O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Agradeço a V. Exª e pergunto ao Senador Marco Maciel se ele fará o encaminhamento do requerimento de sua autoria pelo Partido. (Pausa.)

            Eu pediria a V. Exª, então, que o Senador Marco Maciel fizesse logo...

            O Sr. Marco Maciel (DEM - PE. Com revisão do orador.) - Senador Heráclito Fortes, acho que V. Exª, como membro da bancada do DEM e um dos seus mais expressivos integrantes, 1º Secretário da Mesa do Senado Federal, certamente está mais do que habilitado a fazer o encaminhamento dessa moção de pesar, mas apenas gostaria de mencionar que todos nós estamos muito sentidos com o desaparecimento do Deputado Clodovil Hernandes e sabemos de sua vocação para a vida pública. Ele nos deixou, embora não tenha concluído sequer uma legislatura, um momento que se voltou para pensar o País e suas instituições. Eu me lembro de uma frase de Machado de Assis em Memórias Póstumas de Brás Cubas. Ele disse que louvar os mortos é uma forma de oração. Portanto, nós estamos, por esse caminho, dando um testemunho da contribuição que o falecido Deputado Clodovil Hernandes ao País em diferentes atividades que exerceu, mas, de um modo especial, como Deputado Federal. Certamente, o depoimento de V. Exª será muito importante, nobre Senador Heráclito Fortes, nessa mesma direção.

            O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - Sr. Presidente, agradeço as palavras sempre gentis do Senador Marco Maciel e quero, em nome pessoal, mas também em nome do meu Partido, associar-me às homenagens póstumas prestadas hoje ao Deputado Clodovil Hernandes.

            O Deputado Clodovil Hernandes era um homem de personalidade forte, que conseguia, ao mesmo tempo, ser ríspido e afetivo num piscar de olhos.

            Tivemos aqui a oportunidade de ver diversas cenas nas quais o Deputado Clodovil conseguia, demonstrando o seu lado humano, o seu lado afetivo, revelar exatamente a figura de humanista que era.

            Eu faço esse registro, por ocasião do falecimento do Deputado, lembrando que S. Exª teve uma passagem pela Câmara dos Deputados marcada exatamente pelas suas teses, pelas suas posições e pelo seu estilo comportamental. O Deputado Clodovil era um homem que fazia questão de marcar a sua presença com essa personalidade forte, como já disse. Muitas vezes pagava preço alto por suas atitudes, mas assumia a responsabilidade. O último episódio vivido por S. Exª foi exatamente o de deixar o Partido pelo qual se elegeu, de maneira conservadora, em São Paulo, e desafiar a direção partidária, enfrentando a Justiça Eleitoral, que o absolveu.

            Eu tive a oportunidade, nas poucas vezes que convivi com o Deputado, de ver que ele era uma figura que procurava impor suas ideias e seus pensamentos.

            Não sei, Sr. Presidente, sinceramente, mas pediria à Mesa que tomasse as providências necessárias de modo a avaliar a qual parente ou a quem dirigir as condolências, uma vez que o Clodovil, ao que me parece, era uma pessoa de pouca família. Tinha uma idolatria pela sua mãe, que já não mais vivia, já havia falecido. Mas quero, por dever de justiça, apresentar aqui um voto de pesar a uma pessoa que está, com certeza, sofrendo muito e que acompanhou, nos últimos anos, o dia-a-dia da vida do Deputado Clodovil, que é a jornalista Bertha Pellegrino. Inclusive, vi a jornalista dando entrevistas e prestando esclarecimentos com relação ao gesto do Clodovil de doar seus órgãos para salvar vidas. Conheço a Srª Bertha e foi por meio dela que tive essa aproximação com o Clodovil, que me entrevistou para um programa seu.

            Quero enviar meus votos de condolência a ela e a todos os funcionários que trabalhavam no Gabinete de Clodovil Hernandes.

            Muito obrigado.