O SR. EXPEDITO JÚNIOR (Bloco/PR - RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Agradeço a tolerância da Senadora Marisa Serrano.

            Sr. Presidente, em 1990, há quase vinte anos, aconteceu o assassinato do Senador Olavo Pires, seu conterrâneo. Peço a atenção de V. Exª porque eu trago a este plenário, acredito, um assunto muito grave. Fiz um pedido, um apelo ao Senador Romeu Tuma, Corregedor da Casa, para que estivesse presente na Casa no momento da nossa colocação.

            No final do dia de ontem, a imprensa deu amplo destaque para a prisão do assaltante e matador profissional vulgarmente conhecido como João de Goiânia. Foram apresentadas imagens nos jornais de televisão em que o tal João de Goiânia confessou o assassinato do Senador Olavo Pires, Senador da República pelo Estado de Rondônia, com rajadas de metralhadora.

            Sr. Presidente, entendo que essa confissão é muito grave, pois estamos falando de um ex-Senador, que, na época, estava no percurso do seu mandato. O Senador da República Olavo Pires estava em pleno mandato, havia acabado de vencer as eleições em primeiro turno e se preparava para disputar, então, o segundo turno das eleições de Rondônia.

            Diante da gravidade do fato - na minha visão, trata-se de um atentado à democracia e ao Poder Legislativo Federal -, eu gostaria de requerer a V. Exª que solicitasse ao Corregedor do Senado que acompanhasse o caso e que, se necessário, seja transferido esse assassino confesso para o Comando da Polícia Federal, porque todos aqueles que acompanhavam o Senador Olavo Pires, todos aqueles que, de uma forma ou de outra, de repente, poderiam saber alguma coisa sobre o caso, Sr. Presidente, foram assassinados - todos, inclusive o seu motorista. Isso, depois do episódio.

            Então, faço esse apelo. É uma denúncia grave. Já faz quase 20 anos. Não sei o porquê, mas, estranhamente, quando já estava praticamente vencendo o prazo, 20 anos, e nem mais se comentaria sobre a morte do Senador Olavo Pires, de repente, aparece uma pessoa na televisão, dizendo que o matou. Ironicamente, inclusive, falando ontem: “Não, dei alguns tiros na cabeça, outros tiros no peito”. É um absurdo, Sr. Presidente.

            Eu gostaria que levássemos em consideração que era um Senador da República e que, quando recebeu esses tiros, estava exercendo o pleno mandato que o povo de Rondônia concedeu a ele para representá-lo aqui no Senado brasileiro.

            Então, faço esse apelo ao Corregedor da Casa e, se for o caso, que se peça a transferência desse preso aos cuidados da Polícia Federal, Sr. Presidente.