Discurso durante a 234ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a infra-estrutura do País. (como Líder)

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Preocupação com a infra-estrutura do País. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 11/12/2008 - Página 50711
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • APREENSÃO, SITUAÇÃO, INFRAESTRUTURA, TRANSPORTE, PAIS, INFERIORIDADE, REALIZAÇÃO, PROGRAMA, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, COBRANÇA, AMPLIAÇÃO, RODOVIA, LIGAÇÃO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).
  • DEFESA, INVESTIMENTO, SETOR PUBLICO, OBRAS, INFRAESTRUTURA, INSTRUMENTO, CONTENÇÃO, EFEITO, CRISE, ECONOMIA.
  • COMENTARIO, PARALISAÇÃO, PARTE, CAPACIDADE, SIDERURGIA, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), EFEITO, DESEMPREGO, APREENSÃO, EVOLUÇÃO, CRISE, IMPORTANCIA, PROVIDENCIA, COMPENSAÇÃO, SITUAÇÃO.

  SENADO FEDERAL SF -

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O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente. Sou sempre econômico nas palavras.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a questão ligada à infra-estrutura no Brasil, de estradas, portos, ferrovias, continua preocupando muito. Vejam que os últimos números que mostram a realização do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, são números muito desanimadores, são números que mostram que o Governo não está conseguindo ou não está fazendo a devida aplicação de recursos previstos para as obras em todo o País.

Nós vemos, do ponto de vista internacional, que vários países, especialmente os países emergentes, como é o caso da China, da Índia e até mesmo o maior país do mundo, do ponto de vista econômico, que é os Estados Unidos, estão já com planos de acelerar as obras de infra-estrutura como alternativa à crise financeira internacional.

A questão de você utilizar os recursos públicos no momento em que a economia privada, o mercado privado tem um decréscimo é uma alternativa que já foi realizada no passado e que volta agora, como por exemplo as autoridades da China, que estão anunciando investimentos maiores ainda do que já vinham fazendo; como as autoridades da Índia anunciam e estão fazendo o chamado quadrilátero de ligações, uma pista dupla ligando as quatro principais cidades do país - Nova Delhi, Mumbai, Calcutá, Madrasta.

         No Brasil nós temos um programa extremamente tímido nessa questão de estradas. As duplicações que são necessárias nem sequer alcançam aqui esse ângulo dos três Estados mais populosos, como é o caso de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nós temos estradas duplicadas entre Rio e São Paulo e entre São Paulo e Belo Horizonte. Não temos entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro. É, de alguma maneira, inacreditável que Belo Horizonte e Rio ainda tenham pistas que não sejam totalmente duplicadas. Parte da solução pode, evidentemente, vir da iniciativa privada, dos programas de parceria público-privada; pode vir da linha de concessões. Mas a maior parte deve vir do próprio Tesouro. E o Governo Federal tem essa obrigação e não tem feito os investimentos que são necessários.

Eu me lembro bem, Sr. Presidente, de que, mesmo no período em que os recursos não eram o que se desejava, na época do Governo do PSDB, na época em que eu era Governador de Minas, mesmo assim, naquele período foi possível realizar a duplicação da rodovia Fernão Dias, São Paulo-Belo Horizonte; foi possível realizar a duplicação de cerca de 70km entre Belo Horizonte e a cidade de São Paulo e de São Paulo à cidade de Sete Lagoas; na BR-040, que liga Belo Horizonte a Brasília. Foi possível duplicar de Uberaba até a divisa com São Paulo. Foram duplicações importantes feitas naquele período, por volta do ano de 1998.

Agora, não! Quais são as grandes obras rodoviárias que estão sendo feitas no Brasil? Temos a duplicação da BR-101, no Nordeste, que vai se arrastando, se arrastando, sem nunca ser concluída. Assim também é a BR-101, no Sul do Brasil, que também não está devidamente adequada.

O momento é para o Governo entender que, para enfrentar a crise financeira, para enfrentar o aumento do desemprego, para enfrentar a desaceleração das atividades produtivas, o próprio Governo deve avançar mais na linha da infra-estrutura. Essa é uma solução possível, é uma solução indicada, porque as obras de infra-estrutura, efetivamente, criam mais empregos e aceleram a economia.

De alguma maneira, vamos compensar o que se perde, por exemplo, na nossa região. Em Sete Lagoas, temos 24 alto-fornos; e só temos quatro funcionando no momento. O desemprego aumenta à medida que as empresas de mineração, como a Vale do Rio Doce, e algumas empresas de siderurgia programam uma parada em suas atividades.

É evidente que os números que foram divulgados ontem de que o Brasil cresceu, no terceiro trimestre, 6,8% são números auspiciosos, são números que devem ser comemorados. Isso significa que foi até setembro. A piora econômica do mundo e suas conseqüências para o Brasil deram-se a partir do mês de outubro. Os indicadores de outubro, de novembro mostram uma queda na venda de automóveis, uma queda na produção, na exportação, uma queda no comércio como um todo. Isso é o que preocupa.

Para compensar essa perda, o Governo tem agido, sob o ponto de vista monetário, com várias iniciativas, mas essa de investir em infra-estrutura é uma solução indicada, que já vem sendo feita, como quero repetir, por outros países emergentes como o Brasil.

De maneira, Sr. Presidente, que este momento é um momento de mobilização, é um momento, ao contrário do que foi dito, em que alguns torcem pelo pior, na verdade, nós todos estamos torcendo para o melhor, para que o Brasil não seja atingido, para que não seja realmente uma marola grande. Sabemos que não é uma marolinha, mas que não seja também um marolão, que não seja também uma...

(Interrupção do som.)

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - ... efetivo para os empregos em especial.

         Temos muito a fazer ainda nessa área de infra-estrutura. O PAC não está cumprindo o que foi previsto. Além de não estar cumprindo, tínhamos que ter até um acréscimo para ser uma alternativa e cobrir uma demanda antiga que o País tem, um déficit que o País tem nessa área de estradas, de portos.

         Quais são os aeroportos novos? Eu fui outro dia a Vitória, fiquei impressionado. O Aeroporto de Vitória é um aeroporto extremamente acanhado para uma cidade daquele porte; está paralisado. Ah, mas são questões jurídicas. Mas que o Governo resolva isso de uma vez por todas. Não temos grandes aeroportos. As obras de aeroportos estão praticamente também paralisadas.

         De maneira, Sr. Presidente, que o quero trazer é mais um chamamento no sentido de que o Governo se volte para as obras de infra-estrutura como alternativa à crise financeira.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/12/2008 - Página 50711