O SR. PRESIDENTE (Geraldo Mesquita Júnior. PMDB - AC) - Senador Pedro Simon, eu, de fato, cheguei inclusive a comentar com V. Exª, ontem, que eu hoje iria fazer um pronunciamento sobre um assunto que muito me preocupa, ligado a milhares de pessoas, no meu Estado, que vivem nas matas, nos campos, pequenos agricultores, seringueiros. Mas o certo é que esperava concluir a análise de alguns documentos que tenho em mãos, fatos. Esperava concluir todo esse processo ainda ontem à noite, mas não logrei êxito. Não tive oportunidade de esgotar o assunto. E como eu não gosto de falar sem profundo conhecimento de causa, de forma leviana, Senador Mão Santa, terei oportunidade de mais na frente fazê-lo.

E me cabe aqui encerrar esta sessão.

Agora, não dá para simplesmente encerrarmos esta sessão sem fazer um brevíssimo comentário acerca do pronunciamento do Senador Pedro Simon.

Senador Marco Maciel, que falou no início da sessão, quando ia saindo ali, se despedindo, manifestou assim a sua alegria, Senador Mão Santa, de, como Parlamentar, disciplinado que é, ter a oportunidade de, sempre que está em Brasília, participar desta sessão de sexta-feira. Ele me passou a ideia de que o seu sentimento era de que estava cumprindo com a sua obrigação.

Nós, de fato, Senador Pedro Simon, Senador Mão Santa, alguns Senadores sempre que estão em Brasília nesse dia vêm a esse plenário e a gente realiza essa sessão. Eu costumo dizer, Senador Pedro Simon, que esse é nosso papel. Eu também saio sempre daqui com o sentimento de dever cumprido. Estamos aqui trabalhando. Alguém pode dizer: mas vocês ficam lá discursando. Ora, é nosso papel, Senador. É nosso papel comentar a história, inclusive fazer história. Como acaba de fazer o Senador Pedro Simon. É um dos raros momentos nesta Casa que o Senador Mão Santa não pede um aparte. Isso é uma manifestação de profunda atenção, de profundo respeito, Senador Simon. É verdade o que eu estou dizendo. Senador Mão Santa, ali, quietinho, disciplinado, ouvindo o seu pronunciamento, e V. Exª disseca a história com conhecimento de causa, como ninguém. V. Exª disse que nunca exerceu nenhum cargo relevante neste Senado.

Senador Pedro Simon, V. Exª é daqueles homens públicos e parlamentares que poderia, e pode ser e exercer qualquer função ou cargo nesta Casa. As circunstâncias sempre o afastaram do exercício de cargos nesta Casa, mas V. Exª exerce o seu mandato com uma dignidade, com uma compostura, com uma lealdade com a História do Brasil como poucos. E faz com que o povo brasileiro entenda que, exercendo o cargo ou não, V. Exª exerce o maior dos cargos, que é o cargo de Senador da República. Esse é o maior dos cargos para mim, Senador Mão Santa. Esse, sim, se a gente exerce com dignidade, com decência, como ocorre no caso do Senador Pedro Simon - o Brasil inteiro é testemunha disso, Senador Pedro Simon.

Então, o nosso papel aqui é esse, é frequentar esta Casa com assiduidade, trabalhar, vir aqui discursar - é o fato; fiscalizar o que acontece no nosso País é o nosso papel; analisar com a população brasileira, que nos assiste, que nos acompanha, os acontecimentos ocorridos no nosso País e no mundo; analisar os fatos.

E eu digo, olhe, com toda honestidade, a rigor, não precisamos mais nem de elaborar lei, Senador Pedro Simon. Temos milhares de leis neste País, a grande maioria não é nem cumprida, 99% o povo brasileiro desconhece inclusive. Entende? É muita lei. Aqui nos cabe é isso mesmo, é um plantão cívico, uma vigília cívica permanente nesta Casa, discursando, sim, analisando fatos, criticando, ressaltando aquilo que de bom acontece; mas, sobretudo comparecendo a esta Casa.

Hoje, e aqui encerro a nossa sessão, até porque os nossos companheiros e as nossas companheiras que nos auxiliam nessa tarefa espinhosa de ser Senador da República estão ávidos, e com todo direito, justamente, de caírem na folia. Não é, Senador Mão Santa? Tomara que os nossos companheiros, as nossas companheiras do Senado, de todos os setores, as pessoas que nos acodem com tanta generosidade, Senador Pedro Simon, tenham uma festa maravilhosa, um bom carnaval.

E, aqui, eu queria, só para encerrar e concluir, dizer que ontem tomei a liberdade de fazer um apelo ao povo brasileiro: que tenha um excelente carnaval, mas que assuma um compromisso com a integridade da vida. Isso é uma coisa bonita. E recomendei aqui que aqueles que forem para o carnaval e precisarem de dirigir não bebam. Entende, Senador Simon?

E saí daqui e fui para casa achando: será que fui muito arrogante de recomendar uma coisa dessa? Quem sou eu para estar recomendando. Mas, hoje, Senador Pedro Simon, abri os jornais e me deparei com uma das manchetes mais tratadas nos jornais brasileiros, exatamente essa preocupação que deve ocorrer a todos.

Abri, por exemplo, o Correio Braziliense: “Bebedeira estimula surto de violência”. Estudo nos boletins de ocorrência feitos nas delegacias do DF, em 2008, revela que grande parte das agressões, homicídios e estupros teve como autores pessoas que haviam bebido antes de cometer o crime. E por aí vai.

Mais uma vez me sinto aliviado por ter ferido um assunto que acabei sabendo que é preocupação generalizada, tanto da imprensa como de parte do povo brasileiro. Então, fico tranquilo, acho que não fui arrogante, acho que não exorbitei da minha função ao querer recomendar que as pessoas se divirtam, mas sem exorbitar, sem exagerar na bebida, e principalmente ao volante.

Com essas palavras, quero felicitar o Senador Pedro Simon pelo seu discurso analítico, sério, honesto, compenetrado e, na pessoa dele, renovando inclusive o compromisso, já que fui convidado - forcei um convite, mas tenho certeza de que V. Exª me convidaria - para fazer a caminhada de Compostela. O Senador Mão Santa já está se comprometendo. Dona Adalgisa, tenho certeza absoluta de que vai gostar da ideia. Maria Helena também, minha esposa, acho que vai adorar. E vamos mesmo, Senador Mão Santa. Acho que será uma oportunidade de a gente, ao longo de um grande caminho, refletir e aprofundar as nossas convicções e o nosso amor pelo povo brasileiro e por este País tão bonito.

Com essas palavras, encerro a nossa sessão de sexta-feira, como diz o Senador Mão Santa, 20 de fevereiro de 2009, pedindo a Deus que proteja todos nós e o povo brasileiro.

Muito obrigado.

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