Pronunciamento de Romeu Tuma em 11/12/2008
Discurso durante a 235ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comemoração dos 48 anos de fundação da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação.
- Autor
- Romeu Tuma (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/SP)
- Nome completo: Romeu Tuma
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.
SAUDE.:
- Comemoração dos 48 anos de fundação da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação.
- Aparteantes
- Marco Maciel.
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/12/2008 - Página 51235
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. SAUDE.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, REDE NACIONAL DE HOSPITAIS DA MEDICINA DO APARELHO LOCOMOTOR, DEPOIMENTO, RECEBIMENTO, TRATAMENTO, AGRADECIMENTO, RECUPERAÇÃO, SAUDE.
- DEFESA, ATENÇÃO, PROCESSO, EXPANSÃO, HOSPITAL, TERRITORIO NACIONAL, MANUTENÇÃO, QUALIDADE, ADMINISTRAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, RECURSOS, SETOR PUBLICO, ELOGIO, DEDICAÇÃO EXCLUSIVA, VALORIZAÇÃO, SAUDE.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero um conselho de V. Exª: sou um orador inscrito pelo partido, mas lhe quero perguntar se posso falar como cliente atendido pelo Sarah, pelo Dr. Aloysio, pela Drª Lúcia, ou como Senador? Se eu for falar como Senador, terei de falar em verba; se eu for falar como cliente deles, terei de lhes fazer um agradecimento, porque, se estou em pé, com os joelhos em movimento, isso se deu graças, sem dúvida alguma, ao atendimento pronto, correto e sábio que recebi no Sarah.
Cheguei ao Sarah com o menisco rompido. Achavam que eu devia operar. Cheguei ao Sarah, e o Dr. Aloysio e a Drª Lúcia me perguntaram: “Você joga futebol?”. Falei: “Não, não dá mais, passei dos 70 anos”. Aí falaram: “Então, não opera nada, porque ele não descolou”. Aí fizeram aquela radiografia tridimensional; não sei se é isso, só sei que se vê de todo o jeito. Até pedi uma cópia para levar para meu filho que é médico. E eles fizeram fisioterapia. Eu estava de bengala, e a moça me disse assim: “O senhor usa bengala de forma tão errada, que vai ficar manco da outra perna”. Desculpe-me contar a história, mas é coisa que fica na alma da gente, Dr. Aloysio.
O Dr. Aloysio acompanhou todos os meus passos, a Drª Lúcia me acompanhou onde foram feitos os exames e chamou o médico para me ver. Tomo 31 comprimidos de medicamentos por dia. Ela chamou um médico japonês - não sei o nome dele agora - e lhe disse: “Examina se não há algum remédio que se contraponha ao outro, para o Tuma não sofrer conseqüência disso”.
Um dia, falei para seu colega Fúlvio: “Vocês me dão remédio para o coração, e, de repente, o rim está ruim, bem como o fígado, o estômago”. Aí está cheio de médico, e consulto todos. Ele falou: “Você já ouviu falar em remédio santo?”. Falei: “Não”. “Então, não há remédio santo. Você tem de dar graças a Deus que há remédio para tudo.” Então, a sabedoria do médico está em saber equilibrar as doses que você vai tomar, para viver com saúde, em boas condições.
Para meu filho que é neuroncologista, Dr. Aloysio, Drª Lúcia, falei: “Tenho tantos amigos na cardiologia, como o Fúlvio, o Roberto Kalil e muitos outros, e você foi escolher logo uma especialidade que, infelizmente, leva ao óbito o paciente?”. Ele disse: “Não, pai! Sou especialista em dor. Deus não pôs ninguém no mundo para sofrer. Então, temos a obrigação de dar o melhor nível de vida possível às pessoas, para que elas vivam em boas condições. Temos de prolongar a presença das pessoas na terra”. Mas ele não me atende. Falo para ele que tenho dor, e ele me diz: “Você tem médico. Vá lá e consulte seu médico”. Falo: “Você não vai me atender?”. Ele diz: “Não, pai! Eu me envolvo sentimentalmente, e não temos o direito de nos envolver, porque a gente fica louco se não der certo. Então, o senhor vá ao seu médico. Ligo para o médico, e ele o atende”.
Quando eu estava com problema, o Fúlvio falou: “Vá até o Aloysio, que ele resolve tudo pra você”. Ainda bem que o senhor confirmou que ele é seu amigo, seu colega de turma - não sei se ele o é; falo do Dr. Fúlvio Pileggi
Comecei a andar pelo Sarah e achei o hospital maravilhoso! Ainda hoje, Senador Geraldo, eu conversava sobre a tranqüilidade e o amor com que aquelas fisioterapeutas, aquelas enfermeiras nos tratam. E o fazem não por eu ser Senador. Levei lá minha sogra, que tinha problema de movimentação; ela está com 93 anos, e espero levá-la ainda com vida. Ao chegar lá, ela fez uma série de fisioterapia, e, depois, no final, ele perguntou a ela: “A senhora sabe fazer quibe ou folha de uva?”. Ela respondeu: “Sei”. Ela achou aquilo encantador e foi lá para fazer a comida árabe. Ele me falou assim: “Quero ver se ela movimenta direito as mãos depois da fisioterapia”. É a esperteza profissional de um homem que faz história na Ortopedia e que está sempre pronto a atender. Não sai desta Casa, buscando recursos para bem atender a população. Ele tem um amor profundo por aqueles que sofrem, e a Drª Lúcia o segue. Eu a vi recentemente na televisão por um fato do qual não consigo me lembrar; penso que foi por que tinha descoberto um tipo de tratamento. Quero cumprimentá-la por isso.
Esse é um grande orgulho, porque sei que o Sarah nasceu com dificuldade. Sabemos como Dona Sarah lutou, juntamente com outras mulheres, para realizar esse sonho. Elas conseguiram construir um hospital na Bahia, ao qual o Senador Antonio Carlos vivia fazendo referência. Há outros Estados que o desejam, mas peço para se acautelarem, porque vi o caso do Instituto do Coração (Incor), que, em São Paulo, sempre teve da Fundação Zerbini apoio espetacular. E foi aberto aqui, com apoio do Congresso, Senado e Câmara. Repentinamente, houve um procedimento irregular, abriram um processo, e o Incor não terá mais a possibilidade de se instalar aqui se o Governo Federal ou o Governo do Distrito Federal não assumir o hospital. Então, é necessária essa cautela.
Os hospitais são de qualidade. O Sarah é de primeira grandeza, não só no território brasileiro como também em outros. Sei disso, porque já ouvi, em viagens que fiz, referências elogiosas ao trabalho desenvolvido pelo Sarah, às suas pesquisas, às suas descobertas. Todos querem um Sarah perto de casa.
Então, a cada dia, temos de deixar o Dr. Aloysio e a Drª Lúcia prontos para receberem mais informações, melhorarem o Sarah e trazerem para cá pessoas que sofrem em outros Estados. Vejo que, normalmente, mais de 60% das pessoas não são de Brasília. Elas vêm de vários Estados, para serem cuidadas com singeleza e com nobreza pelos médicos, pelos enfermeiros, pelos fisioterapeutas que têm amor à sua profissão e que lá militam.
Não vou ler meu discurso. Vou pedir ao Presidente...
O Sr. Marco Maciel (DEM - PE) - Senador Romeu Tuma...
O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP) - Estou ouvindo a voz do Senador Marco Maciel, mas não estou vendo onde S. Exª está.
O Sr. Marco Maciel (DEM - PE. Com revisão do orador.) - Nobre Senador Romeu Tuma, gostaria de, em rápidas palavras, cumprimentá-lo pelo discurso que está fazendo e associar-me às palavras que vem proferindo. Já houve quem dissesse que uma instituição é a sombra de um homem. Essa afirmação calha como luva no que se refere à Rede Sarah. Na realidade, a presença de Aloysio Campos da Paz, não somente vertebrando a instituição, mas colocando-a num plano de grande destaque aqui e alhures, é o reconhecimento de que uma instituição é sempre a sombra de um homem, de uma pessoa que tem liderança e capaz de empreender, como ele o é. Desejo registrar a V. Exª que a Rede Sarah exerce também papel muito importante na formação de quadros. Não basta ser apenas boa instituição, o fundamental é que prepare quadros. Isso pressupõe a existência de lideranças que levem os membros da instituição a prestar os melhores serviços ao País e, conseqüentemente, naquela área mais estratégica, que é a área da saúde. Por isso, quero felicitar a Rede Sarah. Considero que o êxito do sistema Sarah se deve ao fato de o financiamento ser exclusivamente da União. Assim a Rede Sarah tem grande autonomia e condições para suas ações, não dependendo de terceiros. A Rede Sarah já perpassou os limites de Brasília; está instalada em vários Estados que se beneficiam de seus serviços e cria uma cultura baseada no trabalho em área ainda tão carente que é a da saúde. Encerro minha intervenção, cumprimentando V. Exª pelas palavras que profere, a exemplo do Senador Epitácio Cafeteira, da Senadora Rosalba Ciarlini e também do Presidente do Senado Federal, Senador Garibaldi Alves Filho, que tomou a iniciativa de propor e, conseqüentemente, de viabilizar a realização desta homenagem que, merecidamente, prestamos à Rede Sarah, ao Dr. Aloysio Campos da Paz, a toda a sua equipe, ao Conselho da Instituição, na pessoa do Conselheiro Ministro Luciano Brandão, e a todos que, de forma direta ou indireta, contribuem para o seu êxito. Agradeço a V. Exª.
O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP) - Obrigado, Senador Marco Maciel. Peço que o aparte de V. Exª seja incorporado ao meu pronunciamento.
É claro que está na hora de eu encerrar. Há onze oradores inscritos, e não quero prejudicá-los. Só queria agradecer a Deus pela oportunidade de estar aqui, nesta hora, para homenagear aqueles que têm amor à população, aqueles que vivem para servir ao próximo. E a qualidade do médico é a imitação de Cristo. Hoje, o Presidente se emocionou ao agradecer pela missa de Natal. Estou emocionado por que duas pessoas que aqui estão são exemplos maravilhosos da imitação de Cristo na terra.
Sr. Presidente, parabéns pela iniciativa! Parabéns, Dr. Aloysio, Drª Lúcia e todos aqueles que trabalham no hospital Sarah! Parabéns ao grupo de residência, que tem a qualidade de levar, como disse o Senador Marco Maciel, para todos os pontos do País e para o exterior, os conhecimentos desenvolvidos pela ciência, por meio da inteligência, da cultura médica e do trabalho de qualidade daqueles que dirigem o Sarah em Brasília!
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
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