Discurso durante a 46ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Risco de apodrecimento de milhares de toneladas de grãos, no Piauí, devido ao péssimo estado das estradas, especialmente a BR-235.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Risco de apodrecimento de milhares de toneladas de grãos, no Piauí, devido ao péssimo estado das estradas, especialmente a BR-235.
Publicação
Publicação no DSF de 07/04/2009 - Página 9572
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • COMENTARIO, NOTICIARIO, IMPRENSA, LEITURA, TRECHO, APREENSÃO, RISCOS, PERDA, SAFRA, SOJA, ESTADO DO PIAUI (PI), MOTIVO, PRECARIEDADE, RODOVIA, OBSTACULO, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO, FALTA, APOIO, GOVERNO, OBRAS, INFRAESTRUTURA.
  • REGISTRO, REUNIÃO, PRODUTOR, AUTORIDADE, INTERIOR, COBRANÇA, URGENCIA, RECUPERAÇÃO, TRECHO, RODOVIA, PROXIMIDADE, MUNICIPIO, SANTA FILOMENA (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), PROTESTO, SUPERIORIDADE, ARRECADAÇÃO, TRIBUTOS, AGRICULTURA, EXPORTAÇÃO, FALTA, CONTRAPRESTAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, EXPECTATIVA, ORADOR, ATENÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

  SENADO FEDERAL SF -

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O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Paulo Paim, que preside esta sessão de segunda-feira, na história do Brasil, nunca o Senado funcionou nas segundas-feiras. Então, esta é a nossa cara: a do trabalho, a da responsabilidade. Nunca também houve melhores pessoas, de mais virtudes, do que os Senadores que vivem aqui. Aliás, neste País, só há democracia por nossa causa. Se não fosse este Senado da República, já estaríamos igual a Cuba ou à Venezuela. Todos cederam. Aqui, está a resistência. O Brigadeiro Eduardo Gomes, líder da democracia, que derrubou a primeira ditadura de Vargas, disse que o preço da liberdade democrática é a eterna vigilância. Somos nós que fazemos essa vigilância, pela alternância do poder.

Eu queria dizer o seguinte: “To be or not to be? That´s the question”. Foi o que disse Shakespeare. Sou oposição aqui, no Governo Federal e no meu Piauí, é claro - não podemos ter duas caras, aqui e lá -, mas o faço por convicção.

Hoje, é difícil, é muito difícil haver imprensa livre. Isso é muito difícil. A imprensa deveria ser livre, mas o poder econômico a acachapa. Mas, no Piauí, graças a Deus, há imprensa livre. Ô Mozarildo, o dono deste jornal tem dinheiro como o quê. Ele é empresário, vive na China. O filho dele toma conta das suas empresas, e ele é livre. Isso é bom para a democracia. Um jornal vale pela verdade que diz. Mozarildo, olhe o que diz a manchete do Diário do Povo do Piauí: “Sem estradas, safra de soja corre o risco de apodrecer”. Quer dizer, é só mídia, é só propaganda, é só mentira! Olhe o que diz o jornal:

         Pelo menos, 200 mil toneladas de grãos de soja, milho e outros produtos podem apodrecer no campo, por causa da falta de escoamento da produção. O problema é mais grave na Serra das Guaribas, na região de Santa Filomena. As condições de tráfego da BR-235 são precárias. Os produtores reclamam da falta de apoio do Governo, com a realização de obras de infraestrutura.

Vamos, no jornal, para o que diz Zózimo Tavares, jornalista da Academia de Letras piauiense, que é de uma credibilidade extraordinária. Penso que é o jornalista mais acreditado do Brasil. Essa não seria a primeira vez que o Piauí teria isso. Nós somos é do Piauí. Na ditadura, tivemos o jornalista mais acreditado. Esses jornalistas, se quiserem crescer e serem acreditados, têm de estudar Carlos Castello Branco, o Castelinho, que, em momento de truculência, foi o único a ter a coragem de trazer os sentimentos de liberdade do povo brasileiro. Daí por que ainda existe a Coluna do Castello.

E, aqui, há esse Zózimo Tavares, que, talvez, seja o melhor jornalista do Brasil, pela sua intelectualidade, pela sua postura. Olha o que diz o Zózimo, orgulho nosso, Heráclito! Está ali o Heráclito. É pena não estar aqui o João Vicente, mas ele tem esse mesmo consorte. Então, o que diz Zózimo Tavares? A verdade. E este Governo - Goebbels dizia que uma mentira repetida se torna verdade - é o Governo que mais mente e rouba. Ainda não matou, como em São Paulo, ô Senador Garibaldi. O PT, do Piauí, ainda não matou. Diz Zózimo Tavares:

         Soja encalha nos cerrados.

         Em cerca de 70 mil hectares plantados com soja, milho, arroz e algodão, na Serra das Guaribas, na região de Santa Filomena, o escoamento da safra está ameaçado. Os agricultores estão no limite do desespero causado pelas precárias condições de tráfego da BR-235, entre Santa Filomena e Gilbués, no sul do Piauí. Cerca de 200 mil toneladas de grãos podem apodrecer no campo sem condições para o escoamento.

         O Prefeito de Santa Filomena, Esdras Avelino Filho (PTB) [do Partido do Senador João Vicente], um dos pioneiros na produção de grãos na região, lamenta a falta de apoio governamental em projetos de melhoria da infraestrutura, principalmente estradas. Hoje, o gargalo para o desenvolvimento da região de Santa Filomena é a BR-235, que liga Santa Filomena a Gilbués. A estrada [está ali o Professor Doca Lustosa; ele é de lá e vem confirmar] é um atoleiro só. Com esta situação, os prejuízos para o agronegócio nos cerrados são incalculáveis. Eles vão desde o encalhe, perdas e avaria da produção até os danos com a manutenção de veículos, passando pelos gastos extras com combustíveis.

         Em função da interminável problemática, um grupo significativo de produtores se reuniu na última quinta-feira, na Fazenda Nova, de propriedade do mineiro Fábio Pereira Júnior [foi para lá, de Minas Gerais], para discutir a situação e procurar soluções práticas. No momento, a única saída viável é a recuperação imediata de pelo menos 70 quilômetros da BR-235, no trecho compreendido entre a Fazenda Jatobá e a cidade de Santa Filomena. De acordo com o Prefeito Esdras Avelino Filho, não há justificativa para o fato de o Governo do Estado não dispor de R$198 mil [ô Mozarildo, olhe a vergonha: são R$198 mil que este Governo de aloprados não libera para consertar a estrada pela qual escoa a soja] para reaver as condições mínimas de trafegabilidade de uma rodovia tão importante para o Piauí.

Eles querem que, pelo menos, os trechos mais cruciais sejam recuperados, Garibaldi. Pediram R$198 mil. E este Governo de aloprados está lá. Essa é uma desgraça no Piauí. Está aqui:

         “O Governo arrecada mensalmente do ramo do agronegócio mais de R$400 mil somente no Município de Santa Filomena. Infelizmente, esse dinheiro não está retornando à origem em forma de benefícios à população, como, por exemplo, na manutenção da nossa principal estrada”, criticou. Mas a insatisfação não se restringe ao Prefeito de Santa Filomena. Todos os agricultores presentes foram unânimes em afirmar que o Governo deu as costas para a região. (Com informações de José Bonifácio, do GP1, e de Erivaldo Barbosa, do Cidadeverde.com)

Esse Erivaldo Barbosa é o melhor radialista, é repórter de televisão, é um sujeito de caráter.

E olhem aqui a estrada, a buraqueira, na fotografia.

Então, era isso. Por isso, somos Oposição. É um Governo de mentira, de corrupção! Só está bem na mídia. A verdade está aqui. Está aqui o jornal, com a coluna de Zózimo Tavares, com o retrato da estrada, com os agricultores pedindo R$198 mil para tapar os buracos, para transitar ali. A BR-235, que liga Santa Filomena a Gilbués, virou um atoleiro só. O artigo é de responsabilidade de Zózimo Tavares; de Erivaldo Barbosa, do Cidadeverde.com; e de José Bonifácio, do GP1. Não sou eu, que sou Oposição a este Governo, que digo isso, não. É como Boris Casoy dizia: isso é uma vergonha!

Então, eu lembraria ao nosso Presidente Luiz Inácio - talvez, ele não tenha conhecimento dos aloprados que estão lá, mentindo para ele: Luiz Inácio, Pedro II viajou muito pouco; viajou duas vezes para a Europa. Ô, Suplicy, Pedro II viajou só duas. Em uma dessas vezes, ele escreveu uma carta que serve para o Luiz Inácio se orientar neste Governo. Pedro II escreveu: “Isabel, minha filha, lembre-se de que estrada é o melhor presente que se pode dar a um povo”. Luiz Inácio, este País não precisa ir para fora para aprender: Washington Luís, Presidente, disse que governar é fazer estradas; e Juscelino, pai de Brasília, do otimismo, disse “energia e transporte”.

Então, é isso, Luiz Inácio, o que queremos fazer, e temos esperança. Ernest Hemingway, em seu livro O Velho e o Mar, disse que a maior estupidez é perder a esperança. Então, não vamos perder a esperança. Temos esperança de que o Presidente se sensibilize e recupere a estrada da produção, a Transcerrado, que está levando os agricultores que trabalham ao desespero.

Essas são essas as nossas palavras, pedindo - está no Livro de Deus “pedi e dar-se-vos-á” - apoio ao Governo de Luiz Inácio.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/04/2009 - Página 9572