O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Mão Santa, quero, primeiramente, agradecer o Senador Claudino por ter permutado comigo a sua vez de usar a tribuna.

Senador João Claudino, ainda há pouco, eu conversava com V. Exª e parabenizava V. Exª, o Senador Mão Santa e o Senador Heráclito Fortes, que integram a bancada do nosso querido Estado do Piauí, pela sessão comemorativa hoje dos 166 anos da Batalha do Jenipapo.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - São 186.

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB - PA) - Economizei vinte, mas retorno os vinte a esta justa homenagem que a bancada do Piauí fez àquele Estado.

Venho à tribuna, hoje, Senador Mão Santa, Senador José Nery, para anunciar que tomei conhecimento há pouco de que a Fifa (Federação Internacional de Futebol) adiou o anúncio da escolha das 12 subsedes para a Copa de 2014. Essa data estava prevista para 20 de março próximo, quando a Fifa ia definir quais as 12 subsedes da Copa de 2014 no Brasil. E o noticiário de há pouco, à tarde, nos informa que o anúncio foi adiado para final de maio.

Então, venho à tribuna até porque o meu Estado, pela sua capital Belém, disputa para uma das subsedes da Copa. São 17 cidades brasileiras para a definição de 12 subsedes. Algumas já estão definidas, evidentemente, como é o caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre. Mas eu diria que a Amazônia brasileira tem hoje, Senador Cristovam Buarque, uma importância internacional. Todo o mundo tem a sua visão, correta ou incorretamente, voltada para a nossa Região Amazônica.

A Amazônia Legal representa 60% do território brasileiro. E nós ficamos discutindo se a subsede da Copa vai ser em Belém ou em Manaus. Eu acredito que o Presidente da Fifa, Joseph Blatter, com certeza absoluta tem um entendimento maior com relação à importância dessa região no contexto mundial e vai atender Belém, com certeza absoluta, e pode atender também Manaus, as duas cidades como subsedes, e complementar evidentemente com todas as outras. Eu até gostaria que pudessem ser 17 subsedes, para não excluir nenhuma das cidades que, com esforço, estão se colocando para sediar a Copa.

É evidente que eu torço, não só eu, mas os mais de sete milhões de paraenses, para que Belém seja escolhida. Não há dúvida disso. Afinal, será uma vitória de todo o povo do Pará. Nosso povo é apaixonado por futebol. Temos um Campeonato Paraense que completou, agora em 2008, seu primeiro centenário. Temos times conhecidos em todo o País e até fora dele. Cito o Remo, o Paysandu, a Tuna, vários outros no meu Estado, conhecidos por seus feitos, dentro e fora de campo, com a emocionante empolgação de suas torcidas apaixonadas. Uma prova disso é a média de público. E isso é importante também como uma variável a ser considerada para a escolha da subsede. Não há de ser escolhida uma cidade onde a população não gosta do futebol.

E aqui quero dar alguns dados. E farei isso também, Presidente Mão Santa, encaminhando uma correspondência com esses dados ao Presidente da Fifa, Joseph Blatter, e ao comitê encarregado da escolha que visitou todas essas cidades que se colocaram à disposição para ser subsede da Copa de 2014. É lógico, vou pleitear que Belém seja escolhida, mas vou também pedir a ele que olhe a Amazônia sob outra visão, pela importância que essa região, como disse, tem no contexto mundial.

Os dois maiores times, Paysandu e Remo, ficaram com a quinta e a sexta posição total de público em âmbito de Brasil - isso disputando com meu Flamengo, com meu Coríntians, com Palmeiras, Botafogo, Vasco, grandes times, Grêmio, de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, Colorado. Os dois clubes chegaram a 90 mil torcedores, mesmo não tendo chegado às finais. O Águia de Marabá, em décimo, teve mais de 37 mil torcedores em seus jogos, superando outros clubes.

Quando levantamos a média de público, o Pará nos enche de orgulho. O Remo teve a segunda melhor média e o Paysandu ficou com a terceira média de treze mil e de nove mil torcedores por jogo. E, repito, os dois clubes nem mesmo foram às fases finais.

Outro detalhe: era Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão. O futebol paraense amarga uma fase ruim, com seus clubes jogando na terceira divisão. Mas, nas arquibancadas - e é isso que interessa à Fifa e ao sucesso da Copa em Belém -, o Pará dá show. Remo e Paysandu também lideram a lista das maiores arrecadações. Isso na fase inicial de uma série C. Mais um dado: dos dez maiores públicos em jogos pela série C, quatro envolvem times do Pará. Por último: das dez maiores arrecadações, nove envolvem jogos com clubes paraenses.

Esses recordes não são fatos isolados de 2008, Senador Mão Santa. É uma história, um fato normal no Pará ter sempre casa cheia.

Em 2007, o Remo, na série B, teve a sétima melhor média de arrecadação e de público, mesmo tendo várias partidas jogadas com portões fechados por conta de punição da CBF.

Nesse mesmo ano, o Paysandu disputou a série C e passou por momentos difíceis, não passando nem mesmo da primeira fase, tendo realizado apenas três jogos. Ainda assim, teve a oitava melhor média de arrecadação, na frente de vários clubes que tiveram até 16 jogos.

No ano de 2006, com Remo e Paysandu na Segunda Divisão, a torcida paraense também deu show. Remo e Paysandu tiveram a quarta e quinta melhores médias de público. Na arrecadação, os dois clubes paraenses só perderam para o Atlético Mineiro na média dos jogos.

Aliás, no ranking de público e renda, nosso Mangueirão ficou na segunda posição, em nível de Brasil, atrás apenas do Mineirão, que também lotava para os jogos do Atlético Mineiro.

Em 2005, na Série C, foi a torcida azulina, do Remo, que deu esse show de público. O Leão, como é conhecido o clube do Remo, liderou todos os rankings de público e renda. Dos dez maiores públicos naquele ano, o Remo foi o responsável por todos. O maior foi com o Mangueirão lotado por mais de 42 mil torcedores. A média de público foi de 30 mil torcedores...

(Interrupção do som.)

         O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB - PA) - ... no Mangueirão, no ano de 2005. O segundo colocado naquele ano teve a média de nove mil torcedores - de trinta para nove. É, sem dúvida, uma marca incrível, uma marca exclusivamente dos torcedores.

Fiz esse retrospecto para mostrar que o Pará tem um hábito, o costume de lotar estádios. Quem não se lembra do último amistoso da seleção brasileira, disputado em Belém? Um simples treino levou mais de 40 mil pessoas para as arquibancadas.

Se quisermos lembrar, podemos voltar ao ano de 2003, quando o Paysandu disputou a Libertadores da América, fazendo uma belíssima campanha e apenas sendo eliminado pelo Boca Juniors, da Argentina, que mais tarde foi o campeão daquele ano.

Senador Mão Santa, vou abrir um parêntese, aqui, só para...

(Interrupção do som.)

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB - PA) -...relembrar um fato importante: o Paysandu foi o segundo time a vencer o Boca Juniors no La Bombonera, dentro de Buenos Aires. Há numa placa lá no estádio. Lamentavelmente, o time perdeu em Belém, tendo sido desclassificado pelo Boca Juniors, que foi o campeão da Libertadores naquele ano.

Os clubes brasileiros sem dúvida se lembram que, em 2002, Belém sediou a última edição da Copa dos Campeões, realizada em conjunto com Fortaleza, e todo o País conheceu, naquele ano, a força da nossa torcida e o calor do nosso povo.

Portanto, Srªs e Srs. Senadores, assim como atletas de outros países saíram encantados com a nossa cidade e o nosso povo, creio que os jogadores das maiores seleções do mundo...

(Interrupção do som)

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB - PA) -...vão ficar com essa sensação também.

O Pará realiza no Mangueirão, nosso estádio olímpico do Pará, o Gran Prix de Atletismo, lotando o Mangueirão com mais de 45 mil pessoas e batendo recorde de público nesse tipo de modalidade. Também recebemos outros eventos esportivos, como o Mundial de Saltos Ornamentais e o Campeonato Brasileiro de Ginástica, entre tantos outros que tiveram sempre casa cheia.

Felizmente, o nosso Estado teve o que mostrar ao Comitê da Fifa: um estádio, o nosso Mangueirão, moderno, um dos mais modernos do Brasil. Temos um aeroporto eficiente, um centro de convenções como o Hangar, talvez o mais moderno do nosso País - não o maior, mas o mais moderno -, uma Estação das Docas, que é o nosso Porto madeira, um Mangal das Garças. Enfim, temos plenas condições para acreditar que podemos, sim, garantir uma vaga entre as doze.

Belém, hoje, é credenciada a sediar a Copa do Mundo graças ao Governo do PSDB, já que o atual não conseguiu produzir nenhuma obra que desse ainda mais apoio e força à candidatura de Belém.

Quando o Comitê da Fifa, Senador Mão Santa, esteve em Belém, a Governadora Ana Júlia recepcionou o Comitê levando-o às obras, para que qualificasse Belém como subsede, obras feitas - todas, sem exceção - pelos Governos do PSDB, de Almir Gabriel e de Simão Jatene.

Mas acredito que é possível. Assim como é possível mostrar qualidade dentro de campo...

(Interrupção do som.)

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB - PA) -...força nas arquibandas, o Brasil aproveitar a oportunidade de uma Copa do Mundo para mostrar que, extracampo, o País avança e pode dar exemplos.

E concluo, Senador Mão Santa, dizendo que, com tranquilidade, faço hoje este pronunciamento, porque, como eu disse, Belém está preparada, preparada pela infraestrutura construída nos três Governos do PSDB, e pode, hoje, ser apresentada ao Comitê da Fifa, dizendo que a Copa pode ir para Belém.

Belém, como eu disse, está preparada, com infraestrutura e logística, para receber dezenas de milhares de torcedores de todo o mundo e para mostrar a todos não só a paixão do paraense pelo futebol, mas mostrar a todos o calor humano, que é marca registrada da cortesia, da fidelidade, da forma carinhosa, eu diria, até, da forma bastante fraterna com que os paraenses recebem os seus convidados.

Que venha a Copa, porque, com certeza, Belém será uma das subsedes!

Obrigado, Sr. Presidente.

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