Pronunciamento de Arthur Virgílio em 04/12/2008
Discurso durante a 230ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Considerações sobre a necessidade de esclarecimentos pelo Ministro das Relações Exteriores e o Presidente do BNDES sobre as providências que o governo brasileiro pretende adotar frente às constantes ameaças de calote da Venezuela, Bolívia e Paraguai.
- Autor
- Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
- Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA EXTERNA.:
- Considerações sobre a necessidade de esclarecimentos pelo Ministro das Relações Exteriores e o Presidente do BNDES sobre as providências que o governo brasileiro pretende adotar frente às constantes ameaças de calote da Venezuela, Bolívia e Paraguai.
- Publicação
- Publicação no DSF de 05/12/2008 - Página 50011
- Assunto
- Outros > POLITICA EXTERNA.
- Indexação
-
- APREENSÃO, DECISÃO, GOVERNO ESTRANGEIRO, PAIS, AMERICA LATINA, QUESTIONAMENTO, EMPRESTIMO EXTERNO, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), ANUNCIO, PAIS ESTRANGEIRO, EQUADOR, AUSENCIA, PAGAMENTO, DIVIDA, CRITICA, NEGLIGENCIA, POLITICA EXTERNA, BRASIL, MOTIVO, IDEOLOGIA, PERDA, INTERESSE NACIONAL, LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA.
- APRESENTAÇÃO, COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL, REQUERIMENTO, CONVOCAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, ITAMARATI (MRE), PRESIDENTE, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), ESCLARECIMENTOS, SENADO, PROVIDENCIA, GOVERNO BRASILEIRO.
SENADO FEDERAL SF -
SECRETARIA-GERAL DA MESA SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA |
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, depois que o governo equatoriano anunciou que não pagaria sua dívida com o BNDES, resultante do empréstimo com a construtora Odebrecht, chegou a vez de Venezuela, Bolívia e Paraguai informarem que vão realizar auditorias em suas contas externas, fazendo do Brasil o alvo de um imenso “calote” que pode alcançar até R$ 5 bilhões, volume de empréstimos externos concedidos pelo BNDES principalmente a esses quatro países.
A linha de confronto aberta pelo Equador foi saudada como exemplar pelos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales. O Paraguai também já anunciou que ira auditar a sua dívida com o Brasil pela construção da usina de Itaipu.
Além desses países, alguns governos da América Central assinaram nota acenando com "respostas concertadas" a quem agir "contra a vontade do Equador de impugnar os créditos que tenham lesionado a economia do país e seu estado de direito".
Enquanto alguns países estão brincando com os interesses do Brasil, o governo do presidente Lula insiste na ideologização da nossa política externa, tratando de forma frouxa, flácida, dos interesses nacionais, confundindo diplomacia com política partidária.
A jornalista Miriam Leitão, em artigo publicado hoje, dá uma boa medida da atual situação: “Esse processo ganhou força quando a Bolívia colocou tropas dentro de uma empresa brasileira, a Petrobras, e o Brasil divulgou nota para dizer que a Bolívia tinha direito de defender sua soberania. Como se os investimentos da Petrobras na Bolívia colocassem em risco a soberania deles. Essa confusões que a diplomacia brasileira fez no governo Lula, o excesso de empréstimos sem causa de proteção, colocaram o Brasil nesta situação. Agora a Venezuela diz que também quer rever a dívida com o Brasil. Estamos sendo tratados como "o gringo" da vez por esses países. Ideologia e empréstimos bancários não combinam muito. Se o Equador não paga, quem paga somos nós, que mantemos o Tesouro”.
Enfim, estou apresentando agora, na Comissão de Relações Exteriores desta Casa, requerimento convocando o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para prestarem esclarecimentos naquela comissão sobre as providências que o governo brasileiro pretende adotar frente a essas constantes ameaças de calote desses países.
Muito obrigado.
Era o que tinha a dizer.
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