O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. São assuntos importantes, todos os dois. Primeiro, quero me solidarizar com o Senador Tião Viana, que, pela sua postura, pelas suas palavras, pelo seu comportamento na Casa, sua responsabilidade, sempre foi um grande defensor desta Casa como instituição.

            Por isso quero deixar registrado aqui, Senador Tião, que nós temos um ideal muito grande, sobre o qual conversávamos até antes da sua eleição, que é a questão da nossa Casa, do Senado Federal.

            E eu quero também alertar aos Srs. Senadores que a Casa não para por causa das denuncias. Não. A Casa está parada pela ausência de muitos Senadores que não se fazem presentes aqui para darmos andamento aos nossos trabalhos.

            Então, não tem nada a ver com as denúncias; as denúncias têm de ser apuradas. Eu quero dizer que o Presidente Sarney, um homem experiente, um homem que já exerceu todos os cargos eletivos possíveis no País, respeitado no Brasil e no exterior, está com essa missão árdua. Só ele mesmo para enfrentar a situação que está acontecendo aqui. Talvez vícios de muitos e muitos anos tenham hoje caído para serem solucionados pelo Presidente Sarney.

            Então, o que nós temos de fazer, claro a Casa não para por causa disso, para pela ausência de muitos Parlamentares. Então, esses Parlamentares que venham dar vida à Casa.

            O Presidente Sarney tem dado exemplo de disciplina, chegando às 16 horas, abrindo a Ordem do dia às 16 horas; como não há presença, ele a encerra. Quero ressaltar isso.

            Sobre o requerimento do Senador Arthur Virgílio. Clodovil Hernandes era meu conhecido pela televisão. Eu sempre o admirei pela sua inteligência, pela sua cultura e pelo seu comportamento muito claro, sem hipocrisia nenhuma. Em uma das sessões do Congresso Nacional, tive a honra de conversar com ele, de conhecê-lo pessoalmente; eu, o Senador Mão Santa e ele conversamos. Ele tinha acabado de se recuperar do problema neurológico, do acidente vascular cerebral, mas teve forças e ânimo para ficarmos conversando de pé, por quase uma hora, até que ele disse: “Estou cansado e vou me sentar um pouco”. Foi uma conversa inteligente e interessante e, depois disso, fez com que tivéssemos alguns contatos de corredores.

            Tive a honra - e guardarei isto com muita honra também - de ter sido citado no discurso dele, na Câmara dos Deputados, no último aniversário que ele comemorou. Eu fui citado por ele como exemplo de um excelente Parlamentar, de um bom Parlamentar, dentro do estilo que ele sempre imaginou para o Congresso Nacional. Dias depois, nós nos encontramos num corredor do Senado e, mais uma vez, o Deputado Clodovil fez uma referência, dizendo que tinha buscado sobre minha vida, meu comportamento profissional e político e me deu um escrito elogiando nossa postura. Então, são coisas que nunca pagaremos, maior até do que muitas amizades que possam ter tido muitos contatos pessoais de conversas ou por telefone. Mas, como o Senador Arthur Virgílio falou, é um amigo com quem não tivemos oportunidade de ter maiores contatos, porém, para mim, representa uma grande perda pela admiração que tinha por ele, uma grande perda para a cultura do Brasil e uma grande perda para a Câmara dos Deputados. Tenho certeza absoluta de que não é só o povo paulistano que está lamentando a perda do Deputado Clodovil Hernandes, mas todo o povo brasileiro.

            Sr. Presidente, eu quero deixar subscrito nesse requerimento do Senador Arthur o meu nome e a minha homenagem ao admirado, não digo que é polêmico, não. Ele era um homem muito coerente, leal e autêntico. Então, não o chamo de polêmico. Quero deixar essa homenagem que o Senado Federal presta, com muita justiça, a esse grande homem brasileiro.

            Obrigado.