Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque para o desempenho do PMDB nas eleições de 2008.

Autor
Gilvam Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Gilvam Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • Destaque para o desempenho do PMDB nas eleições de 2008.
Publicação
Publicação no DSF de 18/02/2009 - Página 2035
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • BALANÇO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ELEIÇÃO MUNICIPAL, ELEIÇÃO, SENADO, SUPERIORIDADE, VITORIA, DEMONSTRAÇÃO, CRESCIMENTO, IMPORTANCIA, ETICA, DEFESA, DEMOCRACIA, LUTA, INTERESSE NACIONAL, REGISTRO, HISTORIA, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, PERIODO, REGIME MILITAR, RELEVANCIA, BUSCA, REDEMOCRATIZAÇÃO.

  SENADO FEDERAL SF -

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O SR. GILVAM BORGES (PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o notável desempenho do Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB - nas eleições municipais de 2008, bem como a escolha dos ilustres correligionários Senador José Sarney e Deputado Michel Temer para presidirem, respectivamente, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, ensejam algumas reflexões sobre essa agremiação que há mais de quatro décadas está arraigada no coração do eleitorado brasileiro.

Não seria exagero, Sr. Presidente, afirmar que o PMDB é o partido com o qual o eleitor brasileiro mais se identifica, em função de sua história, de seus programas de governo e de suas bandeiras. Quando o País vivia em constante aflição e sobressaltos com as arbitrariedades e a falta de liberdade impostas pelo regime militar, o PMDB se postou ao lado dos humildes, dos trabalhadores, dos perseguidos, enfim, daqueles que não tinham voz nem voto para exercerem sua cidadania.

Ao longo de sua história, o PMDB tem vivido momentos de glória e de reconhecimento, muitas vezes entremeados por crises e dificuldades típicas de uma instituição que reflete, em sua própria organicidade, a prática da democracia que reivindica para todos os cidadãos.

Nesses momentos difíceis, jamais se esmorece; e, nos momentos de êxito, procura corresponder às expectativas do seu eleitorado e de toda a população.

Sem depreciar as demais agremiações, todas elas merecedoras do nosso respeito e da nossa admiração, os números do PMDB impressionam: o partido mantém diretórios em todas as 27 unidades federativas e está organizado em nada menos de 4.671 municípios brasileiros. Com o apoio e a confiança dos seus 2,1 milhões de filiados e de 15 milhões de simpatizantes, logrou eleger 7 governadores e 5 vice-governadores, 20 senadores; 94 deputados federais; 170 deputados estaduais; 1.308 prefeitos e 8.308 vereadores.

A escolha do ilustre Senador José Sarney, pela terceira vez, para presidir esta Casa Legislativa é mais um indicativo da força política e da credibilidade do PMDB, devendo-se ressaltar que, em 20 dos últimos 24 anos, o Senado foi presidido por um peemedebista. Na Câmara dos Deputados, da mesma forma, o nobre Deputado Michel Temer, mercê do reconhecimento de seus Pares, foi escolhido, pela terceira vez, para assumir a direção dos trabalhos legislativos.

A identificação recíproca entre o PMDB e o povo brasileiro tem suas raízes na origem do partido; e tem se fortalecido, desde então, numa demonstração inequívoca de que o partido mantém-se coerente com a sua proposta de defender a democracia e de lutar pelas grandes causas nacionais.

Hoje, como ontem, a sigla remete o eleitor aos grandes estadistas nacionais. Hoje, como ontem, a sigla é associada aos grandes momentos históricos de defesa da cidadania, como o movimento pela anistia e a campanha pelas eleições diretas.

Não custa lembrar ao eleitorado mais jovem que o PMDB nasceu MDB - Movimento Democrático Brasileiro - em 24 de março de 1966, quando o partido obteve seu registro na Justiça Eleitoral. Sua fundação resultava da extinção dos antigos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2, do Regime Militar, e da implantação do bipartidarismo. Seu papel, na intenção dos militares que assumiram o Governo, era o de fazer uma oposição sem maiores pretensões, uma oposição cômoda, que apenas coonestasse o regime político.

Em função da economia centralizada, do cerceamento da ação política e das pressões exercidas pelo regime militar, o MDB estava destinado a ser eternamente um mero contraponto no cenário político, onde pontificava a Arena, partido do Governo.

Entretanto, os emedebistas não se resignaram em participar de uma farsa. O discurso do Deputado Marcio Moreira Alves, que resultaria na edição do Ato Institucional nº 5, é emblemático da disposição dos emedebistas em restaurar a democracia e as liberdades individuais no nosso País.

Aos poucos, o MDB foi incorporando o sentimento nacional. Nos anos 70, com Ulysses Guimarães à frente, a agremiação daria uma grande arrancada na preferência popular.

O País viveu momentos de angústia e de sofrimento, mas, sobretudo, testemunhou a grandeza e o heroísmo de personagens como Ulysses e Barbosa Lima Sobrinho, que, juntos, percorreram as capitais brasileiras, na condição de anticandidatos à candidatura ungida pelo Governo militar, para difundir as idéias oposicionistas.

As sementes frutificaram. Nas eleições de 1974, o partido elegeu 16 senadores e 165 deputados federais - o que era impensável até então; e fez a maioria da representação em seis Assembléias Legislativas. Para o regime militar, foi um susto; para o MDB, a definitiva consagração como defensor e porta-voz dos anseios populares.

Quatro anos depois, o General Euler Bentes Monteiro e o Senador Paulo Brossard fariam uma dobradinha para desafiar a candidatura militar do General Figueiredo, e, embora a eleição se desse no âmbito do Colégio Eleitoral, eles conseguiram uma votação expressiva, com adesão de 226 parlamentares.

O MDB foi alvo de inúmeras manobras do regime militar, na tentativa de conter seu crescimento e sua popularidade. Assim, para esvaziar a força e a representatividade da sigla, engendrou-se uma reforma política que, além de reinstaurar o pluripartidarismo, exigia o termo “partido” à denominação de qualquer agremiação político-partidária. Nasce ali, então, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, que ainda hoje continua desempenhando papel proeminente na vida política nacional.

A estratégia do governo militar, que resultou na criação do Partido Popular e de outros partidos, com forte presença das lideranças sindicais, esvaziou por algum tempo o PMDB. Entretanto, a agremiação tinha a simpatia da facção liberal do partido governista.

Preterido na escolha do sucessor do General Figueiredo, esse grupo criou a Frente Liberal, que mais tarde se comporia com o PMDB para formar a Aliança Democrática e lançar a candidatura de Tancredo Neves e José Sarney na sucessão do governo militar. Ao mesmo tempo, integrantes do Partido Popular, inviabilizado com a proibição de coligações, refluíram para o PMDB. Tancredo Neves e José Sarney seriam eleitos por larga margem de votos no colégio eleitoral.

Em 1986, já no Governo Sarney, o PMDB elegeria 22 dos 23 governadores, além dos 260 deputados federais e 44 senadores, tornando-se hegemônico no cenário político nacional e habilitando-se a liderar o movimento pela Assembléia Nacional Constituinte. O Partido, que comandara o movimento pela anistia e a campanha das “Diretas Já!”, brigava, agora, para que o Brasil tivesse um novo ordenamento,...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. GILVAM BORGES (PMDB - AP) - Já encerro, Sr. Presidente. Falta bem pouquinho.

...consubstanciado na Constituição Federal de 1988 - a “Constituição Cidadã”, nas palavras do saudoso Ulysses Guimarães.

Essas, Sr. Presidente Srªs e Srs. Senadores, foram algumas das contribuições do Partido do Movimento Democrático Brasileiro à vida nacional. Hoje, os tempos de arbítrio são referências históricas e temas de compêndios escolares, mas o PMDB continua atento e atuante na defesa de outras bandeiras igualmente importantes, como a inclusão social, a redistribuição de renda e a promoção da cidadania.

Não surpreende, então, que o Partido faça parte da Base de Apoio ao Governo do Presidente Lula, ainda que seja hegemônico na preferência popular. Afinal, mais do que chegar ao poder, o PMDB luta, com firmeza, para que suas propostas se concretizem e se revertam em benefício do povo brasileiro, uma gente humilde, honesta e trabalhadora que, pacificamente, mas com persistência e coragem, é capaz de superar todas as adversidades.

Nosso povo merece todo e qualquer esforço da classe política. E o PMDB se esforça diuturnamente para continuar merecendo a confiança e a preferência com que os eleitores brasileiros nos têm distinguido nas urnas.

Sr. Presidente, eu não poderia deixar de fazer essa retrospectiva para dizer que o PMDB tem construído os destinos deste País e participado ativamente. E não será o cuspe azedo da inveja dos sicofantas que vai macular uma instituição político-partidária tão importante como o PMDB. Essa covardia camuflada deveria ter a competência de pelo menos citar nomes - e não generalizar de forma vil e covarde.

Viva o PMDB! Viva o Brasil! Fora os sicofantas!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/02/2009 - Página 2035