Fala da Presidência durante a 219ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

A Mesa encerra a sessão de lançamento oficial do primeiro Pacto Global pela Cidadania da Infância.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL.:
  • A Mesa encerra a sessão de lançamento oficial do primeiro Pacto Global pela Cidadania da Infância.
Publicação
Publicação no DSF de 21/11/2008 - Página 46816
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • ENCERRAMENTO, SESSÃO ESPECIAL, PACTO, CIDADANIA, INFANCIA, SAUDAÇÃO, PRESENÇA, CRIANÇA, SENADO, LEITURA, OBRA LITERARIA, CONCLAMAÇÃO, PATRIOTISMO.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Após brilhante pronunciamento do Exmo Sr. Divino Roberto Veríssimo, cabe-me encerrar esta sessão.

            Então busco, inspirado pelo orador Divino Roberto Veríssimo, que puxou a Sagrada Escritura, a Cristo, em três passagens, ô Paulo Duque: “Vinde a mim as criancinhas.” Para ganhar o reino dos céus, tem que se comportar como as crianças. Atentai bem: olhai as virtudes, as purezas das crianças. E Cristo, firme e violento, da mesma maneira que Ele teve de ser quando puxou o chicote e botou os vendilhões do mercado do templo de Deus para fora, disse: “Ai daqueles que escandalizarem as crianças. É melhor amarrar uma pedra no pescoço e se atirar de um penhasco no fundo do mar.”

            O Senado está combatendo o mais vergonhoso atentado contra a mensagem de Jesus: o combate à pedofilia. Só isso é uma razão da grandeza do nosso Senado.

            Queria dizer às nossas crianças que vou buscar aqui o nosso patrono, Ruy Barbosa, que disse: “Pátria é a família amplificada”. E família tem as crianças, as suas riquezas.

            Estou aqui, é dever do Senado. O Senado só tem razão de ser se formos pais da Pátria. E digo sempre aos meus filhos: o presente maior que dou aos meus quatro filhos, Francisco, Gracinha, Cassandra e Daniela, é amar a mãe deles. Eu, que estou aqui debaixo de Cristo e de Ruy Barbosa, passo a esta Nação: “Pátria é a família amplificada”.

            O maior presente que se pode dar neste Pacto da criança, que este Senado ensina ao Brasil e ao mundo, é que nós, homens, amemos as mães de nossos filhos.

            Eu terminaria fazendo uma homenagem aos poetas, aqueles que traduzem, porque vivemos de símbolos. Ontem, Dia da Bandeira, que beleza! As cores, minhas crianças, foram oriundas de bandeiras tradicionais de impérios ligados ao Brasil, de famílias imperiais, mas a inteligência do brasileiro transformou logo o verde na riqueza da nossa natureza, da nossa mata; o amarelo, o ouro, na nossa riqueza; o branco, na paz e pureza; e o azul, no nosso céu. Lá eles escreveram. Os nossos antepassados foram muito grandes, Presidente Luiz Inácio, muito competentes, muito estudiosos. Basta esse símbolo. Eles, que fizeram a República, o governo do povo, pelo povo, para o povo, pensaram e foram buscar a filosofia do francês Auguste Comte, positivista. Na frase tinha amor na frente - amor, ordem e progresso. Dessa filosofia positivista de Auguste Comte o republicano Benjamin Constant foi um dos líderes. Ainda foi discutido se deviam colocar o amor. Eu acho que foi um erro, deviam ter se lembrado.

            Mas essa religião, essa filosofia positivista tem o amor como princípio, a ordem como base e o progresso como fim. Isso é para ser hasteado em cada casa de brasileiro e brasileira. Ó minha criança, peça. As civilizações, grandes civilizações amam a sua pátria. “Pátria é a família amplificada.” Se se tem amor à família, tem-se que ter à Pátria.

            Então, em homenagem a isso tudo, às crianças, fui buscar Olavo Bilac. Está aqui o meu assessor, José Roberto. Aqui é uma Casa em que quem sabe menos sou eu. Todo mundo sabe, e é só gritar aqui. E ele pegou rapidamente. Como funciona o Senado! Qualquer um pode ser Presidente disso, a coisa mais fácil é ser Presidente do Senado, porque são muito eficientes os assessores, a consultoria.

A PÁTRIA

(Olavo Bilac)

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!

Criança! não verás nenhum país como este!

Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!

A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,

É um seio de mãe a transbordar carinhos.

Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,

Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!

Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!

Vê que grande extensão de matas,

onde impera, fecunda e luminosa,

a eterna primavera!

Boa terra! Jamais negou a quem trabalha

O pão que mata a fome, o teto que agasalha!

Quem com o seu suor a fecunda e umedece,

Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!

Criança! não verás país nenhum como este!

Imita, na grandeza, a terra em que nasceste!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/11/2008 - Página 46816