O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero também externar ao Senador Tião Viana a minha solidariedade e compreensão às suas palavras. Todos nós aqui sabemos da sua atitude e que, de maneira alguma, estaria tendo iniciativas como as que estão atribuindo a V. Exª, que deseja que os procedimentos de todos nós no Senado Federal sejam os mais éticos, os mais transparentes e em defesa da coisa pública.

            Como nós, Senadores, temos a responsabilidade de representar o povo, de legislar, de fiscalizar os atos do Executivo, é muito importante que aqui, na nossa Casa, no Congresso, em especial no Senado, estejamos dando o exemplo de correção, de transparência e de administrar a coisa pública de forma exemplar.

            Eu gostaria, Sr. Presidente, de associar-me à homenagem que o Senador Arthur Virgílio presta ao Deputado Clodovil Hernandes. Como Senador por São Paulo, também preparei o requerimento de pesar pelo falecimento do Deputado Clodovil Hernandes, eleito em São Paulo por mais de 493 mil votos. S. Exª conseguiu uma representatividade extraordinária nas eleições de 2006, sendo o segundo parlamentar mais votado pelo povo de São Paulo.

            Estilista, trabalhou antes no teatro, mas se tornou famoso como uma pessoa com um desenho de estilo, de modelos de roupas, sobretudo femininas, de extraordinária repercussão, nos anos 50 e 60, em São Paulo e em todo o Brasil. Durante os anos 70 e 80, também se tornou uma figura nacional, quando trabalhou na TV Mulher, ao lado de Marília Gabriela e de Marta Suplicy, também ao lado de Henfil e de outros personagens importantes que fizeram daquela programa um grande sucesso, em todas as manhãs, no Brasil.

            Conforme o Senador Arthur Virgílio ressaltou, foi uma figura bastante polêmica por suas opiniões sinceras. Ele assumiu a sua condição de homossexual, mas era respeitado por essa forma. Muitas vezes, teve opiniões bastante polêmicas, aqui no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados. Nem sempre concordei com as suas palavras, mas tive para com ele, normalmente, uma atitude de respeito; e ele a tinha para comigo. Assim era sempre que vinha aqui ao Senado. Inclusive, conforme outros colegas aqui, o Senador Demóstenes Torres e o Senador Arthur Virgílio, lembraram, na última quarta-feira, na reunião da Comissão de Assuntos Econômicos, ele dialogou com todos nós e, inclusive, manifestou a sua preocupação com respeito à decisão que, no Superior Tribunal Eleitoral, ia acontecer sobre a eventual cassação de seu mandato. Mas, por unanimidade, os Ministros do Supremo Tribunal Eleitoral reconheceram que ele, se saiu do partido pelo qual foi escolhido, foi porque não concordava com algumas diretrizes do PTC, inclusive que precisasse designar pessoas para trabalhar no seu gabinete apontadas não por ele, mas pelo Partido, e outros detalhes. Mas teve razão o Superior Tribunal Eleitoral em assegurar a ele o direito de ser representante do povo paulista.

            Então, aqui também encaminho, Sr. Presidente, o requerimento de pesar do Senador Arthur Virgílio, que também assino, se ele assim avaliar como adequado.