O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, chegou-me recentemente às mãos o Relatório de Sustentabilidade 2007 da Companhia Vale do Rio Doce, documento que relata o desempenho da empresa em termos de sua contribuição para o desenvolvimento sustentável - nas dimensões econômica, ambiental e social -, cobrindo o período de 2005 a 2007, o qual foi marcado por intensa transformação interna da empresa.

           As grandes mudanças pelas quais a empresa passou durante o mencionado período - com acelerada expansão de produção, um amplo portfólio de projetos em implantação e um processo em andamento de integração de empresas adquiridas - representaram, por certo, um desafio com relação à abrangência e padronização das informações de sustentabilidade.

           Enfrentado e superado esse desafio, a divulgação das informações constantes do Relatório demonstra o compromisso da Vale com a transparência de suas atividades e com o aprimoramento da gestão interna de sustentabilidade, na qual a empresa manifesta a intenção de continuar investindo firmemente nos próximos anos.

           Srªs e Srs. Senadores, o relatório produzido pela Vale revela o quanto os três anos nele analisados foram excepcionais para a empresa, com a superação de todas as marcas de produção, de investimentos e de valor para os acionistas. No período em tela, a Vale transformou-se na segunda maior mineradora diversificada do mundo, com presença em 34 países, nos cinco continentes.

           No ano de 2007, em particular, verificaram-se resultados muito expressivos, com retorno aos acionistas de 123% e lucro de US$2.42 por ação. O valor de mercado da empresa, em 31 de dezembro de 2007, aproximava-se dos US$152 bilhões. São resultados que demonstram o acerto da estratégia traçada e a capacidade de gestão da empresa.

           Um dos principais fatores que atestam o grau de amadurecimento da Vale é o seu compromisso com a transparência, não apenas de seus resultados financeiros, mas também de seu desempenho socioambiental, conforme retratado no Relatório de Sustentabilidade de 2007, o qual foi elaborado de acordo com as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), padrão adotado internacionalmente.

           Com efeito, o Relatório é bem-sucedido em seu objetivo de apresentar a busca da empresa pelo desenvolvimento sustentável, os desafios enfrentados e o posicionamento diante da responsabilidade socioambiental, bem como os resultados de desempenho. As informações nele contidas demonstram os destaques e as melhores práticas de atuação da Vale, além de retratar as oportunidades de melhoria, o que, logicamente, induz um processo contínuo de aprimoramento da gestão.

           O compromisso com a ética e a transparência, explicitamente declarado entre os valores da Vale, pauta cotidianamente as ações da empresa. E isso atrai aqueles investidores que orientam suas decisões de acordo com os Princípios para o Investimento Responsável (PRI). Esses Princípios, como se sabe, aliam a busca dos mais elevados padrões de retorno ao acionista com o desempenho em sustentabilidade.

           As práticas corporativas da Vale evidenciam que a empresa está plenamente consciente de que o desenvolvimento sustentável é um desafio para toda a sociedade, da qual ela faz parte. Percebe-se nitidamente que a empresa está atenta à evolução de temas críticos, como os de direitos humanos, desenvolvimento socioeconômico, conservação ambiental e mudanças climáticas, entre outros. Coerentemente com sua visão de sustentabilidade, a Vale engaja-se com os setores público e privado e com a sociedade civil para a resolução dos desafios socioambientais que se apresentam.

           Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o período entre 2005 e 2007 foi marcado, além dos excelentes resultados de desempenho, também por grandes avanços na trajetória do desenvolvimento sustentável da Vale. Isso fica evidenciado, inclusive, pelos expressivos investimentos socioambientais, os quais têm crescido ano após ano e alcançaram, em 2007, a cifra de 686 milhões de dólares.

           Naquele ano, a empresa definiu sua nova Missão: “Transformar Recursos Minerais em Riqueza e Desenvolvimento Sustentável”, e também sua Visão e seus Valores. Esse processo de atualização da Vale culminou na mudança da marca, de modo a refletir sua nova realidade empresarial e seus compromissos com o presente e o futuro. A partir de 2007, em todo o mundo, a empresa passou a ser conhecida pela marca Vale.

           A nova Missão da Vale, recém-mencionada, reflete o entendimento da empresa de que a sustentabilidade é imprescindível para a viabilidade da mineração, no curto, médio e longo prazos, e também da relevância da sua contribuição para o desenvolvimento sustentável das regiões em que atua, por meio do engajamento e da articulação das diversas partes interessadas. Esse é um dos grandes desafios e prioridades que a Vale conduz de modo coerente com sua posição de empresa privada atuante nos setores extrativo e industrial.

           A Vale faz questão de deixar claro que sua preocupação com a sustentabilidade se inicia na relação com seus empregados, mais especificamente nas questões de saúde e de segurança. Nesse particular, a estratégia da companhia passa pelo treinamento e pela conscientização de lideranças, empregados e terceiros, bem como pela implementação de ferramentas que possam evitar ou minimizar a ocorrência de acidentes.

           Apesar dos investimentos e dos avanços obtidos, contudo, a empresa teve de lamentar, em 2007, a perda de 14 valiosas vidas. A Vale, assim, redobra seus esforços na busca da meta de acidentes fatais zero, definida como seu principal desafio, consciente de que ele somente será superado com persistência, disciplina, determinação e ações coordenadas em todas as localidades onde a empresa atua.

           Com o intenso crescimento das operações no período de 2005 a 2007, verificou-se um crescimento superior a 50 mil empregos diretos, entre empregos próprios e terceirizados, na Vale. A expectativa constante no Relatório era de que os investimentos previstos para o período entre 2008 e 2012, da ordem de US$59 bilhões, deveriam gerar mais 62 mil empregos.

           A capacitação, a contratação e a retenção dos empregados são entendidas como essenciais para a estratégia da empresa. A partir dessa compreensão, a Vale tem investido fortemente em educação e capacitação de seus empregados e das pessoas nos territórios influenciados pelas atividades e projetos de mineração. Com essas iniciativas, a Vale colabora significativamente para a geração de mais oportunidades de emprego - seja nela própria ou em outras empresas. São investimentos que contribuem para o aumento de renda e a melhoria da qualidade de vida.

           No período mencionado, a Vale ampliou, também, seus compromissos com entidades e princípios globais de sustentabilidade, devendo ser destacada sua adesão ao Pacto Global das Nações Unidas, à Coalizão Global de Negócios contra o HIV/Aids, a Tuberculose e a Malária (GBC), e sua participação ativa no Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), fórum global de sustentabilidade da indústria de mineração.

           Evidentemente, não passou despercebido para a Vale o fato de que a Amazônia, nos últimos anos, ganhou atenção mundial e passou a integrar a agenda de sustentabilidade de muitas instituições. Para a Vale, no entanto, essa atenção à região amazônica não é novidade. A empresa já desenvolve, há muitos anos, projetos de conservação e preservação ambiental em diversas regiões e, em especial, na Amazônia, onde a Vale mantém importantes unidades operacionais, no sudeste paraense.

           Lá, a companhia apóia e incentiva a conservação de 8 mil km² de floresta nativa, no chamado Mosaico Carajás, e dá suporte à implantação de tecnologias de monitoramento de desmatamento e queimadas na Floresta Amazônica, apoiando os esforços das autoridades brasileiras no combate a atividades predatórias.

           Cabe ressaltar, igualmente, a atuação da Vale para recuperar o bioma amazônico e para promover práticas sustentáveis na região, por meio do Projeto Vale Florestar, cujo objetivo é a reabilitação de uma área de 3 mil km² de terras degradadas, até 2015. Trata-se, nesse caso, de terras fora das áreas de operação da empresa, e o esforço é no sentido de colaborar com sua restauração por meio de um modelo social e ambientalmente sustentável.

           E a Vale tem atuado com especial atenção, também, nas questões globais de sustentabilidade, atenta que está às tendências e preocupações da comunidade internacional, em particular diante da nova realidade imposta pelas mudanças climáticas. Recentemente, a empresa desenvolveu sua Diretriz Corporativa de Mudanças Climáticas e Carbono, além do Programa Carbono Vale.

           A par disso, a Vale vem ampliando o inventário de emissões de gases de efeito estufa. Na verdade, a companhia possui um perfil de emissões privilegiado, pelo fato de a energia elétrica que consome ser, predominantemente, de origem hidrelétrica. Com efeito, nada menos que 89% da energia elétrica consumida pela Vale provêm dessa fonte.

           Ainda assim, a empresa não tem poupado investimentos na busca por alcançar o necessário equilíbrio entre suprimento energético, custo e sustentabilidade, no que tange às emissões de gases de efeito estufa. A Vale tem ampliado o uso de biocombustíveis em suas operações, investido em tecnologias de energias limpas e renováveis e realizado esforços para melhorar sua eficiência energética.

           Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a partir da leitura do Relatório de Sustentabilidade 2007 da Vale, fica evidente o empenho da empresa em conciliar os objetivos de crescimento e de geração de valor para seus acionistas, não apenas com a minimização do impacto ambiental em escala territorial e global, mas também com a contribuição efetiva para o desenvolvimento da sociedade. Igualmente nítida, fica a convicção da empresa de que a construção de um futuro sustentável depende da cooperação entre as partes envolvidas e começa com as decisões que cada um de nós toma a cada dia.

           Nessa medida, o documento em apreço é prova cabal de que a ação empresarial pode ser desenvolvida dentro dos mais rigorosos critérios de responsabilidade socioambiental. Por isso mesmo, não poderia deixar de apresentar minha saudação à Diretoria e aos empregados da Vale pela publicação de seu Relatório de Sustentabilidade 2007.

           Era o que eu tinha a dizer.

           Muito obrigado.

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