O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - Obrigado, Senador Mário Couto. Obrigado também, Senador Romeu Tuma, pela referência. Isso me emociona muito, porque o momento que estamos vivendo nesta Casa é de solidariedade a milhares ou milhões de brasileiros que precisam dessa solidariedade. É um grupo de pessoas que não têm a quem apelar. Não podem parar de trabalhar, porque já estão aposentados; não podem fazer greve, porque já estão aposentados, e, qualquer tipo de movimento que queiram fazer, a idade já não lhes permite, então temos que zelar por esse grupo de pessoas.

            Permita-me, Senador Mário Couto e Senador Paulo Paim, mas quero fazer uma referência especialmente aos Srs. Senadores que estão acompanhando essa negociação. Hoje, compareci exatamente às 14 horas e 30 minutos, Senador José Nery, à sala do Presidente, onde estavam presentes o Ministro da Previdência, o Presidente do Orçamento da União, Deputado Mendes Ribeiro, o Relator-Geral, Senador Delcídio Amaral. Permita-me dizer - o Senador Mão Santa conhece muito bem isso - que, pela nossa atividade médica militante, Deus nos dá a possibilidade de desenvolvermos alguns sentidos, até para ajudar, com os estudos, a salvar, a diagnosticar o paciente. O sentido de olharmos na face, no rosto, no olhar, no sorriso e analisarmos algum sinal importante, e o sentido que nos dá a paciência para podermos fazer da nossa profissão um ato de fé, de piedade e de atendimento ao próximo fizeram com que, primeiro, eu conseguisse observar na face do Ministro, no rosto do Ministro, na atitude do Ministro, que nós estávamos sendo, não digo enganados, mas iludidos. E tenho um amigo que diz: “Não tem nenhum dos oitenta e um Senadores que chegue a esta Casa que não tenha inteligência, que não seja preparado, que não tenha experiência de vida, que não seja sabido”. Ou melhor, ele diz sempre: “Nesta Casa não tem nenhum burro”.

            Então, é impossível conseguir convencer os Senadores presentes. E, aqui, eu quero caracterizar muito bem a presença dos Senadores nas figuras do Senador Paulo Paim e do Senador Mário Couto, conhecedores da matéria, sendo que o Senador Paulo Paim tem mais de cem projetos a favor dos trabalhadores.

            Realmente, aquilo me decepcionou. Fui chamado para vir à sessão, aqui no plenário, para que a sessão não caísse, e saí da reunião. E fiz muito bem em sair dali. Eu vou lhe dizer por quê. Primeiro, a identificação no rosto do Ministro. Estava claro e evidente, até no olhar - ele baixava a vista -, que ele não iria intensificar qualquer conversação no sentido de nos posicionar positivamente. Depois, em relação àquela paciência que a profissão nos dá, eu acredito que me retirei na hora exata, porque acho que eu não teria paciência suficiente para ficar escutando tudo aquilo que os senhores pacientemente estavam ouvindo.

            Então, eu lamento muito que nós tenhamos hoje participado de mais uma reunião como aquela, que realmente mostra que os aposentados não podem ser deixados de lado por nós. Eles precisam de nós, e que tenhamos, cada vez mais, força para lutar por essa classe. Aqueles que não resistiram, que já se foram, que sirvam de estímulo para os que ficaram, para cumprirmos com o nosso dever e com a nossa obrigação de, a cada dia, fazer todo e qualquer movimento.

            Nós, que não estamos abandonando os aposentados, devemos chamar, sim, a atenção da população para aqueles parlamentares que são oportunistas e que, nos momentos dos belos discursos para ganharem voto e vencerem uma eleição, usam as classes menos favorecidas para alcançarem o seu objetivo de poder; mas, ao chegarem ao poder, esquecem que aquelas pessoas existem e que elas é que merecem a maior atenção do poder.

            Quero, então, deixar registrado o que me chamou a atenção, até de uma forma indignada, Senador Paulo Paim, porque até brinquei lá na hora: “Ah, fica para a próxima terça-feira”. Lá no Pará e no Amapá, nós temos as novenas de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Todas as terças-feiras, nós temos novenas. Então, nós já tivemos quantas reuniões com o Ministro? E, aí, vai-se perpetuando e até tornando habitual esta data: todas as terças-feiras, reunião com o Ministro, sem nenhuma solução.