O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Peço desculpas ao Senador Agripino. Eu já estava aqui há 20 minutos aguardando. Tenho uma reunião no meu gabinete e tenho que sair do plenário para atender a esta reunião que foi convocada anteriormente.

            Sr. Presidente, aproveito o ensejo para enaltecer as medidas tomadas pela Presidência do Senado, na pessoa do Presidente Senador José Sarney, no intuito de fazer uma alteração substancial, uma reforma no âmbito das diretorias de todo o Senado Federal. Acho que foi uma decisão sábia, consentânea com o momento que estamos vivendo. Dois diretores haviam saído da administração do Senado, não havia por que a continuidade dos demais diretores, uma vez que havia uma contestação quase que diária na ação da administração do Senado, com repercussão inclusive no seu funcionamento.

            Aproveito também este ensejo para dizer, para fazer justiça àquilo que foi comentado pelo Senador Tião Viana.

            Pelo conhecimento que tenho do Senador Tião Viana, todos nós o admiramos pela sua postura democrática, pela cordialidade com que sempre tratou os seus Colegas e a amizade que sempre existiu entre o Presidente Sarney e o S. Exª. Tudo isso conduz a afirmarmos que tudo o que se diz nos corredores não deve ser levado em conta, de vez que conhecemos a personalidade e o caráter do Senador Tião Viana e a forma democrática como a eleição aqui se realizou, da Presidência do Senado. Não se ouviu um só protesto, não se ouviu uma palavra de desapreço, de desrespeito, de desconsideração do Senador Tião Viana em relação ao Senador eleito pela maioria dos Senadores e Senadoras, o Senador José Sarney.

            Portanto, Senador Tião Viana, V. Exª fique certo de que esta Casa o admira. A sua postura de homem público, de político, não só em defesa do seu Estado, mas em defesa dos postulados democráticos, da honradez, da ética e da decência desta Casa são motivos de admiração de todos nós.

            Também, Sr. Presidente, afinal, a Câmara dos Deputados, a fim de acelerar o processo de votação das matérias que ali são demandadas praticamente todos os dias, devido ao retardo da tramitação da pauta da Câmara dos Deputados, o Presidente Michel Temer, atendendo a uma questão de ordem, interpretando a mesma questão de ordem, decidiu que as medidas provisórias não podem trancar pauta em que houver Propostas de Emendas à Constituição a serem votadas, resoluções da Câmara dos Deputados, projetos de lei complementar. Todas essas proposições, Sr. Presidente, entrarão na pauta da Câmara dos Deputados, haja ou não medida provisória trancando-a.

            Então, eu gostaria de repetir aqui o apelo que fez lá, por meio de uma questão de ordem, o Deputado, cujo nome esqueci, do Partido Social Cristão. Eu gostaria de pedir a V. Exª que levasse à próxima reunião da Mesa - que acredito será amanhã - essa decisão histórica da Câmara dos Deputados. Isso vai apressar o andamento das matérias normais, de autoria dos Srs. Senadores, de autoria das Comissões, que estão lá emperradas, e também aqui no Senado, por conta das medidas provisórias.

            Quero crer que, depois dessa decisão da Câmara dos Deputados, e após a aprovação de uma matéria que regulamenta as medidas provisórias, nós haveremos de dar continuidade aos nossos trabalhos de forma normal.

            Mais uma vez enfatizo que se trata de uma decisão acertada, bem pensada deste homem que exerceu a Presidência da República e sabe, como ninguém, agir nos momentos difíceis, nos momentos de crise.

            Devemos respeitar a imprensa, mesmo que não gostemos da notícia. Devemos respeitar porque vivemos em uma democracia e toda e qualquer notícia da imprensa deve ser investigada e respeitada. A conformidade com a democracia tem que ser a conformidade com as críticas eventualmente feitas pela imprensa contra o Senado ou contra qualquer instituição da nossa democracia.

            Portanto, Sr. Presidente, neste instante, parabenizo V. Exª pela leitura dessa notícia que, para nós todos, é alvissareira. Já que temos nova Mesa, teremos nova administração gerindo os interesses do Senado Federal.