Discurso durante a 51ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com os prefeitos no sentido de que os recursos prometidos pelo Governo não serão suficientes para o atendimento das necessidades financeiras dos municípios.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.:
  • Preocupação com os prefeitos no sentido de que os recursos prometidos pelo Governo não serão suficientes para o atendimento das necessidades financeiras dos municípios.
Publicação
Publicação no DSF de 15/04/2009 - Página 10577
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
Indexação
  • APREENSÃO, INSUFICIENCIA, VALOR, ANUNCIO, GOVERNO FEDERAL, COMPENSAÇÃO, MUNICIPIOS, PERDA, FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICIPIOS (FPM), APRESENTAÇÃO, DADOS, ERRO, CALCULO, DEMANDA, PREFEITURA.
  • ANUNCIO, REUNIÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), DEMOCRATAS (DEM), PREFEITO, DEBATE, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, DIFICULDADE, ATENDIMENTO, EDUCAÇÃO, SAUDE PUBLICA, PROPOSTA, BANCADA, PROJETO DE LEI, CRIAÇÃO, FUNDO ESPECIAL, EMERGENCIA, RECURSOS, ORIGEM, FUNDO DE INVESTIMENTO, DESVINCULAÇÃO, RECEITA, UNIÃO FEDERAL.

  SENADO FEDERAL SF -

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O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estou preocupado com os prefeitos, porque o Governo faz um anúncio que é, no mínimo, preocupante. O Governo acena com um bilhão de reais como forma de compensar as perdas das prefeituras municipais, que passaram a receber recursos em percentual muito inferior ao que recebiam, no ano passado, já que o Governo ofereceu desoneração fiscal a alguns setores da economia.

Por que estou preocupado com os prefeitos? Porque, de boa fé, os prefeitos acreditam que a proposta do Governo é solução para o drama que passaram a viver. E, sinceramente, eu não vejo como solução. Um bilhão de reais é insignificante diante do valor das perdas já avaliadas. Os números são incontestáveis.

No início deste ano, avaliaram-se perdas da ordem de R$2,1 bilhões. Há uma previsão de que a queda de receita estará ao redor de 12,4% menos do que no ano passado, ou seja, os Municípios e os Estados receberão menos R$16 bilhões do Fundo de Participação dos Estados e dos Municípios.

No ano passado, os Municípios receberam R$52 bilhões. O Governo acena com R$1 bilhão, o que nos autoriza a dizer que está oferecendo apenas 2% do valor como compensação, mas as perdas não são apenas de 2%. As perdas chegam, conforme avaliação, a 12,4% em relação ao que receberam no ano passado. É preciso fazer a conta corretamente. Os prefeitos não podem aceitar passivamente esse anúncio como solução para as suas dificuldades.

Amanhã, o PSDB e o Democratas reunir-se-ão com os prefeitos do Brasil em seminário aqui em Brasília para discutir a realidade das administrações municipais. O que se verifica é que os recursos que faltam comprometem a gestão pública nos Municípios em relação àquilo que é essencial para a população. Sofrem as escolas, os estudantes. Sofrem, evidentemente, aqueles que dependem do serviço de saúde pública, aqueles que sonham com uma qualidade de vida digna e encontram, obviamente, nas ruas, o lixo jogado, porque as prefeituras municipais não possuem recursos suficientes nem mesmo para essa tarefa elementar e os hospitais sofrem as consequências.

Enfim, são necessidades básicas da população que não são atendidas com eficiência, porque falta às administrações municipais o que é fundamental: o recurso oriundo do Fundo de Participação dos Municípios e dos Estados brasileiros. Essa é a receita essencial para 81% dos Municípios do País - no Norte e no Nordeste, para 95% dos Municípios. Senador Jayme Campos, retirar parcela ponderável desses recursos é como retirar o oxigênio com o qual respiram as administrações municipais.

A Oposição ofereceu uma idéia, uma proposta, um projeto, criando o fundo de emergência com recursos oriundos do fundo soberano e da desvinculação da receita orçamentária. Esses recursos compensariam as perdas na medida em que o projeto estabelece que os Municípios não poderão receber menos do que receberam no ano passado. Essa é a solução simples, uma solução célere que poderia atender emergencialmente as prefeituras brasileiras.

Sr. Presidente, acolho o chamamento de V. Exª para a Ordem do Dia e encerro este pronunciamento, alertando os prefeitos brasileiros para essa realidade.

É bom discutir com o Governo, é bom cobrar do Governo, é preciso fazer essa conta corretamente, porque, de outra forma, as consequências serão imprevisíveis.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/04/2009 - Página 10577