Discurso durante a 237ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso dos 90 anos do jornal paranaense Gazeta do Povo.

Autor
Flávio Arns (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Flávio José Arns
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelo transcurso dos 90 anos do jornal paranaense Gazeta do Povo.
Aparteantes
Alvaro Dias.
Publicação
Publicação no DSF de 16/12/2008 - Página 52284
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, JORNAL, GAZETA DO POVO, ESTADO DO PARANA (PR), ELOGIO, TRABALHO, FUNCIONARIOS, EMPENHO, DIRETOR, CONTRIBUIÇÃO, APRESENTAÇÃO, HISTORIA, REGIÃO.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, COMUNICAÇÃO SOCIAL, DIVULGAÇÃO, NOTICIARIO, MUNDO, DEFESA, CONSOLIDAÇÃO, GLOBALIZAÇÃO, SOLIDARIEDADE, BUSCA, GARANTIA, CIDADANIA, AUSENCIA, DISCRIMINAÇÃO, EXCLUSÃO.
  • VOTO, RECUPERAÇÃO, SAUDE, EX-DEPUTADO, EX-CHEFE, GABINETE DO MINISTRO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), ELOGIO, ATUAÇÃO, ASSOCIAÇÃO DOS PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS (APAE), MUNICIPIO, LONDRINA (PR), ESTADO DO PARANA (PR), REGIÃO, VALORIZAÇÃO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Em primeiro lugar, agradeço ao Senador Papaléo Paes, Presidente da Subcomissão Permanente de Saúde. Tantos debates, discussões e encaminhamentos tão bons têm acontecido na Subcomissão da Comissão de Assuntos Sociais, que V. Exª preside, e os resultados têm sido muito bons.

Saúdo V. Exª também, Senador Mão Santa, e o Senador Alvaro Dias, que está sentado à mesa, amigo, companheiro do Paraná, Senador, ex-Governador do Estado, com quem tive a honra de trabalhar, de 1987 até 1990.

Dirigia, naquela época, com muito orgulho, o Departamento de Educação Especial da Secretaria de Estado da Educação. E quero dizer para as pessoas com deficiência e para as famílias de pessoas com deficiência que essa área teve um apoio extraordinário, enquanto o Senador Alvaro Dias era Governador, e vem tendo, posteriormente, através de seu apoio a projetos de lei e emendas. Nesse sentido, a área teve, no período do Senador Alvaro Dias, na verdade, um avanço, eu diria, formidável, de descentralização, de implantação de serviços no interior. Centenas de programas foram abertos nas escolas comuns e convênios feitos com escolas especiais. E uma das coisas interessantes, já naquela época, há vinte anos, é que todos os professores que atuavam na área recebiam formação específica em educação especial, em cursos de especialização - na época, chamados de pós-graduação -, e também na modalidade de estudos adicionais, com duração de mil horas, em todo o Paraná, para que os professores atendessem bem as crianças, jovens, adultos, surdos, cegos, com deficiência mental, com autismo, um bom programa para crianças e jovens com altas habilidades, chamados, na época, de superdotados academicamente.

           Senador Alvaro Dias, faço esta homenagem porque, quando as pessoas mencionam essas histórias todas, eu digo: “Olha, com relação a isso, já foi feito um esforço há vinte anos, mas temos que continuar fazendo”.

           Que bom. Parabéns.

O Senador Alvaro Dias sabe que muito tem se falado no Estado do Paraná sobre os noventa anos de um jornal muito bom, de muita influência, de muita penetração e seriedade, que é o jornal Gazeta do Povo, que está no caminho de uma trajetória de noventa anos de existência.

E é por isso, Sr. Presidente, que gostaria de ler uma pequena reflexão sobre o jornal, o registro da passagem de seus noventa anos. E peço que esta reflexão conste dos Anais da Casa, que seja publicada de acordo com o Regimento e que sirva para todos pensarmos um pouco mais sobre o papel relevante que os meios de comunicação desempenham em nosso meio.

Muito mais do que um simples registro da passagem dos noventa anos de existência do jornal paranaense Gazeta do Povo, este pronunciamento tem por objetivo reconhecer a importância da comunicação social, especialmente nos nossos dias.

Diz-se que vivemos nos tempos da comunicação, e é verdade. É a comunicação que possibilita a transformação do mundo num só mundo, rompendo as barreiras do isolamento, tornando cada pequeno pedaço deste imenso planeta vizinho de todos, como se fosse uma cidade bem próxima da nossa ou mesmo um bairro da nossa cidade.

A informação é instantânea e traz ao nosso conhecimento tudo que está acontecendo, agora, em qualquer parte do mundo. Talvez possamos considerar a comunicação como um dos principais fatores do que se convencionou chamar de globalização. Porém, muito mais do que uma simples notícia, este aspecto globalizado está mexendo com a própria maneira de ser das pessoas e das comunidades humanas. Alguns estudiosos até se perguntam se estávamos preparados para receber todo este volume de informações.

Quando as pessoas moravam no seu canto, na sua aldeia, viviam a sua própria vida e, no máximo, da pequena comunidade, todos se conheciam, e o problema que atingia uma família repercutia sobre todas. Havia o senso de sensibilidade que conduzia a atitudes de solidariedade e de presença.

Diante deste fato, ao mesmo tempo em que se confirma a importância dos meios de comunicação, um grande desafio se apresenta para os mesmos: ajudar a construir a globalização da solidariedade, que implica na mudança de mentalidade não só dos responsáveis por governos, mas de todas as pessoas. Essa mudança conduzirá a novas atitudes diante da condução da coisa pública, à nova participação popular, assim como a uma nova maneira de ser das empresas nas relações entre gestores e trabalhadores.

Esse processo implicará em cada vez maior intercâmbio entre o meio de comunicação e a população. O meio assumindo concretamente o papel de veículo não só de comunicação como de expressão da cidadania. Nesse sentido, estará também exercendo forte influência cultural, auxiliando o desenvolvimento, abrindo caminhos para a construção de uma convivência harmônica e justa, que repele toda discriminação e exclusão.

Fazendo estas reflexões, entendemos a importância de um jornal com a expressão não só quantitativa, mas qualitativa, que tem a Gazeta do Povo no contexto da vida de nosso Estado do Paraná, ainda mais considerando a sua longa presença na vida de nosso povo.

Muitos aspectos do que acima colocamos aparecem quando se ouve das pessoas a expressão: “Leu o nosso jornal?” ou ”Encontrei tal conteúdo no nosso jornal”. Quando as pessoas se expressam dessa forma, falam de uma relação quase afetiva com o jornal, considerando-o como parte de sua própria história.

Por tudo isso, quero registrar a nossa consideração e o nosso reconhecimento a todas as pessoas que fazem acontecer a Gazeta do Povo e, especialmente - sempre presente e sempre lembrado -, ao seu Diretor, por tantos anos, Dr. Francisco Cunha Pereira Filho, e a seus familiares, que, valentemente, vêm trazendo viva essa chama, sempre abertos a refletir os sinais dos tempos e a adequar o jornal, para que seja uma resposta aos anseios de toda uma comunidade. Desejo que encontrem sempre forças e motivações, para continuarem tão grandiosa e útil obra.

Fica aqui, Sr. Presidente, o registro e a reflexão que propusemos e, principalmente, a mensagem de parabéns aos que, durante esses 90 anos, vêm contribuindo, para contar a história do Paraná.

Nesse sentido, Sr. Presidente, gostaria de dar como lido este pronunciamento.

O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - Permite V. Exª um aparte, Senador?

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR) - Que ele seja registrado nos Anais, para que esta homenagem ao jornal seja também uma iniciativa do Senado Federal.

Com prazer, dou a palavra ao Senador Alvaro Dias.

O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - Senador Flávio Arns, primeiramente quero agradecer. V. Exª, com a generosidade já conhecida, sensibilizou-me com palavras bondosas. Gostaria de retribuir, porque V. Exª sempre revelou uma grandeza incomum: caráter, personalidade, respeito às pessoas e uma dedicação incomparável à causa dos menos favorecidos, especialmente daqueles que V. Exª representa com tanto denodo e entusiasmo, que são os portadores de deficiência. Gostaria de registrar - aliás já o fiz em outras oportunidades - este reconhecimento de ser V. Exª a principal voz, a voz mais autorizada, a mais forte e competente, na defesa dessas pessoas. Receber palavras tão elogiosas de V. Exª é para mim uma enorme honra. Foi um prazer incomparável ter V. Exª trabalhando ao nosso lado, no setor de ensino especial da Secretaria de Educação, onde V. Exª se revelou competente e dedicado. Aliás uma das lideranças das Apaes no Paraná certa vez me disse na cidade de Ibiporã - e V. Exª sabe quem é - que eu era o culpado: eu é que descobrira Flávio Arns, por isso ele era um eleitor, um defensor e um cabo eleitoral de Flávio Arns. Eu lhe disse: “Parabéns, acho que escolheu muito bem o seu representante”. Quero também, Senador Flávio Arns, associar-me a V. Exª na homenagem que presta ao jornal Gazeta do Povo, especialmente a essa figura ímpar de jornalista e empresário, o Dr. Francisco Cunha Pereira Filho, uma figura respeitável da imprensa paranaense, sobretudo pelo caráter, pela personalidade e pelo espírito de justiça, por ser um paranista autêntico, alguém que dedicou a sua vida na defesa do interesse público paranaense. O Dr. Francisco Cunha Pereira sempre foi um defensor das causas do nosso Estado, Senador Papaléo Paes. Por exemplo, com os royalties de Itaipu, quando era Governador, ele contribuiu extraordinariamente, para que pudéssemos fazer com que ficasse no Paraná parte dos recursos arrecadados no Parque Nacional do Iguaçu. Enfim, em todas as causas paranistas, estava ele à frente, como um homem de comunicação, um homem de imprensa, e a Gazeta do Povo nada mais é do que o seu retrato. A Gazeta do Povo é a continuidade da sua luta, com um modelo de imprensa que ele idealizou. Por isso, V. Exª faz muito bem, ao trazer esta homenagem à tribuna do Senado Federal, e eu me associo a V. Exª.

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR) - Agradeço a V. Exª.

Sr. Presidente, gostaria de solicitar que o posicionamento do Senador Alvaro Dias, pela propriedade e pelo envolvimento com o jornal, com o Dr. Francisco Cunha Pereira, seja incorporado ao meu pronunciamento, para constar dos Anais.

Só quero lembrar, se V. Exª me permite, que o Senador Alvaro Dias fez menção a uma pessoa de Ibiporã, cujo nome quero declinar, que é o Dr. Justino Alves Pereira, ex-Deputado Federal, Chefe de Gabinete do Ministro da Saúde anos atrás, Secretário de Saúde, naquela época, do Estado do Paraná, pai de uma mulher com deficiência mental...

(Interrupção do som.)

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR) - ... de cinqüenta e tantos anos. Mas gostaria de dizer a toda a sociedade brasileira que o Dr. Justino Alves Pereira é uma daquelas pessoas que faz parte - diria - de um conjunto enorme de pessoas que se dedicam, com todo ardor, com toda competência, com todo amor, a que a cidadania seja construída.

Neste momento, o Dr. Justino Alves Pereira, de Londrina, da Apae de Ibiporã - que foi muito auxiliada por V. Exª, pelos belos serviços que faz -, está com muitas dificuldades de saúde. E nós do Senado, de Brasília e do Brasil inteiro nos voltamos para ele, para a esposa, para a Ildemã, para a filha, para a Marcinha, que é aluna da Apae e trabalha na Apae, e para os outros filhos e netos, dizendo: “Olhem, estamos juntos. Queremos que melhore, que tenha forças, que tenha esperança”.

O Brasil precisa dessas pessoas mesmo, dessas centenas de milhares que, como bons brasileiros, lutam como voluntários, para que a cidadania aconteça em nosso País. E o Dr. Justino Alves Pereira, para mim e para V. Exª, como foi colocado, é um exemplo, uma referência nessa área.

Então, o nosso grande abraço ao Dr. Justino Alves Pereira, de Londrina, pelo exemplo. Quer dizer, cita-se alguém de Londrina, do Paraná, mas para se dizer que há muita gente boa pelo Brasil, fazendo um trabalho extraordinário.

Muito obrigado pela lembrança, pelo aparte.

Agradeço a V. Exª, Sr. Presidente.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR FLÁVIO ARNS

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O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, muito mais do que um simples registro da passagem dos noventa anos de existência do jornal paranaense Gazeta do Povo, este pronunciamento tem como objetivo reconhecer a importância da comunicação social especialmente nos nossos dias.

Diz-se que vivemos nos tempos da comunicação e é verdade. É a comunicação que possibilita a transformação do mundo num só mundo, rompendo as barreiras do isolamento, tornando cada pequeno pedaço deste imenso planeta vizinho de todos, como se fosse uma cidade bem próxima da nossa ou mesmo um bairro da nossa cidade. A informação é instantânea e traz ao nosso conhecimento tudo o que está acontecendo, agora, em qualquer parte do mundo. Talvez possamos considerar a comunicação como um dos principais fatores do que se convencionou chamar de globalização.

Porém, muito mais do que uma simples notícia, este aspecto globalizado está mexendo com a própria maneira de ser das pessoas e das comunidades humanas. Alguns estudiosos até se perguntam se estávamos preparados para receber todo este volume de informações. Quando as pessoas moravam no seu canto, na sua aldeia, viviam a sua própria vida e, no máximo, da pequena comunidade, todos se conheciam e o problema que atingia uma família repercutia sobre todas. Havia o senso de sensibilidade que conduzia a atitudes de solidariedade e de presença.

Diante deste fato, ao mesmo tempo que se confirma a importância dos meios de comunicação, um grande desafio se apresenta para os mesmos: ajudar a construir a globalização da solidariedade, que implica na mudança de mentalidade não só dos responsáveis por governos, mas de todas as pessoas. Esta mudança conduzirá a novas atitudes diante da condução da coisa pública, à nova participação popular, assim como a uma nova maneira de ser das empresas nas relações entre gestores e trabalhadores.

Este processo implicará em cada vez maior intercâmbio entre o meio de comunicação e a população. O meio assumindo concretamente o papel de veículo não só de comunicação como de expressão da cidadania. Neste sentido, estará também exercendo forte influência cultural, auxiliando o desenvolvimento, abrindo caminhos para a construção de uma convivência harmônica e justa, que repele toda discriminação e exclusão.

Fazendo estas reflexões, entendemos a importância de um jornal com a expressão não só quantitativa, mas qualitativa que tem a GAZETA DO POVO no contexto da vida de nosso estado, ainda mais considerando a sua longa presença na vida de nosso povo. Muitos aspectos do que acima colocamos aparecem quando se ouve das pessoas a expressão: “leu o nosso jornal?” ou “encontrei tal conteúdo no nosso jornal”. Quando as pessoas se expressam desta forma, falam de uma relação quase afetiva com o jornal, considerando-o como parte de sua própria história.

Por tudo isso, quere registrar a nossa consideração e o nosso reconhecimento a todas as pessoas que fazem acontecer a GAZETA DO POVO e, especialmente, seu Diretor, Dr. Francisco Cunha Pereira Filho, e seus familiares que valentemente vêm trazendo viva esta chama e sempre abertos a refletir os sinais dos tempos, adequar o jornal para que seja uma resposta aos anseios de toda uma comunidade, desejando que encontrem sempre forças e motivações para continuar tão grandiosa e útil obra. 

Fica aqui o registro e a reflexão que propusemos e, principalmente, a mensagem de parabéns a todos os que, durante esses 90 anos, vêm contribuindo para contar a história do Paraná.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/12/2008 - Página 52284