar umas pedras lá naqueles diabos.

Olha, paguei 25 anos, Geraldo, cinco salários mínimos. Eu disse: com 25 anos... Já passou; já tenho até 42 de médico. Vou pegar a Adalgisa e sair passeando por aí. Cinco salários mínimos. Outro dia, trouxe o contracheque. Sabe quanto que os desgraçados dão? Cento e dezesseis reais. Eu que sou Senador. E negócio de advogado não vai adiantar nada. Se o Governo faz isso, as privadas... Está aqui a do Aeros. Paim. Está ali a moça. O marido dela ganha dez por cento.

Cléia Carvalho, de São Paulo, está ali, trouxe aqui o jornal vale a pena, está ali. Isso é do esposo, 10%. É uma Aplub pior, o dos aeroviários. Está ali. E o pior é que ela foi apelar para o pai, que tem 84 anos, aposentado. “O meu pai trabalhou anos a fio como caminhoneiro, tendo aposentado, à época, com oito salários, que foram reduzidos a dois salários.” Isso se repete. Cada quadro é um quadro.

Então, é por isso que estamos lutando e vamos continuar a lutar.

Paim, quero dizer que só há um sentido para isso tudo: a vitória, resgatar e salvaguardar o nosso Presidente Luiz Inácio.

Eu sei, já fui prefeitinho, já fui Governador, olha, se eu não tivesse pago os sete meses atrasados dos servidores do Piauí, eu não andaria pelas ruas, porque me jogariam pedras e me chamariam de caloteiro.

Então, Luiz Inácio, eu não quero que Vossa Excelência, que está saindo, isso passa rápido, está terminando o seu mandato, eu já fui, os aloprados desaparecem, os amigos são poucos... Os amigos são poucos, Luiz Inácio. O Frei Betto, que era seu amigo, já voou, não é? Amigos são poucos, eu conheço, eu já fui... Então, se Vossa Excelência não pagar isso, Luiz Inácio...Eu quero que Vossa Excelência seja feliz - eu sou feliz com a Adalgisinha - com a Dona Marisa, bela, excelsa Primeira-Dama, sua esposa. Então, Vossa Excelência vai andar pelas ruas e vão dizer: “Ó Presidente caloteiro!”.

Eles dizem mesmo! Os netos vão dizer! Então, queremos acabar com isso. Queremos que Vossa Excelência - e Vossa Excelência vai ter de sair do Governo, isso é normal - ande pelas ruas e seja exaltado. Não pense assim não! Vamos à história: “Brutos, até tu Brutos!”. Júlio César cobrava impostos. Marco Antônio discursou, e Brutos saiu pelos fundos. Outro dia, tivemos o Presidente Collor! O povo vira, Luiz Inácio! Então, Vossa Excelência não deixe... Ó Deus! Ó Deus! Ó Deus! Dona Marisa, a senhora é a melhor conselheira - eu me aconselho com a Adalgisa, isso é bom! -, aconselhe o Presidente, não deixe isso para o Luiz Inácio! Senão Vossa Excelência ficará na história como o Presidente caloteiro, e nós não queremos isso.

A solução é simples: em homenagem ao Rio Grande do Sul, aos trabalhadores, à CUT, ao PT, Vossa Excelência arrume uma boquinha e coloque na Câmara esse Zé Pimenta, e vamos experimentar o Paim. Diz o poeta Ernest Hemingway, no livro O Velho e Mar, que a maior estupidez é perdermos a esperança.

Os nossos velhinhos, os nossos aposentados não podem perder a esperança, e a esperança é Paulo Paim neste Ministério. Vamos experimentar!

Então, o momento é grave. Lembro-me de Castro Alves, que, quando via um negro, dizia: “Deus, Ó Deus, onde estás que não respondes?” Ó meu Deus, Deus do Brasil, Nossa Senhora, vamos iluminar o nosso Presidente a resgatar o que o nosso País deve àqueles que trabalharam, os nossos aposentados e pensionistas. Tenho plena convicção de que o povo vai fazer com o nosso Presidente Luiz Inácio o que fez, no passado, com a Princesa Isabel no Senado da República: jogaram-lhe flores.

         Era o que tinha a dizer. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/12/2008 - Página 49114