O SR. RAIMUNDO COLOMBO (DEM - SC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente Gerson Camata.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o assunto que me traz hoje aqui é a cidade de Itajaí, no meu Estado. Itajaí é uma das mais antigas cidades de Santa Catarina, das mais tradicionais, das maiores e mais importantes e que, agora, foi extrema e gravemente atingida pelas enchentes. Oitenta por cento da cidade ficou alagada. O porto, sua atividade principal, foi praticamente destruído.

Isso tem tido um impacto muito forte na perspectiva de Itajaí. Seu povo é forte, saberá superar tudo isso, mas precisamos ajudar.

Itajaí, ao longo do tempo, desenvolveu seu porto, que é, hoje, o segundo maior e mais importante do Brasil, com maior número de movimento de cargas.

Esse processo todo da enchente fez com que a população ficasse um pouco entristecida, já que muita gente perdeu seu patrimônio. Percorremos várias vezes o local.

Apresentei à Comissão de Educação do Senado pedido para que fosse autorizada a implantação de uma escola técnica naval no Município de Itajaí. É claro que essa autorização não obriga o Governo a fazer, mas prioriza, aponta o caminha, mostra o que precisa e deve ser feito.

Itajaí tem renda per capita - esse é um levantamento de 2003 - de R$ 6.166,00, o que mostra que, mesmo sendo a cidade ou uma das cidades que mais cresceram em Santa Catarina, que maior desenvolvimento teve, que, nesse processo de exportação, teve sua importância potencializada, seu porto extremamente ampliado - as empresas acabaram indo para lá sediar sua matriz, como, por exemplo, a Perdigão e tantas outras -, mas, mesmo assim, a vida das pessoas melhorou pouco. Por isso, uma escola técnica teria o impacto de qualificar sua gente. O Senador Cristovam Buarque, aqui, abordava a importância dessa questão, e dou a ela exatamente essa dimensão.

Agora, já aprovado o projeto no Senado, onde teve sua tramitação concluída - tinha efeito terminativo na Comissão de Educação e, como não houve requisição para votação no plenário, o tempo venceu -, ele foi para a Câmara dos Deputados. Lá, recebeu o nº 3.918 e tem como Relator um catarinense ilustre, nosso amigo Deputado Federal Edinho Bez. Já falei com ele para possa dar ao projeto a celeridade possível, a fim de que possamos exigir do Governo uma ação imediata no sentido de que essa escola técnica possa ser, de fato, construída. A partir dali, poderemos qualificar as pessoas para este grande potencial do nosso mercado, que é o potencial naval, e aproveitar essa vocação, essa estrutura forte da comunidade de toda aquela região, porque ali temos não só o porto de Itajaí, mas o porto de Navegantes, o porto de São Francisco, o porto de Itapoá, e está saindo um outro porto, grande, na cidade de Joinville, pelo grupo Batistella; e ainda há o porto de Imbituba e o porto de Laguna.

Então, Santa Catarina tem esse grande potencial, e, com uma escola técnica qualificando e preparando as pessoas para desenvolverem esse potencial, ainda mais com uma comunidade pesqueira tão desenvolvida, estaremos aproveitando essa vantagem estratégica que a natureza dá a Santa Catarina, de tal forma a criar ali mais empregos, qualificar a população e melhorar a sua renda, melhorar, enfim, a vida das pessoas.

Essa é uma oportunidade que não podemos perder. É um momento importante, é uma ação forte, que vai, com certeza, ser aproveitada pelo povo catarinense e brasileiro, especialmente de Itajaí.

(A Presidência faz soar a campainha.)

O SR. RAIMUNDO COLOMBO (DEM - SC) - Quero me ater ao tempo, mas considero essa uma ação importante, que poderá, inclusive, sendo efetivada agora, ajudar no astral e na esperança do povo, que se recupera dessa questão.

E, ainda, só para concluir, Sr. Presidente, está tramitando na Comissão de Assuntos Sociais do Senado medida que regulariza e regulamenta a ação dos assistentes sociais, tão importantes neste momento. Estamos desenvolvendo ações para que seja votado. Já existe o parecer favorável da Senadora Serys. Com isso, poderemos votar rapidamente a matéria e trazer esse benefício a essa classe laboriosa, que presta um serviço extraordinário. Fui Secretário do Desenvolvimento Social do meu Estado, Santa Catarina, convivi com os assistentes sociais, e aprendi a admirá-los e respeitá-los muito. Eles, realmente, prestam um serviço fundamental, que, às vezes, não tem grande repercussão, não é reconhecido nas homenagens, mas que ajuda muito as pessoas a se erguerem, sobretudo em momentos difíceis, como esse por que Santa Catarina passa agora - e já passou em outras vezes.

A recuperação ali não é apenas da casa, do patrimônio, mas também do equilíbrio emocional, da força, da fé, da capacidade humana de superar todas as dificuldades. Por isso, o trabalho e a presença do assistente social são elementos fundamentais, e a regulamentação da matéria, o reconhecimento e o apoio ao trabalho deles, é o que podemos fazer por meio desse projeto de lei.

Agradeço-lhe, Sr. Presidente, pela oportunidade.

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