Fala da Presidência durante a 235ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos 48 anos de fundação da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação.

Autor
Garibaldi Alves Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Garibaldi Alves Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SAUDE.:
  • Comemoração dos 48 anos de fundação da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação.
Publicação
Publicação no DSF de 12/12/2008 - Página 51232
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SAUDE.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, REDE NACIONAL DE HOSPITAIS DA MEDICINA DO APARELHO LOCOMOTOR, CONVITE, ALOYSIO CAMPOS DA PAZ JUNIOR, FUNDADOR, LUCIA VILADINO BRAGA, PRESIDENTE, COMPOSIÇÃO, MESA DIRETORA, SESSÃO.
  • LEITURA, ARTIGO DE IMPRENSA, AUTORIA, ARI CUNHA, JORNALISTA, PUBLICAÇÃO, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), HOMENAGEM, REDE NACIONAL DE HOSPITAIS DA MEDICINA DO APARELHO LOCOMOTOR, ELOGIO, TRABALHO.

            O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Há número regimental. Declaro aberta a sessão.

            Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.

            O tempo destinado aos oradores do Período do Expediente da presente sessão será dedicado a comemorar os 48 anos de fundação da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, nos termos do Requerimento de nº 1.559, de 2008, do Senador Garibaldi Alves e outros Srs. Senadores.

            Tenho a honra de convidar para compor a Mesa o Dr. Aloysio Campos da Paz Júnior, idealizador da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação e Presidente da Associação das Pioneiras Sociais. (Palmas.)

         Tenho a honra também de convidar para compor a Mesa a Drª Lúcia Willadino Braga, Presidente e Diretora Executiva da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação. (Palmas.)

         Tenho a honra de convidar para compor a Mesa, representando a Câmara dos Deputados, o ex-Ministro da Saúde e Deputado Federal, Alcenir Guerra. (Palmas.)

            Quero registrar, com muita satisfação, a presença nesta sessão da Srª Elsita Campos da Paz, esposa do Dr. Aloysio Campos da Paz. (Palmas.)

            Quero também registrar, com igual satisfação, a presença de Priscilla Campos da Paz, filha do Dr. Aloysio Campos da Paz Júnior; do Sr. José Carlos Daher, Diretor Superintendente do Hospital Daher; do Sr. Jornalista Ari Cunha, Vice-Presidente do jornal Correio Braziliense; dos funcionários da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação. (Palmas.)

            Agradeço a presença de todos aqui, senhoras e senhores, convidadas e convidados.

            Daremos início aos nossos trabalhos lendo o artigo do jornalista Ari Cunha a respeito do trabalho da Rede Sarah de Hospitais, se ele me permite.

Amor ao próximo.

O Senado Federal abre as portas em homenagem aos 48 anos de fundação da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação. O Presidente, Senador Garibaldi Alves, faz o convite para a comemoração do feito que a história de Brasília registra desde o primeiro dia de funcionamento.

Inaugurava-se a cidade e nascia a Fundação das Pioneiras Sociais. Era plantada a semente do Sarinha, modesta construção voltada para a W3. Os primeiros atendimentos traziam a confiança de que a equipe merecia o respeito da cidade.

O ano de 1970 confirmava o entusiasmo de jovens egressos das universidades brasileiras. Da união surgiu o Hospital Sarah de Brasília.

Era o entusiasmo de pequeno grupo de funcionários em que todos tinham o mesmo valor. A hierarquia era de cargos, e o trabalho criava forma de comunidade com destino de bem atender a população.

Aloysio Campos da Paz, de família com origem médica, carioca, dava o exemplo de amor ao próximo. Eram comunistas no sentido real da palavra. Estava no espírito do jovem médico que seu destino se ligava ao povo. Não tratar dos doentes somente. Era dar-lhes a confiança de que todos são iguais e merecem a atenção como seres humanos. O amor ao próximo é a linha reta da vida e da família. Transformou-se em axioma de vivência coletiva

Começava novo século e a Fundação se transformava em Associação das Pioneiras Sociais. Cria-se a primeira instituição pública não estatal. A única autorizada a assinar contrato de gestão. O dinheiro é do governo. A administração presta conta da verba recebida, enquanto o Congresso contribui com o orçamento seguinte. Os detalhes são cumpridos com a finalidade que fez crescer a instituição.

Doente não paga um tostão no Sarah. O dinheiro é do governo e administrado pela Associação das Pioneiras. Recursos da União são transformados em serviços para o cidadão que paga imposto. Não há tratamento de emergência. Cada caso é estudado por equipes. A atenção é fundamental.

Todos os anos são feitos estudos sobre o Sarah. Em primeiro lugar vem a atenção do profissional ao tratamento. Em seguida, a organização da instituição. Lá adiante é que vem o cartão de visita dos hospitais. A limpeza na entrada e das instalações. Vê-se que o povo sente que é bem tratado, antes de entrar num ambiente de higiene. A causa é simples: quem trata com ossos tem cuidado redobrado contra infecções.

Há unidades no Amapá, Pará, Maranhão, Bahia, Minas, Ceará, Rio e no Distrito Federal (no Plano Piloto e no Lago Norte, onde se instalou o Centro Internacional de Neurociências e Reabilitação) [só está faltando o Rio Grande do Norte]. Em dezembro de 1999, a principal pesquisadora da Rede Sarah, que nela ingressou nos anos 1970, Drª Lúcia Willadino Braga, recebeu o título de Honoris Causa pela Universidade de Reims, uma das mais antigas da Europa. Esse título é concedido a cada 50 anos a três cientistas. Outros reconhecimentos vieram de universidades de vários países. O valor profissional de Drª Lúcia Willadino Braga cresceu na comunidade médica internacional principalmente da Escandinávia, Europa, Estados Unidos e Canadá. Antes de existir para o público, a Internet unia unidades médicas desses países, inclusive no Brasil, representado pelo Sarah.

Relatório do ano passado, apresentado à União e submetido ao Tribunal de Contas da União, indica a realização de 18.760.254 procedimentos que beneficiaram 1.576.147 brasileiros oriundos de todos os Estados. O Brasil saúda a Rede Sarah.

Assinado: Ari Cunha.

Publicado no Correio Braziliense de quinta-feira, 11 de dezembro de 2008.

            (Palmas.)

            Preparei um discurso, mas creio que Ari Cunha já disse muita coisa que nele consta.

            A imagem pública de uma instituição é seu maior patrimônio. A Rede Sarah é vista pela sociedade brasileira e também pela classe médica como uma entidade modelar da área de saúde. Essa avaliação positiva decorre dos bons serviços prestados a milhões de pacientes ao longo de 48 anos de existência.

            O que era, em 1960, uma pequena unidade de atendimento, o Sarinha, como disse muito bem Ari Cunha, transformou-se numa rede administrada pela Fundação das Pioneiras Sociais, tornou-se, pelas mãos idealistas do Dr. Campos da Paz, uma rede de hospitais públicos de reputação internacional, especializada na reabilitação de pacientes com problemas no sistema nervoso central e no aparelho locomotor.

            O nível de satisfação dos pacientes é enorme e não se tem notícia de índice semelhante em outra área; afinal, 97% dos pacientes classificaram como “boa” ou “ótima” a assistência recebida.

         Esse trabalho competente, centrado em princípios humanitários, atravessou fronteiras e, hoje, a Rede Sarah é procurada por profissionais de todo o mundo, em busca de aperfeiçoamento técnico e aprendizagem teórica e prática, oferecidos, por exemplo, pelo curso de Mestrado em Ciências da Reabilitação, na unidade de Brasília.

            O destaque internacional da Rede é de tal importância que, agora em novembro, por ocasião da Conferência Internacional sobre Traumatismo Cerebral, ocorrida nos Estados Unidos, esteve presente uma única especialista brasileira, a Drª Lúcia Willadino Braga, Diretora Executiva da Rede Sarah.

            O Congresso norte-americano criou uma Força de Trabalho, meus senhores e minhas senhoras, para enfrentar o problema dos jovens soldados vítimas de traumatismo craniano, e não hesitou em solicitar, formalmente, a participação da Rede Sarah na elaboração de políticas que permitam encontrar soluções para a integração social desses jovens.

            A própria arquitetura dos hospitais - e muitos dos que aqui estão sabem melhor que eu disso, pois trabalham naquela instituição - foi concebida para humanizar o ambiente hospitalar, sem descurar dos aspectos funcionais e de atributos estéticos e econômicos.

            Os conceitos de ambientes flexíveis e humanizados, de acessibilidade, de economia de energia pelo uso da luz e ventilação naturais, de componentes com várias funções, do uso de materiais resistentes e de soluções arquitetônicas inovadoras viraram paradigma para outras instituições, razão pela qual parabenizo o arquiteto baiano João Figueiras Lima, o Lelé.

            (Palmas.)

            Outra característica da Rede Sarah é o preparo técnico do pessoal especializado e de apoio, junto com a dedicação integral e exclusiva.

            O processo de seleção obedece aos rigores do concurso público, sujeitando os aprovados a estágio probatório e avaliação periódica, o que termina por garantir o apuro e a qualidade dos procedimentos médicos e do atendimento ao paciente.

            É de todo desejável, portanto, que a Rede Sarah continue a expandir sua atuação por todo o Brasil, fornecendo serviços médicos de altíssima qualidade a todos que deles necessitem.

             Justíssima, portanto, é esta homenagem que o Senado Federal presta à Rede Sarah pela passagem dos seus 48 anos.

            Quero felicitar, portanto, a Associação das Pioneiras Sociais, o Dr. Aloyzio Campos da Paz, a Diretora Executiva da instituição, Drª Lúcia, e, em especial, todos vocês que estão aqui, que constituem o corpo de funcionários, homens e mulheres dedicados e capazes, que tratam das pessoas em momento particularmente difícil de suas vidas.

            Eu mesmo poderia dar um testemunho. Acho que, como todos os Senadores aqui, não tenho deixado em paz ninguém que trabalha na Rede Sarah. Quando vejo que já saturei de pedidos um funcionário, fico apelando para outro, para outro, para que possamos ter o atendimento, porque a demanda vinda de nossos Estados é muito grande. Se eu fosse toda vez falar com a Drª Lúcia, acho que ela não pesquisaria mais nada.

            Meus senhores e minhas senhoras, era isso o que eu tinha a dizer; porém, tenho certeza de que todos os Senadores e Senadoras têm muita coisa ainda a dizer a respeito dessa instituição que se transformou em símbolo de eficiência e também de humanismo, de humanidade no atendimento.

            Parabéns à Rede Sarah por esses seus 48 anos de existência!

            Muito obrigado.

            (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/12/2008 - Página 51232