Discurso durante a 224ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Agradece aos Srs. Senadores pelo apoio à sua recondução a liderança do PSDB e defende a descentralização do trabalho líder.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. REGIMENTO INTERNO. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Agradece aos Srs. Senadores pelo apoio à sua recondução a liderança do PSDB e defende a descentralização do trabalho líder.
Publicação
Publicação no DSF de 27/11/2008 - Página 47991
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. REGIMENTO INTERNO. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CUMPRIMENTO, JOSE AGRIPINO, SENADOR, RECONDUÇÃO, LIDERANÇA, PARTIDO POLITICO, DIRETORIA DE ENGENHARIA DA MARINHA (DEM).
  • COMENTARIO, MA-FE, GOVERNO FEDERAL, INFERIORIDADE, EXECUÇÃO ORÇAMENTARIA, EMENDA, AUTORIA, MEMBROS, OPOSIÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, GERALDO MESQUITA JUNIOR, SENADOR, SUGESTÃO, LIDERANÇA, ASSESSORIA JURIDICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), POSSIBILIDADE, AÇÃO JUDICIAL, ACUSAÇÃO, IRREGULARIDADE, MANUSEIO, FUNDOS PUBLICOS.
  • AGRADECIMENTO, MENÇÃO HONROSA, SENADOR, RECONDUÇÃO, ORADOR, LIDERANÇA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), DEFESA, DESCENTRALIZAÇÃO, COMPETENCIA, LIDER, REESTRUTURAÇÃO, AMPLIAÇÃO, ATUAÇÃO, VICE-LIDER, NECESSIDADE, DEBATE, IMPLANTAÇÃO, RODIZIO, SIMILARIDADE, SISTEMA, CAMARA DOS DEPUTADOS.
  • MANIFESTAÇÃO, DISPOSIÇÃO, EMPENHO, CRIATIVIDADE, EFICACIA, EXERCICIO, FUNÇÃO, LIDERANÇA, MELHORIA, POLITICA.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, antes de entrar no agradecimento que devo fazer à Casa pelas menções tão honrosas que fizeram à minha recondução à Liderança do PSDB e de parabenizar o DEM pela sábia recondução do Senador José Agripino, que é de fato um dos grandes Senadores que já passaram por esta Casa, eu gostaria de mencionar o que nos perguntávamos, ainda há pouco, a Senadora Marisa Serrano, o Senador Sérgio Guerra e eu: se não se configura algo como uma prevaricação, o Governo, este ou qualquer outro, não liberar emenda pessoal, emenda de um Parlamentar em função da sua posição de Oposição a este mesmo Governo. O Senador Geraldo Mesquita tem sido vítima de uma perseguição atroz, e isso não pode continuar. 

            O Senador Geraldo Mesquita me suscita a idéia que ora levo à Liderança do PSDB, à Assessoria Jurídica do PSDB para saber se isso não deve ser alvo até de uma ação jurídica, porque é o manuseio equivocado do dinheiro público. Então, o dinheiro público é para amigo? O dinheiro não é para inimigo atender ao seu Prefeito? As prioridades do adversário não devem ser levadas em conta? As andanças que o Senador Geraldo Mesquita faz pelo Estado do Acre e que resultam em demandas justas de Prefeitos, de Câmaras de Vereadores, de populares, não devem ser consideradas?

            Eu vejo nisso algo de prevaricação. Isso tem que acabar. Não é possível que pensem que o dinheiro é da poupança de quem se elege. O dinheiro não é da poupança. O Presidente da República haverá de ter uma poupança dele, se Deus quiser muito bem fornida, até porque, em quatro anos, qualquer Presidente faz uma boa economia, e eu sei que a poupança dele haverá de ser uma poupança honrada, porque eu o conheci uma pessoa honrada e imagino que deixará o Governo como uma pessoa honrada. Mas o dinheiro das emendas, o dinheiro do orçamento não pertence ao Presidente da República, não pertence ao articulador político do Governo, não pertence à liderança de qualquer Partido da Base governista. O dinheiro não pertence ao Ministro da Fazenda. O dinheiro pertence ao povo brasileiro. E o povo brasileiro, em parte muito honrosa no Estado do Acre, é representado pelo Senador Geraldo Mesquita Júnior.

            Eu vou estudar isso com a assessoria jurídica do meu Partido, porque, de fato - ele usou um termo forte: palhaçada -, essa brincadeira de mau gosto, esse trote, essa pegadinha, essa infantilidade não pode perdurar, não pode continuar. As emendas devem ser liberadas, independentemente da posição que adote qualquer parlamentar, ou, a meu ver, estaria prevaricando o Governo por dar destino politiqueiro à coisa pública, ao dinheiro público.

            Sr. Presidente, eu agradeço, de coração, a palavra de adversários e, no caso, um amigo tão querido como o Senador João Pedro, a palavra de Parlamentares de vários Partidos, como, por exemplo, o Senador Paulo Paim, com quem eu tenho uma relação extremamente fraterna, do PT do Rio Grande do Sul, o Senador Mão Santa, outro companheiro indormido nas nossas lutas de fiscalização da coisa pública, de fiscalização do Governo.

            Agradeço muito as manifestações que vieram do DEM, as manifestações que vieram do meu Partido. Praticamente a Bancada inteira se manifestou.

            Eu devo dizer a V. Exª - que, aliás, é um companheiro que me honra muito em tê-lo na Mesa e em tê-lo no meu Partido, que é o seu Partido, o PSDB - que tenho plena consciência de que eu exerço a liderança há tempo talvez demasiado. É a sétima recondução. Eu vinha da Liderança de Governo, quatro anos. Eu sinto que vou precisar me desdobrar muito para fazer dessa liderança uma liderança eficaz, uma liderança que não se repita, uma liderança que seja criativa e já pedi à Bancada duas coisas: uma, ao Senador Cícero Lucena, que proponha uma reestruturação da forma de atuação dos vice-líderes de modo a nós termos, cada vez mais, descentralização, atividades de responsabilidade nítida de cada vice-líder. Cada comissão com seu próprio líder. Ou seja, eu, Líder, chego à comissão tal, vou me informar, vou me orientar pela palavra do meu liderado, que, naquele momento, será o meu líder. É a forma que eu vejo de revitalizar uma liderança que tem tudo para caducar, tem tudo para envelhecer, até pelo tempo demasiado de uso desse instrumento que é tão honroso para mim.

            Devo dizer mais: encomendei ao Senador Marconi Perillo que fizesse, a exemplo do que funciona na Bancada do PSDB da Câmara, um estatuto que estabelece, a partir de agora, um rodízio. Ou seja, ano que vem, não há hipótese de eu ser Líder do PSDB; será alguém escolhido pela vontade soberana dos Senadores, e, na outra legislatura, outro alguém, e teremos oito líderes na outra legislatura.

            Estejamos aqui nós, ou não estejamos aqui nós, a nossa vinda para cá depende de voto, depende da vontade nossa de disputar e da vontade dos nossos conterrâneos de nos elegerem ou não. Mas esse estatuto vigorará daqui em diante, porque a minha Bancada é composta de homens e mulheres brilhantes; é uma Bancada composta de ex-Governadores, como Tasso Jereissati, Marconi Perillo, Alvaro Dias, Parlamentar do maior brilho, Eduardo Azeredo, que foi, com muito êxito, Governador das Minas Gerais; é composta de ex-Ministros - eu cito a Senadora Lúcia Vânia, eu próprio passei pelo Ministério -; é composta de pessoas que tiveram passagens brilhantes pelo Executivo, como Cícero Lucena, como Prefeito, como Marisa Serrano, que foi Vice-Prefeita, com muita atuação na Vice-Prefeitura de Campo Grande. E mais; a Marisa Serrano desempenhou, logo ao chegar, missões espinhosíssimas, e se saiu com muito brilho, virando o nome nacional que é hoje. O Presidente Sérgio Guerra, que acaba de receber os maiores elogios em visita que recebi - ele ausente - da Governadora Yeda Crucius, dizendo como ele faz bem ao Partido, como ele governa o Partido com espírito democrático. Ou seja, V. Exª, que foi Prefeito de Macapá; o Senador Flexa Ribeiro, que tem uma atividade empresarial que o credencia a olhar o lado prático da vida com muita percuciência, com muita lucidez; o Presidente da Assembléia Legislativa, tantas vezes, o Senador Mário Couto; Sérgio Guerra foi Secretário de Estado diversas vezes em Recife; João Tenório, outro líder empresarial que aborda como ninguém a questão energética.

            Enfim, temo em estar incorrendo naquele erro de esquecer alguém - Senador Wellington ainda não é do Partido - , mas gostaria de dizer que sei que lidero uma bancada composta de pessoas que podem perfeitamente emprestar brilho e segurança - peço à Senadora Rosalba um pouquinho de paciência -, muito brilho e muita segurança à condução da nossa luta de oposição aqui.

            Fico muito honrado, mas ciente de que vou ter que me desdobrar para fazer uma boa liderança e ciente de que é um ciclo que se encerra, é um ciclo que se encerra porque não é justo comigo nem é justo com os companheiros que nós repitamos uma experiência.

            Ontem estava com o jornalista Ricardo Noblat, que dizia para mim que Fidel Castro ia ligar para pedir conselho sobre como se manter tanto tempo num cargo, enfim.

            Mas é verdade, vamos fazer uma liderança dinâmica, descentralizada, muito participativa, e eu fico, por hora, muito agradecido à Casa, às manifestações dos companheiros, a manifestação dos colegas, muito agradecido a minha Bancada pela confiança sete vezes renovada. E mais, quero dizer que tenho muita honra de ter tido como parceiro de luta de oposição, liderando do DEM, essa figura brilhante, proba, correta, lúcida do Senador José Agripino, e sem dúvida alguma o Senador Romero Jucá que, pelo jeito que as coisas vão, segundo as pesquisas, será o líder do nosso próximo Governo.

            Estou muito grato e, ao mesmo tempo, muito cioso da responsabilidade que tenho às costas. Não dá para cair na mesmice, e sete anos é um tempo de mesmice, sete anos é tempo de repetição, é tempo de desgaste, é tempo de envelhecimento, é tempo de certa esclerose pelo exercício tão continuado de uma função que é tão honrosa.

            Vou fazer o impossível para fazer desta uma etapa de renovação de métodos e de aproximação, cada vez mais, da nossa Bancada, na sintonia com a opinião pública.

            Muito obrigado, de coração, à Casa, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/11/2008 - Página 47991