Discurso durante a 19ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração pela transformação do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Roraima em Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia de Roraima (IFRR).

Autor
Augusto Botelho (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Augusto Affonso Botelho Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ENSINO PROFISSIONALIZANTE.:
  • Comemoração pela transformação do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Roraima em Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia de Roraima (IFRR).
Aparteantes
Mozarildo Cavalcanti.
Publicação
Publicação no DSF de 06/03/2009 - Página 4112
Assunto
Outros > ENSINO PROFISSIONALIZANTE.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO, CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA (CEFET), ESTADO DE RORAIMA (RR), INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIENCIA E TECNOLOGIA, OBJETIVO, OFERECIMENTO, INTEGRAÇÃO, EDUCAÇÃO BASICA, POS-GRADUAÇÃO, RESPEITO, JUSTIÇA SOCIAL, QUALIFICAÇÃO, CIDADÃO, PROMOÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.
  • ELOGIO, EMPENHO, GOVERNO FEDERAL, AMPLIAÇÃO, NUMERO, ESCOLA TECNICA, BRASIL, IMPORTANCIA, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO.
  • CONGRATULAÇÕES, FORMANDO, PRIMEIRA CLASSE, ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR, CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA (CEFET), ESTADO DE RORAIMA (RR).

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Jefferson Praia, Srs. Senadores, o que me traz à tribuna hoje é comemorar a transformação do antigo Cefet de Roraima - Escola Técnica Federal, que virou Cefet, criada por uma emenda do Senador Mozarildo, aqui presente -, em Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia de Roraima.

Sabemos, Sr. Presidente, que os Cefets tinham grande importância para os Estados, principalmente nos nossos Estados do norte do País - Roraima, Amazonas e os outros -, porque ainda é grande a falta de técnicos qualificados nos mais diversos temas.

No meu Estado, temos duas escolas técnicas funcionando e uma em construção no Amajari; uma funciona em Boa Vista - aquela que Mozarildo criou junto com a universidade -, outra, para cuja criação contribuí, funciona no sul do Estado e outra está sendo construída no Amajari. Essas duas estão funcionando.

No Brasil, no início do mandato do Presidente Lula, havia 140 escolas técnicas. Este ano já temos 214 funcionando e para 2010, o projeto do Governo é fazer 354 escolas técnicas funcionarem no País. Serão oferecidas 500 mil vagas técnicas. No período de dez anos, serão formados cinco milhões de pessoas. Isso é muito importante para essa mudança do País, para a melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros.

Com o objetivo de acabar com esse problema de falta de técnicos, o Governo Lula decidiu pela criação dos institutos federais, nascidos a partir dos centros federais de educação tecnológica, das escolas agrotécnicas e das escolas técnicas vinculadas a universidades. Esses institutos foram criados com caráter vertical e em sintonia com o desenvolvimento do País.

As novas instituições vão oferecer educação integrada do ensino básico, a pós-graduação, com foco na justiça social.

Foram criados no Brasil 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia de uma leva só. Agora, com os Institutos Federais, será possível diminuir a falta de técnicos qualificados, pois sabemos que essas instituições ganharam muita importância e uma linha direta com o Ministério da Educação. É fato que o bacharelado clássico não resolve sozinho a questão do desenvolvimento local. A educação profissional é que vai mudar o quadro econômico de cada região, principalmente na nossa região de Roraima.

Os primeiros passos do Instituto Federal de Roraima ainda estão sendo dados, as mudanças já estão acontecendo, mas ainda é preciso fazer a readequação dos cargos, o que terá de esperar até que o Plano de Desenvolvimento Institucional esteja pronto.

Felizmente, o grupo gestor do Instituto Federal de Roraima já iniciou as conversações com os servidores e apresentou um organograma com a nova distribuição dos cargos do Instituto. Agora, o Instituto Federal terá um reitor e não mais um diretor-geral. O Professor Edvaldo Pereira, que vem desempenhando com muita eficiência a direção da escola técnica, o Cefet, assumiu como reitor pro tempore, e a comunidade acadêmica está sendo convocada a dar sugestões para o Plano de Desenvolvimento Institucional.

Tenho certeza de que a transformação do Cefet de Roraima em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia irá aumentar a qualidade do ensino oferecido aos nossos jovens do meu Estado.

Além disso, deve aumentar a transparência na gestão da organização, ajudando na expansão da instituição pelo interior do Estado. Isso porque os institutos federais de todo o País têm como finalidade ofertar a educação profissional e tecnológica, em todos os níveis e modalidades, no intuito de qualificar o cidadão com vistas à educação profissional nos diversos setores da economia, com ênfase no desenvolvimento local, regional e nacional.

Além de ministrar educação profissional técnica de nível médio e cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores, o Instituto Federal de Roraima continuará a realizar pesquisas e a desenvolver atividades de extensão, além de fornecer cursos de pós-graduação lato sensu de especialização e aperfeiçoamento e curso de pós-graduação stricto sensu, de mestrado e doutorado.

Sr. Presidente, Jefferson Praia, tenho certeza de que a educação profissional no Brasil ganhará, e muito, a partir da criação dos institutos federais em todo o nosso território, e Roraima mais ainda, com a transformação do Cefet em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.

Cedo o aparte ao Senador Mozarildo Cavalcanti, que foi o que fez a primeira escola técnica em Roraima, junto com o Presidente Sarney.

O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador Augusto, V. Exª aborda um tema que me causa não só alegria, como muita emoção. Nós que, nascendo em Roraima, tivemos que sair de Roraima para fazer o segundo grau, quer dizer, o ensino médio hoje, porque lá não havia sequer o segundo grau, e que vimos - V. Exª lá no Rio, e eu, em Belém - levas de estudantes de Roraima fazendo escola técnica, e alguns, depois, o curso científico clássico da época - fiz o científico, por exemplo, e, quando me formei, voltei para Roraima -, tínhamos sempre isto na cabeça: por que nós temos que viver nessa situação? Quando eu tive a honra de receber do povo de Roraima o mandato de Deputado Federal em 1982, a primeira coisa que eu pensei foi isto: levar uma escola técnica e uma universidade para Roraima. E hoje V. Exª já está falando sobre o Instituto Federal de Ciência e Ensino Tecnológico. Avançamos, em pouco tempo, para o nível de uma instituição que tem até pós-graduação, e na área profissionalizante. É muito importante falar isso. V. Exª falou que foram criados agora 38. Desses 38, um estar em Roraima, o menor Estado da Federação, é uma satisfação enorme, porque estamos dando à juventude de lá o que, na nossa época, não tínhamos: oportunidade que se iguala à dos grandes centros. A nossa universidade hoje tem 29 cursos. Temos cursos até de mestrado e estamos caminhando para os de doutorado. Agora, o nosso Instituto Federal de Ensino Tecnológico está sendo implantado. E quero aqui fazer uma homenagem ao Reitor pro tempore, professor Edvaldo, que realmente foi o grande responsável pela qualificação, entre os outros que já passaram também. Quero fazer justiça a todos, porque não houve descontinuidade na direção da escola técnica, do Cefet e, agora, do Instituto Federal de Ensino. Quero realmente dizer que, para os roraimenses, é uma grande honra. Espero que agora alcancemos outra meta para a educação, Senador Augusto: que a Câmara aprove o projeto que cria o Colégio Militar lá em Boa Vista, porque é uma alternativa para o estudante pobre, para o pobre. Porque aquele que é rico, Senador Jefferson Praia, vai para a França, vai para a Inglaterra, para os Estados Unidos; mas o pobre não pode sair de muito perto de casa. Quantos da nossa geração, Senador Augusto, não puderam sair para estudar? Hoje, vemos esse jovem ter a oportunidade lá em Roraima, no nosso extremo norte do Brasil. Aproveito a oportunidade para dizer aos brasileiros que, ao contrário do que dizem as televisões até hoje, o extremo norte não é mais o Oiapoque, como a Geografia de antigamente ensinava, mas o monte Caburaí, o que está provado cientificamente por métodos geodésicos. Então, lá no nosso extremo norte, em Roraima, temos orgulho de ter uma educação de qualidade, inclusive uma escola primária lá foi premiada como uma das melhores no ensino de Português e Matemática. Então, quero parabenizar V. Exª pela abordagem do assunto, porque falar de educação, com certeza, Senador Augusto Botelho, é até mais importante do que falar de saúde, porque, sem educação, as outras coisas não acontecem.

O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR) - Muito obrigado, Senador Mozarildo Cavalcanti.

Realmente, é a educação que muda a qualidade de vida das pessoas. É com orgulho que estou falando sobre o Cefet. Também vou aproveitar para parabenizar a primeira turma do curso de Administração Hospitalar. Quando vim para o Senado, fiz um propósito: juntamente com a Universidade Federal de Roraima e a antiga Fesur, que hoje virou a Universidade Estadual de Roraima, e o Cefet, criar cursos de pós-graduação em Roraima. Não havia cursos de mestrado e doutorado. Conseguimos criar dois mestrados. Inicialmente, um curso de Química e outro de Matemática na UFRR - já temos seis cursos de mestrado na UFRR. O próximo passo é criar cursos de mestrado no Cefet - vamos trabalhar para fazer isso nos próximos anos - e também criar cursos de especialização.

Eu sou médico, o Mozarildo também, e sabemos que há deficiência de pessoas na administração de unidades hospitalares em Roraima. Solicitei ao Cefet um projeto. Eu coloquei uma emenda no Orçamento e abriu-se um curso que, no início, queríamos chamar de Gestão de Unidades de Saúde, mas o MEC fez uma mudança e quis que fosse de Administração Hospitalar. Então, amanhã, vai colar grau a primeira turma de Administração Hospitalar do Norte.

         Lá no seu Estado, no Amazonas, não há esse curso. Provavelmente, alguns roraimenses se deslocarão para lá para trabalhar, porque a turma que está se formando vai trabalhar em Roraima, mas pode trabalhar em qualquer lugar do País. Eles estão habilitados a administrar unidades hospitalares em qualquer lugar deste Brasil.

Então, eu gostaria de parabenizar os jovens que vão se formar - amanhã vai ser a colação de grau deles, às 20 horas -, e dizer que nós, os Parlamentares que amam a nossa terra, os Parlamentares de Roraima, estamos confiantes neles e temos certeza de que a qualidade da saúde de Roraima vai melhorar, porque os nossos administradores agora estarão mais preparados para gerir melhor os recursos, tanto materiais como humanos, das nossas unidades.

        Meus parabéns à primeira turma de Administração Hospitalar do Cefet de Roraima. Brevemente, também, teremos a formação de trezentos professores em Gestão Escolar. Estão já na fase de elaboração do trabalho final, e a formatura deles deve ser nos próximos meses. São trezentos professores habilitados para gerir escolas no nosso Estado.

Eu acredito que é pela educação que a gente muda as coisas. É pela educação que a gente vai conseguir combater a corrupção, dizendo para as pessoas não votarem nos corruptos. “Vejam quem é corrupto. O candidato que é corrupto, você não vota nele.” Os fichas-sujas não deveriam ser candidatos. Nós vamos tentar avançar na reforma política para colocar isso, mas as pessoas é que têm de ser críticas e ver: “Se o indivíduo é corrupto, não vote nele, não, porque ele vai pegar e usar o dinheiro público para beneficiar a ele mesmo, em vez de beneficiar a comunidade”.

Sr. Presidente, na próxima semana, farei uma consideração sobre o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, que vai passar agora a gestão para uma fundação de cardiologia do Rio Grande do Sul. O Ministério da Defesa fez um trabalho, juntamente com a Câmara dos Deputados, o Senado e o Governo do Distrito Federal para transferir essa gestão, porque o Incor, no início do ano passado, disse que não poderia mais gerir o hospital. Ontem foi assinado um convênio para que essa gestão fosse transferida para essa fundação do Rio Grande do Sul. A Câmara dos Deputados, o Senado Federal, o Ministério da Defesa e o Hospital das Forças Armadas se comprometeram a dar continuidade a esse trabalho que é feito no Instituto do Coração do Distrito Federal - é assim que vai ser chamado agora -, porque ele atende a Brasília, ao Centro-Oeste e a nós, lá de Roraima. Muitas pessoas de Roraima são operadas e atendidas nesse instituto. Eu e o Mozarildo temos colocado, inclusive, emendas parlamentares para esse Instituto do Coração de Brasília, porque ele atende muito ao pessoal do nosso Estado.

Sr. Presidente, muito obrigado.

Era isso que eu teria a comunicar.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/03/2009 - Página 4112