Discurso durante a 22ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexões sobre a condição feminina, por ocasião da celebração do Dia Internacional da Mulher e da entrega do Prêmio Mulher-Cidadã Bertha Lutz.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. FEMINISMO.:
  • Reflexões sobre a condição feminina, por ocasião da celebração do Dia Internacional da Mulher e da entrega do Prêmio Mulher-Cidadã Bertha Lutz.
Publicação
Publicação no DSF de 11/03/2009 - Página 4382
Assunto
Outros > HOMENAGEM. FEMINISMO.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, MULHER, IMPORTANCIA, CONGRESSO NACIONAL, ENTREGA, PREMIO, VALORIZAÇÃO, FEMINISMO, SAUDAÇÃO, GANHADOR.
  • ANALISE, PROCESSO, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO SEXUAL, LUTA, DIREITOS, IMPORTANCIA, PRESERVAÇÃO, CARACTERISTICA, MULHER.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esta homenagem que o Congresso Nacional presta anualmente ao gênero feminino por ocasião da celebração do Dia Internacional da Mulher e da entrega do Prêmio Mulher-Cidadã Bertha Lutz presta-se a muitas reflexões sobre a condição feminina.

De minha parte, neste dia, ao tempo que estendo meus parabéns às congratuladas com o prêmio deste ano, desejo também dar alguma contribuição ao debate sobre o papel da mulher na sociedade atual.

De início, cabe ressaltar que não foram apenas as mulheres que obtiveram conquistas ao longo do tempo. Analisando a maioria das sociedades organizadas atuais, e comparando a realidade ali vivida há algumas poucas décadas com a situação presente, encontraremos marcantes contrastes que evidenciam o grande progresso ocorrido nas relações humanas como um todo.

De fato, e para ser breve neste pormenor, bastam algumas questões para nos levar a refletir sobre esse inegável progresso. Que eram direitos políticos durante os tempos de ditadura que viveram inúmeros países há alguns anos? Que dizer do voto universal há pouco mais de meio século? Ou que falar sobre direitos individuais há algumas poucas décadas?

Assim, se é certo que a humanidade tem ainda muito a avançar, certo é, também, que passamos por um processo de amadurecimento inquestionável e irreversível ao longo do tempo e que vivemos hoje um momento sem paralelo na história humana.

Há, portanto, muito que comemorar!

As conquistas ligadas ao gênero feminino, por sua vez, não apenas andaram lado a lado com todo esse movimento de progresso social, mas, em inúmeras ocasiões, estiveram à sua frente e foram sua própria força motriz.

Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, num dia como o de hoje, oradores como eu corremos o risco de cair em lugar comum, visto que as conquistas já obtidas pelo gênero feminino são tão evidentes quanto as que ainda restam a serem alcançadas.

Portanto, se me aventurasse a falar da baixa representatividade das mulheres nas Casas legislativas do País, ou se me arriscasse a tecer comentários sobre a disparidade entre os salários de homens e de mulheres que exercem a mesma atividade profissional - uma disparidade que é absolutamente real - estaria incorrendo no risco de não apenas ser repetitivo em relação a outras falas, mas de fazer uma apresentação susceptível de comparação com meus companheiros e minhas companheiras de tribuna.

É por isso que, doravante, pretendo apenas pontuar uma questão relacionada às mulheres que, por sua sutileza, pode passar injustamente despercebida da maioria dos senhores e das senhoras.

E desde já enuncio qual seja: a importância de que, na luta pelo espaço antes reservado aos homens, as mulheres tenham sempre o cuidado de manterem sua feminilidade.

Uma pergunta que se imporia de imediato seria: para ser feminista é necessário deixar de ser feminina?

Nossa opinião e nosso desejo para cada mulher que nos ouve é que a resposta a essa pergunta seja um ressonante “não”.

Viva o feminismo! Especialmente no que se refere aos direitos iguais entre os gêneros, ao respeito pela condição feminina, à igualdade de oportunidades e responsabilidades para todos.

Mas viva, também, e viva, sobretudo, o feminismo com feminilidade! Vivam as mulheres que conseguiram encontrar seu lugar na sociedade sem se tornarem “machistas às avessas”, sem que, no caminho para a liberdade, tenham se esquecido de continuar a ser femininas!

E, neste momento, eu não poderia contar com melhor assistência na sustentação de meu ideal do que a presença das congratuladas com o Prêmio Mulher-Cidadã Bertha Lutz deste ano, verdadeiros exemplos de mulheres que souberam travar suas lutas sem jamais perder de vista sua condição de mulher.

Caríssimas senhoras e caríssimos senhores, é saudável e feliz a sociedade que harmoniza o respeito a cada gênero sem anular suas diferenças. Diferenças que se completam, que se harmonizam quando há a devida consideração mútua. É essa a sociedade que temos buscado e que vamos continuar buscando. Uma sociedade que sabe solucionar seus conflitos por meio do diálogo e do bom senso, que leva à compreensão do outro e, consequentemente, à sua devida apreciação e respeito.

É por isso, Srªs e Srs. Senadores, que felicito as ganhadoras do Prêmio Mulher-Cidadã Bertha Lutz, ao mesmo tempo em que faço votos de que continuemos esta caminhada em direção a uma maior igualdade de direitos e deveres para todos, sem distinção de gênero, cor, orientação política ou qualquer outra, na companhia de mulheres que, se guerreiras e combativas, sempre saibam preservar o que têm de melhor: sua feminilidade, dom inefável que Deus lhes concedeu.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/03/2009 - Página 4382