Discurso durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de providências tomadas com relação ao pagamento de horas extras aos funcionários de seu gabinete. Destinação de verbas orçamentárias para apoio ao trabalho de assistência à saúde à população ribeirinha da Amazônia, desenvolvido pela Marinha do Brasil.

Autor
Augusto Botelho (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Augusto Affonso Botelho Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR. SAUDE.:
  • Registro de providências tomadas com relação ao pagamento de horas extras aos funcionários de seu gabinete. Destinação de verbas orçamentárias para apoio ao trabalho de assistência à saúde à população ribeirinha da Amazônia, desenvolvido pela Marinha do Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 13/03/2009 - Página 4879
Assunto
Outros > SENADO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR. SAUDE.
Indexação
  • REGISTRO, PROVIDENCIA, SERVIDOR, GABINETE, ORADOR, DEVOLUÇÃO, HORA EXTRA, RECEBIMENTO, PERIODO, RECESSO, CONGRESSO NACIONAL.
  • COMENTARIO, INICIATIVA, ORADOR, DESTINAÇÃO, EMENDA, ORÇAMENTO, LIBERAÇÃO, RECURSOS, NAVIO, ASSISTENCIA MEDICO-HOSPITALAR, MARINHA, REGIÃO AMAZONICA, ESTADO DE RORAIMA (RR), ELOGIO, ATUAÇÃO, GARANTIA, SAUDE, POPULAÇÃO, PROXIMIDADE, RIO, DIFICULDADE, ACESSO, PRECARIEDADE, QUALIDADE DE VIDA, RELEVANCIA, TRABALHO, MEDICO, DENTISTA, ENFERMEIRO, FARMACEUTICO.
  • IMPORTANCIA, EXPERIENCIA, ORADOR, PARTICIPAÇÃO, PROJETO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE RORAIMA (RR), SEMELHANÇA, TRABALHO, NAVIO, ASSISTENCIA MEDICO-HOSPITALAR, MARINHA, GARANTIA, ENTENDIMENTO, MELHORIA, SAUDE, POPULAÇÃO, REGIÃO.

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O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão do orador.) - Seja bem-vinda, Senadora Iris.

Sr. Presidente, Srs. Senadores, gostaria também de informar que os trabalhadores do meu gabinete....

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Peço somente a permissão para dizer ao Senador Paim que ele vai ser atendido integralmente em todas suas solicitações.

O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, gostaria também de informar que os trabalhadores do meu gabinete já estão providenciando a devolução das horas extras que foram recebidas indevidamente no mês passado.

S. Presidente, há mais de vinte anos, a Marinha do Brasil realiza atendimentos médicos e odontológicos para as populações ribeirinhas de Roraima e de toda a Região Amazônica. Por intermédio dos Navios de Assistência Hospitalar, apelidados carinhosamente de Navios da Esperança, a Marinha leva esperança e ameniza dificuldades de famílias inteiras que vivem às margens dos nossos rios na Amazônia.

Geralmente aqueles que são atendidos pelos navios da Marinha fazem parte de famílias com poucos recursos - geralmente não, a maioria, acho que 98% são pessoas assim -, e a chegada de um Navio da Esperança a essas localidades possibilita a esses brasileiros acesso à assistência médica e odontológica de qualidade.

Sr. Presidente Mão Santa, Sr. Senador Jefferson Praia, todos os anos faço questão de separar uma de minhas emendas individuais para a Marinha. Não foi diferente em 2009. Destinei R$200 mil para o custo operacional dessa assistência hospitalar tão importante para os ribeirinhos da Região Amazônica, principalmente para os meus lá do Estado de Roraima. Essa foi a maneira que encontrei para apoiar esse trabalho tão importante realizado pelos companheiros médicos, farmacêuticos, dentistas, enfermeiros, praças e oficiais da Marinha do Brasil.

Em 2008, Srªs e Srs. Senadores, os Navios da Esperança realizaram quase 1,7 mil atendimentos em Roraima. Em apenas seis dias, foram atendidos pacientes das localidades de Panacarica, São João, São Jorge, Sacaí, Santa Maria Velha, Ponta do Vento, Lago Grande, Terra Preta, Cachoeirinha, Canauanim, Tapanaruca e Santa Maria do Boiaçu. 

         Cito os nomes porque, certamente, lá só tem televisão parabólica e eles veem a TV Senado. Cito o nome de cada localidade, para que eles fiquem alegres.

Para realizar esses 1.797 atendimentos, a Marinha disponibilizou dezoito profissionais e mais de R$170 mil para dar continuidade a esse importante trabalho humanitário que, tão fortemente, materializa a percepção da presença do Estado, da Nação brasileira, nos rincões da nossa Pátria, da nossa Amazônia, do nosso Brasil.

Sr. Presidente, sinto que nós, Senadores, precisamos de maior aproximação com questões que envolvem a saúde do nosso povo. Senador Neuto De Conto, o Brasil enfrenta vários problemas na área de saúde pública, mas, diante de tão belo exemplo da Marinha, não devemos perder a esperança.

Felizmente, pude participar de uma experiência parecida com aquela levada pela Marinha do Brasil nos Navios da Esperança à população ribeirinha do meu Estado. Em meados do mês de abril do ano passado, o Governo do Estado fretou um barco grande, quase tipo um hotel, e organizou a Caravana da Saúde. Nesse barco, foram instalados materiais médicos e odontológicos, que desceu rio Branco realizando atendimentos, até chegar a todas as comunidades do sul de Roraima. O objetivo da Caravana de Saúde era atender às populações ribeirinhas que vivem no baixo rio Branco. São pessoas que vivem isoladas na floresta, sem estradas que as liguem com as demais cidades e vilas, sem comunicação, os telefones funcionam precariamente, orelhões em algumas comunidades, muitas delas ainda não têm água encanada. Embora haja muita água do rio, tem que ter água, tem que ter o conforto da água na sua casa. São pessoas que vivem isoladas da civilização.

Para se locomover e chegar à cidade de Santa Maria do Boiaçu, a mais próxima da estrada - de Santa Maria até a estrada são dois ou três dias - , o pessoal do baixo rio Branco depende do rio para chegar a um local onde tem transporte. Se sair daquelas localidades mais longe, Panacarica, Caicubi e outros, leva muito mais tempo - leva um dia, um dia e meio - para chegar a Santa Maria. Muitos preferem ir pelo Amazonas, que leva dois dias e pouco, mas tem os barcos com saída regular lá da cidade de Óbidos.

Durante essas atividades da Caravana da Saúde, eu, que sou médico, e mais trinta profissionais de saúde fizemos três mil atendimentos nas treze vilas que existem na região. Foram pediatras, ginecologistas, oftalmologistas, dentistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares, a Polícia Militar também mandou dois policiais, bombeiros, equipes de serviço de rádio e comunicação do Governo. Também nessas cidades existe uma radiofonia do Estado. E a equipe foi para verificar como estavam funcionando para fazer manutenção dos serviços de rádio.

Toda a equipe estava empenhada em levar atendimento médico e conhecimento. O dentista fazia aplicação de flúor, ensinava escovação e fazia alguns atendimentos também mais urgentes. A equipe de vacinação do Governo realizava vacinação, atualizando a vacina das crianças na região enquanto médicos faziam atendimentos normais.

Foi uma experiência única, Sr. Presidente Mão Santa. Felizmente, posso trazer este relato aos Srs. e às Srªs Senadoras, pois pude sentir na pele a importância do trabalho desenvolvido pelos trabalhadores da saúde que se dispõem a participar dessas caravanas realizadas seja pela Marinha, seja pelo Governo do meu Estado. Diga-se de passagem que o Governador Anchieta tem sido muito positivo no apoio a essa caravana. Nós estamos organizando outra para ir agora, no mês de abril, novamente fazer atendimento.

É extremamente importante para nós políticos valorizarmos esse tipo de trabalho. Podemos fazer isso também com a destinação de parte de nossas emendas parlamentares para assistência na nossa Região Amazônica. Estão aqui dois Senadores amazônicos me ouvindo: Senador Jefferson Praia e Senador Mário Couto.

Sr. Presidente, eu queria só dar esse recado e fazer esse apelo, principalmente aos amazônidas, para que se interessem por isso, para que o Estado faça isso por essas pessoas que não têm nada do País. Não há nada da Nação brasileira lá. Só quando vão essas equipes, recebem algo. Eles agora têm documentos porque o Tribunal de Justiça de Roraima criou uma equipe que vai fazer a documentação dessas pessoas, mas nem isso eles tinham tempos atrás.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Era o que eu tinha a falar a respeito desse trabalho feito pelas equipes tanto da Marinha como do meu Estado em relação a saúde dos povos que vivem nas margens dos rios da nossa Amazônia.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/03/2009 - Página 4879