O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Sem apanhamento taquigráfico.) - - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje, quero homenagear o Serviço Social do Comércio (SESC), pelo transcurso dos 60 anos de criação do Turismo Social, cujas atividades se iniciaram em meu Estado - São Paulo, com a inauguração da primeira Colônia de Férias em Bertioga, no dia 30 de outubro de 1948.

O SESC Bertioga foi a primeira colônia de férias com instalações próprias do Brasil e serviu como modelo para a criação de centenas de equipamentos similares em todo o País e na América Latina. Seu maior mérito, entretanto, foi o de inserir no cotidiano dos trabalhadores a questão do tempo livre e do lazer de férias, numa época em que poucos se davam conta de sua importância para o bem-estar e o desenvolvimento social e cultural dos indivíduos.

A partir daí, o SESC não parou, renovado e investindo sempre. Hoje esse trabalho sistêmico mostra que não apenas modernizaram os equipamentos de lazer, mas, sobretudo, os conceitos que orientam as suas ações:

Para o SESC SP, o turismo social é parte de um contexto maior - a educação permanente, no qual se integra a outros programas das áreas de cultura, esportes, saúde e meio ambiente.

Ou seja, o turismo no SESC SP é um meio para despertarmos a consciência histórica, ecológica e comunitária não apenas dos viajantes, mas também dos anfitriões e das empresas que fazem parte deste processo de contatos e trocas simbólicas e materiais que ocorrem nesta ampla vivência turística compromissada com a sustentabilidade social. Tal conceito advém do principal objetivo do SESC: a democratização e difusão dos bens e patrimônios socioculturais contemporâneos.

Assim, o exercício democrático do turismo envolve escolhas responsáveis da instituição e um permanente exercício de formação do público para a co-responsabilidade da experiência - por isso, o conceito de turismo do SESC SP é político e educativo.Essa é a visão Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do SESC São Paulo.

Para o SESC SP, o turismo social é entendido como uma atividade inclusiva, pressuposto como plural, democrático e transformador. É formado por um conjunto de vivências (com ou sem deslocamento físico) destinado a tornar o movimento turístico acessível ao maior número de pessoas possível (respeitando-se os limites operacionais da Instituição) e que oferece aos participantes a possibilidade de desenvolvimento de suas habilidades intelectuais e físicas, de aquisição de conhecimentos e de interação entre os indivíduos, sempre por meio da oferta de produtos e serviços acessíveis ao seu poder aquisitivo ou adaptados a possíveis necessidades especiais da clientela. Tais vivências são planejadas a partir do foco no objetivo da atividade (e não somente no destino) e no desenvolvimento operacional ético e sustentável.

Entendendo o novo direcionamento do turismo social como um turismo para todos, visitantes e visitados, o SESC SP ampliou mais uma vez seu foco de atuação. Paralelamente à manutenção do atendimento prioritário realizado aos trabalhadores do comércio de bens e serviços e a seus familiares, principalmente aqueles de menores rendimentos mensais, valendo ressaltar:

Projetos FériaSESC, (especialmente dedicado ao atendimento de crianças de 07 a 12 anos;

Entre Amigos, voltado a estudantes do ensino fundamental e médio, onde excursões e passeios de um dia são planejados conjuntamente pela equipe técnica do SESC SP, professores, estudantes e pais.

Série de passeios Um dia para pais e filhos, voltada à experimentação intergeracional, ou múltiplas vivências adequadas às necessidades especiais de pessoas com deficiências ou restrições de mobilidades;

Passeios de um dia, com projetos DiverSãoPaulo, DiverCidades e Passeio Cultural Caminho das Artes. Os passeios buscavam ampliar as variantes de público atendidas pelo Programa, procurando preencher parcelas de tempo inferiores a 24 horas, com o objetivo maior de possibilitar aos participantes e despertar a consciência para a diversidade de anseios e motivações que pode existir dentro do próprio Estado. Atualmente, os passeios de um dia representam aproximadamente 40% do atendimento em turismo social emissivo.

Memórias de Viagem marcou um maior estreitamento de relações do SESC SP com seu público. Para marcar as duas décadas de lançamento do texto de referência do Programa de Turismo Social, os viajantes foram convidados a emprestar às comemorações suas memórias, que na forma de materiais iconográficos, relatos e depoimentos de viagem fornecidos pelos próprios participantes, iniciaram um acervo de informações sobre as atividades. Mais tarde, em 2004, o projeto Livro do Viajante foi introduzido com objetivo similar, onde os viajantes podem deixar suas experiências e impressões de cada uma das atividades (excursões, passeios, expedições virtuais etc.).

Projeto Ética do Viajante, um conjunto de 12 dicas para incentivar o público a estabelecer uma relação harmoniosa com os locais e ambientes visitados, valorizando o contato com os moradores, sua história e sua cultura.

Os projetos e atividades do SESC SP, estão de acordo com essas recomendações e com as novas orientações internacionais para o turismo social e o turismo inclusivo - indicadas principalmente pela Declaração de Montreal (do BITS) e pelo Código de Ética Mundial para o Turismo (da Organização Mundial do Turismo - OMT).

O SESC desde 2001, tem participado ativamente de grupos de trabalho (como o Grupo Técnico Temático Turismo Social, do Ministério do Turismo), do Câmara Empresarial do Turismo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo - Fecomercio e de conselhos municipais de turismo de diversas cidades do estado de São Paulo (como Araraquara, Bauru, Santos, São Carlos e São Paulo).

Por meio destas dinâmicas, desde a década de 1990, a média anual de público atendida pelo SESC SP no Programa de Turismo Social varia entre 75 e 80 mil pessoas. Tais ações são planejadas, programadas e operacionalizadas por uma equipe de aproximadamente 350 profissionais, cujo plano de qualificação reflete a política de formação do capital humano definida para o SESC SP em sua totalidade: busca-se fomentar uma base sólida de conhecimentos teóricos e práticos entre os técnicos, definindo um referencial que auxiliará na adaptação do Programa aos crescentes desafios de uma atividade técnica em constante aperfeiçoamento.

Como reconhecimento pelo trabalho realizado na área de turismo social, o SESC SP foi agraciado, em 2006, com o Prêmio Jean Faucher de Turismo Social, concedido pelo BITS.

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