O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Saudamos a Senadora Ideli Salvatti, que preside esta sessão; o Sr. José Antônio Muniz Lopes, Presidente da Eletrobrás; Eurides Luiz Mescolotto, Diretor-Presidente da Eletrosul; Márcio Zimmermann, Secretário-Executivo do Ministério de Minas e Energia; Ividio Pasquali, representante da Regional do Paraná; Evaristo Antônio Smiderle, representante da Regional do Rio Grande do Sul; Reinaldo Ferreira, representante da Regional do Mato Grosso do Sul; Ricardo Jucá Pimentel, Coordenador da Companhia Hidrelétrica do São Francisco; Fábio Machado Resende, Diretor de Operações do Sistema de Furnas; Egon Krakhecke, Secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente; cumprimentamos, ainda, e saudamos os catarinenses Diretores da Eletrosul, Sr. Antonio Waldir Vituri, de Operações, e Sr. Paulo Afonso Vieira, Administrativo e Financeiro.

Senhoras e senhores, a Senadora Ideli Salvatti já nos tomou o discurso: já fez o histórico todo, já trouxe para a sessão e para o Brasil que está nos ouvindo um relato profundo da nossa Eletrosul, nossa companhia de Santa Catarina - ela pertence aos quatro Estados do Sul, mas tem sua sede no Estado catarinense. Por isso, busco uma reflexão sobre o que representa a energia na história da humanidade.

Sem energia, não existe crescimento, não existe prosperidade, não existe horizonte para qualquer atividade que se possa pensar. E busco longe, muito longe, primeiro século antes de Cristo, o invento da roda d’água, quando se começou a produzir energia. Ora, foi reinventada no século XII, com mais força, já para dirigir as molas para se produzir farinha. No século XIII, inventou-se a roldana, também através da energia, reduzindo forças, porque ela teve um passado.

Mas vamos pular uma série de fatos importantes que a energia traz para a humanidade, para chegar ao século XVIII, quando o mundo se reunia para discutir carvão, vapor e ferrovia. A sociedade universal se debatia, nesse primeiro grande choque industrial, para buscar um caminho em que se pudesse encontrar prosperidade. E realmente foi marcante, no desenvolvimento e no crescimento do mundo, em particular do Brasil.

Se pularmos um século, vamos chegar no século XIX, em que os grandes debates, novamente, no segundo choque industrial, discutiam a química, a energia e o petróleo. Todos voltados para produzir forças e para conduzir as pessoas para o trabalho.

E, se pularmos mais um século, vamos chegar ao século XX, ao início do século XXI, vamos chegar aos nossos dias, à era da ciência, da tecnologia, do conhecimento, à era da rapidez. Tudo se tornou rápido, tudo se tornou veloz. Mas essa velocidade também é feita pela energia. Essa ciência e tecnologia, ela se faz de tal maneira que eu cito que, para se produzir um utensílio doméstico, gasta-se 99,5% de material e somente 0,5% de inteligência, mas junto, para essa produção, está a energia. E para desenvolver a inteligência, inclusive, essa energia para produzir chips que adentrem nossos lares através da televisão, num lampejo, tudo o que acontece em qualquer parte do mundo, gasta-se 99,6% de inteligência e energia e somente 0,4% de material.

Para acompanhar a velocidade dessa era moderna, nós vemos a nossa Eletrosul adentrar com perfeição numa área tão importante que é a energia, não só da hidrelétrica. Aí, sim, vêm os seus estudos.

Nós temos, hoje, a nossa bioenergia, o nosso álcool, o biocombustível, o etanol, com o qual abastecemos 25% de nossa frota. Exportamos o excedente e usamos somente 0,4% do território nacional.

Imaginem se nós pudéssemos - e, se queremos, podemos - aumentar a nossa produção. O mapeamento do Brasil já está pronto: temos mais de 60 mil hectares passíveis de serem utilizados para a plantação de cana sem agredir o meio ambiente, sem derrubar florestas, sem adentrar a área de produção de alimentos, sem competir com a produção de alimentos. Usamos atualmente somente 10% dessa área. Vejam, portanto, a força, a potencialidade e o volume de que o Brasil dispõe para esse importante segmento da energia.

Li também sobre o que a Eletrosul está fazendo em relação ao biodiesel, à energia eólica e a todos os segmentos. Por isso, Sr. Presidente, meu caro Eurides Mescolotto, minha cara Senadora Ideli Salvatti, cabe a nós aqui, neste momento, dentro desta reflexão profunda, ressaltar que a energia nos abre um caminho muito sólido, o único caminho da prosperidade. Essa energia, quer seja a bioenergia, a energia hidrelétrica ou a energia fóssil, isto é, a energia em todos os segmentos, é fundamental na grande disputa para o crescimento, o desenvolvimento e a prosperidade.

Ao saudar todos quantos atuam caminhando nessa direção, principalmente a Eletrosul, mas também os outros segmentos da energia do Brasil, onde atuam todas as empresas, principalmente as públicas, e todos quantos vieram a esta sessão solene, deixo nossas homenagens, nossos aplausos, nossos cumprimentos por toda essa história magnífica já bem relatada pela Senadora Ideli; por essa história que tem um passado de lutas, tem história de vidas, tem comprometimentos, tem altos e baixos, é bem verdade, mas um saldo positivo extraordinário.

Nesses aplausos, nessas homenagens, nesses cumprimentos, saúdo a direção e os funcionários da Eletrosul do Paraná, do Rio Grande do Sul, do Mato Grosso, de Santa Catarina e todos os brasileiros que lutam para dar conta dessa grande tarefa no sentido da prosperidade e do bem-estar da nossa Pátria. Deixo meus abraços e o meu reconhecimento.

Muito obrigado. (Palmas.)

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