Discurso durante a 28ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Deputado Federal Clodovil Hernandes.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Deputado Federal Clodovil Hernandes.
Publicação
Publicação no DSF de 18/03/2009 - Página 5684
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DEPUTADO FEDERAL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, VIDA PUBLICA, CARATER PESSOAL, REGISTRO, SUPERIORIDADE, VOTO, ELEIÇÕES, COMENTARIO, AMIZADE, ORADOR.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Marconi Perillo, eu queria, representando o Piauí, associar-me ao triste fato do Clodovil Hernandes. Todos nós brasileiros o conhecemos antes de ele nos conhecer. Aquele estilista, do carnaval, figura alegre e autêntica. Todos nós conhecemos ele.

            Agora, esta Casa é grandiosa, este Senado. O que tem muito é inveja. Não existe, não existe instituição... Está aí o Crivella. Até Cristo escolheu a dedo. Era um grupinho pequeno, de treze. Tinha traidor, vendilhão e falso. Aqui é uma Casa... Mas nós representamos o que há de melhor neste País. Julgo os outros por mim. Nós somos virtuosos. Nós devemos e somos os pais desta Pátria. Este País não estaria assim se não fosse este Senado da República. Ele é que tem sido o equilíbrio. Isso é muito natural em uma República onde impera o capitalismo, o materialismo, e o Executivo é que tem o dinheiro.

            O Poder Judiciário, inspiração divina. Deus entregou leis a Moisés, o filho de Deus: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça”. Mas eles não são divinos, não. Eles são homens. Há homens lá bem piores do que nós. Agora, eles prendem, caçam, capam, multam. Essa é a diferença. Nós, não. Nós somos o povo. Nós somos iguais. Cabe ao Executivo do Luiz Inácio pensar que ele é mais do que nós.

            Nós somos filhos do voto, da democracia e do povo. Já somei aqui, Crivella, V. Exª que defende o indefensável: totalizamos 80 milhões de votos.

            Então, é este o Senado da República. E ele é tão importante que vou dizer que esse Clodovil Hernandes já encantava a mim. Eu estava parado ali e ele veio me conhecer, porque realmente tenho sabido usar a tribuna. Vamos já - ô José Agripino, eu lhe convido - já fazer os mil pronunciamentos daquela tribuna e não vale aparte, um esforço traduzindo o anseio do povo que eu procuro representar. Então ele veio aqui e isso me encheu de contentamento, porque ele já era um ídolo nacional, autêntico, à maneira dele - e estudei no Rio de Janeiro -, um estilista famoso e alegre, que queria me conhecer, porque ele estava chegando ao Congresso. Fomos ao nosso gabinete, um intelectual, homem de uma cultura! Olha, Tião Viana, fiquei até acabrunhado, porque ele conhecia mais os autores, poetas e escritores do Piauí do que eu e mostrou curiosidade por alguns, Torquato Neto, Costa e Silva...E eu me comprometi levar ao gabinete dele na Câmara Federal. Ali se mostra um homem, um artista, um homem de sensibilidade, de amor - o gabinete dele é diferente de todos os gabinetes. A gente sente calor humano. A gente sente o artista.

            Aliás daqui a pouco vou até lá de novo reviver as paisagens, os quadros, uma igrejinha que ele me convidou. Agora, por que esta emoção? E eu dei alguns autores do Piauí que ele já conhecia, os poetas, e levei uma de minha mãe. Eu não sou Mão Santa, não; as minhas mãos são de médico-cirurgião, como as de Augusto Botelho, guiadas por Deus, mas eu sou filho de mãe santa, terceira franciscana. E levei um livro de minha mãe - A Vida é um Hino de Amor -, da ordem terceira, publicado pela Vozes. Aí, depois, eu recebo, encantado - tem uma igrejinha lá, em Ubatuba, na casa dele; ele convidou que eu e Adalgisa fôssemos lá rezar, passar um fim de semana -, depois, um telefonema que ele tinha lido todos os livros, tinha gostado tanto da minha mãe e pediu um retrato e, num programa de televisão, ele homenageou-a. E eu tive muita emoção - não o tenho encontrado, porque lá e cá - mas, no julgamento, Deus me premiou assistir ao julgamento. Ali se traduz o que é o sofrimento de um político. Um homem que teve, sem corrupção, pela vontade e admiração do povo, quase quinhentos mil votos, humilhado, sendo julgado. No momento de inspiração divina, foi absolvido. Mas isso é a vida do político: para mudar de um Partido, sofre aquela humilhação.

            Então, quero aqui externar.

            E o Crivella, que está aí, é como diz o Cohelet: “Na vida tudo é vaidade, é querer pegar o vento”. Ele disse que ninguém sabia mais do que ele porque ele era filho de Salomão e neto de Davi; aprendeu com eles, com os preceptores. Teve tudo no mundo: mulheres mil, castelos, ouro, prata, mas que tudo era vaidade, que o bom mesmo é beber bem, comer bem e fazer o bem. E isso ele fez. E nós diríamos que isso seria verdade, segundo o Cohelet, não numa festa, num carnaval, numa boda, mas num velório de um...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Essas são as palavras. Quero dizer que ele viveu de acordo com o que Cohelet pregou: beber bem, comer bem, e viveu bem e fez o bem ao Brasil.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/03/2009 - Página 5684