O SR. GILVAM BORGES (PMDB - AP. Pela Liderança do PMDB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o que me traz à tribuna nesta noite é a alegria de poder voltar a minha voz, desta tribuna do Senado Federal, ao grandioso e querido Município de Calçoene, onde estive na Semana Santa, sexta e sábado, fazendo uma caminhada de 60 Km de Calçoene a Lourenço. A Vila do Lourenço, na beira da cachoeira do Firmino, como era conhecido antigamente o povoado que originou o Município. Era parte da província do Grão-Pará, seus moradores viviam basicamente da exploração do ouro. A região foi palco de conflitos entre franceses e brasileiros. Em 1956, essa Vila do Lourenço passou a chamar-se região de Calçoene, que depois emancipou-se como Município.

Sr. Presidente, é o Município onde mais chove e onde há riqueza, florestas e rios; é banhada também pelo Oceano Atlântico. É uma região fabulosa, fantástica, de muitas riquezas. Cheguei pela madrugada e, ali, no encontro com a Prefeita Lucimar, com sua gentileza e do seu esposo, Odilon, e com o Vice-Prefeito, Arnaldo, e os Vereadores, tivemos a largada, também ao lado do ex-Prefeito Adelson.

Nossa caminhada, no primeiro dia, na Sexta-Feira Santa, foi de 30 Km. Passo após passo, registramos e levamos notícias alvissareiras, notícias que alegravam todas aquelas pessoas que moram à margem esquerda e à margem direita do grande ramal de 57 Km que liga Calçoene à grande Vila do Lourenço, o segundo mais antigo garimpo do Brasil.

A notícia foi-nos dada e abençoada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Contamos com a presença do Presidente José Sarney, do Ministro Edison Lobão, do Presidente da Eletrobrás, do Presidente da Eletronorte. Em uma grande festa em Macapá, anunciamos a segunda etapa do grande programa, do mais amplo programa social do País com repercussão internacional: o Programa Luz para Todos. Essa segunda etapa leva ao Estado do Amapá R$155 milhões, com que atenderemos a 99,9% do Estado do Amapá, apagando as últimas lamparinas.

Vivemos entre os rios e as selvas. Somos um povo ordeiro, com uma miscigenação entre índios, negros e brancos que forma essa aguerrida e mística população amazônida de verdadeiros nordestinos que ali enfrentaram e enfrentam todas as adversidades como a malária, a leishmaniose. Nem todo tipo de doença tropical deteve esse povo altaneiro que faz a Amazônia.

Em Calçoene, a exemplo dos garimpeiros que ali exploravam ouro, não pode ser diferente. Somos mestiços e somos brasileiros que ali lutamos, dia a dia, palmo a palmo, convivendo com o que há de mais belo e maravilhoso neste planeta, que são as selvas e os grandes rios. Portanto, levamos a Calçoene recursos para alimentar Lourenço.

Até o ano que vem, Lourenço estará, por todo o leito da estrada, a margem direita e a esquerda, e a própria Vila, atendida pelo Programa Luz para Todos, até o ano de 2010, o ano que vem: o ramal do Areião; o ramal Asa Berta, em Calçoene; o assentamento Lourenço; Ilha Grande/Vila São Sebastião. Atenderemos a Vila do Lourenço; o ramal do Eliquete; o ramal do Cassiporé. Atenderemos o ramal do Lataia; o ramal do Araguary; o ramal do Português; o ramal do Cachoeirinha; os consumidores do Trevo do Lourenço ao Carnot. A Vila Carnot também, uma vila que temos já próximo da fronteira com a Guiana Francesa, que é uma colônia de maranhenses, valentes brasileiros que ali contribuem para o desenvolvimento, e Cassiporé, na ponte; o assentamento do Carnot; os consumidores no trecho da ponte do Cassiporé ao primeiro do Cassiporé. Estaremos na Vila do Cunani. Cunani é lá em Calçoene, onde foi proclamada uma república pelos franceses. Até moedas foram cunhadas. Aquele também é um vilarejo onde há toda uma história preservada, com uma comunidade de cem pessoas que vivem ainda nessa tradicional Vila de Cunani, onde se proclamou também uma república e aonde se chegou até a cunhar moedas.

O ramal Terra Rachada; o ramal do Goiabal; o ramal do Mutum; o assentamento Irineu; o Calafate/Vila São Sebastião; a Vila São Sebastião/trevo do Lourenço; o ramal do assentamento Vila Velha do Cassiporé, todos também serão atendidos.

Ora, notícias alvissareiras. Sr. Presidente.

Caminhamos por dois dias consecutivos, passo a passo, viajando mais com a mente e processando todo o planejamento.

Naquela caminhada, a cada passo dado, estávamos ali firmando também um grande compromisso da pavimentação da estrada que liga Calçoene a Lourenço, uma parceria da nossa Bancada Federal com o Governador Waldez Góes, que permitirá, em breve, acessarmos, junto ao BNDES, recursos para a pavimentação de todas as estradas.

Portanto, Calçoene, deixo aqui registrada desta tribuna a alegria que tive em poder caminhar com as lideranças políticas e participar da festa de recepção na Vila de Lourenço. Aproveito para dar um abraço, por meio do Vereador Piaba, em todos os Vereadores e nas lideranças comunitárias.

Se Deus quiser, ainda no ano que vem, o Governador Waldez deixará o seu segundo mandato como Governador, e aportaremos R$700 milhões em uma ação integrada na busca de recursos para a pavimentação das nossas estradas estaduais.

Calçoene será prioridade, como todos os outros Municípios.

Viva Calçoene! Viva o Amapá! Viva o Brasil!

Muito obrigado, Excelência.

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