Fala da Presidência durante a 232ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Pede atenção ao Presidente da República para os problemas do Piauí.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. EDUCAÇÃO.:
  • Pede atenção ao Presidente da República para os problemas do Piauí.
Publicação
Publicação no DSF de 09/12/2008 - Página 50450
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. EDUCAÇÃO.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, AUXILIO, ESTADO DO PIAUI (PI), DENUNCIA, DESMATAMENTO, REDUÇÃO, CREDITOS, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), AMPLIAÇÃO, RECURSOS, CENTRAIS ELETRICAS DO PIAUI S/A (CEPISA).
  • COMENTARIO, PRECARIEDADE, UNIVERSIDADE FEDERAL, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), REDUÇÃO, QUALIDADE, ENSINO, REGISTRO, ESFORÇO, GOVERNO FEDERAL, PROGRAMA, AMPLIAÇÃO, VAGA, POPULAÇÃO, BAIXA RENDA, UNIVERSIDADE PARTICULAR, OCORRENCIA, AUMENTO, NUMERO, ESTUDANTE, UNIVERSIDADE, NECESSIDADE, MELHORIA, ENSINO SUPERIOR.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Após brilhante pronunciamento do Senador João Pedro, que representa o Partido dos Trabalhadores pelo Estado do Amazonas, que fez análise da participação do seu partido na democracia do Brasil, apenas aproveitaria esse instante final desta sessão para pedir ao Presidente da República que olhe o caos que estamos vivendo no Estado do Piauí.

            A Justiça denunciou que o sul do Estado está se transformando em carvão. Negociam grandes áreas de terra, queimando pequenas florestas que nós temos. Nós somos pobres em vegetação, nós não somos um Amazonas. E a própria Justiça está denunciando. Setenta e dois municípios decretam emergência, não têm água. Essa é a realidade.

            O Pronaf foi extinto em 100 municípios. Pela seca - se eles não têm água, eles não pagam -, a companhia energética levou o Estado do Piauí ao “apagão”.

            O Piauí é o Brasil. Então, é isso que eu tenho de dizer: o Brasil não vai naquelas cores tão bem pintadas pelo líder da Amazônia, não! O Brasil está cheio de dificuldades. Vejam nossa segurança, nossa educação. Nosso querido Senador disse, mas eu queria dizer, em 1990, neste País, o MEC disse que, das dez melhores universidades, sete eram públicas e três privadas; em 2000, mudou: das dez melhores universidades, sete eram privadas e três públicas. Agora, das dez melhores, só existem duas públicas.

            O que é que significa isso? Que o pobre não vai ter vez para estudar. Uma faculdade federal de Medicina onde eu, nos governos passados, estudei; especializei-me em hospitais federais no Ipase e me tornei um cirurgião - era Pelé fazendo gol e eu operando). Hoje, não tem mais! A faculdade de Medicina privada, no Nordeste, tem uma delas que cobra R$4.000,00 por mês. Então, está muito distante do pobre que V. Exª está pretendendo... Quatro mil reais em um mês! E esse estudante tem de comer, tem de comprar livros caros e tudo! Então, só a elite pode estudar!

            Então, esta é nossa preocupação. Não está assim... V. Exª vê as cores belas da natureza do Amazonas e pinta.

            Mas esta é a realidade: as faculdades de Medicina, hoje, em sua grande maioria, são privadas. Há delas que custam R$4 mil. Atentai bem o que é essa quantia. Esse regime deu certo nos Estados Unidos porque o salário é alto. Consegue-se trabalhar para pagar. O Chile nos dá um exemplo, daí ter 30% de sua população em universidades. O estudante vai ao banco e tira dinheiro, como tiramos dinheiro para comprar carro, em 10 anos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/12/2008 - Página 50450