O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, depois da interpretação que V. Exª fez antes do meu pronunciamento - de que tenho fama de falar demais -, eu entendi...

O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB - PR) - Não foi dirigido a V. Exª.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - ...e até já desconfiava de V. Exª, tanto que o meu pronunciamento está impresso. Eu peço a transcrição nos Anais, e lamento. Mas isso infelizmente aconteceu. Nós estamos em um dia difícil - há problemas de vereadores, problemas de uma medida provisória da maior importância. Não podíamos deixar de realizar esta reunião, mas, como V. Exª está dizendo, temos de fazê-la com uma rapidez que não significa a não importância ao que está acontecendo. Eu só salientaria um fato muito importante. Ontem, na Bahia, os países da América Latina e o Caribe tomaram a decisão de que Cuba deve ingressar imediatamente naquela organização, terminando o absurdo que vinha acontecendo até agora. (Palmas.)

E, ao mesmo tempo em que isso acontece, há um movimento no sentido de que, exatamente, como primeiro ato do futuro Presidente dos Estados Unidos, ele encerre o que talvez seja hoje a chaga maior na Humanidade com relação à falta dos direitos humanos. É aquela penitenciária maldita que está lá em Cuba, dos Estados Unidos, que é a maior vergonha da Humanidade, que está na hora de fechar. Acho que o Presidente Obama responderá com altivez ao mundo inteiro. Como um dos grandes gestos do início de seu governo, que ele faça fechar aquilo que está ali.

Acho, Sr. Presidente, que é um grande dia. As nossas homenagens são realmente importantes, e eu só salientaria o seguinte: lá, nos Estados Unidos, o Congresso se reuniu para votar um empréstimo necessário, uma medida urgente para um problema da crise do sistema financeiro. Um trilhão e oitocentos bilhões de dólares para resolver o problema de uma crise do sistema financeiro, que, por falta de fiscalização, atuou de maneira desonesta no sistema de moradia.

E, para cada dólar investido, alavancava mais 80 dólares, e deu esse escândalo. Um terço dessa quantia praticamente resolveria o problema da fome no mundo inteiro. Quando se discute o problema da fome, um bilhão, são mendigas que aparecem; quando se discute o problema do sistema financeiro mundial, um trilhão e setecentos milhões.

Muito falta, Sr. Presidente eu não tenho dúvida nenhuma. Mas creio que se avançarmos juntos, nós haveremos de chegar lá. Tenho convicção absoluta, Sr. Presidente, de que estamos num grande caminho. Num caminho sem volta, onde se busca a paz e a justiça; onde o direito ao trabalho não esteja apenas na Declaração dos Direitos Humanos, pois quando Deus criou o homem, já existia: “Ganharás o pão com o suor do teu rosto”. Mas, tendo direito ao trabalho e direito a uma remuneração justa e digna, nós estamos a caminho, e tenho a convicção de que haveremos de chegar lá.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

************************************************************************************************

SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR PEDRO SIMON.

************************************************************************************************

Modelo1 5/5/2411:21