Discurso durante a 53ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação de pesar pelo falecimento do empresário João Santos.

Autor
Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Manifestação de pesar pelo falecimento do empresário João Santos.
Publicação
Publicação no DSF de 17/04/2009 - Página 11669
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, INDUSTRIAL, EMPRESARIO, PIONEIRO, INDUSTRIA, CIMENTO, REGIÃO NORDESTE, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), IMPLANTAÇÃO, EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.

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O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu tinha preparado para esta tarde uma fala sobre o problema enérgico do Brasil, a situação presente e no futuro do quadro enérgico do nosso País, a matriz enérgica brasileira, mas esse é um assunto que a gente pode abordar amanhã, depois de amanhã, segunda ou terça-feira.

É que eu não poderia me calar diante do triste evento que foi o falecimento do Sr. João Pereira dos Santos, já registrado aqui através de requerimento de voto de pesar solicitado pelo Senador Mão Santa e, vejo agora também, pelos Senadores de Pernambuco, que apresentaram aqui voto de pesar assinado por todos os membros da bancada de Pernambuco, tendo à frente a assinatura do Senador Marco Maciel.

O Sr. João Pereira dos Santos foi um industrial - o Senador Mão Santa registrou isso - de peso no Nordeste brasileiro. Eu pensava que ele era apenas um grande industrial do Estado de Pernambuco, mas vejo que também em Sergipe, também no Estado do Piauí e em outras unidades da Federação, ele plantou suas indústrias, criou empregos, pagou tributos e foi um pioneiro na industrialização do Nordeste.

Mas tenho que registrar, como capixaba, o profundo carinho que esse homem tinha pelo Espírito Santo.

Nos idos de 1968, 1970, o Espírito Santo tinha uma fábrica de cimento. Essa fábrica, pertencente ao Governo do Estado do Espírito Santo, depois foi privatizada, não deu certo, faliu. E, numa cidade como Cachoeiro de Itapemirim, que é a cidade do Roberto Carlos... Aliás, domingo agora, o Roberto Carlos vai completar cinqüenta anos de carreira e fará o show inaugural de sua última temporada em sua cidade natal, no Estádio do Sumaré, onde começou sua carreira, trabalhando na Rádio Difusora de Cachoeiro do Itapemirim.

Pois bem, o Sr. João Santos adquiriu essa fábrica e imediatamente modernizou e preparou a fábrica, comprou equipamentos novos, importou equipamentos novos, e a fábrica, rapidamente, passou a ter mais de dois mil empregados - isso numa cidade que, naquela época, era quase inexpressiva em matéria de população, mas muito expressiva culturalmente. A cidade de Cachoeiro rejuvenesceu ao redor dessa importante fábrica de cimento que ele montou lá.

O carinho dele era tanto pelo Espírito Santo, que ele fez com que o filho que tinha o nome dele, João Pereira Santos Filho, fosse residir no Estado - não em Vitória, mas em Cachoeiro do Itapemirim -, onde contraiu matrimônio com uma capixaba, vivendo naquela cidade.

Ali, ele começou fundando uma estação de rádio, a Tribuna FM, e, dali, adquiriu, do grupo da família de Adhemar de Barros, que foi Governador de São Paulo, o jornal A Tribuna, que foi modernizado e se tornou o jornal de maior circulação do Estado. Hoje, o jornal é dirigido pelo João Carlos Pedrosa, que veio de Pernambuco e dirige as organizações do Sr. João Santos na área de imprensa no Estado. Essas organizações incluem a TV Tribuna, que é a repetidora do SBT no Espírito Santo, e mais quatro estações de rádio AM e FM, que brilham na bandeira e no céu das emissoras de rádio e televisão do Espírito Santo.

É interessante registrar que o Sr. João Santos Filho, além da atividade industrial e da atividade da imprensa, com que ele tanto se integrou ao Estado, também atuou na área social, instituindo organizações de assistência aos trabalhadores e vivendo junto aos trabalhadores. Ele fez construir a sua residência ao lado da fábrica de cimento e ia a pé para a sua fábrica.

Ocorreu um acidente que deixou o Sr. João Santos, o pai, tremendamente enlutado. Eu convivi com isso, porque, na época, eu era Deputado no Espírito Santo. O seu filho, João Pereira Santos Filho, ficou encarregado pelo pai de montar uma siderúrgica e uma fábrica de cimento no Paraguai. Ele adquiriu o terreno no Paraguai. Um certo dia, ele saiu do Espírito Santo a bordo de um avião da empresa - hoje a empresa tem um grande destaque nacional na área de agroindústria e também de táxi aéreo - e foi para o Paraguai.

Lá no Paraguai - adquirido o terreno, a fábrica já estava sendo...

(Interrupção do som.)

O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES) - ...montada -, em determinado momento, Sr. Presidente, eles resolveram decolar. E foi uma decolagem um pouco imprudente, talvez do comandante da aeronave, que também pereceu no acidente, feita às 2 horas da tarde, numa temperatura de 40 graus, com pista curta e pouca sustentação da aeronave. Na decolagem, a aeronave explodiu, batendo contra uma pequena elevação desse aeroporto de uma cidade do interior do Paraguai. E ele veio a falecer.

Mas, mesmo assim, o Sr. João Santos, apesar de sentido, do sofrimento de perder o seu filho, continuou investindo na fábrica de cimento do Espírito Santo, continuou investindo nas suas empresas, continuou, por meio do seu filho Fernando e do Sr. João Carlos Pedrosa, administrando essas empresas. De modo que o Espírito Santo, o Estado de Pernambuco, o Nordeste sentem profundamente a perda desse homem.

Mas é importante registrar o que disse aqui o Senador Mão Santa: foi-se o homem e fica o exemplo. Talvez o exemplo dele valha mais do que todas as fábricas que ele construiu.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/04/2009 - Página 11669