Discurso durante a 10ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Partido dos Trabalhadores pelo transcurso, em 10 de fevereiro, dos vinte e nove anos de sua fundação.

Autor
Fátima Cleide (PT - Partido dos Trabalhadores/RO)
Nome completo: Fátima Cleide Rodrigues da Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Homenagem ao Partido dos Trabalhadores pelo transcurso, em 10 de fevereiro, dos vinte e nove anos de sua fundação.
Publicação
Publicação no DSF de 19/02/2009 - Página 2183
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), LEITURA, TRECHO, MANIFESTO, INCENTIVO, TRABALHADOR, TRANSFORMAÇÃO, POLITICA NACIONAL, REGISTRO, HISTORIA, LUTA, PARTICIPAÇÃO, ASSEMBLEIA CONSTITUINTE, DEBATE, OPOSIÇÃO, LIBERALISMO, AMPLIAÇÃO, VITORIA, ELEIÇÕES, EXPERIENCIA, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, ESPECIFICAÇÃO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, DETALHAMENTO, GESTÃO.

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A SRª FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT - RO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em 10 de fevereiro de 1980, há 29 anos, no colégio Sion (SP), o Movimento Pró-PT aprovou o Manifesto de Fundação do Partido dos Trabalhadores, que foi publicado no Diário Oficial da União de 21 de outubro de 1980.

Em nosso manifesto já estava escrito que “O Partido dos Trabalhadores surge da necessidade sentida por milhões de brasileiros de intervir na vida social e política do país para transformá-la. A mais importante lição que o trabalhador brasileiro aprendeu eu suas lutas é a de que a democracia é uma conquista que finalmente, ou se constrói pelas suas mãos ou não virá”

A grande maioria de nossa população trabalhadora, das cidades e dos campos, tem sido sempre relegada à condição de brasileiros de segunda classe. Agora, as vozes do povo começam a se fazer ouvir por meio de suas lutas. As grandes maiorias que constroem a riqueza da Nação querem falar por si próprias. Não esperam mais que a conquista de seus interesses econômicos, sociais e políticos venha das elites.

Assim nasceu o Partido dos Trabalhadores, fruto da necessidade do povo e alicerçado em uma sólida carta de princípios. Desde o início demarcando uma diferença fundamental com as outras organizações partidárias, seja pelo perfil de seus militantes, seja por sua forma de organização.

O Partido dos Trabalhadores logo mostrou sua ousadia disputando o espaço político, antes monopólio dos partidos tradicionais. A ditadura militar ouvia o brado das ruas, lia as pichações e ouvia os contundentes discursos de uma nova geração de políticos que não se referenciava em modelos existentes, mas propunha uma sociedade que respeitasse ao mesmo tempo a liberdade individual e o interesse coletivo.

Para isso, participou da Assembléia Nacional Constituinte e deixou claro sua posição de que a Carta estava aquém das necessidades dos trabalhadores.

Hoje ainda vemos o quanto isso era verdade, pois muitos pontos nunca foram regulamentados e outros alterados durante o auge da ideologia neoliberal.

Quando o neoliberalismo atingiu o seu ápice e caiu o Muro de Berlim, a esquerda mundial perplexa assistia a festa dos conservadores que comemoravam “o fim da história” e do socialismo. O Partido dos Trabalhadores aprofundou os seus debates demonstrando a diferença fundamental com os setores que ainda viviam os referenciais políticos do século 19.

Foi o momento em que os governos democrático-populares de nosso Partido, tanto no âmbito dos municípios quanto nos estados, mostrou a viabilidade de um novo jeito de governar. Um governo eleito pelo povo governando para o povo e com o povo, sem, no entanto, atender aos apelos populistas.

Esses sucessivos êxitos em administrações petistas, somados á história de luta do companheiro Luís Inácio Lula da Silva, nos levaram a Presidência da República nas eleições de 2002.

Diferente de todas as experiências anteriores, a Esperança venceu o Medo, e o Presidente Lula assumiu um país quebrado, endividado e com graves crises sociais decorrentes da implantação de políticas neoliberais.

O Presidente Lula, seguindo a histórica proposta do Partido dos Trabalhadores, inicia seu governo garantindo a comida na mesa dos brasileiros.

Logo após inicia uma série de programas reestruturantes, colocando em primeiro lugar os direitos sociais e buscando a sustentabilidade econômica.

Um profundo estudo político do mosaico social brasileiro é construído a partir de dezenas de Conferências Nacionais temáticas.

Tanto o Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE, como dezenas de programas, quanto o Plano de Aceleração do Crescimento - PAC, com investimentos em obras de infra-estrutura em todo o país, são exemplos de uma ação governamental planejada e executada com toda a sociedade.

O neoliberalismo, festejado como o fim da história, inicia o seu ocaso. A promessa de um mercado que se auto-regule foi destruída pela ganância e especulação daqueles que não queriam regulamentação nenhuma. Bolhas sobre bolhas e ao final uma crise sem precedentes corroem a maior economia do planeta. A solução que deverá ser buscada para enfrentar a crise e seus deletérios efeitos sociais é recorrer aos instrumentos democrático-populares.

Uma das primeiras providências do presidente norte-americano, Barack Obama, foi construir um conselho político formado por sindicalistas, empresários e representantes de organizações - algo parecido com o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Presidente Lula.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesta trajetória de 29 anos, muitos companheiros e muitas companheiras sofreram com a repressão, tiveram suas vidas ceifadas em covardes assassinatos, foram acusados de forma leviana e sem provas.

O vale-tudo contra o PT gerou furores de radicalismo. Era necessário acabar com o PT, destruir os petistas “radicais”, acabar com essa idéia de que um outro governo era possível.

As vozes que se levantaram para nos atacar provinham dos porões da ditadura, não como torturados, mas como torturadores.

Mas a voz do povo falou mais alto e o Presidente Lula não só se reelegeu como atinge recordes de popularidade.

O Partido dos Trabalhadores, fruto do sonho de milhares de brasileiros e brasileiras e, fundado pelos idealistas que assinaram o manifesto há 29 anos, no colégio Sion aprendeu a governar. Os corações e mentes de milhões de militantes moldaram um novo país, um Brasil de Todos e de Todas.

Nesta tribuna, ao homenagear o Partido dos Trabalhadores, homenageio o Brasil. Os Homens e Mulheres, operários e camponeses que fazem do PT um partido sempre jovem, sintonizado com os anseios do povo

Parabéns ao Brasil por ter o PT!

Parabéns ao povo brasileiro que construiu o PT

E parabéns ao Partido dos Trabalhadores por 29 anos de luta.

Muito obrigada.

Quantos adjetivos nos atribuíram!

Quantas verdades...

Irreverente,

Porque não nos curvamos aos poderosos,

Ao manda quem pode, obedece quem tem juízo!

Exigimos os nossos direitos de trabalhadores,

E lutamos, dia após dia, para conquistá-los.

Radical,

Porque não aceitamos as estruturas de poder e,

Cortamo-las pela raiz.

Afinal,

Quando a elite brasileira

Imaginaria um presidente metalúrgico?

Socialista,

Porque colocamos as políticas sociais

A frente das políticas de governo.

Garantimos a alimentação, a educação e a saúde,

Implantamos programas de transferência de renda e

Empoderamos a sociedade em dezenas de conferências nacionais,

Que estão construindo um novo Brasil!

Jovem,

Porque mesmo com 29 anos de caminhada,

Continuamos com a paixão da juventude,

Exigindo justiça social, igualdade, direitos.

Ocupamos as ruas, os parlamentos, os governos,

Debatemos no Fórum Social Mundial

Em Belém.

Irreverentes, radicais, socialistas, jovens,

Quantos adjetivos nos atribuíram!

Porque somos do Partido dos Trabalhadores,

E nesses 29 anos, construímos nossa história

Com sofrimento, dores e alegrias,

Vitórias compartilhadas com o povo.

Que vê a estrela que brilha,

Vermelha, por sobre o horizonte:

Uma estrela de esperança,

Para todos os lutadores.

Feliz Aniversário PT!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/02/2009 - Página 2183