Discurso durante a 17ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Testemunho sobre a excelência do sistema de comunicações do Senado Federal.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Testemunho sobre a excelência do sistema de comunicações do Senado Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 04/03/2009 - Página 3448
Assunto
Outros > SENADO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • ELOGIO, TRABALHO, SENADO, VIGILANCIA, DEMOCRACIA, DEFESA, ATUAÇÃO, PODERES CONSTITUCIONAIS, SERVIÇO, POVO.
  • ELOGIO, SISTEMA, COMUNICAÇÃO SOCIAL, SENADO, DIVULGAÇÃO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, DEPOIMENTO, ORADOR, RECONHECIMENTO, POPULAÇÃO, DIVERSIDADE, ESTADOS, AGRADECIMENTO, LANÇAMENTO, LIVRO, ATUAÇÃO, LEGISLATURA.
  • IMPORTANCIA, VALORIZAÇÃO, VOTO, MEMBROS, LEGISLATIVO, REPRESENTAÇÃO POLITICA, COMPARAÇÃO, VOTAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • COMENTARIO, DIVERGENCIA, AMBITO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), IMPORTANCIA, SEPARAÇÃO, MEMBROS, CRITERIOS, ETICA, REITERAÇÃO, DEFESA, CANDIDATURA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senadora Serys Slhessarenko, que preside esta sessão de 13 de março, terça-feira; Parlamentares presentes na Casa; brasileiras e brasileiros aqui presentes e os que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, o sistema de comunicação do Senado atinge a excelência. Quero dar testemunho disso. Algumas vezes, estamos aqui, na calada da madrugada, e, às 7h da manhã, está no nosso apartamento o Jornal do Senado. Sem erro. São profissionais. Há o semanário. Mas, além disso, eles colaboram. 

Realmente, a inveja e a mágoa corrompem os corações. Daí muita gente ter inveja do Senado, porque é uma instituição de 183 anos, cujas cabeças mais iluminadas tornaram este Senado um dos melhores senados da República. Essa paz, essa paz, essa paz que vivemos devemos ao Senado da República do Brasil.

Brigadeiro Eduardo Gomes, um daqueles que acabaram com a primeira ditadura civil, disse: “O preço da liberdade democrática [Senador Augusto Botelho] é a eterna vigilância.” Esta Casa é a da vigilância. Se não fosse ela, já tinha acabado a democracia.

Serys, Deus me permitiu estar ao lado de Petrônio Portella, quando ele presidia esta Casa num dos momentos mais difíceis: na outra ditadura militar. E eis que - ele, democrático - permitiu ao Congresso votar uma reforma do Judiciário. Com os canhões, o Presidente Geisel mandou fechar o Congresso. Eu estava ao lado de Petrônio Portella.

Aí, a imprensa, como estamos acostumados - vai atrás agora do Presidente Sarney, o que vai acontecer com o diretor administrativo -, foi ao Petrônio Portella e indagaram-no. Ele só disse uma frase: “Este é o dia mais triste da minha vida.”

Serys, aprendi que a autoridade é moral. Ele, Petrônio Portella, piauiense, que, por duas vezes, presidiu este Congresso - eu, ao lado dele -, só disse isto à imprensa, Senador Gilvam: “Este é o dia mais triste da minha vida.”

Serys, vi que a autoridade é moral. Governo da força, governo militar, mas essa frase ecoou até lá, e, cinco dias depois, o Presidente Geisel mandou reabrir o Congresso. Ele não foi lá se acachapar, ele não foi lá se humilhar. Ele falou isto, e estamos aqui.

Mas toda essa estrutura não somos nós. É o povo. Temos que entender isso. O governo somos nós. O Presidente Luiz Inácio é o Executivo. Somos o Legislativo, e há o Judiciário. Governo somos nós. O povo derrubou o l’état c’est moi, o absolutismo. Dividiu o poder. Nós somos governo. Aqui é o ápice deste Legislativo, e quero dizer que é muito forte. Aprendi cedo isso, Serys.

Estive, na semana passada, em Porto Alegre. Uma filha minha está fazendo residência na Santa Casa. Dermatologia. Fui vê-la com a mãe. Impressionante como somos conhecidos lá em Porto Alegre. O padre reza a missa lá na Sagrada Família. Depois, ele achou que já me conhecia. Nós nos apresentamos. Quer dizer, éramos populares na rua. O povo, jovens nos reconheceram, e, evidentemente, devemos esta apresentação ao povo do Brasil. Saí lá da Parnaibinha, no litoral do Piauí. Ser reconhecido em Porto Alegre?! Hoje, a gente sente.

Sem razão, eu pegava um jornal ali, muito honroso, o Meio Norte, do Piauí, cuja colunista é Elisabeth Sá. O jornal diz o seguinte: Popstar - não sou, mas só para contar a influência e a gratidão que devemos aos meios de comunicação do Senado, Gilvam Borges. A eficiência, a competência deles. Eles é que me tornaram conhecido no País todo.

Então, na coluna de Elizabeth Sá, Política e Justiça, do Meio Norte:

Popstar

Depois que a cantora Rita Lee declarou que gosta de ver Mão Santa falando e dos convites que ele recebe de todo o país para os mais variados eventos, é compreensível que o congressista piauiense seja o segundo senador brasileiro em número de comunidades no site [eu nem sabia] de relacionamentos Orkut. Ele só perde para Eduardo Suplicy, que aqui e ali solta a voz cantando sucessos de Bob Dylan.

            Não é o caso, porque todos participamos em todo o Brasil. Minha palavra aqui é para agradecer essa representatividade que temos, porque o Senado é forte. Se nosso Presidente teve 60 milhões de votos, não contestamos. O mesmo Petrônio me ensinou, Serys, a não agredir os fatos. É o grande Líder da Nação: 60 milhões de votos. Tem 20 milhões de votos acima de um candidato extraordinário, cheio de virtudes, do Estado mais importante, no qual votei.

            Então, Petrônio dizia: “Não agredir os fatos.” Hoje, entendo. Não vou agredir.

            Mas o fato, também, Luiz Inácio, é que nós temos mais votos do que Vossa Excelência. Aqui, eu já contei, pode somar. Aqui, dá 80 milhões de votos se somarmos os 80, uns pelos outros. Então, nós, Luiz Inácio, somos filhos do voto, da democracia e do povo, como Vossa Excelência. Nós somos o tambor de ressonância. Daí, Cícero, o grande Senador da História, romano, dizia: “O Senado e o povo de Roma”. Nós podemos dizer: “O Senado e o povo do Brasil”.

            Mas, além desse trabalho diário da televisão... E como ela é ouvida, como é assistida, porque ela leva a verdade, o real, e é boa mesmo. Olha que nós saímos daqui de noite e eu ainda a ligo, porque ela é agradável, ela é bem feita e dá a verdade de que nós nos orgulhamos. Nós somos todos: os funcionários competentes, os concursados, os administradores, os serventes. Todos! Olhem, eles já são até educados demais para o meu gosto. Eu sou nordestino. A gente entra no elevador, é aquela distinção. Então, é esta Casa.

            Mas eu queria agradecer por Minha vida no Senado - 52ª Legislatura (2003 - 2006) - Senador MÃO SANTA.

            Além disso, do diário, tem essa colaboração e a participação. Então, eles fizeram o dia-a-dia de todas as nossas ações representando o povo do Piauí e defendendo os brasileiros e brasileiras.

            Então, nós queríamos agradecer.

Então, nós queríamos agradecer por Minha vida no Senado - 52ª Legislatura (2003 - 2006) - Senador MÃO SANTA àqueles que são obstinados, dedicados, competentes, profissionais, mesmo, que fizeram esse compêndio que vou lançar agora, na sede do meu Partido, na quinta-feira à tardinha, no PMDB de Teresina.

Então, são duas Legislaturas: quatro anos e quatro. Os quatro primeiros anos estão aqui, bem sintetizados. Eu queria agradecer à Secretaria Especial de Comunicação Social: ao Weiller Diniz, Diretor da Secretaria, e ao Helival Rios, Diretor de Jornalismo. Minha Vida no Senado é um produto da Subsecretaria de Projetos Especiais: extraordinário, competente, maravilhoso editor Pedro Rogério Moreira; coordenação de Gaetano Ré; criação gráfica, Alessandra Maia; diagramação de Liu Lopes; revisão de Valéria Castro Fonseca; e pesquisa de Valéria Castro Fonseca. Agência do Senado e Jornal do Senado.

Então, tão bem feita, dia a dia, é uma síntese, mesmo. É lógico que tive um prazer imenso ao ler. O prazer maior foi ver ficar para a posteridade, como fica a dos outros, uma obra real. Agradeço a competência desses que fazem a imprensa do Senado, que eu citei.

Olha a síntese. Começa com:

Mandato até 2011. Fevereiro, quando nós começamos.

Olha como eles começam e a síntese. Eles são caprichosos, eles são competentes. Daí o Senado ser isto: uma Casa, uma ilha de competência, de sabedoria, de bom senso e de grandeza.

         Mão Santa - PMDB - Mandato até 2011. Dia 1 (quando começamos e faz um resumo bem sintético). Francisco de Assis de Moraes e Souza nasceu em Parnaíba (PI). É formado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Cursou residência médica em Cirurgia Geral no Rio de Janeiro, no Hospital dos Servidores do Estado. Graças à sua atuação como cirurgião de Santa Casa de Misericórdia, dedicando-se ao atendimento dos mais humildes, mais carentes, ganhou o apelido de Mão Santa que acabou sendo incorporado à vida pública. Seu primeiro mandato foi de Deputado Estadual, depois Prefeito, Governador por dois mandatos e Senador.

Uma síntese que nos enche... Mas, aí, dirão: é muito atual, é o perfil.

Hoje, estão aqui sete Deputados do meu PMDB do Piauí. Têm uma audiência próxima com o Presidente Sarney, às 17 horas. O PMDB é isso aí mesmo, está dividido. Desses sete, tem alguns, outros não tem, essa confusão do PMDB que está aí, não é? É muito parecido com o PMDB do Brasil, já que o Piauí é Brasil. Então, eles vêm agora.

Então, o político, para chegar aqui, tem de ter o que se chama de coerência. Eu cheguei aqui acreditando em Deus, acreditando no amor, na família, acreditando no estudo, que leva à sabedoria, e no trabalho, que faz as riquezas.

Mas está atordoado. O PMDB sem rumo?

Tem rumo, sim. Tem rumo e sempre teve. Tem essas divergências. Os meus continuam os mesmos princípios. Os mesmos. Acho e entendo, e entendo bem, por isso estamos aqui.

Ô Serys, só tem, na política, o seguinte: há os aproveitadores, os aloprados. Isso tem em todo lado. Tem de se diferir o joio do trigo. Por exemplo, neste exato momento, aqui, há três “trigos” do Partido dos Trabalhadores - 100%, o Partido dos Trabalhadores. Os três que estão presentes são trigo, mas tem joio. Agora, saber se tem mais joio que o PMDB é complicado. É mais fácil contar as estrelas do céu, não é? Mas tem de ter a coerência.

Governo é isto: a democracia, a divisão do poder, a alternância do poder. Se é to be or not to be, that’s the question. Por isto Shakespeare é eterno: ser ou não ser. Ou você é governo, ou é oposição. Os dois completam a democracia. Atentai bem, aloprados que se aproveitam da democracia, no meu Partido e nos outros.

Rui Barbosa está ali, Serys. Ele foi governo, ele fez a República, ele foi Ministro da Fazenda, mas ele foi, por muito mais tempo, da oposição. Então, dignifica. O Partido dos Trabalhadores, quanto tempo...Então, tem de se saber, se ter coerência. To be or not to be - Shakespeare. Essa é a verdade, o resto é falta de vergonha, falta de dignidade. Tem de saber o que é, e eu sempre soube.

Março de 2005 - aqui é a síntese de um pronunciamento que eu fazia.

Lutamos para que o PMDB tivesse candidatura própria, e essa é a minha mesma posição. Não consegui, mas que lutamos, lutamos. Fomos até o fim.

Era o Rigotto contra o Garotinho. Garotinho, greve de fome, uma assembléia interna. Aclamaram Pedro Simon. Esta é a verdade: aclamaram! E o Pedro Simon, diante dos aplausos e da aclamação, subiu, Serys, e disse: “Está certo. Eu aceito, mas o Mão Santa é meu Vice.”. Aí, eu fui lá: “Pedro Simon, o negócio já está muito confuso. Não é querendo ser... Vamos... Tem de ser o Garotinho.”. E Garotinho aceitou.

Na Executiva, no mais infeliz momento, aloprados enterraram a candidatura de Pedro Simon, impedindo-o de disputar uma nova convenção. Foi um dia igual ao do Petrônio: o dia mais triste da minha vida. Alopraram, agrediram Pedro Simon. Há também os fatos negros. Eu fiquei. Não tivemos candidato, mas lutamos.

E Mão Santa está aqui, em março de 2005 - o resumo é deles e eu devo ter me pronunciado com coragem:

Mão Santa quer candidato do PMDB à Presidência.

O Senador Mão Santa (PMDB-PI) propôs ontem que o seu partido tenha candidato próprio nas eleições presidenciais de 2006.

- Queremos participar do processo democrático. Queremos um candidato à Presidência da República para ter uma opção. Temos que defender a candidatura própria - afirmou, rejeitando o apoio do PMDB à reeleição do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mão Santa argumentara que Lula quer enfraquecer os partidos políticos.

- A democracia precisa de partidos fortes, mas Lula quer destruir o PMDB, um partido forte, um partido histórico.

O Senador afirmou que o modelo de Lula é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Ele trocou tudo o que prometia para servir aos banqueiros e não aos trabalhadores. Chamo a atenção para a gravidade do momento político. O país nunca esteve tão ruim.

O Senador citou ainda entrevista do intelectual Fábio Konder Comparato a um jornal de circulação nacional. Segundo ele, o PT tinha enganado todo mundo.

Mão Santa acusa a tentativa de destruir o PT.

Isto ficou registrado nos Anais, e bem registrado, e eu agradeço. Essa é a nossa conduta. Está aí o imbróglio do PMDB. Por que não? Partido que o povo aceitou nas lutas democráticas e, recentemente, fez aumentar o número de seus eleitores para mais de quatro milhões, fez aumentar o número de Prefeitos, fez aumentar o número de Vereadores, de Deputados estaduais - centenas - , de Deputados Federais, de Senadores. Corruptos, todos? Não! Tem joio e tem trigo. O povo sabe diferir.

Nós queremos participar. Nós queremos fazer daquele PMDB de vergonha, que eles chamavam de “MDB manda brasa”, que tenha candidato, que participe do processo democrático.

Está aí o nosso Presidente do PMDB Michel Temer! Nós temos nomes de Senadores e Deputados.

Mas esta é a nossa posição de hoje, que nos permite mostrar as nossas convicções do passado, porque, como Rui Barbosa - já fomos Governo -, hoje estamos na oposição. O povo brasileiro decidiu para ser governo o Partido dos Trabalhadores e nos deixou a esperança dessa construção democrática, a maior riqueza, que é a alternância do poder. Aí, sim, poderemos dizer: somos governo; somos o povo!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/03/2009 - Página 3448