Discurso durante a 47ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com o estado precário das estradas do Estado do Pará, especialmente a Transamazônica. (como Líder)

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Preocupação com o estado precário das estradas do Estado do Pará, especialmente a Transamazônica. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 08/04/2009 - Página 9663
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • COMENTARIO, PRECARIEDADE, RODOVIA, ESTADO DO PARA (PA), OBSTACULO, PROGRESSO, REGIÃO, ESPECIFICAÇÃO, PARALISAÇÃO, CONSTRUÇÃO, RODOVIA TRANSAMAZONICA, SUPERFATURAMENTO, OBRAS, TRECHO, LIGAÇÃO, MUNICIPIO, SANTAREM (PA), CAPITAL DE ESTADO, DESCUMPRIMENTO, GOVERNO FEDERAL, INCLUSÃO, ECLUSA, USINA HIDROELETRICA, TUCURUI (PA), COBRANÇA, GOVERNADOR, BUSCA, AUXILIO FINANCEIRO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

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O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srs. Senadores...

 

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Mário Couto, parece que você pediu àquela Nossa Senhora...

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Não falei que era a minha protetora?

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Pois é.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - A minha protetora é muito forte.

         Sr. Presidente, hoje, nesta tarde de terça-feira que, com certeza, não haverá Ordem do Dia, porque a pauta está trancada, teremos muito tempo para falar. E tenho certeza de que, hoje, faremos aqui vários pronunciamentos importantes, como o que acabou de ser feito pelo Senador Valter. Não dá para cortar a palavra de um Senador que trata de um tema tão importante, como o que trouxe aqui o Senador Valter Pereira, hoje à tarde, sobre a falência das Prefeituras. É um tema de que o Brasil precisa ter conhecimento, porque os Prefeitos esperam que cada um de nós possa dar apoio a esse assunto. É um tema muito sério, muito grave para a Nação brasileira e que precisa ser visto por todos nós e pelas autoridades deste País.

Quero hoje, Senador Mão Santa, mostrar à Nação brasileira como estão as estradas do meu Estado do Pará. Sr. Presidente, quando tomo a atitude de pedir a esta Casa uma CPI do Dnit é exatamente porque sei que o Dnit, hoje, não cumpre o seu papel. As estradas brasileiras estão matando a cada dia.

As estradas do meu Estado trazem dificuldade para o seu progresso. Não posso nem devo ficar calado diante desta situação: 99,9% das estradas brasileiras, comprovadamente - não estou aqui dando chute -, estão em péssimas condições.

No meu Pará, há quantos anos se promete a Transamazônica? Pediu-se tanto para que a Transamazônica fosse habitada. Vários e vários Governos pediram - nordestinos, maranhenses - para que os brasileiros fossem para ali. E os brasileiros foram para ali. Mas hoje eles não têm condição de escoar os seus produtos. Sofrem com o abandono da providência do Governo Federal. Pensei, Presidente, pelo fato de a nossa Governadora e o Presidente da República serem do PT, que, agora, a Transamazônia poderia sair. Eu me enganei, me enganei, me enganei. Está pior do que antes.

Vou mostrar ao Brasil uma correspondência que chegou às minhas mãos no dia de ontem. Isso aqui é fresquinho.

E chegou às minhas mãos no dia de ontem. Olhe aqui, Brasil, a situação da Transamazônica, olhe em que situação se encontra a população de várias cidades médias e grandes que ficam ao longo dessa estrada. Olhe como os caminhões são puxados pelos tratores, às vezes do Exército, às vezes de fazendeiros, às vezes de madeireiros. E, às vezes, como falou o Jornal Nacional, da Santarém-Cuiabá, ontem à noite: tem que esperar o sol, Senador Cristovam. Em que século nós estamos, Senador Cristovam Buarque, que nós temos que esperar o sol para poder andar nas estradas brasileiras?

Olhem a situação dessa viatura que não quis esperar o sol, que quis tentar passar.

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - V. Exª tinha cinco minutos, tem mais cinco e aí são dez, que também é a nota que eu quero dar para V. Exª,grande Senador do Estado do Pará.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Essa é a situação do povo que vive à margem da Transamazônica. Itaituba, Novo Progresso, Santarém.

De Santarém, pasmem, senhoras e senhores, com 300 mil habitantes, leva-se 3 dias de viagem para se chegar à capital do meu Estado. É verdade, Brasil! São três dias de viagem para se chegar à capital! Viagem de barco. Se a Transamazônica tivesse em condições, seria pouco mais de mil quilômetros. Olha a diferença! E isso para se conseguir o progresso de uma cidade! Sabem as autoridades de tudo isso que estou falando aqui.

Presidente Lula, V. Exª está devendo ao povo do meu Estado. V. Exª, por várias vezes, prometeu resolver esse problema. Tanto a Transamazônica como a Santarém-Cuiabá, como a eclusa de Tucuruí.

Santarém-Cuiabá, Presidente, três licitações anuladas! E aí ainda há Senador que me diz que o papel dele aqui não é fazer CPI. Três licitações! Está aí na mesa; o Tribunal de Contas da União mandou para a Mesa um relatório dizendo isso. Está aí, Senado, faz o seu papel! Investiga, abre uma CPI!

Licitação anulada por superfaturamento, Brasil! Sabem quanto tempo se leva para fazer uma outra licitação? Isso é uma concorrência pública. São quase oito meses para se abrir uma concorrência pública, Mozarildo. Abre-se e tem lá indícios de superfaturamento, e o Tribunal anula. Será que esse desgraçado - falo sem medo! falo sem medo! -, será que esse desgraçado não vê isso aqui? E ainda fica me ameaçando. Li a ameaça ontem, aqui. Enquanto, Mozarildo, este País não tiver respeito pelo seu povo, haveremos de sofrer muito.

Passem, experimentem, experimentem pegar um carro e entrar na Transamazônica hoje. Experimentem fazer isso. Socorro nenhum ao longo da estrada. E haja a morrer pessoas! E haja a sofrer pessoas! E haja a estragar a produção do agricultor que mandaram para lá, que pediram que fossem para lá, que pediram para desenvolver aquela região, que foram, que são competentes, que são trabalhadores, mas não são olhados. Aí a Governadora do Pará pode dizer assim: “Mas esse Senador é muito chato. Todo dia ele vai à tribuna falar”. Governadora, este é o meu papel, esta é a minha obrigação. Faça a sua, Governadora, vá com o Presidente da República, repito aqui, que é seu amigo, que dá dinheiro para tudo quanto é país, que dá dinheiro para Bolívia, que dá dinheiro para Venezuela, que vai dar dinheiro para o FMI agora, Governadora... Será que ele não tem a sensibilidade de olhar o sofrimento do povo da Transamazônica e fazer alguma coisa, Governadora?

Acho, Governadora, que a senhora, por algum motivo, perdeu a credibilidade do Presidente. Põe a mão na sua consciência, Governadora! Acho que aconteceu alguma coisa que fez a senhora perder a amizade do Presidente Lula.

Não acredito que o Presidente não tenha a sensibilidade de ver o sofrimento daquele povo. Também não acredito, Governadora, sinceramente (e se houver alguém me escutando aí no gabinete da Governadora, diga isto para ela), também não acredito que a senhora não tenha capacidade de vir a Brasília falar com o Presidente e mostrar o que estou mostrando à Nação. Mostre a ele! Se ele não pode ir lá, mostre as fotografias a ele, mostre o sofrimento daquele povo que votou no Lula, que votou na senhora, Governadora, que a fez Governadora do Pará.

Espero, Sr. Presidente, que as minhas palavras nesta tribuna possam ser ouvidas por alguém. Por enquanto, é a única coisa que posso fazer pelo meu Estado, Presidente.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/04/2009 - Página 9663