Discurso durante a 23ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração dos cento e oitenta e seis anos da Batalha do Jenipapo, ocorrida em Campo Maior, Estado do Piauí.

Autor
Aloizio Mercadante (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Aloizio Mercadante Oliva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Comemoração dos cento e oitenta e seis anos da Batalha do Jenipapo, ocorrida em Campo Maior, Estado do Piauí.
Publicação
Publicação no DSF de 12/03/2009 - Página 4460
Assunto
Outros > HOMENAGEM. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESENÇA, AUTORIDADE, HOMENAGEM, ANIVERSARIO, LUTA, CONSOLIDAÇÃO, INDEPENDENCIA, BRASIL, MUNICIPIO, CAMPO MAIOR (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), COMBATE, TENTATIVA, PORTUGUES, MANUTENÇÃO, COLONIA.
  • COMENTARIO, EMPENHO, GOVERNO FEDERAL, REALIZAÇÃO, MELHORIA, ESTADO DO PIAUI (PI), ESPECIFICAÇÃO, CONSTRUÇÃO, HOSPITAL, IMPLANTAÇÃO, BOLSA FAMILIA, PROGRAMA, CONCESSÃO, CREDITO EDUCATIVO, ENSINO SUPERIOR, AMPLIAÇÃO, VAGA, UNIVERSIDADE FEDERAL.
  • JUSTIFICAÇÃO, DEMORA, CONCLUSÃO, OBRAS, PORTO DE LUIS CORREA, ESTADO DO PIAUI (PI), FALTA, PARECER, AUTORIZAÇÃO, MEIO AMBIENTE, ANUNCIO, ENTREGA, AEROPORTO, MELHORIA, TURISMO, REGIÃO, DEFESA, NECESSIDADE, COMBATE, BUROCRACIA, SETOR PUBLICO, AGILIZAÇÃO, ECONOMIA, AGRADECIMENTO, GOVERNADOR, APOIO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • COMENTARIO, CAPACIDADE, BRASIL, COMBATE, EFEITO, CRISE, SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL, SUPERIORIDADE, RESERVAS CAMBIAIS, REDUÇÃO, DIVIDA, SETOR PUBLICO, EXPECTATIVA, REUNIÃO, CONSELHO, POLITICA MONETARIA, CONTROLE, TAXAS, JUROS.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


           O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Senhores e Senhoras, queria inicialmente saudar meu amigo de tantas décadas, companheiro de tanto valor, que faz um grande Governo no Piauí, Wellington Dias, com quem fui Deputado por um bom período; João Vicente Claudino, a quem parabenizo pela iniciativa e pelo mandato; nosso 3º Secretário do Senado, Senador Mão Santa; o 1º Secretário do Senado, Senador Heráclito Fortes; Francisco de Macedo Neto, Prefeito de Bocaina, Presidente da Associação dos Municípios do Piauí; João Félix de Andrade, Prefeito do Município de Campo Maior, que é uma referência histórica em nosso País; o meu querido companheiro, hoje Vice-Prefeito de São Bernardo do Campo, o nosso Frank Aguiar, e Raimundo Nonato Monteiro de Santana, ex-Prefeito do Município de Campo Maior.

           A construção da nossa identidade nacional, o que nós somos como Nação, como sociedade, como povo, tem passagens heroicas, a contribuição de grandes brasileiros e brasileiras que não tiveram, ao longo da História, o reconhecimento, a valorização, a divulgação que merecem. E recordar essas passagens, daqueles que foram decisivos em momentos difíceis da História, seguramente é uma forma, não apenas de reparar um equívoco, mas é uma forma também de reafirmar valores.

           A Batalha de Jenipapo, em Campo Maior, em 13 de março de 1823, foi parte de uma grande mobilização, de um sentimento nacional que ia se constituindo de que nós já éramos um grande País e deveríamos nos transformar em uma grande Nação independente.

           Foi ali em Jenipapo que escravos, ex-escravos, trabalhadores rurais, sertanejos, pequenos produtores se levantaram contra as tropas portuguesas e, associando-se a todo o movimento de D. Pedro I, reafirmaram a identidade nacional. Portanto, aquele foi um momento de ruptura, foi um momento de coragem, foi um momento de heroísmo e foi um momento que deve ser lembrado exatamente com significado histórico e com a importância que tem na construção da nossa identidade nacional.

           Acho que Campo Maior representa exatamente a libertação e a independência de uma área muito importante do Brasil. Poderíamos ter tido ali uma fratura na nossa Nação. Não seríamos esta grande Nação, este grande território e um País, hoje, que não tem problemas étnicos, não tem conflitos regionais, que tem assimetrias, que tem desigualdades, mas que é uma grande Nação, que vai se firmando ao longo do processo da História.

           Eu jamais subiria numa sessão de homenagem como esta para atacar quem que quer seja. Acho que seria pequeno demais diante do significado desse momento. Mas quero dizer que, com grandes dificuldades, dificuldades que nós herdamos, dificuldades que essa crise internacional impõe, dificuldades que fazem parte do que é o Estado brasileiro, com todas as suas insuficiências e deficiências, acho que o Piauí esteve e está em boas mãos. Wellington fez um grande governo e, mais do que as minhas palavras, o voto do povo é o reconhecimento. Uma reeleição com 61% dos votos e um Presidente da República que é reeleito no Piauí com 78% dos votos falam por si só.

           Falam, porque a estrada que liga Parnaíba a Teresina está lá, e o povo sabe que está. Falam, porque o hospital de alta complexidade que foi construído ajuda a melhorar uma situação tão difícil que ainda é a saúde pública no Brasil. Falam, porque o Samu, que complementa a capacidade de atendimento da população, está lá presente nesse Município e em outras partes desse Estado tão querido ao Brasil e tão carente. Falam, porque conseguimos implantar o Prouni, o Bolsa-Família, que atende aos mais pobres, e melhorar o salário mínimo. Falam, enfim, porque ampliamos as vagas da universidade federal, inclusive na tão querida Parnaíba, que tantas vezes e recorrentemente é sugerida neste plenário.

           É verdade que o porto ainda não andou. Mas não andou porque, infelizmente, o parecer da autorização ambiental não foi dado, e a lei não permite que a obra se inicie sem essa exigência. E precisamos superar, eu diria, algumas burocracias públicas que não têm a agilidade que o momento econômico exige. Espero que, em abril, isso seja feito e que a obra possa se iniciar.

           Mas o aeroporto vai ser entregue em julho, uma pista de 2.500 metros, uma pista que vai ajudar a alavancar o turismo, porque o Piauí está um pouco mais de seis horas de Lisboa. E hoje o fluxo de turismo é muito grande, o Piauí pode disputar um lugar diferenciado no tráfego aéreo, valorizando e gerando valor agregado não apenas para o turismo, mas também para a economia, porque empresas de ponta poderão estar presentes exatamente por esses equipamentos estratégicos, por projetos estruturantes que mudarão economicamente o Piauí.

           Mas eu queria, sobretudo, agradecer ao Piauí, agradecer as vezes que lá estive, agradecer o apoio que deu o Governo Wellington, agradecer o apoio que tem dado ao Presidente Lula.

           E saibam que é uma crise muito grave que nós enfrentamos, mas o Brasil não apenas conseguiu, mas conseguirá amenizar o impacto dessa crise, que tem um aspecto devastador no sistema financeiro americano, nas grandes empresas americanas. O maior banco do mundo, como o Citibank, a maior empresa automotiva, como a GM, hoje estão na lista de empresas inadimplentes, com risco de falência, que acaba de ser lançada hoje pela Moody’s - 283 grandes empresas americanas. A Europa vive uma recessão dramática. Os Estados Unidos já tiveram 4,5 milhões de desempregados. No Japão, o PIB cai 5%.

           Por isso, o Brasil tem um grande desafio, mas, diferentemente de crises menores do que essa, o impacto dessa grande crise será menor do que foi no passado, porque temos US$200 bilhões de reservas cambiais; porque as finanças públicas melhoraram muito, a dívida pública caiu significativamente; porque os outros países já reduziram os juros até onde podiam, e o Brasil tem espaço para reduzir a taxa de juros - seguramente, teremos uma boa notícia hoje do Copom, porque os juros estão atrasados, têm de cair mais rápido e seguramente cairão, o que ajudará a amenizar o impacto da recessão; e porque temos um Programa de Aceleração de Crescimento, que faz parceria republicana com governos, prefeituras, de investimentos estruturantes que avançam no sentido do desenvolvimento.

           Por isso, o Piauí foi fundamental na história com o Jenipapo e seguramente será fundamental na história moderna do Brasil quanto mais formos capazes de superar as nossas diferenças político-partidárias e tivermos um discurso mais construtivo, mais positivo, mais parceiro, mais republicano entre prefeituras, Governos de Estado e Governo Federal e, sobretudo, entre a sociedade civil e o Poder Público em todas as suas instâncias.

           Parabéns ao Piauí pela história e pelo momento.

           Parabéns Governador Wellington, que seguramente representa aqui o sentimento do povo de nacionalidade, de esperança e de mudança.

           Muito obrigado. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/03/2009 - Página 4460