Discurso durante a 48ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Arcebispo Emérito de Goiânia, Dom Antonio Ribeiro de Oliveira, pelo transcurso, no último dia 2, dos 60 anos de sua ordenação sacerdotal.

Autor
Lúcia Vânia (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Lúcia Vânia Abrão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Arcebispo Emérito de Goiânia, Dom Antonio Ribeiro de Oliveira, pelo transcurso, no último dia 2, dos 60 anos de sua ordenação sacerdotal.
Publicação
Publicação no DSF de 09/04/2009 - Página 10334
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, ORDENAÇÃO, ARCEBISPO, ESTADO DE GOIAS (GO), ELOGIO, ATUAÇÃO, EXPANSÃO, ATENDIMENTO, IGREJA CATOLICA, CRIAÇÃO, INSTITUIÇÃO BENEFICENTE, AUXILIO, POPULAÇÃO, BAIXA RENDA, AGRADECIMENTO, ASSISTENCIA, ORADOR, ANTERIORIDADE, DIREÇÃO, ORGANIZAÇÃO, VOLUNTARIO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, SOCIEDADE.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com muito carinho que ocupo esta tribuna para falar do Arcebispo Emérito de Goiânia, Dom Antonio Ribeiro de Oliveira, que, no último dia 2, completou 60 anos de ordenação sacerdotal.

A data é tão importante que a Arquidiocese de Goiânia realizou, na última quinta-feira, na Catedral Metropolitana, Celebração Eucarística para comemorar.

         Infelizmente, devido a compromissos nesta Casa, não pude prestigiar o evento. Faço, neste momento, minha homenagem de público a Dom Antonio e tenho o Brasil, por meio da TV Senado, como testemunha.

         Com o lema “Para que todos sejam um”, por ele escolhido, foi nomeado Arcebispo Metropolitano de Goiânia, em 1985, tendo tomado posse em 12 de janeiro de 1986. Esteve à frente da Arquidiocese até 2002, quando renunciou ao cargo por motivo de idade, sendo sucedido pelo atual Arcebispo, Dom Washington Cruz.

Dom Antonio nasceu em Goiás, na antiga cidade de Campo Formoso, atual Orizona, no dia 10 de junho de 1926. Sua infância saudável e feliz foi igual à de qualquer criança criada no interior. Pouco a pouco, ao crescer, foi descobrindo sua verdadeira vocação. Era frequentador assíduo na igreja e já praticava os ensinamentos da vida religiosa, da eucaristia.

Matriculado no Seminário Preparatório Jesus Adolescente, da cidade de Bonfim, atual Silvânia, dois anos depois, foi para o Seminário Menor de Mariana, em Minas Gerais.

No dia 2 de abril de 1949, Dom Antonio é ordenado Padre. Nesse mesmo ano, ele retorna a Goiás e se integra de vez ao processo religioso-educacional do Estado, destacando-se professor na Faculdade de Filosofia de Goiânia; reitor do Seminário Menor de Santa Cruz, em Silvânia; pároco de sua cidade natal; de 1957 a 1961, foi pároco da Catedral de Goiânia, Vigário-Geral da Arquidiocese de Goiânia. Foi eleito Bispo Auxiliar de Goiânia e trabalhou em outras dioceses.

O período de Dom Antonio à frente da Arquidiocese de Goiânia foi marcado, historicamente, por um acentuado crescimento demográfico da cidade e de seu entorno, com o consequente aumento dos problemas sociais.

Ao acentuado crescimento de Goiânia, acrescentaram-se as condicionantes resultantes da criação de Brasília.

Todos esses fatores tornaram a pastoral da cidade especialmente desafiadora para um líder religioso que tivera a sua formação sociocultural moldada em sociedades eminentemente rurais.

A história da Igreja em Goiás nos mostra que Dom Antonio enfrentou esse desafio, com a proposição de uma pastoral comunitária e libertadora. De fato, ele acreditou, testemunhou e investiu no modelo eclesiástico das Comunidades de Base, na relação entre a comunhão e a efetiva participação dos fiéis na problemática vivida pela Igreja. Podemos afirmar que ele foi um guia espiritual do seu tempo histórico. Seguiu as linhas da Igreja nascida no Concílio Vaticano II e na Cúpula de Medelin.

(Interrupção do som.)

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO) - Numa época de tensões sociais e políticas, Dom Antonio usava o seu púlpito, para falar, ao mesmo tempo - já concluo, Sr. Presidente -, da bondade de Deus e denunciar as injustiças sociais.

         Alguns analistas afirmam que ele adotou, na direção da Igreja goiana, a Teologia do Político, isto é, uma teologia que aliava a fé à prática do fiel dentro da sociedade.

Assim, ele implementou a criação de Redes de Comunidades, superando, em áreas da periferia, a menor agilidade da estrutura paroquial; a construção de numerosos centros comunitários; a consolidação das Regiões Pastorais, redimensionadas e atuantes; e impulsionou a descentralização da pastoral, ampliando a Coordenação da Pastoral Arquidiocesana e criando a Comissão Executiva da Pastoral.

Dom Antonio usou suas habilidades na organização de conteúdos para intensificar o diálogo com a vida religiosa. Para suprir as necessidades de pessoal, buscou, aqui e no exterior, padres e irmãs que assumiram o atendimento pastoral na periferia em expansão e em Municípios do interior.

Sr. Presidente, por tudo o que disse é que homenageio esse goiano que guiou a Igreja sem apartá-la da realidade em que vivemos.

Para ele fé é muito menos contemplação e muito mais prática cristã, a partir de um novo sujeito histórico.

Dom Antonio acredita que o mundo dos pobres é o verdadeiro lugar de uma nova experiência de Deus.

Que ele continue a trilhar o caminho de sua vocação cristã.

Nesta homenagem, quero aqui também agradecer toda a assistência que Dom Antonio, durante o período em que fui Primeira-Dama do Estado, deu às obras assistenciais do Governo, quando assumi o comando da Organização das Voluntárias de Goiânia. Portanto, aproveito esta oportunidade para abraçá-lo e deixar aqui, em nome de todos os goianos, a nossa homenagem.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Modelo1 5/2/2410:47



Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/04/2009 - Página 10334