O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Presidente Senador Mão Santa, eu tenho vivido estes momentos - todos nós Senadores testemunhamos este momento de dificuldade por que passa a nossa instituição, o Senado, a Casa da Federação no Brasil - e tenho procurado, durante todo este tempo, manter a serenidade, aguardando o desenrolar dos fatos políticos.

            Acho que é um dever meu vir à tribuna, pela condição de ter disputado a Presidência do Senado e não ter sido vitorioso. O vitorioso foi o Senador José Sarney, que hoje preside a Casa. Entendo que a responsabilidade pelo dia-a-dia da Casa, do ponto de vista administrativo e do ponto de vista político, caberia exatamente à Mesa Diretora, da qual V.Exª faz parte, para a minha alegria, inclusive, que é ter V. Exª na Mesa Diretora da Casa. Nós tivemos, recentemente, muitas ocorrências. Não vou me reportar àquilo de que já tratei e não vou cair na provocação das acusações anônimas, dos denunciantes anônimos, para fazer disso, pelo menos neste momento, uma guerra fratricida, política, dentro da Casa. Não me interessa este caminho.

            Estou preocupado em respeitar a Mesa Diretora que foi eleita, em apoiar as medidas que sejam a favor da reforma necessária pela qual a Casa tem que passar. Foi essa a razão da minha candidatura e é, no mínimo, elegante da minha parte ficar no meu gabinete cuidando da minha responsabilidade de Senador e dos meus afazeres políticos também com o meu Estado, o querido Estado do Acre.

            Ontem começou mais um ataque anônimo a mim, sem rosto, como eu digo, que não tem a coragem de se mostrar, dessa vez dizendo que as contas com o serviço médico praticadas por mim estão altíssimas e assustadoras e que gerariam um escândalo se fossem divulgadas, tudo num ar de intimidação e de ataque anônimo à minha pessoa.

            O que eu fiz? Pedi ao Diretor da Casa, Dr. Alexandre Gazineo, o extrato dos dez anos que estou nesta Casa, mostrando exatamente as despesas que ocorreram com saúde comigo. Vou fazer a leitura muito brevemente e espero que esse ato meu sirva de estímulo - vou entregar à Presidência do Senado para que faça o uso que quiser desse documento que me foi cedido pelo Dr. Alexandre, Diretor-Geral do Senado -, espero que todos os Senadores façam a mesma coisa e entreguem as suas despesas e a de seus familiares, demonstrando, com isso, um respeito à transparência e à responsabilidade política que temos diante de dúvidas contra a dignidade de qualquer um aqui.

            Diz o seguinte:

Em 1999, ano em que entrei aqui, não houve um centavo de despesa médica com a minha pessoa;

Em 2000, houve uma despesa de R$410,00 com a minha pessoa.

Em todo o ano de 2001, houve uma despesa de R$270,00 com a minha pessoa com saúde; estou falando de todos os anos.

Em 2002, Sr. Presidente, houve uma despesa de R$370,00, mais uma de R$550,00 e mais uma de R$765,00.

O Senador Arthur Virgílio chegou agora e vou repetir os dados.

Em 1999, nenhum centavo de despesa comigo.

Em 2000, R$410,00.

No ano inteiro de 2001, R$270,00, Senador Arthur Virgílio.

Em 2002, R$370,00, R$550,00 e R$765,00.

Em 2000, não houve um centavo de despesa odontológica comigo nesse período.

Em todo o ano 2003, houve uma despesa de R$1.100,00.

Em 2004, a minha despesa odontológica, como nos anos anteriores, foi de nenhum centavo comigo. A minha dentista é a Drª Iranilda, aqui do Serviço Médico do Senado, que sofreu um acidente, uma fratura no fêmur, e, a partir daí, eu fiz um tratamento particular. Então, até aí, nenhum centavo com despesa odontológica.

Em 2004, também, nem um centavo com despesa odontológica.

Em 2005, Sr. Presidente, R$2.150,00 comigo, mais R$350,00. Despesa odontológica, a partir dessa situação que relatei também, foi de R$1.060,00. Em 2005, mais uma despesa de R$342,00.

Em 2006, R$1.540,00 e R$100,00, mais uma despesa de R$1.480,00. Em 2006, mais nada.

Em 2007, R$550,00 e uma cirurgia que eu fiz de R$12.250,00, mais uma despesa de R$230,00. Parte da cirurgia, R$7.610,00; mais R$1.522,00, que é todo o conjunto de despesa hospitalar e com médico; e R$2.442,00. Há ainda a extensão de R$3.900,00 e R$12.176,00.

Em 2008, despesas de R$1.290,00, de R$1.900,00, de R$200,00, de R$350,00 e de R$500,00. Ainda em 2008, uma despesa de R$198,00; mais uma despesa de R$214,73.

            Então, esse é o extrato, Senador Mão Santa, que preside a sessão, de todas as despesas ocorridas com a minha pessoa. Ao lado, está o extrato de todas as despesas ocorridas com meus familiares, minha esposa e meus três filhos.

            Então, vou entregar à Presidência, em nome da transparência, do respeito que se deve ter às pessoas. E que essa corrida incessante, incansável, e que gera, no mínimo, náuseas, de denúncia anônima, sem rosto, sem coragem, possa ser refletida.

            A minha sugestão à Presidência do Senado é que todos os Senadores façam a mesma coisa que eu estou fazendo: entreguem dados à Presidência, para que ela divulgue, a despesa de todos os Senadores, ativos e inativos, decorrentes de serviços médicos e odontológicos.

            Esse é o meu dever de respeito à Casa, esperando, com isso, dar satisfação ao que as insinuações, que não são corajosas e não são positivas para a vida democrática do País, têm feito.

            Era o que eu tinha a dizer. Entrego o documento a V. Exª.