Discurso durante a 230ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexão sobre a decisão acertada do presidente Lula ao optar pela defesa de uma proposta de ação coordenada dos governos para conter a especulação nos mercados futuros de commodities de alimentos, metais e petróleo.

Autor
Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. COMERCIO EXTERIOR.:
  • Reflexão sobre a decisão acertada do presidente Lula ao optar pela defesa de uma proposta de ação coordenada dos governos para conter a especulação nos mercados futuros de commodities de alimentos, metais e petróleo.
Publicação
Publicação no DSF de 05/12/2008 - Página 50011
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. COMERCIO EXTERIOR.
Indexação
  • APOIO, POLITICA EXTERNA, BRASIL, DEFESA, PROPOSTA, CONTENÇÃO, ESPECULAÇÃO, MERCADO, BOLSA DE FUTURO, PRODUTO EXPORTADO, ALIMENTOS, MINERIO, PETROLEO, RESPOSTA, CRISE, ECONOMIA INTERNACIONAL.
  • EXPECTATIVA, ATENÇÃO, POLITICA EXTERNA, BRASIL, COMBATE, SUBSIDIOS, PROTECIONISMO, COMERCIO EXTERIOR, PRODUTO AGRICOLA, ESPECIFICAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), UNIÃO EUROPEIA, PROTESTO, LEI ESTRANGEIRA, INSUCESSO, NEGOCIAÇÃO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA (FAO).

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. GERSON CAMATA (PMDB - AP Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou uma decisão acertada ao optar pela defesa de uma proposta de ação coordenada dos governos para conter a especulação nos mercados futuros de commodities de alimentos, metais e petróleo, na próxima reunião do G-8. Sem a ação coordenada do grupo, que reúne os 7 países desenvolvidos mais a Rússia, é muito pouco provável que essa especulação deixe de estimular um ciclo negativo de pressão de alta dos preços, com impactos em todo o planeta.

A especulação com commodities vem crescendo, especialmente na Bolsa de Chicago, principal centro financeiro mundial desse tipo de negociação. Já se detectou um significativo movimento de migração de outros ativos financeiros, como títulos públicos, rumo ao mercado de commodities, devido à alta de preços.

Este, entretanto, é apenas um dos aspectos de um problema bem mais complexo. O presidente não pode esquecer de enfatizar também que a política de subsídios e de barreiras tarifárias impostas ao comércio de alimentos pelos Estados Unidos e União Européia afeta a produção e distribuição internacional de alimentos, dificultando a existência de um sistema mais justo e orientado para o mercado.

Um bom exemplo a ser citado é a Lei Agrícola que entrou em vigor recentemente nos Estados Unidos, e que aumenta os subsídios para vários produtos, distorcendo preços e condições no mercado internacional e prejudicando a agricultura dos países mais pobres. A lei foi vetada pelo presidente George Bush, que considerou “excessivo e caro” o apoio aos fazendeiros americanos e propôs subsídios apenas para quem tivesse renda anual inferior a 200 mil dólares. O veto e a proposta foram derrubados pelo Congresso, e agora ganharam subsídios fazendeiros com renda de até 1 milhão e 250 mil dólares por ano.

Três dias de reuniões em Roma, antecedidos de várias semanas preparatórias, não impediram que a recente Cúpula da FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, resultasse em fracasso, com trocas de acusações e nenhuma medida prática contra a crise alimentar mundial.

Prometeram-se “esforços para assegurar que o comércio internacional de alimentos e as políticas gerais de comércio conduzam a uma segurança alimentar para todos”. O problema é que ninguém sabe como esses esforços se traduzirão em ações que produzam resultados, e nem quais serão essas políticas gerais de comércio.

A reunião do G-8, que será realizada em 7 e 8 de julho, é uma nova oportunidade - que não deve ser desperdiçada - para que os líderes mundiais encarem de frente a gravidade da situação, algo que vêm evitando fazer até agora.

Era o que tinha a dizer.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/12/2008 - Página 50011