Discurso durante a 240ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do vigésimo quinto aniversário do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar - DIAP.

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA.:
  • Comemoração do vigésimo quinto aniversário do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar - DIAP.
Publicação
Publicação no DSF de 17/12/2008 - Página 52495
Assunto
Outros > HOMENAGEM. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, AUTORIDADE, PRESENÇA, SESSÃO, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, DEPARTAMENTO, ENTIDADES SINDICAIS, ASSESSORIA LEGISLATIVA, RELEVANCIA, LUTA, DIREITOS E GARANTIAS TRABALHISTAS, COMBATE, REGIME MILITAR, PARTICIPAÇÃO, CRIAÇÃO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, REGISTRO, ENTIDADE, FISCALIZAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, POLITICA DE EMPREGO, BUSCA, GARANTIA, EMPREGO, PERIODO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL.
  • REGISTRO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, REDUÇÃO, PESO, TRANSPORTE, CARREGADOR, MELHORIA, CONDIÇÕES DE TRABALHO, DIFICULDADE, TRAMITAÇÃO, SENADO, EXPECTATIVA, VOTAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS.

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O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Garibaldi Alves, eu gostaria de cumprimentar nosso colega Paulo Paim pela iniciativa tão auspiciosa de comemorar o 25º aniversário do Diap aqui em nosso plenário.

Gostaria de saudar o Sr. Antônio Queiroz, Diretor do Diap; o Sr. Ulisses, Diretor Técnico; o Sr. José Gabriel, vice-Presidente; os representantes, em nosso plenário, dos novecentos sindicatos, federações, confederações; todos os líderes que formam esse departamento fundamental para a vida pública brasileira.

Sou um Senador de primeiro mandato. Meu primeiro projeto, há seis anos, foi reduzir o peso que o trabalhador brasileiro deve carregar, ou está obrigado a carregar, por lei, individualmente, em nosso País. E isso baliza a indústria. A Consolidação das Leis do Trabalho - os senhores sabem -, da década de 40, diz que o trabalhador brasileiro deve carregar até 60 quilos. De tal maneira que um saco de batata, um saco de cebola, no campo, ou um saco de cimento, terão 50 ou 60 quilos. Perguntava-me: é justo? É justo que um trabalhador, um servente, que ganha hoje um salário mínimo, seja obrigado a levantar 60 quilos? Ninguém consegue pegar aquele saco do chão e colocar na cabeça. O sujeito pára ao lado de um caminhão e fica em pé com uma camiseta enrolada na cabeça. Dois companheiros colocam o saco em cima da cabeça dele, e ele sai carregando aquilo até o almoxarifado da obra, onde dá um impulso e joga o saco no chão. É justo para o trabalhador brasileiro, que ganha tão mal, que come mal, que dorme mal, que tem uma má-assistência médica e odontológica e que se aposenta hoje aos 65 anos de idade? É justo que, aos 65 anos de idade, esse operário, esse servente, esse homem do campo, seja obrigado a carregar 60 quilos? Não é justo.

Meus amigos, tramitou anos no Senado para que fosse aprovada essa lei simples, que limitava em 20 quilos para as mulheres e 30 quilos para os homens, como é no mundo inteiro. Que luta, que dificuldade, em cada comissão, e finalmente no plenário. É o exemplo que cito para mostrar a importância do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar. Porque, se um direito mínimo do trabalhador não consegue ter prioridade em uma Casa do Congresso, imagine direitos maiores.

Agradeço a ajuda do Senador Paim, que, junto comigo, vendo minha luta, ajudou-nos a aprovar o projeto, que, hoje, se encontra em tramitação na Câmara dos Deputados.

Vim aqui hoje não só para prestar homenagens - todas elas meritórias -, mas também para fazer um alerta. Se nesses últimos 25 anos o Diap teve uma participação fundamental na vida nacional, sobretudo no combate à ditadura e na elaboração da nossa Constituição, ano que vem, os senhores precisarão estar muito atentos. Porque fomos surpreendidos por uma crise internacional, Sr. Presidente, na contramão de todas as nossas expectativas. Hoje, nosso saldo em conta corrente é negativo. Os pátios de nossas montadoras estão lotados, e a indústria automobilística brasileira tem 10% dos trabalhadores. Nossa pauta de exportação é eminentemente de commodities - e aqui está o João Pedro, que é lá da Região Norte, da Região da Amazônia -, e despencaram os preços do minério, do petróleo e dos produtos agrícolas, de tal maneira que é preciso que o Diap esteja atento e este Congresso crie políticas anticíclicas que garantam o emprego.

Hoje mesmo, vamos votar uma medida importante. Vamos dar autorização ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica para comprar instituições financeiras. É preciso que seja aprovada uma emenda - estou colocando na lei - a fim de que essas compras não representem demissão. Porque, se comprarem bancos e, para enxugar uma instituição que hoje pode não ser tão lucrativa, demitirem funcionários, agrava o nosso caso, num horizonte extremamente prejudicial para os trabalhadores brasileiros, que é esta crise. Aliás, Senador Paim, temos que criar na Comissão de Assuntos Econômicos uma Subcomissão contra a Recessão e o Desemprego. Do contrário, com a crise gerada pela ambição dos mercados financeiros, que emitiram no mundo afora títulos podres, essa conta será paga com o desemprego, a angústia, o sofrimento do trabalhador, sobretudo aqueles dos países em desenvolvimento.

           Contamos com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar. Ano que vem, vamos ter uma árdua luta. Mais do que nunca, os trabalhadores brasileiros vão depender da vigilância sacrossanta desse departamento e dos Parlamentares ligados a ele, para que a crise não se traduza no Brasil na miséria do povo trabalhador.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/12/2008 - Página 52495